Títulos fatiados por mandatos

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Os torcedores costumam associar o sucesso (ou fracasso) do seu clube com o “time” do presidente da respectiva federação estadual de futebol.

É bom informar que o novo presidente da FPF, Evandro Carvalho, é torcedor do Sport.

Vamos, então, a um balanço do passado da entidade.

As três gestões mais longas da história da Federação Pernambucana de Futebol pertencem a Rubem Moreira (1955/1982), Carlos Alberto Oliveira (1995/2011) e Fred Oliveira (1985/1994), respectivamente.

Considerando apenas os períodos, eis uma lista de campeões pernambucanos nesses mandatos, abaixo. Vale lembrar que Rubem Moreira era torcedor do Santa Cruz, enquanto os irmãos Oliveira eram Náutico (Fred) e Sport (Carlos Alberto).

Ao todo, foram 30 presidentes. O último título estadual fora do Trio de Ferro teve Alfredo Jorge da Silva Ramos como mandatário da FPF, em 1944, com o América.

Entre parênteses, a porcentagem de títulos em relação à gestão.

Sport
SportRubem Moreira – 10 (35,7%)
Carlos Alberto Oliveira – 11 (64,8%)
Fred Oliveira – 4 (40%)

Santa Cruz
Santa CruzRubem Moreira – 10 (35,7%)
Carlos Alberto Oliveira – 3 (17,6%)
Fred Oliveira – 4 (40%)

Náutico
NáuticoRubem Moreira – 8 (28,6%)
Carlos Alberto Oliveira – 3 (17,6%)
Fred Oliveira – 2 (20%)

O novo presidente da FPF

Evandro Carvalho, novo presidente da FPF. Foto: Celso Ishigami

Começa uma nova gestão, ainda nebulosa.

Com uma estrutura complexa, dotada de três vice-presidências executivas, secretário-geral e núcleo de futebol profissional, quem seria, de fato e de direito, o sucessor de Carlos Alberto Oliveira à frente da Federação Pernambucana de Futebol?

De acordo com o estatuto da entidade, a vaga pertence ao advogado Evandro Barros Carvalho, primeiro vice-presidente executivo da FPF.

Assume de forma imediata o comando de 93 filiados, entre clubes e ligas municipais.

Durante todo o tempo à frente da FPF, Carlos Alberto Oliveira sempre evitou falara sobre o possível sucessor. Aos poucos, começava a pensar um nome para 2015.

Infelizmente, não houve tempo para isso.

Evandro Carvalho assume o cargo até 2015, com longos quatro anos de gestão.

O dirigente, um ex-delegado de 54 anos e torcedor do Sport, diz que só vai falar sobre as suas futuras diretrizes nesta quarta-feira, após o sepultamento de Carlos Alberto.

Certamente, vai pensar bastante. Até mesmo se irá topar tamanha responsabilidade.

De qualquer forma, eis o novo homem-forte do futebol do estado.

O fim da segunda era do futebol pernambucano

Carlos Alberto Oliveira. Foto: Jaqueline Maia/Diario de Pernambuco

Ele foi empossado presidente aos 52 anos, no distante ano de 1995, no lugar do irmão.

Só deixaria a cadeira em dezembro de 2015, duas décadas depois, aos 73 anos.

A foto de Jaqueline Maia deixa claro todo o tempo à frente da Federação Pernambucana de Futebol, com um dirigente já consumido pelo cansaço de cinco mandatos, pelas inúmeras brigas, confusões e estilo de confronto, em prol do estado, sob sua ótica.

Bateu de frente até mesmo com a CBF, durante boa parte de sua gestão, até retomar a amizade com Ricardo Teixeira em 2009.

Na manhã desta segunda-feira, aos 69 anos, bem antes de seu desejo de comandar o futebol pernambucano no centenário da FPF, em 2015, Carlos Alberto Oliveira faleceu.

Vítima de um infarto fulminante.

Chega ao fim a segunda maior era de um dirigente na presidência da federação, com 16 anos, abaixo apenas de Rubem Moreira, com intermináveis 27 anos, entre 1955 e 1982.

Com Carlos Alberto, Pernambuco viveu, indiscutivelmente, altos e baixos.

Do Estadual com estádios cada vez mais vazios nos anos 90 ao Pernambucano recordista de público, mas dependente de subsídios do governo do estado.

Do torneio radicado apenas no Grande Recife a uma competição que desbravou todo o interior, chegando até o Sertão do São Francisco.

Uma história com regulamentos feitos sob medida para tentar nivelar velhos rivais nos campeonatos (apesar do abismo entre eles), passando por cima de critérios técnicos.

De inchaços em competições que asfixiaram o calendário futebolístico de Pernambuco.

De torneios transmitidos apenas pelo rádio, sem receita alguma para os clubes, à geração da TV ao vivo, incluindo pacotes modernos como o pay-per-view.

Transformou a FPF em uma entidade rica, com patrimônio de R$ 2,8 milhões, valor suficiente para bancar torneios de várias categorias, como infantil, juvenil, Copa do Interior, amador e feminino. Por outro lado, viu ao mesmo tempo a gangorra dos clubes profissionais nas divisões nacionais, saindo da Série A e pisando até na D.

Foram 14 anos sem jogos da Seleção no Recife por causa de discussões de ego. No meio disso, a vitória do estado como subsede do Mundial de 2014. Apoiou o projeto.

Enfim, altos e baixos. Ditadura para uns, gestão firme para outros.

Polêmicas e divergências de opinião à parte, o futebol pernambucano está de luto.

Limite da rivalidade recifense

Diplomacia: Rabin, Clinton e Arafat

Ultimamente, os três grandes clubes pernambucanos têm protagonizado cenas curiosas, relacionadas à rivalidade. É time treinando no centro de treinamento do rival, de graça, outro cedendo o estádio, o terceiro liberando jogador sem custo algum… Mas o que o torcedor acha disso tudo? Participe da nova enquete do blog.

Vale lembrar que nos anos 1950/1960 (na Ilha) e 1970/1980 (no Arruda), era comum ver os três times jogando no mesmo local, assim como o empréstimo de atletas apenas para torneios nacionais. Já o CT é algo mais moderno mesmo…

Analise a diplomacia do seu clube.

Qual é a sua opinião sobre a relação com clubes rivais envolvendo transação de jogador a custo zero e empréstimo de centro de treinamento e estádio?

  • Sport - contra (37%, 230 Votes)
  • Sport - a favor (19%, 117 Votes)
  • Náutico - a favor (14%, 90 Votes)
  • Santa Cruz - a favor (13%, 84 Votes)
  • Náutico - contra (9%, 58 Votes)
  • Santa Cruz - contra (7%, 45 Votes)

Total Voters: 623

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A difícil missão de convencer um povo a “sair de casa”

Guerra do Vietnã

Eis o resultado final da enquete.

Para acabar com todas as dívidas, ficar com dinheiro em caixa imediatamente e ganhar uma renda vitalícia com o aluguel de imóveis, você aceitaria que o seu clube negociasse toda a sede?

Apenas a torcida alvirrubra se mostrou favorável à transação do seu patrimônio. Entre rubro-negros e tricolores, o povão coral parece mais disposto a não ceder à ideia.

Confira os detalhes, sobre tamanho e valor das sedes dos times, clicando aqui.

Definitivamente, não será fácil vencer as guerras na Ilha do Retiro, Aflitos e Arruda.

Sport
SportNão – 58,6%
Sim – 41,4%
Total de votos: 428

Náutico
NáuticoNão – 17,3%
Sim – 82,7%
Total de votos: 277

Santa Cruz
Santa CruzNão – 66,8%
Sim – 33,2%
Total de votos: 196

Metade da maratona da Série B

Fim do primeiro turno da Série B, com 190 partidas realizadas.

Após 19 rodadas, confira como ficou a classificação do Brasileiro em sua metade. No gráfico abaixo, todas as edições na era dos pontos corridos com o mesmo número de jogos. Entre 2006 e 2010, os times estão marcados com a condição final na disputa, sendo “A” para o acesso e “C” para o rebaixamento. Veja e compare.

Das 20 vagas à Série A até a última temporada, 14 delas foram ocupadas por clubes que terminaram o turno inicial no G4. Já no Z4 (rebaixamento), foram 12 de 20.

Para analisar o gráfico com as seis tabelas numa resolução maior, clique aqui.

Série B de 2006 a 2011 após o primeiro turno

De Marião até a preparação física

Final do Pernambucano de 1981: Sport 2x0 Náutico. Foto: Diario de Pernambuco/divulgação

Faleceu nesta quarta-feira o ex-zagueiro Marião, vítima de infarto, aos 59 anos.

O defensor fez história no Sport, onde foi campeão pernambucano em 1981 e 1982. Sempre foi conhecido pelo porte físico, longe do padrão atlético, como nota-se acima.

A imagem, do arquivo fotográfico do Diario de Pernambuco, foi registrada na final do Estadual de 1981, quando o Leão bateu o Náutico por 2 x 0, na Ilha do Retiro, diante de 37 mil pessoas, com direito ao “voo” de Marião, um jogador incansável, diga-se.

Marião foi ídolo no Sport compensando a estrutura física – semelhante à de Ronaldo Fenômeno em sua despedida – com muita raça. Abaixo, outro registro do zagueirão, no famoso jogo contra o Flamengo na Série A de 1982, na Ilha.

Marião, por sinal, pode ser o tema de uma reflexão em relação à preparação física das equipes de futebol, de alto nível, claro.

Será que hoje, três décadas depois, algum jogador seria titular em um time profissional numa final do Pernambucano com o condicionamento acima? Certamente, não.

Até porque essa preparação já divide o primeiro lugar com a qualificação técnica. Na base, porém, ainda não parece ser uma prioridade.

Enquanto no Brasil a esperança é sempre a da queda de um raio com um talento surgindo em qualquer lugar, em outros países (Espanha, por exemplo), a preparação física acompanha o aprendizado técnico e tático. São caminhos paralelos.

Mesmo sendo tecnicamente capaz, dificilmente Marião seria aproveitado em uma peneira agora. A cada ano, essas fotos impressionam ainda mais… Aquilo também era futebol.

Série A 1982: Sport 2x1 Flamengo. Foto: Edvaldo Rodrigues/Diario de Pernambuco

A goleada não veio. A paz? Enfim…

Série B 2011: Sport x Vila Nova. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Vitória tranquila na Ilha do Retiro. Pela primeira vez neste Brasileiro da Série B, o Sport conseguiu dois resultados positivos de forma consecutiva.

Pouco para quem almeja tanto. Porém, pelo contexto do jogo na noite desta terça-feira, foi muito importante e até certo ponto animador que tenha acontecido “agora”.

De forma provisória, o G4 está na mira leonina, ainda mais na estreia do técnico Paulo César Gusmão, o terceiro comandante nesta empreitada para recolocar o clube na elite.

Mesmo com o alívio, vale uma crítica em relação ao 2 x 0 no placar sobre o Vila Nova.

Os gols de Willians (insistente, só conseguiu na terceira tentativa) e Naldinho (solto em campo, foi o melhor da partida) não traduzem as oportunidades criadas.

Foram várias durante os 90 minutos, com pleno domínio ofensivo e defensivo. Sem embargo, a partida poderia ter acabado com uma goleada daquelas para o Rubro-negro.

Quando o time pernambucano parou com a ligação direta com o ataque (bola alta) e passou a tocar bem a bola, o jogo ficou marcado pelas jogadas criadas só por um time.

Marcelinho Paraíba esteve bem, mas perdeu um gol feito. Os alas Thiaguinho e Saci, ambos com muita mobilidade, também desperdiçaram chances cara a cara.

O atacante Júnior Viçosa foi um capítulo à parte. Bem na função de abrir espaços, ele apresentou um rendimento baixo como centroavante. Mas os gols saíram, na raça.

De qualquer forma, fica só aviso pelos gols perdidos. Até porque PC teve apenas um dia de trabalho. Mais observação que orientação. Agora, uma semana completa na agenda.

Até o Icasa, em Juazeiro do Norte, um pouco de paz no pressionado Leão da Ilha.

Série B 2011: Sport 2x0 Vila Nova. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

A rivalidade entre os sócios-torcedores

Guerreiros da Ilha

Até hoje, a campanha de sócio-torcedor ainda não decolou em Pernambuco.

Enquanto o Internacional de Porto Alegre já passou da incrível marca de 100 mil sócios (arrecadando R$ 3,5 milhões por mês) e projeta chegar a 200 mil em breve, no Nordeste a meta mais ousada ainda é alcançar 10 mil adimplentes…

Na região, o Ceará é o clube com o maior núméro de sócios-torcedores, com 13 mil sócios em dia, após uma maciça campanha há mais de dois anos.

Então, vamos a um breve resumo dos rivais pernambucanos…

No Recife, os Guerreiros da Ilha, do Sport, está sendo reformulado mais uma vez, com o objetivo de finalmente ganhar o “mercado” rubro-negro, com pelo menos 15 mil sócios.

Atualmente, torcedor leonino paga R$ 25 para ter direito à meia entrada e algumas vantagens na compra do bilhete e em lojas numa rede de vantagens. É o mais barato entre os grandes. Também é o único sem ingresso garantido na mensalidade.

Além disso, esse torcedor não pode votar em qualquer pleito no Sport. Nota-se que é um projeto diferente daquele implantado com sucesso nos principais clubes do país.

Guerreiro Fiel

No Santa Cruz, com um nome semelhante, a campanha mais nova, lançada neste ano, após o título pernambucano. Trata-se do Guerreiro Fiel, a mais sortida.

Mais “fiel” aos modelos de sucesso no Brasil, o tricolor tem a opção de pagar R$ 100 por mês para todos os jogos no Arruda (com um acompanhante), além da garantia do voto.

Há mais duas opções (R$ 40 e R$ 20) para a facilitar a compra da meia entrada. Na opção intermediária, com dependentes, ainda há o bônus da participação política.

Somando as três categorias, cerca de oito mil corais pagaram o primeiro boleto.

O Náutico é o clube do estado com o programa mais antigo, com cerca de 4 mil pessoas em dia há dois anos. No Juntos pelo Timbu, a categoria especial “Vermelho de Luta”.

Por R$ 55, o acesso garantido aos jogos nos Aflitos. Por R$ 30, só a meia entrada.

Qual é o melhor modelo de sócio-torcedor no Recife, na sua opinião?

Como curiosidade… Qual é o melhor banner de divulgação entre os três postados aqui?

Juntos pelo Timbu