Para exibir o Campeonato Pernambucano de 2011 de forma experimental no sistema pay-per-view, a FPF precisou reservar horários ingratos em sua tabela…
Sábado à noite. Tradicionalmente, o horário mais “anti-futebol” que existe. O primeiro teste com esse modelo será neste 26 de fevereiro, com Santa x Araripina.
Mais… O que era 20h passou para 20h30! A demanda foi feita a pedido do canal PFC, via Rede Globo, a sua proprietária (veja AQUI).
Assim, a grade da emissora de TV por assinatura foi preenchida com um jogo ao vivo.
A apenas 2,5 km do Arruda, duas grandes prévias do carnaval do estado estarão começando nesta noite: Sala da Justiça (Centro de Convenções) e Baile Municipal do Recife (Chevrolet Hall). Somadas, as duas festas devem atrair mais de 25.000 pessoas.
No Arruda, a cúpula do Santa Cruz se queixa que a renda deverá ser menor em relação à expectativa inicial do jogo. Afinal, em uma semana a Cobra Coral recuperou a liderança do Estadual e foi o único local a passar de fase antecipadamente na Copa do Brasil.
Caso o povão não surpreenda positivamente mais uma vez, a média tricolor na competição, de 24.921 pessoas, deverá baixar nesta 14ª rodada.
Falta de segurança, foco dividido entre futebol e frevança e transporte saturado.
Qual é o sentido de deixar de arrecadar dinheiro na bilheteria por uma transmissão experimental na televisão? Infelizmente, não há segredo: dependência da verba da TV.
No Brasil, boa parte do orçamento dos clubes é formada pelas cotas de transmissão. Em 2010, o Real Madrid faturou 40% de seus R$ 921 milhões com a TV. O índice do Sport no mesmo quesito, por exemplo, foi de 56% entre os R$ 25 milhões do ano passado.
No caso tricolor, sem a receita de um Campeonato Brasileiro longo no segundo semestre (Série A e B), a conta torna-se ainda mais enxuta.
Caso a verba da TV não fosse tão decisiva para suprir os gastos do clube, talvez fosse possível articular horários mais compatíveis com o público. Ainda mais no carnaval…