As capas do Diario de Pernambucano e do caderno Superesportes deste sábado estampam em suas manchetes a absurda falta de uma tabela para o hexagonal do Campeonato Pernambucano, a um mísero dia para a primeira rodada.
Com essas capas em um dos principais jornais da região, o volume de notícias negativas sobre o futebol local vai aumentando na temporada, algo fora do normal.
Considerando o inicio do campeonato estadual de 2014, ainda no fim do ano passado, o Diario já trouxe em sua manchete a denúncia sobre os públicos fantasmas na competição, em 14 de dezembro, e a violência no primeiro jogo oficial do ano do Sport, no Nordestão, em 20 de janeiro.
Em todos os casos, as notícias negativas foram geradas por falhas gritantes na organização, longe de qualquer “agenda negativa”, a resposta vazia e costumeira.
Temas: borderô, tabela e segurança. Algo básico, mas, ao que parece, não é a grande preocupação dos gestores do nosso futebol…
Agora centenários, Sport, Náutico e Santa Cruz também vestem as mesmas cores há cem anos. Parece óbvio, mas no futebol brasileiro as mudanças nos uniformes, cores ou estampa, é algo bem comum. Dos três clubes, aliás, um chegou a vestir outro padrão. Em seu primeiro ano, a Cobra Coral foi alvinegra. Adotou o vermelho para se diferenciar do Flamengo do Recife.
Nesta postagem, os primeiros jogos e registros fotográficos das equipes, não necessariamente nos dias das partidas pioneiras. Apesar do registro em preto e branco, percebe-se os mesmos design nos padrões oficiais atuais de rubro-negros, alvirrubros e tricolores. Tradição.
22/06/1905 – Sport 2 x 2 English Eleven (Campo do Derby)
Elenco rubro-negro em sua primeira temporada no football.
15/07/1909 – Náutico 3 x 1 Sport (British Club)
Equipe titular do Timbu registrada no ano seguinte à estreia.
08/03/1914 – Santa Cruz 7 x 0 Rio Negro (Campo do Derby)
Equipe em 1917, com o primeiro negro a atuar no estado, Teófilo Batista.
O Campeonato Pernambucano de 2014 é o centésimo da história.
A dois dias do início do turno, com as estreias de Náutico, Santa e Sport, a competição viveu um de seus dias mais constrangedores em todos os tempos.
A enrolada diretoria de competições da Federação Pernambucana de Futebol conseguiu a proeza de sequer produzir uma tabela decente para a fase principal.
Após três modelos divulgados, dois deles ultrapassando o limite legal segundo o Estatuto do Torcedor, a FPF viu a sua tabela ir para o ralo numa decisão do TJD.
Vale lembrar que a tabela teria apenas seis clubes. Seis…
Curiosamente, o pioneiro Estadual, realizado no distante ano de 1915, ainda sob a chancela da Liga Sportiva Pernambucana, também teve seis clubes.
No entanto, aquele turno aconteceu normalmente, apesar das derrotas por WO da Colligação. No fim, título histórico para o Flamengo do Recife.
Acredite, há um século a tabela foi elaborada de forma melhor…
“O Náutico vai jogar onde eu mandar. Se eu mandar o Náutico jogar na lua, ele vai. Se não jogar, ele perde os pontos.”
O presidente Evandro Carvalho havia feito pouco caso da ameaça do Náutico sobre a tabela do campeonato estadual, em declaração ao blog De Primeira.
Na verdade, o tom do dirigente foi bem arbitrário…
Pois o Alvirrubro entrou no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) para que a tabela original do Pernambucano fosse mantida.
Após várias mudanças, foi agendado um clássico entre Náutico e Sport na Arena Pernambuco, no dia 10, o que irritou a direção timbu.
Isso porque a rodada original, divulgada no arbitral, em outubro do ano passado, apontava Náutico x Central, também na arena, mas no dia 9. Ainda houve uma segunda tabela com Sport x Náutico, revelada em 31 de janeiro.
A apenas dois dias do início da competição, o TJD-PE acatou o pedido da direção alvirrubra, com base no artigo 9º do Estatuto do Torcedor, que determina que a tabela final deve ser divulgada até 45 dias antes do início.
Portanto, só valeria a primeira das três tabelas.
O calendário mudou de novo. O torneio começa no domingo, sem jogos na Lua.
Na rodada de abertura do turno principal do campeonato estadual haverá o clássico entre Náutico e Sport, na Arena Pernambuco, em 10 de fevereiro.
Será o segundo Clássico dos Clássicos em São Lourenço da Mata em 2014.
Desta vez, os valores dos ingressos mais baratos à disposição para o público geral serão os mesmos para as torcidas do mandante e do visitante.
Antes, o consórcio vinha divulgando esquemas com preços distintos, mais caros para os clubes visitantes.
A decisão, no entendimento do blog, feria o regulamento geral de competições da CBF, no artigo 84/2º do capítulo VII.
“Os preços dos ingressos para a torcida visitante deverão ter necessariamente os mesmo valores dos ingressos para a torcida local, quando referidos aos mesmos setores do estádio ou equivalente.”
Coincidência ou não, após a denúncia do blog a Arena Pernambuco passou a conferir o mesmo (e justo) preço para todos os torcedores, com a setorização semelhante aos dos clássicos nos Aflitos, na Ilha do Retiro e no Arruda.
Atualização: o clássico acabou adiado por decisão do STJD.
Com dados do pesquisador Carlos Celso Cordeiro, considerando todas as 99 edições do Campeonato Pernambucano, eis o ranking histórico de pontos do Estadual, desde 1915 até 2013. Quem mais jogou? Quem venceu mais?
Abaixo, a lista com os 67 times. Antes, confira as ressalvas do historiador.
Embora relacionados com nomes diferentes, são o mesmo clube: 1) Great Western e Ferroviário 2) Sport Caruaru e Atlético Caruaru
3) Santo Amaro, Casa Caiada, Recife e Manchete.
Clubes distintos, apesar da “mudança de nome”: 1) Destilaria – Cabense
2) Desportiva Pitu – Desportiva Vitória – Acadêmica Vitória.
A Colligação SR sofreu 4 gols, mas mesmo assim perdeu 5 vzes, pois foi derrotado uma vez por WO.
As vitórias passaram a valer três pontos a partir de 1995, como consta na FPF.
Em 2014 o Santa chegará a 100 participações. Náutico e Sport chegarão a 99 e 98, respectivamente. Em 1915, o Timbu e o Leão não concordaram com a Liga. Já em 1978 o Rubro-negro ficou de fora sob sob protesto na FPF (veja aqui).
O Recife viveu um dia inesquecível em 19 de julho de 1994. Há vinte anos aconteceu na Avenida Boa Viagem a carreata do tetracampeonato mundial, com a Taça Fifa. Mais de 1,5 milhão de pernambucanos tomaram conta da orla no desfile dos campeões, na primeira parada no país.
Era uma ensolarada terça-feira, com ponto facultativo em toda a cidade. Na frente do carro do Corpo de Bombeiros, no desfile, estavam Ricardo Rocha e Romário, exibindo a taça. A festa durou o dia todo. Para se ter ideia, o Galo da Madrugada daquele ano teve um milhão de pessoas.
O Salgueiro tem apenas nove temporadas como profissional. Apesar do pouco tempo no futebol do estado, o clube conquistou o quarto troféu no âmbito local.
O Carcará ganhou a pioneira edição do Troféu Miguel Arraes, que corresponde ao primeiro turno do Pernambucano de 2014, sendo classificatório para o hexagonal principal. O triunfo veio após a goleada por 3 x 0 sobre o América, no Cornélio de Barros, com gols de Anderson Paraíba, França e Daniel.
A campanha sertaneja foi avassaladora. Nos 16 jogos disputados, o clube conquistou 11 vitórias, com 3 empates e apenas 2 derrotas. Marcou 23 gols e sofreu apenas 7. Na sequência da classificação final, Central, vice-campeão, e Porto, terceiro colocado, que também irão integrar o turno principal.
O inédito troféu aumentou a galeria do maior clube do Sertão do estado…
Campeonato Pernambucano – Série A2 (2007)
Troféu Miguel Arraes (2014)
Copa Pernambuco (2005)
Taça do Interior (2010)
Parabéns ao Carcará, já garantido no Campeonato Brasileiro da Série C, a mais alta escala entre os clubes do interior na atualidade.