A “primeira” Cidade da Copa

Vista aérea da Arena Pernambuco em 25 de março de 2011. Foto: Eduardo Martino/divulgação

Eis o centro administrativo completo do canteiro de obras da Arena Pernambuco.

A foto aérea em São Lourenço da Mata foi feita por Eduardo Martino, fotógrafo contratado pela Odebrecht, no último dia 25 de março.

Atualmente, os seis galpões oferecem toda a estrutura em uma construção a 500 funcionários, entre operários e engenheiros, com refeitório, banheiros, consultórios etc.

Até dezembro, o número do efetivo chegará a 1.500 pessoas, no pico.

Após dezembro de 2012, caso o cronograma da obra seja rigorosamente cumprido, toda esta “cidade” será demolida… Mas já fica registrada como a 1ª Cidade da Copa, de fato.

Confira a atualização da série “Diário de uma Arena” clicando AQUI.

Jogo improvável de 2014

Afeganistão

Cabul, Afeganistão.

Lá, na arrasada cidade com mais de 3 mil anos de história, começará oficialmente, em 29 de junho deste ano, a Copa do Mundo de 2014.

Um jogo improvável, encardido, digno de uma atenção especial da mídia internacional e das principais autoridades do planeta.

A seleção local, formada em meio à guerra de dez anos após a queda do regime talibã, vai enfrentar um país que ainda busca o reconhecimento de todos como um… país.

Aquela mesma Palestina, encravada no Oriente Médio, cuja população foi dissipada em campos de refugiados e territórios internacionais…

Será um jogo de pouco apelo técnico, pois a Palestina ocupa o 178º lugar no ranking da Fifa, um pouco à frente dos afegãos, em 195º.

Acredite se quiser, este duelo será a abertura das Eliminatórias do Mundial do Brasil.

Nações em fúria por liberdade, ansiosas por novos tempos.

Mais emblemático, impossível. O confronto de ida e volta foi definido por sorteio.

Duas nações tão diferentes, mas que representam bem o mundo diversificado que para por causa do futebol. Tanto que 208 seleções estão inscritas para a Copa.

Sejam todas bem-vindas em 2014…

Saiba mais sobre o sorteio das Eliminatórias da Copa clicando AQUI.

Palestina

O que o manda-chuva da arena pensa sobre você

Construção da Arena Pernambuco chegou à fundação, com a colocação de concreto, em março de 2011. Foto: Bernardo Dantas/Diario de Pernambuco

Diretor-presidente da Arena Pernambuco Negócios e Participações Ltda, Marcos Lessa concedeu uma breve entrevista ao blog após a viagem do Superesportes a Los Angeles, durante a apresentação do complexo LA Live. No foco, o consumidor local.

Veja também a atualização da série “Diário de uma Arena” clicando AQUI.

O novo “torcedor”
“O mercado brasileiro está pronto para o perfil de consumidor/torcedor visto em Los Angeles. Já vemos uma mudança no perfil de consumo da população em Pernambuco, que nunca viu tantos investimentos chegando. Já começa a faltar equipamentos de entretenimento, mesmo com uma movimentação assustadora. Esse incremento de receita poderá ser utilizado no lazer.”

Marcos Lessa, diretor-presidente da Arena Pernambuco. Foto: Odebrecht/divulgaçãoPiloto no Brasil
“A cidade do Recife será um piloto para a entrada da AEG no Brasil e eles estão focados para desenvolver isso. O estádio traz uma parcela do público para o jogo de futebol, mas outra, ávida pelo produto, não vai por vários motivos, como segurança, estrutura e limpeza. Esse é um mundo de oportunidades e temos uma enorme para mudar isso e crescer ainda mais, com o crescimento do turismo no Nordeste.”

A catedral
“Com essa centralidade (Cidade da Copa), o estádio passa a ser o que eram as catedrais no século 18, com o encontro de famílias nos fins de semana. A arena terá vida própria fora do futebol. Quandos os times forem jogar, entraremos com suporte de receita, com tudo o que possa alavancar a nossa receita e a dos clubes. Para chegar onde queremos, precisamos de muita cautela, com pesquisas e os melhores parceiros. Estamos fazendo tudo isso.”

Homero Lacerda, franco

Homero Lacerda, ex-presidente do Sport. Foto: Júlio Jacobina

O gravador digital ficou ligado durante 1 hora e 28 minutos.

No escritório no 21º andar do empresarial Excelsior, em Boa Viagem, uma visão ampla da metrópole recifense, tendo no fim do horizonte a Ilha do Retiro.

Na mesa, os dois telefones fora do gancho, para evitar qualquer interferência. As duas secretárias também haviam sido avisadas.

Sentado à mesa, Homero Lacerda, 64 anos. Presidente do Sport no título brasileiro de 1987 e apontado como opositor ao modelo da futura arena do clube.

Partiu do próprio ex-dirigente a vontade de falar, de conceder a entrevista. Cansado de discutir, sem conseguir incutir na atual diretoria o que pensa em relação ao projeto, Homero falou. E muito…

Abaixo, dez tópicos da entrevista concedida ao blog nesta terça-feira.

A favor da arena, contrário ao modelo
“Não é uma colocação de oposição, pois somos amigos (se referindo a Dubeux). Não admito ouvir que sou contra. Eu sou a favor da arena. Uma coisa é apoiar a diretoria do Sport e outra é um compromisso com o Sport. Para sermos verdadeiramente fiéis às pessoas, precisamos ser, antes, fiéis aos princípios. Precisamos contribuir com um debate construtivo, pois sou contra a utilização do legado que recebemos dos nossos antepassados para a construção de hotel e salas comerciais.”

Sem hotéis e empresariais
“Mesmo que fosse do Sport, essa ideia desvirtuaria o clube, sócio-esportivo. Independentemente da condução do negócio, sou basicamente contra a construção de espigões comerciais e residenciais dentro do Sport. Isso já foi tentado várias vezes. Eu mesmo derrubei uma proposta em 1995, só de espigões. Ainda nem existia ‘arena’. No fim, o Sport só ficaria com 20%, pois o terreno não valia muito.”

O valor do terreno
“O negócio está envolvendo a área do Sport, avaliada em torno de R$ 1 bilhão. Sou do ramo imobiliário há 35 anos e sei disso. O terreno vale R$ 600 milhões pelo metro quadrado, mas o potencial de expansão amplia o valor da área. Durante 30 anos, vão sugar todo o suco da laranja e entregar o bagaço. Nos primeiros 10 anos o Sport só vai receber 7% da renda do hotel. Quando o clube receber, vai ter que implodir.”

Viabilidade rubro-negra
“Sou empresário e já consegui empréstimo no BNDES. Só não se consegue empréstimo se não tiver garantia ou se o projeto não for viável. A garantia do Sport é o patrimônio de R$ 1 bilhão, em uma área valorizada no coração da cidade, e a viabilidade é a força da sua torcida, a maior do Nordeste, disparado. No Sudeste eles têm vários times, mas aqui no Nordeste, com todo o respeito ao Bahia, só tem o Sport.”

Tática para o crédito
“É preciso sanar as dívidas para liberar o empréstimo e R$ 400 milhões? Do passivo total, o clube precisaria pagar entre R$ 30 mi e R$ 40 milhões para ficar habilitado. Isso conseguiria fácil, com antecipação de receitas ou empréstimo-ponte no banco. Isso não é nada para o Sport. E que me perdoe o governo de Pernambuco, mas o projeto do Sport é mais viável que a Arena PE.”

Estudos aprofundados
“Era para o Sport enviar uma comitiva para viajar o mundo e saber como foram construídas as últimas dez arenas. Em que moldes? Tem muita coisa que não sabemos. Acabei de saber por você, agora, que o nome da arena do Sport pode ser vendido por R$ 60 milhões, como o da Copa. O Sport não sabe o seu valor. Tudo está acontecendo de maneira amadora. Era preciso realizar uma licitação clara para a escolha do consórcio. Garanto que teria gente que aceitaria construir um estádio para operar só por 15 anos, metade do proposto pela Plurisport, a escolhida.”

Hexa
“Se fosse para escolher entre o hexa ou subir para a Série A esse ano, eu ficaria com uma dúvida muito grande, por causa do calor da torcida, da rivalidade local. É uma conquista importante. Mas se for hexa, o acesso vai ser consequência.”

1987
“Lamentavelmente, o título brasileiro ainda está dividido e o Sport só entrou com uma interpelação judicial, pedindo que Ricardo Teixeira mude a decisão. Era para entrar com uma ação que respeitasse uma decisão transitado em julgado, mais incisiva. Ainda pode reverter, mas não pode ficar parado. O torcedor não aceita isso.”

Gigante
“Com o patrimônio que tem, o Sport já é um dos clubes mais ricos do país. Se tiver uma arena e administrá-la sozinho, o Sport será um dos quatro maiores clubes do país, abaixo só de Flamengo, Corinthians e São Paulo.”

Saudade da velha Ilha
“Na hora que derrubar o estádio vai doer no fundo da minha alma. Aquele concreto está impregado de cazá-cazá, suor e alegria.”

Crescimento na transição estádio/arena

O gráfico abaixo é o resultado de uma pesquisa da Deloitte Consulting durante o monitoramento de 13 novas arenas de futebol na Inglaterra.

A pesquisa foi fundamentada na mudança de conceito dos estádios, associando a modernização ao perfil do torcedor, em várias divisões.

Após as reformas, que aumentaram o conforto, a segurança e a acessibilidade, a audiência da torcida aumentou em 61%, chegando a uma média de 22 mil torcedores.

Algum paralelo com o futuro do futebol pernambucano?

Pesquisa da Deloitte sobre novas arenas na Inglaterra

Era uma vez a Cidade da Copa

Design original da Cidade da Copa, de 2009. Imgem: governo do estado/divulgação

Cidade da Copa.

Um nome forte, que muitos já confundiam até com a denominação oficial do estádio pernambucano para a Copa do Mundo de 2014, a Arena Pernambuco (veja AQUI).

A Cidade da Copa é o projeto para uma nova centralidade urbana, a 19 quilômetros do Marco Zero, na zona oeste do Grande Recife.

Porém, esse nome está com os dias contados… A Cidade da Copa será rebatizada.

Por força de contratos junto à Fifa, que detém os direitos da marca “Copa do Mundo”, o bairro de 270 hectares deverá ganhar uma nova denominação em julho.

Mais do que o nome, essa (re)apresentação vai marcar uma nova modelagem da atual Cidade da Copa, esta na ilustração acima, divulgada em 15 de janeiro de 2009 pelo Núcleo Técnico de Operações Urbana (NTOU), do governo do estado.

Com interesses privados, o investimento que poderá passar da marca inicial de R$ 1,59 bilhão até 2020 agora vai atender à demanda do consórcio liderado pela Odebrecht.

A simulação será tranasformada após articulações de executivos da Odebrecht e das norte-americanas AEG Facilities (que irá operar o centro de entretenimento) e Aecom (consultoria). A informação foi repassada ao blog pelo diretor-executivo da AEG, Bob Newman, durante a viagem a Los Angeles

Um shopping center, um centro de convenções, um arena fechada de 15 mil lugares, um ou dois hotéis e nove mil moradias estão na pauta.

Em entrevista ao blog, o diretor-presidente do Consórcio Arena Pernambuco, Marcos Lessa, disse que ainda está tentando reverter a provável mudança de nome – a de design está mais do que confirmada. O esforço, segundo ele, é porque o nome é “bom”.

Qual é a sua sugestão para o novo nome da Cidade da Copa?

Passeio em LA Live, no futuro

LA Live

O Diario de Pernambuco deste domingo traz um especial sobre o LA Live, o megacomplexo de entretenimento em Los Angeles, operado pela AEG Facilities, a mesma com contrato assinado com a Odebrecht para implantar a ideia no Grande Recife, na arena do estado para a Copa do Mundo de 2014.

Nos Estados Unidos, uma visão futurista, no ponto máximo a ser alcançado hoje em dia.

Abaixo, um vídeo gravado durante a minha viagem aos EUA, antes, durante e depois do jogo do Los Angeles Lakers, no ginásio Staples Center, a primeira construção do LA Live, que atualmente recebe 12 milhões de visitantes por ano (saiba mais do jogo AQUI).

Será este o futuro que nos espera?

Se não for com 100% de fidelidade, que pelo menos seja o conceito…

Confira a reportagem completa no caderno Superesportes clicando AQUI.

Qual é a arena mais bonita já lançada em PE?

Arenas lançadas em Pernambuco desde 2007. 1) Arena Coral, 2) Timbarena, 3) Arena Sport, 4) Arena Pernambuco (modelo atual), 5) Arena Pernambuco (modelo antigo), 6) Arena Recife Olinda

Todas as seis arenas acima foram lançadas em Pernambuco a partir de 2007.

São seis modelos modernos, sendo que a Arena Pernambuco teve duas modelagens divulgadas. Somados, os cincos estádios teriam um orçamento de R$ 1,857 bilhão!

Como se sabe, apenas o estádio da Copa do Mundo de 2014 está saindo do papel…

Legenda: 1) Arena Coral, 2) Timbarena, 3) Arena Sport, 4) Arena Pernambuco (modelo atual), 5) Arena Pernambuco (modelo antigo), 6) Arena Recife-Olinda. Saiba mais AQUI.

A enquete desta semana quer saber a sua opinião sobre o design mais bonito…

Qual é o design mais bonito das arenas apresentadas em Pernambuco?

  • Arena Sport (42%, 231 Votes)
  • Arena Coral (28%, 152 Votes)
  • Timbarena (15%, 84 Votes)
  • Arena Recife-Olinda (6%, 34 Votes)
  • Arena Pernambuco - modelo atual (5%, 28 Votes)
  • Arena Pernambuco - modelo antigo (3%, 15 Votes)

Total Voters: 544

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Fatalidade causada pelo atraso

Pela MLS 2011, Los Angeles Galaxy 1x1 New England Revolution, com atuação apagada de David Beckham. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Los Angeles – Tirando a chuva, a foto acima bem que poderia fazer parte da realidade pernambucana, marcada neste domingo por uma notícia muito triste…

O torcedor alvirrubro Antônio Bezerra Costa Júnior, de 32 anos, morreu ao cair no fosso do estádio do Arruda, na comemoração do primeiro gol do 3 x 3 no clássico.

A confirmação da morte por traumatismo craniano aconteceu pouco depois que comecei a ler as notícias do futebol pernambucano, já na madrugada de segunda-feira.

Foi muito estranho receber uma notícia assim, em mais um relato provocado pela falta de segurança nos arcaicos estádios locais, no mesmo dia em que assisti ao jogo do Los Angeles Galaxy no moderno estádio Home Depot Center.

Foi um duro choque de realidade…

Aqui, são 22 mil lugares, todos em assentos marcados e espaçosos. Não há divisória da arquibancada para o gramado, a não ser uma barra de ferro.

Com muitos fãs latinos (principalmente mexicanos), o time do Galaxy também tem uma torcida agitada, como as do Recife. Porém, a organização que cerca a partida, com quase 600 pessoas nesta função, deixa a certeza de que o público está seguro.

A chuva neste domingo – com frio de 12 graus – foi a primeira em uma partida do Galaxy em 9 anos em casa. Mesmo assim, a precaução: os 13 mil torcedores que foram ao jogo do time de Beckham receberam um capa de chuva descartável. No placar eletrônico, a mensagem de agradecimento pela presença da torcida, mesmo com o mau tempo.

O respeito parte da própria agremiação… Por isso, hoje, o futebol está de luto no Recife.

Espero que esse conforto associado ao entretenimento que eu vi nessa arena nos Estados Unidos, cujo investimento é bem possível de ser alcançado em Pernambuco, seja realmente a nossa realidade em breve.

Na Arena Pernambuco, em andamento, será. A empresa, AEG, é a mesma.

A casa de todos em Los Angeles

Transição da quadra do Staples Center, do basquete para o hóquei sobre o gelo. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Los Angeles – Na prática, esta postagem é mais ilustrada do que formada por palavras. As três fotos representam a transição da quadra do espetacular ginásio Staples Center.

A agenda do sábado, 19 de março, marcava dois jogos de grande porte. Com um detalhe: um de basquete e outro de hóquei sobre o gelo.

Primeiro com o Clippers, na NBA, às 12h30. Depois com o Kings, na NHL, às 19h30.

Antes das primeiras explicações dos executivos da AEG Facilities, a operadora do ginásio e futura parceira da Odebrecht na Arena Pernambuco, a minha maior dúvida era mesmo como montar uma quadra de gelo em tão pouco tempo.

O blog e outros três jornalistas acompanharam o passo a passo da transformação. Acredite: não existe montagem. O gelo está eternamente lá, embaixo da quadra de madeira. Devido a um componente químico congelante chamado Glycol, o gelo permanece compactado.

Assim, além de alguns ajustes, é preciso apenas retirar a quadra, dividida em centenas de módulos retangulares. Dos 4.100 assentos removíveis, 700 são tirados para o hóquei, cuja quadra oficial é bem maior. O post não acabou!

Transição da quadra do Staples Center, do basquete para o hóquei sobre o gelo. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

A ação dura pouco menos de três horas e conta com a participação de 65 funcionários, coordenados por Sam Kropp, vice-presidente de operações do Staples Center.

Segundo ele, já foram feitas cinco mudanças deste tipo em 2011. O interessante é que também existe a troca de quadras de basquete para basquete, pois os pisos têm os nomes dos times. No caso, Lakers e Clippers.

O recorde local de transição do ginásio do basquete para o hóquei foi estabelecido em 2004, com 2 horas e 12 minutos.

A marca da mudança inversa, do hóquei para o basquete, costuma ser 30 minutos mais demorada. A explicação, segundo Kropp:

“É muito mais fácil retirar todas as placas da quadra de basquete, apenas com o desencaixe, do que colocá-las,  tendo que ver uma a uma se ficou certo.Todos são bem treinados e sempre tentamos alcançar o recorde. Vamos quebrá-lo.”

Transição da quadra do Staples Center, do basquete para o hóquei sobre o gelo. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco