Com o título pernambucano de 2011, o Santa Cruz revitalizou a luta pela renovação de sua torcida. Foi uma conquista de peso, contra rivais que investiram bastante.
A diretoria do clube aproveitou a oportunidade para entregar a faixa de campeão a crianças de até 12 anos, a nova geração de fiéis tricolores, os curumins corais.
O evento simbólico teve o objetivo de fortalecer essa base de um futuro próximo, até então contaminada por sucessivos fiascos no Arruda. Na estreia, 167 crianças.
O presidente coral, Antônio Luiz Neto, chegou a gravar um vídeo para o site oficial sobre a iniciativa realizada neste sábado, com a presença dos jogadores campeões.
Ação simples e eficaz.
Como curiosidade, a presença do lateral-esquerdo Dutra, agora coral, mas que no Estadual defendeu as cores do Sport, justamente o rival vencido na decisão…
Eis um esboço clássico do projeto para um centro de treinamento como tantos outros.
Vários campos de futebol com dimensões oficiais, 105m x 68m, como na Copa do Mundo, além de um alojamento compacto, bem equipado para a concentração.
Há pelo menos 15 anos isso se tornou algo vital para um clube de tradição, estruturado.
Em março de 2001, quando acabou a Lei do Passe, muitos dirigentes enxergaram a mudança da pior forma. No Sport, um exemplo claro, com o fim das categorias de base.
Para muitos, os clubes haviam perdido o benefício de revelar um atleta, dando suporte desde o infantil, o que, convenhamos, não é barato, se analisado em grande escala.
Pois não foi o que aconteceu. Contratos mais longos, com multas rescisórias, além de vantagens para a agremiação formadora, deixaram claro que esse ainda era o caminho…
Os anos foram passando e os principais clubes do país modernizaram os seus centros. Alguns tão grandes que ganharam o apelido de “cidade”, no caso do Atlético-MG.
Outros passaram a ter mais de um CT, separando o profissional da base. Mais à frente, a evolução, com o CFA, o Centro de Formação de Atletas, com direito a acompanhamento pedagógico, médico e odontológico. Mérito do São Paulo.
Em Pernambuco, uma marcha lenta, primeiro pela supracitada falta de interesse e depois devido aos recursos escassos. Verba originada da venda. Ou seja, era um ciclo.
No Náutico, na Guabiraba, o Centro de Treinamento Wilson Campos caminha desde 1999, aos poucos, com muito esforço, sempre evoluindo.
No Sport, em Paratibe, o Centro de Treinamento José de Andrade Médicis, comprado por R$ 2 milhões em 2008, só agora começa a registrar a construção do alojamento.
Mas e o Santa Cruz? Tantos recordes no Arruda e nenhuma esperança de revelação?
A base deste ano, campeã pernambucana, pode ser apontada como um golpe de sorte. Não por causa da competência dos olheiros e técnicos da base, mas por causa da falta de estrutura oferecida para a geração que luta para tirar o time da Série D.
Ocorreu o mesmo com um tal de Rivaldo… Não dá pra viver esperando cair um raio.
Então, neste 10 de agosto de 2011, o Santa inicia a recuperação do tempo perdido.
O anúncio feito pelo presidente coral, Antônio Luiz Neto, de que um terreno de 10,5 hectares foi adquirido em Paratibe, a 18 quilômetros do Arruda, foi realmente animador.
Ainda sem maiores detalhes, o projeto terá cinco campos e alojamento (projeto clássico, como dito no início do post), em 60% da área do terreno, plano.
Certamente, o investimento do clube do povo não será barato.
Tomando por base os projetos de Sport e Náutico, de R$ 6 milhões e R$ 5 milhões, respectivamente, é de se esperar no mínimo a metade desses valores. Parcerias deverão ser articuladas para bancar parte disso, como ocorreu com o rival da Ilha.
CT, cidade, CFA… Pode chamar como quiser. Inclusive de Ninho das Cobras. É real.
Futebol pernambucano escrito em inglês, inteiramente em inglês.
O post anterior trouxe a citação do Santa Cruz no jornal britânico The Guardian, assinada por James Armour Young, colaborador do periódico.
Mas não no Brasil de uma forma geral, mas sim encravado no Recife.
Ele vive na capital pernambucana desde 2005. Além do site The Dirty Tackle, sobre futebol, James acabou criando também um blog inteiramente dedicado ao Santinha!
As multidões nas arquibancadas e as profundas divisões nacionais do Tricolor criaram uma atmosfera incomum bem além de nossas fronteiras, sob o olhar de James.
Por isso, ele escreve sobre o Santa Cruz no I See A Darkness, com postagens sobre o desenvolvimento coral na atualidade, sobre o passado glorioso – sobretudo nos anos 70 – e o lado cultural de torcer pelo time do povão.
Eis a descrição do inédito blog em língua inglesa sobre a Cobra Coral:
A quixotesca história da noite sombria na alma do Santa Cruz Futebol Clube.
Durante boa parte do mês de julho, com cobertura voltada exclusivamente para a Copa América da Argentina – até porque o blog foi para Buenos Aires -, um dado acabou passando batido. Mas ainda em tempo de corrigir, até porque trata-se de um recorde.
Sob um toró, os 16 mil tricolores que foram até João Pessoa estabeleceram o recorde pernambucano de invasão de uma torcida de futebol local em outro estado.
O levantamento havia sido feito pelo blog há um bom tempo, diga-se (veja aqui e aqui).
O jogo foi em 17 de julho, contra o Alecrim, que mudou o seu mando de campo para outro estado por causa da confiança na força do povão coral, em busca de cash.
A notícia, agora, repercutiu até na Inglaterra! No tradicional jornal The Guardian.
Imagine uma torcida assim, fazendo a festa na Série A? Quem sabe no centenário…
Novo ranking com as maiores invasões de Pernambuco em outros estados:
Observação: torcedores do Sport abordaram o blog sobre o recorde coral no borderô, que foi de 13.126, ao contrário do público oficial anunciado durante a partida, de 16.022. Por que o Alecrim anunciaria um público maior durante o jogo, divulgando para toda a imprensa? Por que depois o Alecrim reduziria o público no borderô? Polêmico.
1º) Alecrim-RN 1 x 3 Santa Cruz
Estádio: Almeidão, em João Pessoa/PB
Distância do Recife: 120 km
Data: 17/07/2011
Torcida tricolor: 16 mil pessoas
Competição: estreia na Série D do Brasileiro, pela terceira vez
2º) Palmeiras 2 x 1 Sport
Estádio: Rei Pelé, em Maceió/AL
Distância do Recife: 265 km
Data: 25/07/2000
Torcida rubro-negra: 15 mil pessoas
Competição: final da Copa dos Campeões, valendo vaga na Libertadores
3º) Sport 1 x 2 Juventude
Estádio: Almeidão, em João Pessoa/PB
Distância do Recife: 120 km
Data: 12/10/1997
Torcida rubro-negra: 10 mil pessoas
Competição: Série A, uma vez que o Leão cumpria perda de mano de campo
4º) Campinense 2 x 1 Santa Cruz
Estádio: Amigão, em Campina Grande/PB
Distância do Recife: 191 km
Data: 06/07/2008
Torcida tricolor: 7 mil pessoas
Competição: estreia coral na Série C, após duplo rebaixamento no Brasileiro
Já são quase quatro mil postagens. O número de comentários já passou de 14 mil, com bons debates sobre esportes neste canal.
Principalmente sobre futebol, indo além das discussões táticas.
O perfil do blog foi se moldando com o tempo, se adequando à dinâmica da internet. Tempo suficiente para atravessar uma Olimpíada, uma Copa do Mundo, uma Copa América, Séries A, B, C e D, Estadual, Copa do Brasil, Libertadores e automobilismo…
Deixe a sua sugestão (ou crítica) no blog! Espaço livre.
Condições desfavoráveis para um bom futebol, no Brasil ou na China.
Mas, pelo visto, esse é um cenário que o Santa Cruz deverá se acostumar até o fim da Série D. Neste domingo, no duelo pernambucano, nada de bola de pé em pé.
Com tanta água no estádio em Belo Jardim, com apenas 2.680 pessoas, o jeito foi chegar na área adversária com lançamentos e cruzamentos.
Tática dos tricolores do Recife e de Caruaru, apesar da Cobral Coral ter iniciado logo o estilo. Após 90 minutos, um empate em 2 x 2 com com bolas alçadas ao céu.
Começou com o zagueiro, artilheiro e capitão, Thiago Mathias. Aos 37 minutos, ele marcou de cabeça, pouco depois do gol anulado de Kiros.
No comecinho do segundo tempo, outra bola na área, mas dessa vez na zona coral, com tento do Porto, através Evandro, chutando forte. O jogo seguia com com saque viagem e/ou jornada nas estrelas… Aí, finalmente Kiros deixou a sua marca, de cabeça.
Aos 47 minutos do segundo tempo, no último lance, Altemar empatou de novo.
Um ponto para cada pernambucano. São oito jogos na primeira fase. Mesmo na liderança do grupo 3, com cinco pontos, o Santa deve seguir muito atento, enquanto o Porto vai precisar buscar a recuperação fora de casa, ainda mais “longe” que Belo Jardim.
A torcida dos dois rivais é por um gramado mais sequinho na próxima vez…
Para facilitar a viagem das centenas de tricolores pela BR-232, a prefeitura de Belo Jardim divulgou através de e-mail um mapa para o estádio Mendonção.
O acanhado estádio com cinco mil lugares é o palco de Porto x Santa Cruz, pela Série D. Fica fica no Distrito Industrial do município do Agreste, em Cohab III.
A iniciativa foi bacana…
Mas, francamente, o mapa poderia ter sido um pouco melhor elaborado graficamente.
Buenos Aires – Em 15 de maio deste ano, no Arruda, o árbitro Sálvio Spínola comandou a finalíssima do Campeonato Pernambucano, entre Santa Cruz e Sport.
A histórica conquista coral foi marcada por um jogo sem polêmicas, apesar do clima adverso do Clássico das Multidões. Agora, dois meses depois, Spínola foi escalado para outra decisão, agora no torneio de seleções mais antigo do mundo.
Depois de conseguir conter os ânimos de tricolores e rubro-negros, será que Spínola vai ter pulso para garantir um mínimo de catimba entre uruguaios e paraguaios…?
Nesta Copa América, Spínola já apitou dois jogos, o empate 0 x 0 entre Argentina e Colômbia e a vitória do Chile sobre o Peru por 1 x 0.
O último brasileiro a apitar uma final da Copa América havia sido Márcio Rezende de Freitas, em 1993, quando a Argentina derrotou o México.
Esse hiato, na verdade, significa que o Brasil vinha chegando na fase decisiva…
Confira um post sobre Sálvio Spínola, também advogado, clicando aqui.
Buenos Aires – Após anunciar o fim da entrevista coletiva da Seleção Brasileira nesta segunda-feira, em Los Cardales, o diretor de comunicação da CBF, Rodrigo Paiva, aproveitou o momento para dar os parabéns a uma pessoa no auditório…
“Feliz aniversário, Carlinhos Bala!”
Arrancou risos dos jornalistas presentes.
Bala? Carlinhos? Fui procurar saber detalhes da piada interna. Na verdade, a declaração foi literal. Era, sim, a data do 48º aniversário de José Carlos, o “Bala”, cinegrafista do BandSports, presente na cobertura diária da Seleção na Argentina.
Conversei com o câmera, que comentou sobre o “homônimo” pernambucano, também batizado como José Carlos, mas ainda com 31 anos. Nunca se encontraram, aliás.
“Sequer filmei jogos do Carlinhos Bala pelo Sport, Santa Cruz ou Náutico. No dia que eu encontrá-lo vou falar logo: ‘esse título é meu, você roubou'”.
Frase de Bala, o original. Ao contrário do “genérico” pernambucano – cujo apelido surgiu há dez anos devido à velocidade em campo -, o cinegrafista paulista disse ao blog que ganhou o apelido de forma literal. Foi baleado em 1989, num disparo acidental…
“São 22 anos como Carlinhos Bala. A patente é minha.”
Duas semanas no ar, 346 citações no Twitter, 96 no Facebook, participações de comunidades no Orkut e sites de torcidas virtuais, além de 272 comentários no blog.
O censo virtual de torcidas elaborado pelo blog chegou ao fim neste domingo. Em sua terceira versão, uma participação maciça das torcidas na web. Foram 7.601 votos!
Nesta edição, o Sport teve 3.815 (50,19%), seguido por Santa Cruz, com 2.644 (34,78%), e Náutico, com 1.056 (13,89%). Os tricolores se aproximaram dos rubro-negros em relação ao censo anterior, que foi 57,35% x 30,21%.
A redução foi um reflexo do título pernambucano de 2011?
Nas demais opções, clubes do interior ou de fora do estado e “nenhum time”,a soma foi de apenas 86 votos, ou 1,13%. Antes das discussões a seguir, vale lembrar que o censo – com apenas um voto por IP – tem, acima de tudo, o objetivo de medir o perfil dos torcedores no blog. O caráter “científico” vale como diversão.
Abaixo, estatísticas considerando apenas os votos os três grandes clubes do Recife, que também escolheram a faixa etária, tendo 7.515 votos como base dos cálculos.
Agora, o censo do blog volta só em junho de 2012! Veja o Censo 1 e o Censo 2.
Faixa etária geral
Até 20 anos – 2.188 – 29,11%
Entre 21 e 30 anos – 2.791 – 37,13%
Mais de 30 anos – 2.536 – 33,74%
Sport – 3.815 – 50,19%
Até 20 anos – 1.039 – 27,23%
Entre 21 e 30 anos – 1.500 – 39,31%
Mais de 30 anos – 1.276 – 33,44%
Santa Cruz – 2.644 – 34,78%
Até 20 anos – 804 – 30,41%
Entre 21 e 30 anos – 939 – 35,51%
Mais de 30 anos – 901 – 34,08%
Náutico – 1.056 – 13,89%
Até 20 anos – 345 – 32,67%
Entre 21 e 30 anos – 352 – 33,33%
Mais de 30 anos – 359 – 33,99%