O goleiro que colocou o Náutico no Guinness Book

Time do Náutico em 1974

O Náutico entrou no Guinnes Book em 1974. Naquele ano, quando sagrou-se campeão pernambucano, o goleiro Neneca estabeleceu o recorde mundial de invencibilidade no futebol. Para entrar no famoso livro dos recordes, o camisa 1 passou incríveis 1.636 minutos sem sofrer um gol sequer pelo Alvirrubro.

Foram 18 partidas oficiais, todas pelo campeonato estadual, que marcou o “luxo” do hexa, com o triunfo na final sobre o então pentacampeão Santa Cruz. O recorde começou em 22 de agosto, na vitória por 4 x 1 sobre o América, sendo encerrado somente em 2 de novembro, no empate em 1 x 1 com o Santa.

A marca só foi superada somente uma vez, em 1978. Iniciando a série ainda no ano anterior, Mazaropi, do Vasco, ficou 1.800 minutos sem ser vazado, considerando as partidas pelo Brasileirão e pelo Carioca.

Portanto, Neneca, que faleceu aos 67 anos, ainda mantém os recordes do Nordeste e de Pernambuco. Guinness à parte, a sua marca só não foi reconhecida pela Federação Internacional de História e Estatística (IFFHS) porque apenas os estaduais de Rio de Janeiro e São Paulo, além do Brasileirão, entravam na conta. Azar o da IFFHS.

Goleiros que passaram mais tempo sem levar gol:

1º) Mazaropi (Vasco), 1.800 minutos (1977/1978)
2º) Neneca (Náutico), 1.636 minutos (1974)
3º) Van der Sar (Manchester United, Inglaterra), 1.472 minutos (2008/2009)
4º) El-Batal (Cairo, Egito), 1.442 minutos (1975/1976)
5º) Danny Verlinden (Brugge, Bélgica), 1.390 minutos (1990)

O gostinho de um título internacional, ainda distante das conquistas oficiais

Taça Ariano Suassuna 2015, Sport 2x1 Nacional. Foto: sportrecife/facebook

Até hoje, nenhum clube do Nordeste conquistou um título internacional oficial.

Quem chegou mais perto foi o CSA, em 1999, finalista da extinta Copa Conmebol. A partir disso, apenas participações sem brilho na Libertadores e na Sul-Americana. No Recife, ao todo, são quatro campanhas do Sport, duas do Náutico e nenhuma do Santa Cruz. Coadjuvantes na essência neste contexto.

Em relação aos torneios amistosos, a lista melhora um pouco, e só. Nesta linha, em competições organizadas pelos próprios clubes contra equipes estrangeiras, o Rubro-negro tem dois troféus. Ambos não oficiais, claro.

O primeiro foi o Torneio Leopoldo Casado, em 1980, num triangular com a seleção da Romênia e o Náutico. Agora, conta também em sua galeria na Ilha do Retiro com a Taça Ariano Suassuna, disputada em 2015 contra o Nacional do Uruguai. Entre os rivais, o Santa também já ganhou um troféu internacional. Em 2003, o Tricolor conquistou Torneio Vinausteel, no Vietnã.

Quem sabe um dia algum clube da região alcance um voo realmente internacional, devidamente chancelado pela Conmebol…

Taça Ariano Suassuna 2015, Sport 2x1 Nacional. Foto: sportrecife/facebook

A primeira Taça Ariano Suassuna fica na Ilha

Taça Ariano Suassuna 2015, Sport 2x1 Nacional. Foto: Marlon Costa/FPF

A pioneira edição da Taça Ariano Suassuna foi conquistada pelo Sport. Num jogo duro, como não poderia deixar de ser, considerando o aguerrido adversário uruguaio, o Leão venceu por 2 x 1, em sua estreia em 2015. O Nacional, atual campeão nacional, vinha de quatro vitórias em sua pré-temporada, mas acabou superado na Arena Pernambuco, com 22.356 espectadores, um bom público.

No amistoso internacional, com inúmeras modificações, só se viu futebol no primeiro tempo. No 4-1-4-1, o Leão impôs um ritmo veloz, apesar da natural falta de ritmo. Substituindo Diego Souza, Régis mostrou valor. Só depende de sua condição física. Rápido e habilidoso, procurou tabelas e enfiadas de bola.

Antes de Régis se destacar, o Leão abriu o placar com o centroavante Samuel, concorrente de Joelinton. Aproveitando a ausência da revelação leonina – que só entrou no finzinho -, o estreante mandou para as redes. Depois, o lance mais bonito, numa tabela entre Régis e Elber, terminando com o gol de Danilo, atento.

O time ainda teve a mais chance, com Alex Silva, postulante à vaga deixada por Patric. A zaga uruguaia tirou em cima da linha. Do outro lado, Durval não teve a mesma sorte, cortando para as próprias redes, deixando o jogo “vivo”.

Tanto que na etapa final o árbitro Nielson Nogueira teve trabalho para controlar os ânimos, com muitas faltas. Além dos amarelos, houve um cartão vermelho, para o experiente centroavante dos visitantes, Iván Alonso, de 35 anos. No fim, foi preciso jogar na base do “copeirismo”. De fato, valia taça.

Taça Ariano Suassuna 2015, Sport 2x1 Nacional. Foto: Marlon Costa/FPF

Patch nas camisas da Copa, Champions, Libertadores e até Taça Ariano Suassuna

Camisas da Taça Ariano Suassuna 2015, Sport x Nacional. Imagem: sportrecife/twitter

Ao organizar a Taça Ariano Suassuna, o Sport tentou mudar a imagem de simples “amistoso internacional” para um torneio de pré-temporada do clube.

Primeiro, anunciou a regularidade da disputa, anual. Para valorizar a imagem de seu projeto, foi criado um logotipo oficial e até um troféu exclusivo, com elementos da obra do escritor, torcedor do clube. Mas não ficou só nisso.

O Leão também incorporou uma ação relativamente nova, que é a marca do torneio na própria camisa, numa espécie de selo chamado “patch”. Já se faz presente na Copa do Mundo, na Liga dos Campeões e na Libertadores, para citar as mais importantes. Para isso, contou com a colaboração do Nacional. A “Taça Ariano Suassuna” também está estampada no uniforme uruguaio.

Seja qual for o vencedor da edição de 2015, o Sport parece ter alcançado o seu objetivo, fomentando junto à sua torcida o desejo de assistir e conquistar o torneio amistoso. Quanto mais interesse, mais chance de continuidade.

Patch da Copa do Mundo, da Liga dos Campeões e da Libertadores

Os clubes mais ricos do mundo, numa evolução de 2004 a 2014

Os 20 clubes mais ricos do mundo em 2013/2014. Fonte: Deloitte

A Deloitte divulgou o seu balanço anual com os clubes mais ricos do mundo. O Real Madrid apareceu mais uma vez no topo do estudo, que considera a soma de bilheteria nas partidas, direitos de tevê e comércio.

Cruzado os dados da última década, o líder do ranking passou de 259 milhões de euros, com o Manchester United em 2003/2004, para 550 milhões, com os merengues em 2013/2014, num incrível crescimento de 112%.

E isso é uma tendência, com os ricos cada vez mais ricos. Para se ter uma ideia, a evolução do 20º colocado, no mesmo período, foi de 71%, passando de 84 para 144 milhões. Um número respeitável, mas já distante do topo.

No montante avaliado não entrou a receita oriunda da transferência de jogadores e impostos. Já a opção “comércio” contempla patrocínios, merchandising e outras pequenas receitas. Por sinal, aí está um interessante em relação aos primeiros colocados – Real, United, Bayern, Barça e PSG -, com  aumento do faturamento com produtos licenciados e patrocinadores. A cifra média já supera a venda de direitos de transmissão na televisão – algo que no Brasil é, disparada, a maior receita.

O relatório Football Money League 2015 enumera todos os balanços oficiais europeus da última temporada. Confira a íntegra, em inglês, clicando aqui.

A evolução das receitas dos clubes mais ricos do mundo em 2013/2014. Fonte: Deloitte

1º) Real Madrid (Espanha)
Renda dos jogos: 21% (113,8)
Comércio/marketing: 42% (231,5)
Direitos de transmissão: 37% (204,2)

2º) Manchester United (Inglaterra)
Renda dos jogos: 25% (129,3)
Comércio/marketing: 44% (226,4)
Direitos de transmissão: 31% (162,3)

3º) Bayern de Munique (Alemanha)
Renda dos jogos: 18% (88,0)
Comércio/marketing: 60% (291,8)
Direitos de transmissão: 22% (107,7)

4º) Barcelona (Espanha)
Renda dos jogos: 24% (116,8)
Comércio/marketing: 38% (185,7)
Direitos de transmissão: 38% (182,1)

5º) Paris Saint-Germain (França)
Renda dos jogos: 13% (63,1)
Comércio/marketing: 69% (327,7)
Direitos de transmissão: 18% (83,4)

A evolução das receitas dos clubes mais ricos do mundo em 2013/2014. Fonte: Deloitte

Náutico, Santa e Sport de contrato assinado com a Arena Pernambuco, com clássicos agendados

Arena Pernambuco

A temporada de 2015 começa com os três grandes clubes de Pernambuco de contrato assinado para jogar na arena em São Lourenço, cada um de seu jeito.

1) O Náutico, como se sabe, tem um acordo para mandar todos os seus jogos no estádio por trinta anos. Em vigor desde 2013.

2) Após as sete partidas no local em 2014, o Sport negociou outro pacote, agora com dez jogos, sendo quatro pelo Estadual e seis pela Série A.

3) Em seguida, o Santa Cruz anunciou um acordo de seis partidas na arena, sendo um pelo Pernambucano e o restante na Série B.

Nas partidas escolhidas por rubro-negros e tricolores, no Estadual, há uma particularidade: ambos escolheram mandar o clássico contra o Náutico.

A polêmica acerca do “mando de campo” na Arena Pernambuco, nesses clássicos, foi parar num conselho arbitral convocado às pressas pela FPF. E só a unanimidade entre os 12 participantes do torneio local poderá chancelar Leão e Cobra Coral como mandantes diante do Timbu, nesta edição.

Independentemente da votação, está claro que o cenário deverá ser adotado nos próximos anos, escrito (e claro) no regulamento original. E era essa a ideia para a operação do estádio. Desde o seu lançamento, em 15 de janeiro de 2009, sempre foi dito que os três grandes receberiam os seus principais jogos lá, sem exclusividade. Aos poucos, isso começa a se tornar real.

Afinal, trata-se de um campo neutro, administrado de forma público-privada.

Isso já ocorre há tempos, por exemplo, no Rio de Janeiro. O Vasco atua em São Januário, mas enfrenta Flamengo, Fluminense e Botafogo no Maracanã. Em Salvador, não é incomum o Vitória mudar o local do confronto contra o Bahia para a Fonte Nova, mesmo tendo o Barradão. É uma tradição nessas cidades, algo que, de fato, não existe no Recife, onde os principais clubes possuem estádios particulares. No entanto, ao menos fica claro que há onde se espelhar.

Para completar o cenário, existe uma lei estadual que obriga (sim, obriga) o trio a jogar ao menos duas vezes na arena, cada um, para que continuem fazendo parte do programa Todos com a Nota, com ingressos subsidiados.

Portanto, essa polêmica é um tanto rasa… e não passa de 2015.

Torcida do Náutico na Arena Pernambuco, contra o Sporting, em 2013. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Torcida do Santa Cruz na Arena Pernambuco contra o América-RN, em 2014. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Torcida do Sport na Arena Pernambuco.

Podcast 45 minutos (95º) – Supercopa do Maranhão, Troféu Chico Science e Arena

Em uma edição quente, o 45 minutos analisou os jogos de Náutico e Santa Cruz nas disputas amistosas da Supercopa do Maranhão e do Troféu Chico Science (inclusive a beleza da taça). Também entrou na pauta do podcast o mando de campo na Arena Pernambuco em um clássico. Só vale para o Náutico?

Estou nesta edição (1h26min) ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

A passagem do Zalgiris Vilnius no Arruda em 135 fotos, segundo o próprio Zalgiris

Troféu Chico Science 2015: Santa Cruz x Zalgiris Vilnius. Foto: site oficial do Zalgiris Vilnius

A passagem do desconhecido Zalgiris Vilnius no estádio do Arruda, entre treino e jogo, gerou um álbum com 135 fotos no site oficial do clube lituano.

Além de imagens da disputa do Troféu Chico Science e de registros dos próprios jogadores, algumas fotografias chamam a atenção, no que seria a visão dos lituanos acerca do futebol pernambucano, tão diferente, tão peculiar.

De um catador de bolas ao escudo do Batalhão do Choque, passando pela ampla cobertura da imprensa, com os jornalistas locais presentes na beira do campo, o que não ocorre na Europa. A assessoria de imprensa do Zalgiris também registrou a entrega da troféu, já com o Mundão vazio, vindo das mãos dos presidentes do Santa Cruz, Alírio Moraes, e da FPF, Evandro Carvalho.

Em relação à cobertura do Zalgiris, ficou a lição para os clubes locais…

Troféu Chico Science 2015: Santa Cruz x Zalgiris Vilnius. Foto: site oficial do Zalgiris Vilnius

O esboço da escalação tricolor em 2015

Escalação do Santa Cruz nao Troféu Chico Science 2015. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O primeiro jogo do Santa Cruz na temporada, o empate no amistoso internacional contra o Zalgiris Vilnius, trouxe um esboço do que o clube poderá apresentar no Campeonato Pernambucano de 2015. Fora do Nordestão, os corais jogarão basticamente uma vez por semana. Mais fôlego em campo.

A escalação oficial, publicada pelo departamento de futebol do Tricolor, deixa claro que mudanças serão feitas a curto prazo. Em relação à formação que iniciou o jogo no Arruda, espera-se no mínimo que o goleiro Bruno, negociado junto ao Palmeiras, ganhe a posição, até a recuperação do ídolo Tiago Cardoso.

No ataque, os dois nomes devem ser substituídos, uma vez que – durante a peleja – foi anunciada a contratação do centroavante (e decisivo) Bruno Mineiro e do rápido (e irregular) Anderson Aquino.

De toda forma, o técnico Ricardinho já vai fazendo os seus testes. Durante o jogo ele fez sete mudanças. Quais são as principais lacunas do time coral?

Noite com 25 pênaltis no Arruda e título do Zalgiris Vilnius

Troféu Chico Science 2015: Santa Cruz x Zalgiris Vilnius. Foto: site oficial do Zalgiris Vilnius

A quantidade de pênaltis em uma só noite no Arruda foi inacreditável.

No tempo normal, com o empate em 1 x 1, o gol lituano foi marcado numa penalidade máxima cobrada por Adi Rocha, o brasileiro do Zalgiris Vilnius.

Durante o amistoso internacional, o técnico coral, Ricardinho, fez sete mudanças, mas não havia como esperar o mínimo de conjunto, mesmo com a semana de trabalho em Chã Grande.

O jeito foi desempatar nos pênaltis o confronto valendo o Troféu Chico Science.

E o empate persistiu durante muito tempo na barra ao lado do canal. Primeiro, igualdade em 4 x 4 nas cinco primeiras cobranças de cada um. Depois, mais seis alternadas para cada time. Todas devidamente convertidas.

Os corais voltaram a desperdiçar com o zagueiro Danny Morais. Coube então a Adi Rocha, novamente. Na primeira série de tiros livres, ele havia perdido. Portanto, ao todo, seria o seu terceiro pênalti…

Assim, a disputa só foi encerrada na 25ª cobrança da noite, 11 x 10.

A conversão garantiu ao bicampeão da Lituânia o seu primeiro título no Brasil. Antes, perdera os seus dois jogos contra Gama e Goiás, pela Granada Cup.

Ao Santa Cruz, a melhor notícia da noite foi o reforço no ataque, com Bruno Mineiro e Anderson Aquino, ambos com passagens nos rivais da capital.

Em relação aos amistosos internacionais, agora só em 2016… sem pênaltis.

Troféu Chico Science 2015: Santa Cruz x Zalgiris Vilnius. Foto: site oficial do Zalgiris Vilnius