Desilusão na torcida em Paulista

Série B: Salgueiro 0 x 1 ABC. Foto: Bernardo Dantas/Diario de Pernambuco

No início, festa. Movimentação na cidade e empolgação no estádio Ademir Cunha.

Mas o próprio humor da torcida de Paulista já deixa claro a dramática situação vivida pelo inquilino sertanejo. O Salgueiro está perdendo até o apoio na Série B.

De 8.399 pessoas na estreia para apenas 1.641 torcedores neste sábado.

E o público diminuto, formado basicamente por torcedores de Náutico, Sport e Santa  Cruz em prol de Pernambuco, viveu mais uma frustração com o Salgueiro.

Aos 40 minutos do segundo tempo, Lins ganhou a jogada no embate contra o rodado Wilson Surubim e cruzou forte na área, por baixo.

No meio da confusão, Ederson apareceu e bateu forte, gol.

Salgueiro 0 x 1 ABC, deixando a arquibancada cada vez mais amarela…

Mais uma derrota em casa. Mais uma derrota para um concorrente direto.

Enfim, mais uma derrota… A 13ª em 21 jogos.

Em 61,9% das vezes em que entrou em campo na Série B, o Carcará saiu derrotado. Já está no terceiro técnico. Neco, Maurício Simões e, agora, Luis Carlos Barbieri.

Infelizmente, o destino do time sertanejo neste Brasileiro está cada vez mais óbvio…

O último que sair, por favor, apague a luz. Do refletor.

Série B 2011: Salgueiro 0 x 1 ABC. Foto: Bernardo Dantas/Diario de Pernambuco

Bônus na cartilha alvirrubra

Série B 2011: Goiás 1 x 2 Náutico. Foto: Goiás/divulgação

Analisando a tabela como um todo, dificilmente o técnico Waldemar Lemos cravaria uma vitória no Serra Dourada, diante do Goiás.

Ir até Goiânia para enfrentar o clube esmeraldino, um dos mais ricos e tradicionais desta Série B, nunca foi bom negócio. Nem mesmo para os grandes clubes na Série A.

Na tabela, este jogo pode ser um daqueles “descartáveis”, tendo o empate como bônus.

Imagine, então, após uma atuação opca no primeiro tempo, tendo o goleiro Gideão como destaque, crescer na etapa final, encaixar a marcação e, sobretudo, os contragolpes, definindo uma vitória daquelas…

Na noite desta sexta-feira, o cirúrgico Náutico venceu o Goiás por 2 x 1 e subiu de vez no Campeonato Brasileiro, com raiz no G4.

Os gols alvirrubros saíram aos 13 e 22 minutos do segundo tempo.

Primeiro com o atacante Kieza, o 12º do artilheiro na competição, mandando para as redes após cruzamento rasteiro de Peter. Bateu forte, consciente. Desmanchou o Goiás.

Depois, com o meia Eduardo Ramos. De forma surpreendente, saindo de sua característica mais cadenciada, o camisa 10 roubou a bola ainda no campo de defesa e avançou mais de 40 metros em velocidade.

Cara a cara com Harlei, tocou com categoria, deslocando o goleirão. Iarley diminuiu de cabeça, nos descontos, mas não impediu a soma de três pontos para Rosa e Silva

Em sua 11ª partida como visitante, esta foi a 3ª vitória do Náutico e, beneficiado pelo tropeço da Ponte Preta, o Timbu ficou a um ponto do adversário, o vice-líder (39 x 38).

Apontada pelos próprios alvirrubros como a sequência mais difícil nesta Segundona, com Ponte Preta (F), Portuguesa (C), Goiás (F) e Criciúma (C), o time pernambucano chegará na última partida com dois empates e uma vitória, em um bom desempenho.

Ainda no gramado, os jogadores ficaram de joelhos e agradeceram. Os comandados de Waldemar Lemos voltam ao Recife com a certeza de um bônus na bagagem…

Série B 2011: Goiás 1 x 2 Náutico. Foto: Goiás/divulgação

Passado e presente misturados em 2020

 

Jogos Olímpicos agendados em Londres, em 2012, e Rio de Janeiro, em 2016.

O ano de 2020 ainda está um pouco longe, certo? Nem tanto…

A Olimpíada que vai suceder a edição na Cidade Maravilhosa já está na pauta do Comitê Olímpico Internacional (COI). O prazo para a inscrição expirou nesta sexta-feira.

Eis as seis candidatas: Madri (Espanha), Roma (Itália), Istambul (Turquia), Doha (Catar), Baku (Azerbaijão) e Tóquio (Japão).

Enquanto a capital espanhola tentará pela terceira vez obter a sede olímpica, Roma (1960) e Tóquio (1964) vão tentar realizar o evento pela segunda vez.

A escolha será feita em 7 de setembro de 2013, na assembleia do COI, em Buenos Aires.

Na sua opinião, qual cidade deveria organizar os Jogos Olímpicos de 2020?

Artilharia intacta de Ronaldinho

Ronaldinho Gaúcho chega em Londres para jogo do Brasil em 2011. Foto: CBF/divulgação

De fato e de direito, Ronaldinho Gaúcho está de volta à Seleção Brasileira.

O meia de 31 anos acaba de se apresentar na capital inglesa, Londres, onde a Canarinha enfrentará Gana, em um amistoso, em 5 de setembro, no estádio do Fulham.

O craque do Flamengo volta ao escrete com status de artilheiro entre o convocados.

Foram 34 gols nos 93 jogos realizados, com 6.478 minutos em campo com o uniforme do Brasil. Ao todo, ele soma 110 convocações.

Experiência? Tem. Técnica? Ainda mais. Resta saber o comprometimento…

Em convocações, jogos e minutos em campo, Ronaldinho só fica atrás do zagueiro e capitão Lúcio, com 132, 106 e 9.230, respectivamente.

Veja o perfil dos convocados de Mano para a partida, com esses números, clicando aqui.

O que você acha da volta de Ronaldinho à Seleção? Tem fôlego para 2014?

Copa do Mundo 2006: Brasil 1 x 0 Croácia, com Ronaldinho Gaúcho em ação. Foto: Fifa/divulgação

Uma vez Flamengo, sempre Sport

Joanna Maranhão é ouro no Finkel 2011. Foto: CBDA/divulgação

Ouro nos 400 metros livre, no Troféu José Finkel, em Belo Horizonte, a nadadora pernambucana Joanna Maranhão subiu no alto do pódio para receber a medalha.

Com o uniforme rubro-negro do…

Flamengo.

Torcedora fanática do Sport, Joanna sempre defendeu o Leão pernambucano Brasil afora, acompanhando, inclusive, o time em jogos em outros estados.

Porém, ela acaba de assinar um contrato com o time carioca até dezembro, e agora está tendo que respeitar alguns limites da rivalidade em nome do profissionalismo.

A foto é um duro golpe no Sport, que sequer cogitou contratar a atleta este tempo todo, em uma falha grande de marketing e visibilidade…

Campeonato do X

Classificação da Série B de 2011 após 20 rodadas

No gráfico disponibilizado pelo site oficial do Sport é possível ver a evolução rodada a rodada da Série B deste ano.

Acima, então, um comparativo entre os rivais centenários do Recife, após 20 rodadas.

Entre a 10ª e 15ª rodadas, alvirrubros e rubro-negros se revezaram na briga particular na tabela, com um “X” na linha histórica das posições de forma consecutiva.

Após seis inversões na classificação, o Náutico cavou a sua vaga no G4. Segue fixo.

Essa Segundona ainda reserva mais algum X para os rivais?

Vale ressaltar que isso não está associado diretamente ao acesso de ambos para a elite nacional. Os dois poderão se classificar (ou não) sem que a ordem seja modificada.

Quando uma negociação vira ressentimento

Macaco

Mais que o epílogo sobre a saída do capitão do Santa Cruz, Thiago Matias, vale uma observação na condução do processo, um tanto quanto apressado de todos os lados.

Zagueiro de 1,90m, artilheiro, líder e campeão estadual.

Seria natural esperar uma valorização em atleta assim, ainda com 28 anos.

Pois foi o que ocorreu de forma natural com o então xerife coral, após o Estadual. Ele acabou negociando uma vantajosa renovação de contrato até 2014.

Mas isso se estendeu a outros clubes, de divisões superiores. Não pode ser visto como algo do outro mundo uma proposta melhor do Ceará, com 100% de aumento, chegando a R$ 50 mil. O time alencarino está três séries nacionais acima do Tricolor.

Mas o que surpreendeu mesmo foi o rastro de decisões dentro do Arruda.

Jogador – Recebe uma proposta – longe de uma assinatura de fato – e já se nega a treinar com o grupo. Repensa a decisão e sai para dar uma volta no gramado, só para ouvir xingamentos. Depois, é revelado o pedido de novo aumento, o segundo este ano.

Diretor – Declara para a imprensa logo depois que mesmo que a negociação com  Ceará não seja concretizada, vejam só, o atleta não jogará mais no clube. Fechou as portas.

Técnico – Argumenta que o zagueiro está sem clima no elenco e que ele também recebera propostas (9), mas ficou – o que não significa que não tenha reajustado.

Tudo isso em uma tarde… Nada mais. Bastidores fervendo.

A proposta alheia pode não vingar, o aumento pode não ocorrer, nem lá nem cá, uma vez que há um contrato em vigor e o jogador pode recuar.

Nota-se que o presidente tricolor Antônio Luiz Neto ainda não se pronunciou de forma oficial. Conciliador, o mandatário pode costurar um acordo envolvendo as partes.

Se não for possível, que ocorra uma transação natural no futebol.

Que se pague a multa rescisória. Estranho mesmo é tanto ressentimento em um dia.

Batalhinha dos Aflitos

Série B 2011: Náutico x Portuguesa. Foto: Náutico/divulgação

Assim que o árbitro Gutemberg de Paula Fonseca encerrou o jogo nos Aflitos, na noite desta terça-feira, uma certa frase rendeu bastante no microblog Twitter.

Por sinal, foi o título deste post.

Ironia que remete, obviamente, ao jogo de 2005 contra o Grêmio, também na Série B.

Desta vez, um jogo duríssimo, com cara de revanche. Na estreia, o Náutico havia sido goleado pela Portugusa por 4 x 0. O Timbu evoluiu desde então e subiu na classificação.

Saiu da lanterna na primeira rodada para uma consolidada 3ª colocação.

Então, nos Aflitos, diante de 16.548 torcedores, uma verdadeira panela de pressão. O Alvirrubro criou as suas chances no primeiro tempo, assim como a lúcida Lusa. Dessa vez, Kieza e Edno não decidiram.

No fim do primeiro tempo, o lance que decidiu a história do jogo.

Ferdinando derrubou Kieza e recebeu, merecidamente, o segundo cartão amarelo. Foi expulso. Em seguida, por reclamação, Marcelo Cordeiro também ganhou o vermelho.

Em dois minutos, o Náutico via surgir uma chance claríssima para derrubar o perigoso ponteiro, com cinco vitórias como visitante e só uma derrota longe do Canindé.

E foram 49 minutos de vantagem no segundo tempo, incluindo os acréscimos, com o Náutico martelando o adversário, completamente fechado pelo técnuico Jorginho.

A cada gol perdido, mãos na cabeça na lotada arquibancada em Rosa e Silva.

Kieza, Rogério, Philip e Eduardo Ramos perderam as melhores oportunidades.

O empate sem gols acabou não saindo do placar. Um 0 x 0 frustrante.

Em dois jogos seguidos contra os melhores, Ponte e Lusa, dois empates nos quais a vitória pernambucana esteve muito perto. Pelo contexto, foi, sim, uma batalhinha.

Nada que mude o foco de um time a quatro pontos do 5º lugar, firme no G4. Menos mal.

Série B 2011: Náutico x Portuguesa. Foto: Náutico/divulgação

O ponto mais comemorado dos últimos tempos

Série B 2011: Icasa x Sport. Foto: Álvaro Claudino (Sport)/divulgação

Os rubro-negros estiveram presentes no estádio Romeirão, em Juazeiro do Norte.

Em número pequeno, mas com o desejo de ver a terceira vitória seguida na Série B.

Se com apenas 25 minutos de treino com PC Gusmão o Sport passou por cima do Vila Nova, a expectativa era de que após uma semana de trabalho intenso na Ilha o time leonino apresentasse um padrão de jogo ainda mais consolidado diante do Icasa.

Pois aconteceu exatamente o oposto na noite desta terça-feira.

O Sport jogou muito mal, em uma de suas piores atuações nesta Segundona.

Uma passividade incrível na defesa, sem gana na marcação, uma sequência interminável de passes errados no meio-campo e uma dupla de ataque que não chutou, não tabelou e não colaborou nem com a articulação nem com a pressão na saída de bola.

Ainda assim, um empate salvador na abertura do returno, 2 x 2.

Resultado através de duas cobranças de falta. Aos 22 minutos do primeiro tempo, no ângulo esquerdo do goleiro, e aos 43 da etapa final, no cantinho.

Ambas com a assinatura do meia Marcelinho Paraíba, veterano, contestado, cobrado e ainda diferenciado. Não foi brilhante, mais teve uma dose de lucidez e empenho.

Ele evitou uma derrota diante do Icasa, que, se não jogou bem, pelo menos agrediu o Sport na maioria do tempo e ainda contou com a sorte, vendo um gol contra ridículo do Leão – de Tobi para Gabriel, de Gabriel para as redes – e com um gol duvidoso.

Aqueles torcedores rubro-negros que encararam a viagem até o Ceará estão aliviados, certamente. Outros tantos que acompanharam a partida em Pernambuco devem ter consciência de que o futebol foi abaixo da crítica.

Esse pontinho valeu como uma vitória de ocasião. Cobre mais, PC. Bem mais…

O fim da segunda era do futebol pernambucano

Carlos Alberto Oliveira. Foto: Jaqueline Maia/Diario de Pernambuco

Ele foi empossado presidente aos 52 anos, no distante ano de 1995, no lugar do irmão.

Só deixaria a cadeira em dezembro de 2015, duas décadas depois, aos 73 anos.

A foto de Jaqueline Maia deixa claro todo o tempo à frente da Federação Pernambucana de Futebol, com um dirigente já consumido pelo cansaço de cinco mandatos, pelas inúmeras brigas, confusões e estilo de confronto, em prol do estado, sob sua ótica.

Bateu de frente até mesmo com a CBF, durante boa parte de sua gestão, até retomar a amizade com Ricardo Teixeira em 2009.

Na manhã desta segunda-feira, aos 69 anos, bem antes de seu desejo de comandar o futebol pernambucano no centenário da FPF, em 2015, Carlos Alberto Oliveira faleceu.

Vítima de um infarto fulminante.

Chega ao fim a segunda maior era de um dirigente na presidência da federação, com 16 anos, abaixo apenas de Rubem Moreira, com intermináveis 27 anos, entre 1955 e 1982.

Com Carlos Alberto, Pernambuco viveu, indiscutivelmente, altos e baixos.

Do Estadual com estádios cada vez mais vazios nos anos 90 ao Pernambucano recordista de público, mas dependente de subsídios do governo do estado.

Do torneio radicado apenas no Grande Recife a uma competição que desbravou todo o interior, chegando até o Sertão do São Francisco.

Uma história com regulamentos feitos sob medida para tentar nivelar velhos rivais nos campeonatos (apesar do abismo entre eles), passando por cima de critérios técnicos.

De inchaços em competições que asfixiaram o calendário futebolístico de Pernambuco.

De torneios transmitidos apenas pelo rádio, sem receita alguma para os clubes, à geração da TV ao vivo, incluindo pacotes modernos como o pay-per-view.

Transformou a FPF em uma entidade rica, com patrimônio de R$ 2,8 milhões, valor suficiente para bancar torneios de várias categorias, como infantil, juvenil, Copa do Interior, amador e feminino. Por outro lado, viu ao mesmo tempo a gangorra dos clubes profissionais nas divisões nacionais, saindo da Série A e pisando até na D.

Foram 14 anos sem jogos da Seleção no Recife por causa de discussões de ego. No meio disso, a vitória do estado como subsede do Mundial de 2014. Apoiou o projeto.

Enfim, altos e baixos. Ditadura para uns, gestão firme para outros.

Polêmicas e divergências de opinião à parte, o futebol pernambucano está de luto.