O Santa Cruz jogou muito mal contra o Boa Esporte. Até chegou a abrir o placar, levando a vantagem até a metade do segundo tempo, mas o tricolor não merecia melhor sorte na Arena Pernambuco, com o 1 x 1 travando a reação. O time quase não assustou o goleiro Fabrício, ao contrário de Júlio César, que agradeceu aos céus após a terceira bola em sua trave.
Abrindo a 16ª rodada, o time pernambucano tinha a possibilidade de dormir no G4, pressionando os adversários no complemento. Em tese, o adversário era interessante, mesmo vindo de um resultado positivo. E ficou mesmo nisso, “em tese”. Na prática, o time mineiro foi superior, antes e depois de tomar o gol – que saiu num raro momento de lucidez da equipe coral. Aos 26 do primeiro tempo, proporcionou um lance incrível. Num cruzamento da direita, Diones (livre) cabeceou na trave. Na sequência, Jaime afastou mal e Eduardinho pegou a sobra na meia lua. Sem marcação, soltou uma bomba, no travessão. O bombardeio tirou a torcida coral do sério, com o volante Wellington Cézar (que nem foi o protagonista da bobagem) sendo o alvo.
O gol do Santa, pouco antes do intervalo, foi à parte do que vinha jogando. Tiago Costa cruzou, Bueno ajeitou e João Paulo marcou de cabeça. Aos poucos, o meia vai se firmando na equipe, embora, numa nota geral, também tenha sido irregular desta vez. Para que o gol desse tranquilidade na etapa complementar, o time precisaria melhorar também. Não aconteceu, com um futebol lento e insistente na bola aérea – já com Pitbull em campo. Quem apareceu foi Reis, atacante rival. Numa cobrança de falta, bola no travessão. Na segunda tentativa, tirou tinta da trave. Na terceira, num escanteio, colocou na cabeça de Thaciano, que empatou aos 25. A partir dali, não houve uma finalização efetiva do Santa, com vaias pelo tropeço e pelo desempenho…
Os 5 jogos sob o comando de Givanildo Oliveira* 07/07 – Santa Cruz 3 x 0 Brasil 11/07 – Luverdense 2 x 2 Santa Cruz 15/07 – Náutico 0 x 0 Santa Cruz 18/07 – Santa Cruz 1 x 0 Vila Nova 21/07 – Santa Cruz 1 x 1 Boa * 60% de aproveitamento (2V-3E-0D)
Em Pernambuco, os dados em relação à quantidade de torcedores nos estádios passaram a ser divulgados com frequência na década de 1960. Até então, priorizava-se a informação sobre a renda da partida. Os públicos eram tratados com estimativas, acredite. Então, a partir deste recorte, confira quais são os dez maiores públicos dos quatro principais palcos do futebol local. Com critérios distintos ao longo dos anos, o blog considerou o público total, com a soma entre pagantes e não pagantes. Ocorre que na década de 1980, por exemplo, os jornais da cidade tinham como hábito informar apenas os pagantes. De toda forma, é possível relembrar as multidões.
No Arruda, por exemplo, as marcas foram quebradas sistematicamente após a construção do anel superior, em 1982. Na Ilha, a introdução da campanha promocional Todos com a Nota, em 1998, resultou em sete dos dez maiores borderôs. Numa mesma temporada! Na Arena, as partidas entre seleções nacionais tomam à frente, até mesmo pela ausência divisórias entre torcidas, uma (necessária) norma de segurança que afeta a carga de ingressos nos jogos envolvendo clubes. Por fim, os Aflitos, com dados curiosos. Começando pelo recorde, estabelecido em sua versão anterior, bem acanhada. Oito dos demais jogos registrados foram disputados a partir da ampliação, iniciada em 1996. Sobre a Batalha dos Aflitos, trata-se de um dado divulgado por parte da imprensa, mas sem confirmação do clube.
Dados atualizados até 28 de janeiro de 2018
Os 10 maiores públicos no Arruda 96.990 – Brasil 6 x 0 Bolívia (29/08/1993, Eliminatórias) 90.400 – Brasil 2 x 0 Argentina (23/03/1994, Amistoso) 80.203 – Náutico 0 x 2 Sport (15/03/1998, Estadual) 78.391 – Santa Cruz 1 x 1 Sport (21/02/1999, Estadual) 76.800 – Brasil 2 x 0 Paraguai (09/07/1989, Copa América) 76.636 – Santa Cruz (6) 1 x 1 (5) Náutico (18/12/1983, Estadual*) 75.135 – Santa Cruz 1 x 2 Sport (03/05/1998, Estadual) 74.280 – Santa Cruz 2 x 0 Sport (18/07/1993, Estadual) 71.243 – Santa Cruz 2 x 1 Náutico (28/07/1993, Estadual*) 70.003 – Santa Cruz 0 x 2 Náutico (11/07/2001, Estadual*)
Os 10 maiores públicos na Ilha do Retiro 56.875 – Sport 2 x 0 Porto (07/06/1998, Estadual*) 53.033 – Sport 0 x 2 Corinthians (12/09/1998, Série A) 50.106 – Sport 4 x 1 Santa Cruz (29/03/1998, Estadual) 48.564 – Sport 1 x 1 Cruzeiro (27/09/1998, Série A) 48.328 – Sport 5 x 0 Grêmio (20/09/1998, Série A) 46.018 – Sport 1 x 1 Grêmio (03/12/2000, Série A) 45.697 – Sport 3 x 0 Náutico (15/12/1991, Estadual*) 45.399 – Sport 2 x 1 Botafogo (24/10/1998, Série A) 45.151 – Sport 1 x 0 São Paulo (16/08/1998, Série A) 44.346 – Sport 2 x 0 Santa Cruz (31/07/1988, Estadual)
Os 10 maiores públicos na Arena Pernambuco 45.010 – Brasil 2 x 2 Uruguai (25/03/2016, Eliminatórias) 42.025 – Sport 0 x 2 Palmeiras (23/07/2017, Série A) 41.994 – Sport 2 x 0 São Paulo (19/07/2015, Série A) 41.876 – Alemanha 1 x 0 Estados Unidos (26/06/2014, Copa do Mundo) 41.705 – Espanha 2 x 1 Uruguai (16/06/2013, Copa das Confederações) 41.242 – Costa Rica (5) 1 x 1 (3) Grécia (29/06/2014, Copa do Mundo) 41.212 – México 3 x 1 Croácia (23/06/2014, Copa do Mundo) 40.489 – Itália 4 x 3 Japão (16/06/2013, Copa das Confederações) 40.285 – Costa Rica 1 x 0 Itália (20/06/2014, Copa do Mundo) 40.267 – Costa do Marfim 2 x 1 Japão (14/06/2014, Copa do Mundo)
Os 10 maiores públicos nos Aflitos 31.613 – Náutico 1 x 0 Santa Cruz (16/08/1970, Estadual) 31.061 – Náutico 1 x 0 Sport (21/07/1968, Estadual*) 29.891 – Náutico 0 x 1 Grêmio (26/11/2005, Série B) 28.022 – Náutico 0 x 2 América-MG (04/12/1997, Série B) 22.177 – Náutico 0 x 1 Santa Cruz (05/07/2001, Estadual) 21.121 – Náutico 0 x 1 Sport (21/04/2001, Nordestão) 20.699 – Náutico 2 x 0 Ituano (18/11/2006, Série B) 20.506 – Náutico 1 x 0 Santa Cruz (11/12/1974, Estadual*) 20.100 – Náutico 1 x 0 Sport (02/12/2012, Série A) 19.880 – Náutico 1 x 0 Corinthians (21/10/2007, Série A)
Com um passivo de R$ 155 milhões, o Náutico é, hoje, um clube muito difícil de ser administrado. Chegou a arrecadar R$ 48 milhões em 2013, mas a má gestão do recurso derreteu o clube em pouco tempo. Neste período, com o afastamento da torcida, o quadro de sócios caiu para 3.621, número divulgado na última eleição, que definiu o nome de Edno Melo para o biênio 2018/2019. Ainda assim, a colaboração de torcedores e sócios ajuda a manter o clube.
Seja pelo engajamento nos jogos, visando a permanência na Série B, na arrecadação para funcionários ou mesmo com trabalhos de manutenção. Neste caso, o timbu divulgou imagens do trabalho realizado no inverno por funcionários da empresa do sócio Eduardo Carvalho, a Real Conservadora, que capinou o Centro de Treinamento Wilson Campos, realizou pinturas e serviços de conservação. Tarefas que cabem ao próprio clube, é verdade, cujo CT deveria ser prioridade – estruturado como um dos melhores da região, o empreendimento é uma fonte de receita para a transformação alvirrubra.
De fato, o trabalho geral é bem maior, com o cuidado dos campos, limpeza e organização do hotel e do centro administrativo. Não é gasto, é investimento. Ainda bem que há quem não deixe o Náutico cada vez mais sucateado…
Sinalização para o CT, na BR-101, na Guabiraba
A fachada da entrada principal do CT
O escudo no giradouro para os campos, hotel e centro administrativo