O limite na seca de gols no campeonato

Berliner AK 1-2 Coole Pfeil Choreo, em 2012. Crédito: Youtube/reprodução

O protesto da torcida do Magdeburg pela seca de gols do time foi histórico…

Em 2012, cansados de ver o time perder tantos gols no campeonato alemão, os bravos torcedores que ainda não haviam desistido do clube levaram setas gigantes ao estádio, apontando a direção da trave aos atacantes do time.

A cada ataque, dependendo de onde estivesse a bola, os torcedores corriam com as setes. Eram cinco partidas consecutivas sem um golzinho sequer na quarta divisão alemã. O gol acabou saindo. Só não adiantou muito, pois a vitória foi do Berliner AK, 2 a 1.

Em 2014 o Sport ficou 440 minutos sem balançar as redes no Brasileirão. Série à parte, vamos às piores médias dos pernambucanos nas quatro divisões. Alguns anos mereciam uma manifestação semelhante à do Magdeburgo…

Náutico
Pior na A: 0,57, em 2013, com 22 gols em 38 jogos
Pior na B: 0,50, em 1998, com 5 gols em 10 jogos
Pior na C: 2,09, em 1999, com 44 gols em 21 jogos

Santa Cruz
Pior na A: 0,66, em 1987, com 10 gols em 15 jogos
Pior na B: 0,75, em 1997, com 6 gols em 8 jogos
Pior na C: 1,00, em 2008, com 12 gols em 12 jogos
Pior na D: 1,25, em 2010, com 10 gols em 8 jogos

Sport
Pior na A: 0,52, em 1971, com 10 gols em 19 jogos
Pior na B: 0,91, em 1990, com 22 gols em 24 jogos

Curiosidades:
A pior média no Brasileiro unificado pertence ao Náutico, que em 1961 não marcou um gol sequer em dois jogos. Ainda assim, como entrou direto na semifinal, o Timbu foi o 4º colocado na Taça Brasil. 

Em 1990, o Sport estabeleceu o seu pior índice na segunda divisão. Justamente no ano em que conquistou seu único título na Série B. 

As piores médias do Santa Cruz vão ficando menores à medida em que a divisão mais alta é analisada.

As capas dos games Fifa Football e Pro Evolution Soccer 2015

Capas dos games Fifa 2014 e 2015 e Pro Evolution Soccer 2014 e 2015. Crédito: Arte de Cassio Zirpoli sobre imagens de divulgação

As versões “2015″ dos tradicionais games Fifa Football e Pro Evolution Soccer estão agendadas para setembro deste ano.

Pela primeira vez os dois jogos serão lançados ao mesmo tempo na nova geração de videogames, com o Playstation 4 e o Xbox One à frente. No último ano, na estreia da nova geração, apenas o Fifa ganhou uma versão do tipo.

Nas capas, o gênio argentino Lionel Messi dividirá as prateleiras do mercado com Mario Götze, jovem craque do Bayern de Munique e autor do golaço que deu o tetracampeonato mundial à Alemanha.

Em relação às licenças, os times brasileiros da Série A terão os seus nomes e uniformes originais apenas no PES, cuja produtora Konami detém os direitos exclusivos. Assim, até os patrocinadores do Sport (como a Caixa) devem aparecer na camisa oficial. Sem a chancela, a EA Sports, criadora do Fifa, poderá optar, no máximo, por times genéricos, tanto nos nomes quanto nos padrões. Ainda assim, a chance de corte é real.

A rivalidade Fifa x PES existe há duas décadas nos videogames. Abaixo, as capas internacionais desde 2007, lembrando que alguns anos contaram com capas personalizadas, inclusive no Brasil.

De Adriano Imperador a Götze…

As capas dos games Fifa Football e Pro Evolution Soccer de 2007 a 2013

As ligas de futebol mais populares do mundo na temporada 2013/2014

Média de público dos campeonatos nacionais de 2013 e 2014. Crédito: Pluri Consultoria

O Brasileirão de 2013 foi o primeiro no país denro do novo momento estrutural, com as arenas da Copa do Mundo. Fizeram parte da competição o Maracanã, a Arena Pernambuco, o Mineirão, o Mané Garrincha, a Fonte Nova e o Castelão.

A novidade deste padrão de conforto deve se estabelecer de vez na edição de 2014, com outras seis arenas, além dos novos estádios de Grêmio e Palmeiras. No ano passado, contudo, foi tímido o acréscimo na média de público da Série A, com 1.980 pessoas a mais por jogo (+15%).

A taxa de ocupação (um ponto importante na pesquisa) foi de 39%. Baixo.

Para um país que organizou o Mundial com a segunda maior média da história (53 mil espectadores), é decepcionante a colocação atual no quesito clubístico, em 15º. Vice-campeã do mundo, a Argentina tem uma média de 20 mil…

Sem surpresa, a Alemanha, agora campeã mundial, mantém a liga mais popular do futebol. A Bundesliga registrou uma média de 43 mil pessoas, segundo o levantamento da Pluri Consultoria. A considerável vantagem sobre o segundo lugar (Premier League) é de 6,5 mil torcedores. Há tempos é assim.

Os 25 principais campeonatos reuniram 127,6 milhões de torcedores na temporada 2013/2014, com uma média de 18,5 mil. O avanço em relação ao ano anterior foi de 0,6%. Ainda assim, o futebol segue atrás das principais ligas esportivas dos EUA (futebol americano, baseball, basquete e hóquei sobre o gelo), com 161,2 milhões de público absoluto e índice de 23,9 mil.

Quanto ao País do Futebol, vale conferir o rescaldo da Copa nos números…

As 113 partidas de Philipp Lahm na Alemanha, com a história encerrada

Todos os 13 jogos de Philip Lahm na seleção da Alemanha. Crédito: twitter.com/GeniusFootball

De 2004 a 2014, o alemão Philipp Lahm disputou 113 partidas com a camisa da sua seleção, com cinco gols marcados.

Presente em três Mundiais, foi o capitão do tetra, no Brasil.

O jogador deixa a tradicional camisa branca com apenas 30 anos de idade, um tanto surpreendente. Eleito pela Fifa para a seleção da Copa de 2014, Lahm atuou pela Alemanha nas duas laterais e no meio campo. Polivalente, campeão.

O perfil Genius Football reuniu imagens dos 113 jogos do craque pelo time germânico. Será que muda de ideia até a Rússia, em 2018…?

De toda forma, a sua última imagem é com a Taça Fifa erguida no Maracanã. Nada mal.

O Diario acompanhou a história in loco nas duas finais mundiais no Maracanã

Reportagens do Diario de Pernambuco nas finais da Copa do Mundo de 1950 e 2014. Crédito: Cedoc/DP/D.A Press

Rio de Janeiro – O jornalista Hélio Pinto foi um dos 173.850 espectadores no Maracanã em 16 de julho de 1950. Como tantos outros brasileiros naquela tarde, ficou em silêncio no fim da partida ao ver o seu scratch vencido pelos uruguaios. Um silêncio tomado pelos pensamentos de como contar a história que não queria, que não esperava. Não teve jeito, recorreu à máquina datilográfica e escreveu sobre a maior tragédia do futebol nacional até então.

Foram duas páginas com textos carregados, numa diagramação bem diferente dos tempos atuais. Com a manchete Campeões do mundo os uruguaios, a reportagem foi feita exclusivamente para o Diario de Pernambuco. Enviado especial do periódico, o repórter cobriu in loco à final da primeira Copa do Mundo no Brasil. O DP já havia publicado várias páginas para torneio, como a participação recifense no jogo Chile 5 x 2 Estados Unidos, na Ilha do Retiro.

A longa espera durou 64 anos até que o Mundial retornasse com outra final no Maracanã, em 13 de julho de 2014. Desta vez sem a Seleção, mas novamente com o Diario na tribuna, o que fez do jornal o único do estado nas duas decisões. Histórico. Lá, participei da cobertura ao lado de João de Andrade Neto, resultando no texto O título em boas mãos, além de outras matérias e conteúdo online, com imagens de Ricardo Fernandes, fotógrafo da equipe.

Num cenário modernizado, o Maraca recebeu 74.738 pessoas. Viram outro gol agônico, agora da Alemanha sobre da Argentina. Foi o derradeiro episódio da ampla cobertura do Superesportes na Copa. A linha diferenciada foi marcada pela distribuição de sedes, com jornalistas enviando matérias exclusivas de cinco cidades. Fortaleza (Celso Ishigami), Salvador (Brenno Costa), São Paulo (João de Andrade Neto) e Rio (eu). No Recife, Alexandre Barbosa e Daniel Leal cuidaram do trabalho na Arena. Todos credenciados pela Fifa.

Foram 28 jogos do Mundial com o Diario presente. Uma experiência para a ficar na memória de todos. E foi um enorme prazer escrever tanto de tão perto…

Uma Alemanha como nunca se viu, plenamente consagrada no Maracanã

Final da Copa do Mundo de 2014: Alemanha 1 x 0 Argentina. Foto: Mike Hewitt/Fifa/Getty Images

Rio de Janeiro – Nunca antes na história desse país um time de futebol curtiu tanto um campeonato, da fase preparatória ao troféu erguido diante dos olhares de todo o mundo. Historicamente vista com a seriedade de seu povo, essa brilhante Alemanha tetracampeã mudou completamente esse conceito, esbanjando carisma numa campanha quase perfeita. Goleada na estreia sobre o time do melhor do mundo, Cristiano Ronaldo, uma apresentação antológica no Mineirão, com o 7 x 1 sobre o Brasil em plena semifinal, e a vitória da técnica sobre a Argentina na finalíssima no Maracanã, num jogo de muita paciência, estendendo a emoção da Copa das Copas até a prorrogação.

Tudo isso intercalado pelas praias no sul da Bahia, pelas visitas em escolas públicas, brincadeiras na web e se arriscando no português com declarações de amor ao Brasil. Mesmo algoz da Seleção, não despertou tal sentimento na imensa torcida verde e amarela. O apoio brazuca na decisão deixou claro isso – tudo bem, ajudado pela rivalidade com os hermanos do outro lado.

A decisão terminou com apenas um gol, o 171º do Mundial, igualando um recorde de 1998. Saiu dos pés de Mario Götze. E saiu com muita força, dominando e batendo rápido frente a Romero. Golaço, definindo a terceira final da história entre os dois países. A tarde já havia virado noite e o tempo parecia se estender mesmo aos pênaltis. Eram sete minutos do segundo tempo da prorrogação, num jogo tenso, brigado do começo ao fim. A Argentina fez tudo o que Brasil quis ser em BH. Forte no meio e consciente de seu potencial, de suas armas. Mas numa Copa reconhecida pela tática, ficou mesmo pelo caminho.

Final da Copa do Mundo de 2014: Alemanha 1 x 0 Argentina. Foto: Martin Rose/Fifa/Getty Images

A partida ficará na cabeça de alguns jogadores para sempre. Tentarão esquecer Higuaín e Palacio, que ficaram cara a cara com o goleiro Neuer. Chutaram para fora, totalmente desmarcados. Para desespero de Messi, marcado de forma implacável e que esteve muito perto da consagração como gênio. Saiu com a Bola de Ouro. A Taça Fifa, viu só de longe. Ficou para uma próxima.

Enquanto isso, lembrarão sempre do triunfo no gigante estádio carioca Schweinsteiger, ícone de uma geração que vinha batendo na trave há tempos, e Klose, o maior artilheiro da história da Copa, com 16 gols. Foi o jogador mais aplaudido no Maraca durante toda competição, ao deixar o campo no finzinho do tempo normal. Entrou Götze. Esse aí, nem precisa falar. Tem apenas 22 anos e contará para muita gente, com orgulho, o que fez no já saudoso 13 de julho.

Primeira seleção europeia a conquistar o mundo na América do Sul, a Alemanha de certa forma repete o que fez a Canarinha em 1958, na Suécia, sendo o primeiro sul-americano campeão no Velho Mundo. A verdade é que o timaço germânico deixará o Brasil com a sensação de ter feito uma viagem inesquecível. Vieram, curtiram, jogaram muito e venceram. Fizeram história.

Final da Copa do Mundo de 2014: Alemanha 1 x 0 Argentina. Foto: Matthias Hangst/Fifa/Getty Images

A última Brazuca da Copa

A bola Brazuca da final do Mundial 2014, com Alemanha x Argentina. Foto: Adidas/divulgação

A ideia de confeccionar uma bola especial para a grande final surgiu na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, quando a Adidas criou a dourada Teamgeist Berlin.

Ao agregar ainda mais valor à final entre a Azzurra e os Bleus, a ideia foi oficializada pela Fifa e pela fabricante de material esportivo nos torneios seguintes.

Na África do Sul, a Jabulani foi utilizada em 63 partidas, saindo de cena só na decisão entre espanhóis e holandeses, com a Jo’Bulani.

No Brasil, a Brazuca agora será a Brazuca Final Rio. Em todos os casos, a mudança é fundamenta na cor, sempre no tom dourado.

A pelota do 64º jogo do Mundial de 2014 já está com os nomes dos países finalistas gravados, Alemanha e Argentina.

Claro, a bola também entrou no mercado, à venda por R$ 399.

Veja as versões das bolas das últimas edições numa resolução maior aqui.

Bolas oficiais da Copa e das finais da Copa de 2006, 2010 e 2014. Crédito: Adidas/montagem de Cassio Zirpoli

Explicando os sete gols alemães no Mineirazo

Copa do Mundo 2014, semifinal: Brasil 1x7 Alemanha. Crédito: youtube/reprodução

A impiedosa goleada por 7 x 1 sobre o Brasil será debatida durante anos.

Nunca a Seleção havia sido tão humilhada em um jogo de futebol…

A busca por respostas permanece, mas na internet – com o seu humor inigualável e rápido – já acharam uma explicação bem plausível.

No Mineirão, a impressão era de que a Alemanha jogava sem marcação alguma.

Os gols iam saindo sem qualquer combate.

Pelo visto, era verdade…

Matthäus e Maradona com a companhia de Lahm ou Messi

Matthäus (1990) e Maradona (1986) comemorando os títulos da Copa do Mundo após finais entre Alemanha e Argentina

A grande final da Copa do Mundo de 2014 reunirá o melhor time da competição e a equipe liderada pelo melhor jogador dos últimos anos.

A disciplina tática associada à pura técnica e habilidade dos alemães contra a genialidade de Messi, apoiado pela garra de seus companheiros.

Alemanha x Argentina é um dos maiores clássicos da história do futebol.

Torcida verde e amarela à parte, decisão valoriza ainda mais o Mundial do Brasil.

O jogo deste 13 de julho, no Maracanã, será o sétimo confronto entre os dois países, igualando o recorde o Brasil x Suécia. Mas o recorde vai bem além disso. Será nada a terceira decisão em uma Copa. Até hoje, uma glória para cada lado.

Em 1986, o brilho eterno de Diego Armando Maradona, num 3 x 2 no estádio Azteca, diante de 114 mil torcedores.

Em 1990, a metódica seleção germânica ganhou por 1 x 0, com o gol de Andreas Brehme no Stadio Olimpico.

A negra em 2014 vem precedida da supremacia alemã nos últimos duelos. Não por acaso, em 2006 e 2010, derrotaram os argentinos nas quartas de final.

Ao 20º campeão mundial da história, a Taça Fifa, que será erguida pela terceira vez por uma mesma seleção, algo inédito desde a criação do troféu há quarenta anos.

Nas conquistas anteriores, os capitães foram Lothar Matthäus e Maradona. No Maraca, a honra caberá ao lateral Philipp Lahm ou ao atacante Lionel Messi…

Brasil sofre a sua maior goleada em 100 anos e Alemanha toma recorde do Uruguai

Copa do Mundo 2014, semifinal: Brasil 1x7 Alemanha. Foto: Jefferson Bernardes/VIPCOMM

A blitz germânica sobre a Seleção Brasileira com 7 a 1 em pleno Mineirão foi o maior placar em uma semifinal de Copa do Mundo em todos os tempos. Até hoje, o recorde era da pioneira edição em 1930, com Argentina e Uruguai massacrando Estados Unidos e Iugoslávia por 6 a 1, respectivamente. No entanto, essa goleada sofrida pelo time verde e amarelo em 2014, em casa, foi bem além. A derrota foi a pior da centenária história do futebol da Canarinha.

A marca anterior, de 6 a 0, durava 94 anos. Em 1920, o Brasil, basicamente uma convocação carioca com o reforço do atacante Alvarizza, do Brasil de Pelotas, havia vencido o anfitrião Chile na estreia do Sul-Americano. No dia do confronto contra o Uruguai em Viña del Mar, no litoral chileno, o time – que ainda vestia um uniforme branco – entrou como líder, pois o clássico platense havia terminado empatado. Ledo engano. O Uruguai, ainda sem os títulos olímpicos, passou por cima. Goleou com três gols em cada tempo. No primeiro tempo, uma semelhança com o desastre em Belo Horizonte.

Nesta terça-feira, o time de Felipão sofreu quatro gols da Alemanha dos 23 aos 29 minutos. Há quase século, foram três gols uruguaios dos 23 aos 29. No fim daquela competição continental, o Uruguai terminou com o título, enquanto o Brasil foi o 3º lugar. Catorze anos depois, outra grande derrota da Seleção, em Belgrado, quando a antiga Iugoslávia venceu por 8 a 4, na maior quantidade de gols já sofrida pelo país em uma só partida – recorde que Mesut Özil chutou para fora a chance de igualar aos 44 minutos do segundo tempo.

Aquele amistoso ocorreu seis dias depois da eliminação brasileira no Mundial de 1934, na Itália. Na volta da delegação ao país, de navio, a equipe chegou a ser derrotada pelo Santa Cruz por 3 a 2 no antigo Campo da Avenida Malaquias, no Recife. Não há qualquer registo audiovisual dessas antigadas goleadas, ao contrário do Mineirazo na semifinal da Copa de 2014, exibida em alta definição para 200 países. Será simplesmente impossível esquecer.

Maior goleada da história da Seleção (em casa e em um Mundial)
08/07/2014 Brasil 1 x 7 Alemanha

Maior goleada sofrida em um Sul-Americano
18/09/1920 Uruguai 6 x 0 Brasil

Maior quantidade de gols sofrida
03/06/1934 Iugoslávia 8 x 4 Brasil (amistoso)

Jogadores do Uruguai no Sul-Americano, 1920, quando venceram o Brasil por 6 a 0. Crédito: AUF/divulgação