Copa do Nordeste amplamente renovada, mas insistindo na ausência do campeão

Copa do Nordeste

A Copa do Nordeste passará por uma grande renovação em 2014. Em relação ao torneio deste ano serão nove novos clubes na disputa. Entre as novidades, o Náutico, principal ausência desta temporada, marcada pelo sucesso de público. A média foi de 8.350, superior a qualquer campeonato estadual país.

Por outro lado, a ausência do atual campeão, o Campinense, expõe a maior falha do regulamento. O torneio não prevê vaga para o vencedor no ano seguinte. Todas as vagas são conquistadas nos estaduais. No Paraibano a Raposa foi eliminada na semifinal e ficou de fora do próximo regional.

Numa enquete realizada pelo blog em janeiro, com 834 votos, o públicou se mostrou 90% favorável à vaga automática para o campeão nordestino.

Isso já ocorreu no regional entre 1998 e 2000. Para reativar a ideia, a CBF teria que “mexer” nas vagas dos estados. São três lugares para pernambucanos e baianos e dois para cearenses, potiguares, alagoanos, paraibanos e sergipanos.

Sugestões, mantendo a estrutura atual com 16 participantes.

1) O campeão entraria na última vaga do seu estado. Em Pernambuco ou na Bahia, ficaria no lugar do 3º colocado. Nos demais, no do vice-campeão.

2) Levar em consideração o ranking de federações da CBF e tirar uma vaga da federação com a pior colocação. Atualmente o posto é de Sergipe.

Clubes classificados ao Nordestão 2014: Santa Cruz, Sport e Náutico (Pernambuco); Vitória, Bahia e Vitória da Conquista (Bahia); Ceará e Guarany (Ceará), Potiguar e América (Rio Grande Norte); CRB e CSA (Alagoas), Treze e Botafogo (Paraíba) e Sergipe e River Plate (Sergipe).

Jogos internacionais na rota dos clubes pernambucanos

Sporting no amistoso internacional contra o Náutico em 22 de maio de 2013, na Arena Pernambuco. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Amistosos internacionais na rota dos pernambucanos.

Em 22 de maio, Náutico e Sporting se enfrentaram na Arena Pernambuco. O alviverde de Lisboa, um dos três maiores clubes de Portugal, participou da festa de abertura do estádio idealizado para a Copa do Mundo.

Em 30 de maio é a vez do Santa Cruz, contra o Nacional da Madeira, em Maceió. O tricampeão estadual enfrentará o alvinegro da Ilha da Madeira, 8º colocado na última edição da liga portuguesa.

No primeiro caso, um amistoso com o pagamento de uma cota ao Sporting. No segundo, a agenda foi articulada a partir da excursão do clube ao Brasil.

Os amistosos envolvendo os times do Recife levantaram discussões sobre a a viabilização de partidas internacionais de forma regular na cidade.

Calendário apertado e a própria falta de interesse dos dirigentes locais deixaram os times pernambucanos por mais de uma década sem partidas do tipo.

Considerando a dupla portuguesa, não é difícil traçar uma agenda, entre maio e junho com datas livres. Nas últimas três décadas o estado só recebeu três competições amistosas com times internacionais, em 1980, 1995 e 1997.

Formato num tiro curto, com semifinal e final, organizando a tabela com rodadas duplas. Além do intercâmbio com equipes estrangeiras, ainda que de porte mediano, haveria a possibilidade de negociar os direitos de transmissão na TV.

A Arena Pernambuco seria a força motriz na articulação de um novo torneio com times do exterior? E olhe que a ideia vem do próprio exterior (veja aqui).

Sair da mesmice pode ser uma forma de capitalizar e abrir novos mercados…

Nacional da Ilha da Madeira em amistosos no Brasil em 2013. Foto: ITAWI ALBUQUERQUE/TNH1

O aumento no custo de uma partida de futebol na arquibancada

Custo do torcedor em jogos de futebol na Série A do Brasileiro em 2013. Crédito: Pluri Consultoria

A era das modernas arenas no futebol brasileiro deverá transformar o perfil do público presente nas arquibancadas. Nas cadeiras, para ser mais exato. A mudança passará inevitavelmente pelo bolso, com os elevados custos.

Um novo estudo da Pluri Consultoria mediu o gasto médio do torcedor nos jogos do Campeonato Brasileiro da Série A desta temporada, ja com a presença de sete arenas – na próxima edição a quantidade deverá dobrar.

Em um ano, os dezenove jogos do time como mandante poderão custar R$ 1.440,96 para uma pessoa ou R$ 2.022,17 se for considerado um adulto e uma criança (meia entrada). Por cada jogo, o entretendimento sai por R$ 75,84.

Em Pernambuco ainda há o Todos com a Nota. O programa, até onde se sabe, não será eterno. Portanto, é bom ficar atento aos novos valores do futebol…

Uma pedra no caminho dos pré-contratos

Ônibus do Sport na Ilha do Retiro. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

A execução de pré-contratos no futebol costuma gerar polêmica. Sobretudo pela regularidade com que o documento é ser desrespeitado.

A legislação da Fifa permite a qualquer atleta profissional a partir dos 16 anos de idade negociar um novo contrato, com o clube que quiser, quando restar apenas seis meses para o fim do acordo vigente.

Trata-se de um contrato de intenção, uma vez que, obviamente, o jogador não pode ter dois contratos validados ao mesmo tempo. Daí, o termo “pré”. No entanto, legalmente o documento tem o mesmo valor.

Segundo o escritório Vellasco&Velasco Advogados, “ao contrário do que muitos pensam, o pré-contrato visa garantir a celebração do contrato futuro, definitivo, e já se constitui uma obrigação entre as partes signatárias, devendo constar todas as cláusulas obrigatórias presentes do contrato final.” Saiba mais aqui.

E aí surge o imbróglio sobre os casos no país e no exterior com desavenças entre jogadores, clubes e empresários, com acordos atravessados.

Em Pernambuco, o caso mais recente, já finalizado, foi o de Araújo, no início desta temporada. Quando deixou o Náutico para acertar com o Atlético-MG ele já tinha um pré-contrato com o Timbu. Isso não o impediu de deixar os Aflitos.

O Alvirrubro, que pleiteava uma multa indenizatória, recorreu e acabou chegando num acordo, pois o clube devia R$ 270 mil ao atleta. Ficou um pelo outro.

Em outros casos, o clube com o pré-contrato ficou a ver navios, gerando sempre desconfiança sobre a confiabilidade sobre pré-contratos..

Agora, em Pernambuco, uma nova discussão, desta vez envolvendo rivais.

O contrato de Anderson Pedra com o Santa Cruz será encerrado no próximo dia 31 de maio. Contudo, o Tricolor já tem um pré-contrato com duração até o fim de 2014. O Sport, por sua vez, pretende apresentar o volante, que já teria concordado com a proposta salarial rubro-negra, em 1º de junho.

Rebatendo a investida leonina, os corais apresentaram o documento, apontando a multa de R$ 4 milhões em caso de transferência. Ao mesmo tempo em que comprovou o acordo legal, o Tricolor acabou revelando a cláusula décima…

Pré-contrato de Anderson Pedra com o Santa Cruz em 27 de maio de 2013. Foto: Celso Ishigami/DP/D.A Press

Esqueceram de alertar sobre o início do Brasileiro

Charge do Diario de Pernambuco em 27 de maio de 2013. Arte: Samuca/DP/D.A Press

Ultimamente tem sido dura a vida do futebol pernambucano em escala nacional.

O fim de semana marcou o início das Séries A e B do Brasileiro. Os representantes do estado, um em cada divisão, iniciaram a disputa com derrotas.

No sábado, Icasa 2 x 1 Sport. No domingo, Grêmio 2 x 0 Náutico. Na charge de Samuca, no Diario de Pernambuco desta segunda, a lembrança de que o acirrado campeonato já começou…

A primeira classificação da Segundona 2013

Classificação da Série B 2013, na 1ª rodada. Crédito: Superesportes

A primeira rodada da Série B do Campeonato Brasileiro de 2013 trouxe de volta a tradicional agenda da competição, com jogos na noite de sexta-feira e na tarde do sábado. E na noite do sábado também, desta vez com duas partidas.

Após o desfecho da rodada, com dez partidas, a posição do único pernambucano na disputa. Derrotado na primeira rodada, o Sport aparece na 15ª colocação. Sonha com o G4, mas o Z4, neste primeiro olhar, está mais perto.

A 2ª rodada do representante pernambucano
28/05 – Sport x ABC – 19h30

Dura estreia leonina em mais uma Série B. Se acostumando já em Juazeiro do Norte

MISéRIA.COM/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Foi dada a largada para mais uma longa e dura caminhada leonina na segunda divisão, numa consequência direta de uma má jornada na elite.

O Sport foi rebaixado em 1989, 2001, 2009 e 2012.

Subiu em 1990, como campeão já no ano seguinte, em 2006, após cinco anos sofrendo na Série B e em 2011, na bacia das almas, na última rodada.

Agora, serão mais 38 rodadas em busca do popular G4, para o retorno.

A primeira delas aconteceu na tarde deste sábado, em Juazeiro do Norte, com uma largada bem indigesta.

Sob o forte calor do interior de Padre Cícero, o Sport foi comandado interinamente por Gustavo Bueno, tentando reanimar uma equipe desestruturada.

Na arquibancada, o novo técnico, o campeão pernambucano Marcelo Martelotte, ex-coral. Sem surpresa, viu que terá muita coisa pra fazer na Ilha do Retiro.

Em campo, as falhas de sempre. A fragilidade que se tornou comum nas últimas semanas, com uma sequência de derrotas.

Por sinal, o Leão caiu pela quinta vez vez consecutiva. Sem dificuldades, o Icasa venceu por 2 x 1, com o gol leonino sendo anotado por Marcos Aurélio só nos descontos.

Sem tempo para respirar, o time volta a campo na noite da próxima terça-feira, agora com Martelotte na área técnica.

De cara, um algoz bem recente, o ABC…

Série B 2013, 1ª rodada: Icasa 2x1 Sport. Foto: MISéRIA.COM/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Armada pernambucana na Série A unificada

Campeonato Brasileiro da Série A. Crédito: CBF

De 1959 a 2012 foram realizadas 56 edições do Campeonato Brasileiro, considerando a unificação oficializada pela direção da CBF em dezembro de 2010 após um estudo sobre os extintos torneios nacionais de elite. Portanto, foram dez edições da Taça Brasil (1959/1968), quatro do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967/1970) e 42 da vigente Série A (1971/2012).

O futebol pernambucano foi representado em 94 campanhas, sendo 10 na Taça Brasil, 3 no Robertão e 81 na Série A, com até quatro times em um mesmo campeonato, com o recrde estabelecido em 1986. Na armada, rubro-negros, alvirrubros, tricolores e centralinos. Abaixo, as estatísticas absolutas dos clubes.

Agregando todos os dados do quarteto, incluindo os clássicos entre eles no Nacional, a campanha geral é a seguinte: 1.901 partidas, 618 vitórias, 532 empates, 751 derrotas, 2.239 gols marcados e 2.493 gols sofridos.

Considerando o sistema de três pontos por vitória em todos os anos, apesar de ter sido instituído pela Fifa apenas em 1994, o futebol local conquistou 2.386 pontos até hoje, o que corresponde a um aproveitamento mediano de 41,83%.

Em 2013, na 95ª participação, a exclusividade timbu…

Sport – 35 participações
Melhor colocação: campeão (1987)
Nº de vezes entre os 10 primeiros lugares: 13 (1959, 1962, 1963, 1978, 1981, 1982, 1983, 1985, 1987, 1988, 1996, 1998 e 2000)

Total: 760 jogos, 259 vitórias, 213 empates, 288 derrotas, 884 gols marcados e 922 gols sofridos. Aproveitamento com os 990 pontos conquistados: 43,42%

Taça Brasil (3): 17j, 8v, 5e, 4d, 32 gp, 19 gc
Série A (32): 743j, 251v, 208e, 284d, 852 gp, 903 gc

Náutico – 33 participações
Melhor colocação: vice-campeão (1967)
Nº de vezes entre os 10 primeiros lugares: 7 (1961, 1964, 1965, 1966, 1967, 1968 e 1984)

Total: 628 jogos, 208 vitórias, 149 empates, 271 derrotas, 755 gols marcados e 851 gols sofridos. Aproveitamento com os 773 pontos conquistados: 41,02%

Taça Brasil (6): 38j, 19v, 6e, 13d, 62 gp, 46 gc
Robertão (1): 16j, 2v, 4e, 10d, 12 gp, 25 gc
Série A (27): 574j, 187v, 139e, 248d, 681 gp, 780 gc

Santa Cruz – 23 participações
Melhor colocação: 4º lugar (1960 e 1975)
Nº de vezes entre os 10 primeiros lugares: 4 (1960, 1975, 1977 e 1978)

Total: 481 jogos, 144 vitórias, 159 empates, 178 derrotas, 570 gols marcados e 672 gols sofridos. Aproveitamento com os 591 pontos conquistados: 40,95%

Taça Brasil (1): 2j, 0v, 1e, 1d, 3 gp, 4 gc
Robertão (2): 32j, 7v, 14e, 11d, 31 gp, 49 gc
Série A (20): 447j, 137v, 144e, 166d, 536 gp, 619 gc

Central – 2 participações
Melhor colocação: 36º lugar (1986)
Série A (2): 32 jogos, 7 vitórias, 11 empates, 14 derrotas, 30 gols marcados e 48 gols sofridos. Aproveitamento com os 32 pontos conquistados: 33,33%

Qual é o clássico de maior rivalidade no Recife?

Camisas retrô de Náutico, Santa Cruz e Sport

Nas últimas quatro temporadas o formato do Campeonato Pernambucano possibilitou uma série de mata-matas envolvendo os três grandes clubes de futebol do estado, nas semifinais e nas decisões.

Nos duelos de ida e volta, ânimos acirrados no gramado, nas arquibancadas e entre os dirigentes, com direito a veto de camarotes para as diretorias dos co-irmãos e, posteriormente, até assédio aos atletas e treinadores com contato em vigor nos bairros vizinhos.

Desta forma, cresceu a rivalidade nos Aflitos, no Arruda e na Ilha do Retiro…

Há um ano o blog realizou uma enquete para que cada torcedor apontasse o maior rival do seu time. Ao todo, foram duas mil participações. Relembre aqui.

Em entrevista ao site da Fifa, o tetracampeão mundial Ricardo Rocha, zagueiro pernambucano revelado pelo Santa Cruz, afirmou o seguinte sobre a maior rivalidade local: “A rivalidade mais acirrada é essa: todo mundo contra o Sport.”

Portanto, vamos realizar mais uma enquete, nos mesmos moldes da primeira.

Qual é o clássico de maior rivalidade envolvendo o seu clube?

  • Rubro-negro - Sport x Santa Cruz (39%, 782 Votes)
  • Tricolor - Santa Cruz x Sport (35%, 693 Votes)
  • Alvirrubro - Náutico x Sport (16%, 322 Votes)
  • Rubro-negro - Sport x Náutico (7%, 143 Votes)
  • Tricolor - Santa Cruz x Náutico (2%, 32 Votes)
  • Alvirrubro - Náutico x Santa Cruz (1%, 28 Votes)

Total Voters: 2.000

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Transição de técnico de um bairro para outro, num ciclo raro e de roteiro comum

Marcelo Martelotte treinando o Santa Cruz em 2013. Foto: Jamil Gomes/Santa Cruz

Um treinador que aspirava o comando profissional de uma equipe. Trabalhou durante um bom tempo como auxiliar de grandes nomes. Aprendeu.

O curso natural da história indicava o seu momento, a sua chance. Ela veio.

Pegou um time de futebol escasso tecnicamente. Montou às pressas. Contou com um grande goleiro e um atacante em grande fase, artilheiro.

Surpreendeu os rivais, ambos em divisões nacionais mais elevadas. Obviamente, esse contexto significava um orçamento bem mais enxuto.

Mas o técnico ganhou a confiança da torcida aos poucos, estruturou o time taticamente, passou a jogar bem, ganhar clássicos e terminou com a taça.

A volta olímpica foi na casa do rival, com duas vitórias na decisão. Lá e lô.

Algum tempo depois, vitorioso, ganhou o mercado, atraindo o interesse de outras equipes. Inclusive do mesmo rival derrotado na final estadual.

O salário maior, bem maior, o seduziu, assim com a oportunidade de trabalhar numa divisão mais nobre no Campeonato Brasileiro, num projeto maior.

Ao grupo campeão pernambucano, conversas, entendimento com os atletas. Com a diretoria, após várias tratativas, idem. E tomou o seu novo rumo…

Este poderia ser o roteiro de Marcelo Martelotte em 2013. Ele acertou a sua transferência do Santa Cruz ao Sport, para a disputa da Série B.

No entanto, todo o relato apresentado foi o da passagem de Muricy Ramalho do Náutico para Santa Cruz em 24 de setembro de 2001, da B para a A.

É raro, mas de vez em quando algumas negociações entre os bairros do Arruda, dos Aflitos e do Ilha do Retiro mexem profundamente no futebol do estado…

Muricy Ramalho comandando um treino do Santa Cruz em 2001. Foto: Alexandre Gondim/DP/D.A Press