O ranking nacional de federações em 2016, com Pernambuco em 7º lugar

O ranking da CBF em relação às federações estaduais em 2016. Crédito: CBF

Pelo segundo ano seguido, Pernambuco se mantém em 7º lugar no Ranking da CBF, somando os pontos de todos os dez representantes locais nos torneios nacionais das últimas cinco temporadas. O estado é líder absoluto na região, no período de 2012 a 2016, com Bahia e Ceará, nesta ordem, na sequência. Já no cenário geral, para evoluir será preciso um esforço coletivo enorme. Hoje, são quase sete mil pontos em relação ao Paraná, que em 2017 terá dois clubes no Campeonato Brasileiro, o que já torna-se quase irreal a possibilidade de ultrapassagem – dependeria de uma grande campanha local na Copa do Brasil.

Pernambuco no ranking nacional:
2016 – 7º (23.489)
2015 – 7º (22.624)
2014 – 8º (21.520)
2013 – 8º (21.642)
2012 – 8º (22.765)

Percentual dos clubes na pontuação do estado em 2016:
Sport – 8.019 (34,13%)
Santa Cruz – 5.730 (24,39%)
Náutico – 5.401 (22,99%)
Salgueiro – 2.461 (10,47%)
Central – 789 (3,35%)
Serra Talhada – 459 (1,95%)
América – 255 (1,08%)
Porto – 171 (0,72%)
Ypiranga – 153 (0,65%)
Petrolina – 51 (0,21%)

Vale lembrar que a colocação da federação estadual, na lista organizada pela confederação brasileira de futebol, influencia diretamente no número de vagas de cada uma tanto na Copa do Brasil quanto na Copa do Nordeste (abaixo). Hoje, Pernambuco tem direito a três participantes nas duas competições.

Copa do Brasil (via estadual)
5 vagas – 1º e 2º (SP e RJ)
4 vagas – do 3º ao 5º (MG, RS e SC)
3 vagas – do 6º ao 14º (PR, PE, GO, BA, CE, RN, PA, AL e MT)
2 vagas – do 15º ao 22º (PB, MA, SE, DF, PI, AM, AC e MS) 
1 vaga – do 23º ao 27º (ES, RO, TO, AP e RR)

Copa do Nordeste (via estadual)
3 vagas – 1º e 2º (PE e BA)
2 vagas – do 3º o 9º (CE, RN, AL, PB, MA, SE e PI)

As várias maquetes oficiais do Arruda, com capacidade entre 30 mil e 120 mil

Apresentação da maquete da ampliação do Arruda, em 20 de janeiro de 1980. Foto: Arquivo/DP

No acervo do Diario de Pernambuco foi possível recuperar imagens dos projetos originais do Arruda, com maquetes distintas tanto no primeiro anel (aberto em 1972) quanto na ampliação (finalizada em 1982). Detalhes a seguir…

Em uma reunião no Pina, a “Comissão Pró-Estádio Tricolor” foi criada em 5 de abril de 1955. Já naquele dia, antes de qualquer projeto ou previsão de gasto, já se sabia o nome da praça esportiva: José do Rego Maciel. Entre 1963 e 1964, o arquiteto Reginaldo Esteves elaborou ajustes na planta para a construção do estádio, no lugar do acanhado campo com arquibancadas de madeira. No primeiro projeto oficial, seriam 30 mil lugares. Era bem parecido com o projeto final, com o anel (único) ondulado, mas com dimensões mais modestas.

Maquete original do anel inferior do Arruda. Foto: Acervo/DP

Em 30 de agosto de 1964 o apelido ‘Colosso do Arruda’ fez total sentido, com a apresentação de um estádio de 70 mil lugares. Ao final da construção, visando a Copa da Independência, em 1972, a capacidade máxima seria de 64 mil.

Maquete oficial do anel inferior do Arruda. Foto: Acervo/DP

Em 20 de janeiro de 1980 o projeto de ampliação foi apresentado no Palácio do Campo das Princesas ao então governador de Pernambuco, Marco Maciel – o filho do nome oficial do Mundão. Ao contrário do estádio coral conhecido hoje em dia, a maquete trazia o anel inferior prolongado a um tamanho gigantesco.

Apresentação da maquete da ampliação do Arruda, em 20 de janeiro de 1980. Foto: Arquivo/DP

A ampliação original (acima) deixaria o estádio com 100 mil lugares. É bom não precisar, porque o dado (e o investimento, em financiamento junto ao Bandepe) mudaria bastante (abaixo), tanto por novos cálculos quanto por informações desencontradas da comissão no longo ano de articulação junto à Prefeitura do Recife, visando a liberação com a arquibancada em cima do canal.

Previsão de gasto com a ampliação
28/01/1980 – Cr$ 70 milhões
23/03/1980 – Cr$ 80 milhões
30/11/1980 – Cr$ 120 milhões
10/05/1981 – Cr$ 215 milhões
26/07/1981 – Cr$ 282 milhões

Previsão de capacidade com a ampliação
20/01/1980 – 110 mil
28/01/1980 – 115 mil
23/03/1980 – 100 mil
10/05/1980 – 110 mil
10/01/1981 – 120 mil
26/07/1981 – 100 mil

Em 19 de maio de 1980, pela primeira vez em publicação no Diario, foi revelada a existência de duas propostas de reforma, com o segundo plano (inédito na ocasião) sendo escolhido posteriormente. Eis o texto original da reportagem:

“Na verdade, o aumento da praça de esporte dos tricolores não está tão fora da realidade quanto se pensa, ou se propala. Existem dois projetos. O primeiro, denominado projeto “A”, bastante regular, é de grande beleza arquitetônica e implica na desapropriação de algumas casas na Rua das Moças e na Rua Rosa Gatorno. O segundo, conhecido como projeto “B”, constaria em se fazer arquibancadas sobrepostas o que viria a dispensar as desapropriações, entretanto, o custo é bem mais elevado e não ficaria a obra tão majestosa como no primeiro projeto.”

Um informe publicitário no jornal, em 18 de janeiro de 1981, trouxe a imagem do projeto final da ampliação (abaixo), com dois anéis (o superior assimétrico) e a chamada “Valeu a pena modificar – Aprovado novo aprovado”. Após um ano de obras, o Torneio Reabertura do Arruda, em 1º de agosto de 1982, reuniu Santa, Náutico, Sport e Central. Na ocasião foram 86.738 espectadores, com a capacidade liberada para… 110 mil. A lotação nunca chegou a tanto (o recorde é de 96.990), mas a carga chegou a ser posta à venda na final de 1983.

Maquete da ampliação do Arruda. Foto: Acervo/DP

Os calendários de Náutico, Santa Cruz e Sport em 2017, variando de 55 a 90 jogos

Calendário

O calendário de jogos oficiais será farto no Recife na temporada 2017. Com o Trio de Ferro presente no Nordestão, após um breve hiato, o número mínimo de apresentações é o do Náutico, com 55, dado já elevado, com média de um jogo de futebol a cada 5,7 dias, descontando o período de férias e pré-temporada.

No outro extremo, o Sport pode chegar a inacreditáveis 90 jogos. A marca soa irreal, pois teria que disputar o título nos quatro torneios com mata-mata previsto. De toda forma, isso representaria uma média de 3,4 dias entre cada partida. No caso tricolor, a pré-classificação às oitavas da Copa do Brasil reduziu a lista em 6 jogos. Entretanto, o clube também foi prejudicado pela decisão da Conmebol, que o tirou da Sula (com o torneio, a sua agenda poderia chegar a 84 partidas).

O calendário de competições oficiais no país, descontando amistosos, prevê 312 dias de ação, de 29 de janeiro (estreia no Campeonato Pernambucano) a 6 de dezembro (decisão da Sul-Americana). Abaixo, os cronogramas possíveis dos sete clubes pernambucanos inscritos em competições nacionais.

Sport (de 57 a 90 partidas em 2017, em 5 torneios)
Copa do Nordeste (26/01 a 24/05) – de 6 a 12 jogos (até 4 fases)
Estadual (28/01 a 07/05) – de 10 a 14 jogos (até 3 fases)
Série A (14/05 a 03/12) – 38 jogos (fase única)
Copa do Brasil (08/02 a 12/10) – de 1 a 14 jogos (até 8 fases)
Copa Sul-Americana (05/04 a 13/12) – de 2 a 12 jogos (até 6 fases)
Total em 2016: 66

Santa Cruz (de 56 a 72 partidas em 2017, em 4 torneios)
Copa do Nordeste (26/01 a 24/05) – de 6 a 12 jogos (até 4 fases)
Estadual (29/01 a 07/05) – de 10 a 14 jogos (até 3 fases)
Série B (13/05 a 25/11) – 38 jogos (fase única)
Copa do Brasil (26/04 a 12/10) – de 2 a 8 jogos (até 4 fases)
Total em 2016: 73

Náutico (de 55 a 78 partidas em 2017, em 4 torneios)
Copa do Nordeste (26/01 a 24/05) – de 6 a 12 jogos (até 4 fases)
Estadual (29/01 a 07/05) – de 10 a 14 jogos (até 3 fases)
Série B (13/05 a 25/11) – 38 jogos (fase única)
Copa do Brasil (08/02 a 12/10) – de 1 a 14 jogos  (até 8 fases)
Total em 2016: 54

Salgueiro (de 35 a 58 partidas em 2017, em 3 torneios)
Estadual (04/01 a 07/05) – de 16 a 20 jogos (até 4 fases)
Série C (07/05 a 15/10) – de 18 a 24 jogos (até 4 fases)
Copa do Brasil (08/02 a 12/10) – de 1 a 14 jogos (até 8 fases)
Total em 2016: 42

Central, América e Serra Talhada (de 22 a 36 partidas em 2017, em 2 torneios)
Estadual (04/01 a 07/05) – de 16 a 20 jogos (até 4 fases)
Série D (04/06 a 17/09) – de 6 a 16 jogos (até 6 fases)
Total em 2016: 24 (América), 22 (Central), 22 (Serra)

Saiba mais sobre o novo calendário do futebol brasileiro clicando aqui.

A primeira rodada de Sport, Náutico e Salgueiro na Copa do Brasil de 2017

Sorteio da Copa do Brasil. Foto: CBF/facebook

Um sorteio na sede da CBF, no Rio de Janeiro, definiu todos os caminhos da Copa do Brasil de 2017 até a terceira fase (tabela abaixo), com 80 clubes, entre eles Sport, Náutico e Salgueiro, disputando dez vagas. Na quarta fase haverá um novo sorteio para os confrontos, com os cinco classificados compondo as oitavas de final (a quinta fase) com os oito participantes da Libertadores e outros três pré-classificados, Santa Cruz (Nordestão), Paysandu (Copa Verde) e Atlético-GO (Série B). Lembrando que, agora, as duas primeiras fases são disputadas em jogos únicos. Na 1ª fase, mando do pior rankeado e vantagem do empate ao visitante (os três pernambucanos jogam fora). Na 2ª, sorteio de mando e pênaltis como desempate. A partir da 3ª volta o tradicional “ida e volta”.

Confira o chaveamento completo em uma resolução melhor aqui.

Possíveis adversários:

Sport (vice-campeão)
1ª fase – CSA
2ª fase – River-PI ou Sete de Setembro-MS
3ª fase – Ceará, Boavista-RJ, Portuguesa-SP ou Uniclinic-CE

Náutico (3º lugar)
1ª fase – Guarani-CE
2ª fase – Sampaio Corrêa-MA (fora) ou São José-RS (fora)
3ª fase – Internacional-RS, Princesa-AM, Oeste-SP ou Friburguense-RJ

Salgueiro (4º lugar*)
1ª fase – Sinop-MT
2ª fase – Fluminense-RJ ou Globo-RN
3ª fase – Criciúma-SC, Santo André-SP, CRB-AL ou Altos-PI
* Ganhou a vaga após o Santa ganhar a pré-classificação às oitavas.

Distâncias aéreas na estreia:
1.843 km – Sinop (Sinop) x Salgueiro (Salgueiro)
498 km – Guarani (Juazeiro do Norte) x Náutico (Recife
200 km – CSA (Maceió) x Sport (Recife)

Em 2016, a estreia local foi trágica. Só o Santa avançou, despachando o Rio Branco-ES. O Náutico parou no modesto Vitória da Conquista, enquanto o Sport optou pela Sula, até então com a obrigação da eliminação precoce na Copa do Brasil, jogando com um time mesclado com juniores contra a Aparecidense. Derrota lá e lô. Já o Salgueiro não foi páreo para a Ferroviária de São Paulo.

Desempenho na 1ª rodada da Copa do Brasil (1989-2016):

Santa Cruz
22 participações
16 classificações (72%)
6 eliminações (última em 2012)

Salgueiro
3 participações
2 classificações (66%)
1 eliminação (última em 2016)

Sport
22 participações
19 classificações (86%)
3 eliminações (última em 2016)

Náutico
21 participações
17 classificações (80%)
4 eliminações (última em 2016) 

Total*
71 participações
56 classificações (78%)
15 eliminações (última em 2016)
*Incluindo as participações de Central (2) e Porto (1)

Tabela da Copa do Brasil de 2017. Crédito: CBF/youtube

Sertão emplaca quatro dos doze clubes do Campeonato Pernambucano de 2017

Os 12 clubes do Campeonato Pernambucano de 2017. Arte: Cassio Zirpoli/DP

O Campeonato Pernambucano de 2017 começa em 4 de janeiro, mas só agora, faltando 21 dias, todos os doze participantes foram definidos. Após o atraso judicial na segunda divisão local, com vários clubes alegando escalações irregulares em adversários, saíram os dois classificados à elite. E a festa foi toda no Sertão, que torceu de longe por seus representantes, com Afogados e Flamengo de Arcoverde conquistando a classificação nos estádios Ferreira Lima, em Timbaúba, e Gileno de Carli, no Cabo. Com a dupla classificação sertaneja, a região empata com o Grande Recife em número de participantes, o que não ocorria desde 2012. Substitui os agrestinos Porto e Pesqueira.

Número de clubes por mesorregião:
2017 – RMR 4, Sertão 4, Mata 2, Agreste 2
2016 – RMR 4, Agreste 4, Mata 2, Sertão 2
2015 – RMR 4, Agreste 4, Mata 2, Sertão 2
2014 – RMR 4, Agreste 4, Mata 2, Sertão 2
2013 – Agreste 5, RMR 3, Sertão 3, Mata 1
2012 – RMR 4, Agreste 4, Sertão 4, Mata 0
2011 – RMR 5, Agreste 3, Sertão 3, Mata 1
2010 – RMR 4, Agreste 4, Mata 2, Sertão 2
2009 – RMR 4, Agreste 4, Sertão 3, Mata 1
2008 – Agreste 5, RMR 3, Sertão 3, Mata 1

Os dois finalistas da Série A2 haviam empatado as semifinais em seus domínios, precisando vencer fora de casa. Numa chave que indicaria um participante inédito, Afogados e Timbaúba empataram outra vez em 1 x 1, com o acesso da Coruja arrancado nos pênaltis, 5 x 3. Em mais de um século de bola rolando, a cidade da medalhista olímpica Yane Marques, de 36 mil moradores, finalmente fará parte da 1ª divisão. Já na região metropolitana, a Cabense era a favorita, mas o Fla goleou por 4 x 1. O time, com escudo e uniformes diferentes hoje em dia, volta à elite após 18 anos! Agora, a despedida do futebol local em 2016 será com Afogados x Flamengo, valendo o título, em 18 de dezembro.

A distribuição dos participantes de 2017 por mesorregião:
Grande Recife (4) – 
América, Náutico, Santa Cruz e Sport
Zona da Mata (2) – Atlético (Carpina, a 45 km da capital) e Vitória (50 km)
Agreste (2) – Central (Caruaru, 130 km) e Belo Jardim (187 km)
Sertão (4) – Flamengo (Arcoverde, 256 km), Afogados da Ingazeira (386 km), Serra Talhada (415 km) e Salgueiro (518 km)

Participações (1915-2017):
103 – Santa Cruz (primeira em 1915)
102 – Náutico (1916)
101 – Sport (1916)
83 – América (1915)
54 – Central (1937)
11 – Salgueiro (2006)
6 – Acadêmica Vitória (2009) e Serra Talhada (2012)
5 – Belo Jardim (2007) e Flamengo (1994)
3 – Atlético Pernambucano (2015)
1 – Afogados (2017)

Confira a tabela da primeira fase do Campeonato Pernambucano clicando aqui.

Vinícius Eutrópio chega para a maior reformulação do Santa nos últimos anos

Vinícius Eutrópio. Crédito: Santa Cruz/site oficial

Martelotte, Milton Mendes, Doriva e Adriano. O instável comando técnico do Santa Cruz em 2016 terminou de forma interina. Num turbilhão administrativo, com atrasos salariais, o clube confirmou o novo nome, Vinícius Eutrópio.

Conforme informado pelo Superesportes, as referências foram dadas por Milton Mendes, que conquistou dois títulos no tricolor e acabou saindo por não conseguir fazer o time reagir no Brasileirão. Vinícius chega tendo como agenda inicial, em 2017, justamente os dois torneios, Estadual e Nordestão. Com o time pré-classificado às oitavas de final da Copa do Brasil, o calendário deve ser tranquilo até o fim de abril. Esse cenário com pressão reduzida será importante para a requalificação (técnica e financeira) do elenco, que parte sem peças importantes como Grafite, Keno, João Paulo e até o campeoníssimo goleiro Tiago Cardoso. Fora a urgente reconstrução da defesa, calo maior na Série A.

Aos 50 anos, o mineiro tornou-se treinador em 2009, após um longo período como auxiliar. Soma apenas um título na função, o campeonato catarinense de 2014, pelo Figueirense. No Arruda, com contrato de um ano, mais do que títulos no primeiro semestre, a cobrança será pelo retorno à elite nacional.

Competições oficiais do Santa Cruz em 2017:
Copa do Nordeste (a partir de 26/01)
Campeonato Pernambucano (29/01)
Copa do Brasil (26/04)
Série B (13/05)

Com 16 mil votos, colégio eleitoral do Sport estabelece recorde no Recife

Sócios do Sport aptos à eleição para o biênio 2017/2018

Postagem atualizada em 16/12, após correção do Sport*

A eleição do Sport visando o biênio 2017-2018 é a maior da história do futebol pernambucano em relação ao número de sócios aptos para votar. O prazo para atualizar a mensalidade leonina expirou em 10 de dezembro, faltando seis para o pleito, e, segundo dados da comissão eleitoral, são 16.500 rubro-negros, com a lista já afixada na sede. Quase duas vezes mais que a eleição anterior.

O número se explica pelo crescimento em 2015, no embalo da campanha na Série A, passando de 8 mil para 27.576 sócios titulares adimplentes, somando todos os planos. E a maioria (59%) se inscreveu em categorias a partir de “contribuinte”, a mínima com direito a voto – lembrando que ainda há 16 mil dependentes, que não podem votar. Na última década, a Ilha do Retiro foi marcada por bate-chapas, tendo pelo menos 20,2% dos sócios presentes. Alcançando o percentual mínimo, a disputa entre Arnaldo Barros e Wanderson Lacerda já chegaria a 3,3 mil votos – o recorde é de 3.548, em 2000.

O colégio eleitoral rubro-negro nos últimos 10 anos:
2016 – 16,5 mil sócios aptos
2014 – 9 mil aptos (1.818 votos, ou 20,2%)
2012 – 12 mil aptos (3.441 votos, ou 28,6%)
2010 – 7 mil aptos (1.957 votos, ou 27,9%)
2008 – 8 mil aptos (3.456 votos, ou 43,2%)
2006 – 8 mil aptos (1.817 votos, ou 22,7%) 

* Inicialmente, o Leão divulgou 27,5 mil aptos, porém, no dia da eleição, reduziu para 16,5 mil, excluindo sócios-torcedores e membros há menos de um ano.

As salas de imprensa dos clubes pernambucanos, nos estádios e CTs

Nas coletivas com jogadores, técnicos e dirigentes, a imagem é fechada no rosto do interlocutor, com um painel logo atrás, contendo o escudo do clube e seus patrocinadores. Ao redor, o ambiente específico para a imprensa esportiva, com a sala de entrevistas. Ampliando um pouco a imagem, é possível conferir a infraestrutura à disposição para a cobertura jornalística do futebol, com casos bem distintos. Aqui, exemplos das salas dos três grandes clubes do Recife e do Central de Caruaru, todas repaginadas e climatizadas. Mas, mesmo assim, com algumas pendências nas condições básicas para um nível profissional.

Confira também a estrutura das cabines destinadas à imprensa escrita no Arruda, na Ilha do Retiro e nos Aflitos clicando aqui.

Sport – Sala de Imprensa Carlos Percol (CT José de Andrade Médicis)
Demorou para sair, mais de dois anos pós-batismo. O Sport decidiu homenagear o jornalista e torcedor rubro-negro (no mesmo acidente aéreo de Eduardo Campos) em agosto de 2014. Só em dezembro de 2016 a sala ficou pronta, na montagem de dois containers ao lado do campo principal. Climatizado e com wi-fi, o local pode receber até oito jornalistas sentados, à parte das câmeras.

Sala de imprensa do CT do Sport, em Paratibe. Foto: João de Andrade Neto/DP

Náutico – Sala de Imprensa Rômulo Capela Pontes (CT Wilson Campos)
Nos Aflitos há uma sala de imprensa, hoje em desuso pela falta de jogos no estádio. Assim, a maioria das entrevistas do Alvirrubro ocorre na sala construída no CT, em janeiro de 2012, ao lado do campo principal. Lá, há um espaço para as câmeras de televisão, com sistema de iluminação especial. O clube, claro, também utiliza o centro de imprensa da Arena Pernambuco.

Sala de imprensa do CT do Náutico. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Santa Cruz – Sala de Imprensa Alexandre Severo (Arruda)
O Tricolor foi o primeiro a disponibilizar mesas para os repórteres, em maio de 2015. A estrutura é necessária, tamanha a quantidade de laptops nas coberturas. Todas as mesas têm saída de energia para os equipamentos. Contudo, não há sistema de áudio na mesa do entrevistado – ruim para a gravação nas rádios e tevês. A sala fica embaixo das cadeiras do Mundão.

Sala de imprensa do Arruda. Foto: Yuri de Lira/DP/D.A Press

Sport – Sala de Imprensa Haroldo Praça (Ilha do Retiro)
Inaugurada em novembro de 2001, a sala é a única entre os clubes locais a possuir um painel digital para expor os patrocinadores (desde novembro de 2012), em vez de um banner na parede. Porém, o espaço, localizado embaixo da geral do placar, é apertado para o trabalho da imprensa, sobretudo a escrita. Também não há nivelamento para as câmeras de televisão.

Sala de imprensa da Ilha do Retiro. Foto: Ricardo Luís (twitter.com/ricardoreporter)

Central – Sala de imprensa Severino de Souza Pepeu (Lacerdão)
Mesmo num tamanho reduzido em relação ao trio da capital, a sala do estádio alvinegro segue o padrão dos principais clubes, de forma customizada, com telão para os patrocinadores, espaço exclusivo para radialistas e painel sobre o clube (uma foto ampla do estádio). O espaço, inaugurado em agosto de 2011, ocupa uma das salas embaixo do tobogã do estádio Luiz Lacerda.

Sala de imprensa do Lacerdão, em Caruaru. Foto: Central/divulgação

Com 30 jogos de clubes em 2016, Arena Pernambuco registra 17% de ocupação

Arena Pernambuco. Crédito: Odebrecht/divulgação

A quarta temporada da Arena Pernambuco marcou a transição da operação, com o fim da parceria público-privada junto à Odebrecht, em rescisão tomada pelo governo. Agora, o empreendimento vem sendo administrado pela Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco (que organizou 20 dos 32 jogos em 2016), até que uma nova licitação seja realizada. Além disso, o ano também fica marcado pelos piores números do estádio, considerando os jogos oficiais do Trio de Ferro – como o blog apura desde a sua abertura, em 2013.

Baixa tanto em público quanto em bilheteria bruta. Neste caso, parece ter sido determinante a suspensão do programa Todos com a Nota, que subsidiava milhares de ingressos nos jogos com mando de campo de Náutico, Santa Cruz e Sport. Não por acaso, o número de jogos na arena caiu, com 11 partidas a menos – com forte ausência leonina, reduzindo de 10 para 3 apresentações. No total, foram 192 mil torcedores a menos nas cadeiras vermelhas do estádio, resultando numa taxa de ocupação foi de 17,7%, com média de 8 mil pessoas. Até então, nunca havia ficado abaixo de 20% e de 10 mil, respectivamente. Já em termos de arrecadação, o baque foi R$ 6,2 milhões em relação a 2015.

Como contraponto ao quadro desidratado, a primeira partida da Seleção Brasileira em São Lourenço estabeleceu um recorde duplo. O empate em 2 x 2 com o Uruguai foi assistido in loco por 45.010 torcedores (a capacidade máxima é de 46.214), com uma renda de R$ 4.961.890. Trata-e da maior bilheteria da história do futebol local, levando em conta os dados conhecidos – a Fifa não divulgou as bilheterias da Copa do Mundo e da Copa das Confederações.

Mesmo com o jogo das Eliminatórias da Copa 2018, o saldo do ano não deve ser bom no próximo relatório a financeiro, a ser divulgado em 2017. Lembrando que já são três anos seguidos com saldo negativo no balanço oficial: R$ 29,7 milhões em 2013, R$ 24,4 milhões em 2014 e R$ 19,0 milhões em 2015. Ao todo, R$ 73 milhões de déficit operacional do estádio, que ainda segue buscando o seu espaço entre tricolores e rubro-negros, essenciais para o negócio

Confira abaixo os quadros separados por cada clube e período.

Neste ano, a Arena Pernambuco registrou a pior média de público, pior taxa de ocupação, pior arrecadação, pior média de renda e pior tíquete médio. Apenas dois dados escaparam: número de jogos e público absoluto.

Balanço de público e renda do Trio de Ferro mandando seus jogos na Arena Pernambuco, de 2013 a 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Após a baixa em 2015, o Náutico melhorou um pouco os seus dados. Para isso, contou a flexibilização no preço dos ingressos – após a saída da Odebrecht. Com setores promocionais, chegou a registrar três jogos com 25 mil torcedores, no embalo da campanha de recuperação, que quase culminou com acesso.

Balanço de público e renda do Náutico mandando seus jogos na Arena Pernambuco, de 2013 a 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Após mandar dez jogos em 2015, com rendas milionárias, o Sport atuou apenas três vezes em 2016. A primeira delas, contra o Flamengo teve uma renda de R$ 802 mil, a maior do ano entre clubes na arena. Por outro lado, disputou lá o seu primeiro Clássico das Multidões como mandante com apenas 6.570 pessoas.

Balanço de público e renda do Sport mandando seus jogos na Arena Pernambuco, de 2013 a 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

O Santa Cruz segue como o grande clube pernambucano mais distante da arena. Foram apenas duas partidas, o mesmo dado de 2015. Mas o público presente foi menor, com 11.490 de diferença. Em seu primeiro Clássico das Multidões como mandante lá, pela Copa Sul-Americana, apenas 5.517 pessoas.

Balanço de público e renda do Santa Cruz mandando seus jogos na Arena Pernambuco, de 2013 a 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

A quantidade jogos abaixo considera apenas os mandos do Trio de Ferro. Vale destacar que em 2013 houve o clássico carioca entre Botafogo e Fluminense, com 9.669 pessoas e R$ 368 mil de renda. Já em 2015 houve um jogo de portões fechados na Ilha, não computado. Em 2016, o América jogou na Ilha (2x) e no Arruda (1x), partidas também não consideradas no levantamento.

Número de jogos do Trio de Ferro no Recife. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Relembre os balanços anteriores: 20132014 e 2015.

O regulamento oficial do Pernambucano de 2017, com ingresso mínimo a R$ 40

Finanças do Campeonato Pernambucano de 2017. Arte: Cassio Zirpoli/DP (com imagem da FPF)

A FPF divulgou o regulamento oficial do do Campeonato Pernambucano de 2017, um documento com apenas 14 páginas (íntegra abaixo), apresentando a fórmula, os detalhes financeiros da competição (como a taxa de 8% para FPF em todos as partidas) e as vagas destinadas aos torneios nacionais do ano seguinte. Entre os 28 artigos, chama a atenção o 19º, com a imposição de um valor mínimo para o ingresso: R$ 40 (!), com direito a meia de R$ 20.

O Estadual de 2016 teve uma renda bruta de R$ 4,73 mihões, com 318 mil torcedores. Ou seja, um tíquete médio de R$ 14,88, muito abaixo da nova exigência, bem fora da realidade. E olhe que o torneio teve um público médio de 3.498, o menor em 14 anos. Para completar, além da imposição sobre o preço, que não havia até a última edição, a federação ainda estipulou o mesmo valor aplicado na Série A. Os clubes locais vão tentar driblar a regra, sim ou claro?

Artigo do regulamento de 2017 sobre o preço dos ingressos

Artigo sobre o preço dos ingressos no Estadual de 2017

Artigo do regulamento de 2016 sobre o preço dos ingressos

Artigo sobre o preço dos ingressos no Estadual de 2016

Em relação ao formato, serão nove participantes na primeira fase, de 4 a 25 de janeiro. Os times estão divididos em três grupos de três, com as equipes de uma chuva jogando apenas com os integrantes das outras chaves. Após seis rodadas, os primeiros colocados avançam ao hexagonal do título, o campeonato “de fato”, já com Náutico, Santa e Sport, presentes nas duas primeiras divisões do Brasileiro e/ou no Nordestão – a exigência para a pré-classificação.

A etapa principal – paralela ao hexagonal que definirá os dois rebaixados – será disputada entre 29 de janeiro e 30 de abril, com os quatro primeiros avançando ao mata-mata. Na semi e na final, o critério será pontos ganhos e saldo de gols. Persistindo o empate, pênaltis. Apenas estádios com pelo menos 10 mil lugares poderão receber os jogos do mata-mata, o que limita as partidas a Recife, Vitória, Caruaru e Salgueiro. Outra falha do regulamento, na visão do blog.

1ª fase
Grupo A – Salgueiro, Belo Jardim e Atlético
Grupo B – América, Serra Talhada e o campeão da A2*
Grupo C – Central, Vitória e o vice-campeão da A2*
* A segunda divisão estadual acaba em dezembro

Hexagonal do título
Náutico, Santa Cruz, Sport e os 3 primeiros colocados da 1ª fase 

Confira a tabela da competição: primeira fase.