Sem multidão, sem futebol e só com um ponto

Série D 2011: Santa Cruz/RN x Santa Cruz/PE. Foto: Alessandro Assunção/ON/D.A Press

João Pessoa mais uma vez na rota dos recifenses corais.

Em vez de 16 mil torcedores, tomando conta do estádio Almeidão, um público mais modesto atravessou a BR-101, com 4.129 pessoas.

Ainda assim, foi uma assistência razoável no estado vizinho.

Os 12 mil torcedores a menos em relação à estreia na Série D são proporcionais ao futebol apresentado neste domingo, diante do xará do Rio Grande do Norte.

Partida fraquíssima, digna da Série D em seu contexto absoluto.

Os tricolores do Arruda podem até apontar o gramado como vilão, mas o time esteve preso em campo, sem criatividade alguma.

E olhe que os comandados de Zé Teodoro jogaram mais de 30 minutos com um a mais.

O empate em 0 x 0 entre as duas versões do Santa Cruz deixou o grupo 3 da 4ª divisão ainda mais embolado, uma vez que o Porto surpreendeu e venceu o líder Alecrim.

Faltam três partidas, duas delas no Arruda, certamente lotado.

A 1ª fase parecia fácil para o atual campeão pernambucano, mas o desempenho até aqui serve de alerta para um torneio cuja vaga está longe de ser “garantida”.

A Cobral Coral deverá avançar, mas é preciso uma multidão, bom futebol e três pontos.

Série D 2011: Santa Cruz/RN x Santa Cruz/PE. Foto: Alessandro Assunção/ON/D.A Press

Metade da maratona da Série B

Fim do primeiro turno da Série B, com 190 partidas realizadas.

Após 19 rodadas, confira como ficou a classificação do Brasileiro em sua metade. No gráfico abaixo, todas as edições na era dos pontos corridos com o mesmo número de jogos. Entre 2006 e 2010, os times estão marcados com a condição final na disputa, sendo “A” para o acesso e “C” para o rebaixamento. Veja e compare.

Das 20 vagas à Série A até a última temporada, 14 delas foram ocupadas por clubes que terminaram o turno inicial no G4. Já no Z4 (rebaixamento), foram 12 de 20.

Para analisar o gráfico com as seis tabelas numa resolução maior, clique aqui.

Série B de 2006 a 2011 após o primeiro turno

Nada de frustração, Timbu

Série B 2011: Ponte Preta 3 x 3 Náutico. Foto: Ponte Preta/divulgação

Foi por pouco, muito pouco…

Jogando na tarde desta sábado em Araraquara, longe da pressão do Moisés Lucarelli, em Campinas, o Náutico não se intimidou diante da Ponte Preta.

Sofreu um gol ridículo no começo da partida, quando Lúcio Flávio subiu sozinho para cabecear. Uma falha de marcação difícil de aceitar, pois não havia ninguém por perto…

Eram 17 minutos e a Macaca, é bom lembrar, tinha o status de vice-líder da Série B.

Mas o Alvirrubro soube se impor em campo e virou o placar ainda na primeira etapa, com um golaço de Elicarlos, de fora da área, e Rogério. Marcou, atacou e surpreendeu.

No início do 2º tempo, a postura timbu foi a de uma equipe que merece demais estar no G4, segura e explorando os espaços, mesmo diante de um adversário qualificado.

Eduardo Ramos chegou a ampliar a vantagem, fazendo 3 x 1. Eram 18 minutos!

A vitória estava bem encaminhada… Cheiro de vice-liderança.

O técnico Levi Gomes, no lugar do suspenso Waldemar Lemos, fez as substituições necesárias, pelo cansaço e por opção tática.

As peças a disposição, porém, não funcionaram muito bem, reforçando a ideia de que o elenco timbu necessita de reforços, apesar do time titular bem encaixado.

Um vacilo pelo lado esquerdo e Renato Cajá concluiu um cruzamento rasteiro… Foi a senha para a pressão paulista, que resultou no empate aos 33,em mais uma bola aérea.

Após cobrança de escanteio, Guilherme subiu mais que a defesa e testou sem chances para Gideão. Fim de jogo, 3 x 3 na Arena da Fonte.

O resultado está longe de ter sido ruim. Um ponto como visitante diante de um adversário direto será muito importante até o fim da competição.

Ficou a frustração por não ter vencido, o que até tem um lado bom. Mostra que o Alvirrubro tem condições de buscar de forma consciente, sempre, os três pontos.

Série B 2011: Ponte Preta 3 x 3 Náutico. Foto: Ponte Preta/divulgação

Salgueiro cada vez mais longe

Série B 2011: Salgueiro 1x4 Barueri. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Sete pontos ou sete anos luz? Eis uma distância quase inalcançável no Brasileiro.

Trata-se de uma margem superior a duas rodadas com resultados favoráveis.

Pois é o que o Salgueiro vai ter que encarar no segundo turno desta pioneira participação na Série B, competição bem mais difícil que aquela histórica Terceirona.

O alento após a vitória em Campinas, de virada, sobre o Guarani, há uma semana, sumiu após a goleada sofrida em Paulista, na tarde deste sábado.

Tocando a bola e explorando as inúmeras deficiências do time pernambucano, sobretudo na marcação, o Barueri marcou quatro gols no estádio Ademir Cunha, 4 x 1.

Em 19 jogos, o moribundo Carcará sofreu 33 gols.

Antes de mais nada, o técnico Maurício Simões precisa acertar a marcação de uma equipe joga pouco, mas que deixa o adversário jogar até cansar… Falta até paciência!

Com 16 pontos, hoje, o Carcará foca o Vila Nova, em 16ºlugar e com 23 pontos.

Resumindo: o Salgueiro irá largar dos boxes no returno da Segundoa. Resta saber se tem motor para acelerar tanto assim, pois a distância já enorme, além do limite.

Afinando até no MMA

Anderson Silva, astro do MMA, vai defender o cinturão de campeão neste fim de semana, no UFC Rio. Os seus últimos dias reservaram inúmeras ações publicitárias.

Uma delas foi a campanha com a Burger King, com dois comerciais.

Abaixo, o segundo vídeo, tirando um sarro da voz fina de Silva…

Veja outro vídeo desta campanha com o lutador aqui.

Campeão só com o nome

Recopa 2011: Internacional 3 x 1 Independiente. Foto: Inter/divulgação

Sport Club Internacional.

Nunca um nome caiu tão bem para um clube de futebol como no caso do Colorado.

Nesta quarta-feira, o time gaúcho conquistou a 7ª taça internacional desde 2006.

Um fenômeno.

Libertadores e Mundial em 2006. Recopa em 2007. Copa Sul-americana em 2008. Copa Suruga em 2009. Libertadores 2010. Agora, mais uma peça para o memorial.

Num jogo duríssimo contra os argentinos do Independiente, o Internacional reverteu o 2 x 1 de Avellaneda e fez 3 x 1 no estádio do Beira-Rio, no embate que reuniu os campeões da Libertadores e Copa Sul-americana da temporada passada.

Assim, mais uma Recopa na sacola, com um show do atacante Leandro Damião. Hoje, o nome Internacional corresponde a um clube que atravessa, de fato, fronteiras.

Curiosamente, até o dia 16 de agosto de 2006, no segundo jogo da final da Taça Libertadores, contra o São Paulo, a torcida vermelha viva outra realidade, bem difícil.

Os colorados eram obrigados a ouvir da metade azul do Rio Grande o apelido de “Interregional”, numa provocação ao time que jamais havia vencido nada fora do país…

Até aquele dia, o Grêmio tinha quatro títulos no exterior – Mundial 1983, Libertadores de 1983 e 1995 e Recopa 1996 -, soberano em Porto Alegre…

Pois o tempo passou e o Grêmio segue com quatro taças internacionais. Porém, o Inter virou o jogo (7 x 4) e, não por acaso, é o líder isolado do ranking da Conmebol.

A popular “Gangorra Gre-Nal” virou e não parece indicar que algo vá mudar tão cedo…

Recopa 2011: Internacional 3 x 1 Independiente. Foto: Inter/divulgação

Amizade mais que renovada até segunda ordem

Convite da FPF à CBF para o amistoso Brasil x Gana. Crédito: FPF/divulgação

Trata-se de uma relação cada vez mais estreita.

Os presidentes da FPF, Carlos Alberto Oliveira, e da CBF, Ricardo Teixeira, passaram 14 anos afastados politicamente. Carlos Alberto chegou a lançar à sua candidatura à CBF.

O longo hiato é simbolizado pela ausência da Seleção Brasileira no Recife, justamente neste período, entre o amistoso com a Polônia em 19 de junho de 1995 e o duelo contra o Paraguai, em 10 de junho de 2009, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.

Vitória por 2 x 1 nos dois jogos. Alegria na arquibancada e rompimento fora dela. A punição mais clara ao futebol do estado foi mesmo a distância da Seleção Brasileira.

Aos poucos, o contato não só voltou, como vem ocorrendo de forma pública…

Em junho, Carlos Alberto Oliveira foi convidado pelo mandatário da CBF para chefiar a delegação brasileira durante o 61º Congresso da Fifa, marcado pela eleição presidencial.

Representando o Brasil, Carlos Alberto confirmou o voto em Joseph Blatter.

Agora, novo convite. Desta vez para presidir a delegação nacional no amistoso contra Gana, em 5 de setembro, em Londres.

Destaque para a frase final do ofício encaminhado à sede da FPF.

“Aproveito o ensejo para renovar a vossa senhoria meus protestos de elevada estima e distinta consideração.”

O que representa essa reaproximação de fato? Política, política, política…

Nova dinastia sem coroa

Seleção da Holanda. Foto: Fifa/divulgação

Criado em agosto de 1993, o ranking de seleções elaborado pela Fifa sempre foi marcado por contestações, devido ao complicadíssimo sistema de pontuação com os 206 times.

Só para citar alguns: variação de pontos de acordo com o adversário, o tipo da partida (amistoso, torneio – continental ou mundial), o período do jogo (considerando os últimos oito anos, decrescendo, claro), relação pelo número de partidas com o nível dos confrontos, bônus, por resultados fora de casa etc.

Assim, em agosto de 2011, 18 anos depois, a Holanda torna-se o 7º país a alcançar a liderança. O time laranja chega ao topo do ranking da Fifa sem jamais ter chegado no topo de um Mundial. Os holandeses somam três vices (1974, 1978 e 2010).

Antes, considerando a primeira vez, chegaram lá Alemanha (08/1993), Brasil (09/1993), Itália (11/1993), França (05/2001), Argentina (03/2007, Espanha (07/2008).

A Fúria também chegou ao topo do reinado da bola sem a coroa, mas dois anos depois conseguiu erguer a sua Copa do Mundo, já com sangue azul.

Como curiosidade, confira a pior posição de cada um dos países que já lideraram.

França: 27º (09/2010); Espanha: 25º (03/1998); Holanda: 25º (02/1998); Alemanha: 22º (03/2006); Brasil: 8º (08/1993); Itália: 16º (05/1994); Argentina: 24º (08/1996).

Nota-se que o Brasil é o único Top Ten da história… Resta saber até quando.

Dois campeões mundiais jamais ficaram na liderança do ranking oficial. O máximo que a Inglaterra conseguiu foi repetir, agora, o 4º de dezembro de 1997. A posição mais baixa do English Team foi a 27ª posição em fevereiro de 1996.

Já o Uruguai deu um grande salto após a conquista da Copa América. A Celeste aparece na 5ª posição, sua melhor escalada na história da lista da Fifa. Por outro lado, entre os campeões, apresenta a pior queda com um vexatório 76º lugar em dezembro de 1998.

A Fifa tenta explicar o ranking, em inglês, com duas opções: básica e complexa.

A goleada não veio. A paz? Enfim…

Série B 2011: Sport x Vila Nova. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Vitória tranquila na Ilha do Retiro. Pela primeira vez neste Brasileiro da Série B, o Sport conseguiu dois resultados positivos de forma consecutiva.

Pouco para quem almeja tanto. Porém, pelo contexto do jogo na noite desta terça-feira, foi muito importante e até certo ponto animador que tenha acontecido “agora”.

De forma provisória, o G4 está na mira leonina, ainda mais na estreia do técnico Paulo César Gusmão, o terceiro comandante nesta empreitada para recolocar o clube na elite.

Mesmo com o alívio, vale uma crítica em relação ao 2 x 0 no placar sobre o Vila Nova.

Os gols de Willians (insistente, só conseguiu na terceira tentativa) e Naldinho (solto em campo, foi o melhor da partida) não traduzem as oportunidades criadas.

Foram várias durante os 90 minutos, com pleno domínio ofensivo e defensivo. Sem embargo, a partida poderia ter acabado com uma goleada daquelas para o Rubro-negro.

Quando o time pernambucano parou com a ligação direta com o ataque (bola alta) e passou a tocar bem a bola, o jogo ficou marcado pelas jogadas criadas só por um time.

Marcelinho Paraíba esteve bem, mas perdeu um gol feito. Os alas Thiaguinho e Saci, ambos com muita mobilidade, também desperdiçaram chances cara a cara.

O atacante Júnior Viçosa foi um capítulo à parte. Bem na função de abrir espaços, ele apresentou um rendimento baixo como centroavante. Mas os gols saíram, na raça.

De qualquer forma, fica só aviso pelos gols perdidos. Até porque PC teve apenas um dia de trabalho. Mais observação que orientação. Agora, uma semana completa na agenda.

Até o Icasa, em Juazeiro do Norte, um pouco de paz no pressionado Leão da Ilha.

Série B 2011: Sport 2x0 Vila Nova. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco