O ânimo estava renovado, após a classificação na Sula, com o Santa Cruz voltando à arena para tentar vencer também no Brasileirão, onde vivia um hiato de sete rodadas. Os três pontos diante da Chapecoense eram essenciais para qualquer conta que alimente a chance de permanência. Não dava mais para deixar a recuperação para a rodada seguinte, era decisão. Por isso, o castigo no fim, com o 2 x 2 no placar deixa a campanha por um triz. Não há como negar que o tricolor se esforçou no jogo. Embora frustrados, os 12 mil torcedores também saíram resignados pela atuação, minada por erros individuais.
O time fez uma boa partida, mostrando consistência e velocidade na saída de jogo. Era bem melhor quando sofreu o primeiro gol. Aliás, bem melhor. Tinha finalizado duas vezes com perigo e tinha 64% de posse. Contudo, num lateral mal cobrado por Allan Vieira, a Chape engatou um contragolpe mortal, com Kempes definindo. No segundo tempo, uma sucessão de lances para transformar o jogo numa virada espetacular – que seria a primeira dos corais na competição. Começou com Arthur completando de cabeça um belíssimo cruzamento de Léo Moura (um dos melhores em campo, tática e tecnicamente). Ainda na comemoração, Grafite (ainda em jejum) foi substituído por Bruno Moraes. Deu nem pra impor uma pressão sobre o time catarinense, pois Luan Peres tomou o segundo amarelo, desestruturando a equipe.
Acredite, o Santa continuou melhor mesmo com um a menos. Jogando de forma inteligente e sem se expor (até ali), ainda conseguiu virar. Herói há uma semana, contra o Sport, o general mostrou estrela outra vez. Foi lançado por João Paulo, dominou rapidamente e bateu no cantinho. 2 x 1, num lampejo de oxigênio. A Chapecoense, claro, passou a arriscar mais, já com dois centroavantes em campo – Bruno Rangel foi acionado. Trocando passes à frente, com Cléber Santana protegendo a bola, o visitante começou a levar perigo. Após desperdiçar duas chances, invadiu a área mais uma vez, com Danilo Pires atropelando Kempes. Pênalti bobo, aos 41! Mesmo na condição de reserva, Bruno Rangel segue artilheiro. Chegou a nove gols e definiu um empate que mantém o campeão nordestino sem uma reação efetiva nos jogos. Já ficou atrás no placar em 16 jogos, pontuando em apenas três, esbarrando no empate.