Buenos Aires – A empáfia futebolística é grande mesmo. Dos dois lados, é verdade.
Antes da viagem para a Argentina, o meu amigo Lucas Fitipaldi, que também é repórter do Superesportes, disse que eu escutaria bastante nas arquibancadas uma música dos hermanos provocando Pelé.
Passou o primeiro jogo, o segundo, o terceiro… Nada!
Até que a Argentina caiu nas quartas de final de sua própria Copa América.
Eis que, no dia seguinte, no confronto Brasil x Paraguai, em La Plata, os argentinos vestiram a camisa da seleção albiceleste e foram para o setor paraguaio no estádio.
Foram secar e, finalmente – quase fora de hora -, cantaram a tal musiquinha…
“Brasileño, brasileño! Qué amargado se te ve, Maradona es más grande, es más grande que Pelé.”
Buenos Aires – Exatamente… Terça-feira, 19 de julho de 2011.
Dia Nacional do Futebol Brasileiro.
A data foi escolhida em homenagem ao gaúcho Sport Club Rio Grande, o time de futebol mais antigo do país, fundado neste dia, em 1900, há longos 111 anos.
O dia comemorativo foi criado em 1976 pela então Confederação Brasileira de Desportos.
A entidade foi modificada, atualmente para a CBF.
Hoje começa a semifinal da Copa América. Sem a Seleção…
Na foto, o abraço fraterno após uma eliminação nos pênaltis, de forma vexatória.
Semana Nacional da Ressaca?
Na Argentina, em 2011, o Brasil fez a sua pior campanha na Copa América, acabando em 8º lugar. Confira abaixo todas as 33 posições da Seleção na competição.
Campeão: 1919, 1922, 1949, 1989, 1997, 1999, 2004 e 2007
Vice: 1921, 1925, 1937, 1945, 1946, 1953, 1957, 1959, 1983, 1991 e 1995
3º: 1916, 1917, 1920, 1942, 1959, 1975 e 1979
4º: 1923, 1956 e 1963
5º: 1987 e 1993
6º: 2001
8º: 2011
Não participou: 1924, 1926, 1927, 1929, 1935, 1939, 1941, 1947, 1955 e 1967
Buenos Aires – Análise do futebol a partir dos números… Neste post, o duelo um contra um, do driblador diante do marcador, nesta Copa América de 2011.
Acima, um quadro estatístico da Conmebol sobre a competição continental apenas com os dribles aplicados por todas as seleções.
O dado considera a soma dos jogos na fase de grupos e das quartas de final.
Vale como curiosidade…
Nos dribles, brasileiros e argentinos estão muito, mas muito acima dos rivais.
Dos quatro semifinalistas, o Peru foi o que mais fintou além das superpotências, mas, ainda assim, foram 28 a menos que a Argentina e 47 em relação ao Brasil.
A arte está encravada no futebol praticado na Albiceleste e na Canarinha, mas, pelo visto, a objetividade precisa voltar à pauta, urgente!
O contraponto à lista de dribles é o ranking de desarmes. Aí, “curiosamente”, os quatro semifinalistas estão entre os cinco primeiros. O Brasil bem que tentou roubar a bola…
Destaque para o Paraguai, que não dribla ninguém e desarma todo mundo!
Veja mais estatísticas da Copa América clicando aqui.
Buenos Aires – Segunda-feira, última semana da Copa América. Como se não bastasse o frio, chuva na capital argentina, a primeira desde que cheguei aqui, há 15 dias.
Clima que condiz com o cenário armado para a disputa do título continental no país.
Um torneio organizado para ser o melhor da história, iniciada em 1916, chega à reta final sem brasileiros e argentinos entre os quatro melhores pela primeira vez. Antes, em 1939 e 2001, também com semifinais distintas, um dos países havia negado o convite.
No entanto, a ausência das duas principais potências futebolísticas – e econômicas – da América do Sul foi provocada pela falta de estrutura coletiva nas seleções.
Encararam adversários duros, mas sem muita qualidade técnica. Criaram chances, mas não convertaram. Foram eliminados, paciência. Faltou competência, só.
Com o baque, grande parte da imprensa brasileira já está remarcando a passagem aérea para voltar para casa. Já os argentinos, em suas inúmeras mesas redondas, já começaram a falar da preparação dos principais clubes locais para o Apertura 2011…
Sem os dois países, com 11 finais de Copa do Mundo agregadas, a taça da Copa América será entregue a uma equipe compacta na defesa, afeita ao contragolpe e que tem como prioridade cavar faltas para desenvolver jogadas através da bola parada.
Descrição válida para qualquer um dos semifinalistas.
O primeiro busca a redenção, os dois seguintes querem repetir uma glória distante há mais de três décadas e o último vai curtir cada segundo a mais na Argentina.
Com ou sem chuva, de cara feia ou não, a Copa América se aproxima de seu epílogo. Sem brasileiros, sem argentinos, sem tanta rivalidade, mas com muita garra.
Buenos Aires – Ainda em tempo de fazer um registro após assistir in loco a uma atuação de Lionel Messi. Sim, aquele craque do Barcelona, eleito o melhor jogador de futebol do mundo nas últimas duas temporadas, é realmente genial.
Nunca fui à Europa. Obviamente, nem cheguei perto do Camp Nou. Exibições de gala do craque argentino, só mesmo pela televisão.
Mas tive a chance em Santa Fé, a 476 quilômetros da capital argentina, no superclássico de seleções do Rio da Prata. Seria uma oportunidade daquelas…
Messi é, de fato, melhor que nos videogames. Primeiro porque ele parece se mexer em campo sempre com o comando de “velocidade” apertado, o tempo todo, sem desgaste e com a bola colada no pé. O popular “quadrado”, para o chute, sai sempre calibrado, direcionado. É como se Alguém lá em cima estivesse com o joystick na mão…
A Argentina não passou das quartas de final? Messi não balançou as redes uma vez sequer? Futebol não se resume só a isso. Não mesmo.
No Cemitério dos Elefantes, com uma técnica muito acima da média – principalmente na sua própria seleção – , La Pulga deu o melhor de si em campo diante do Uruguai, com passes genais (“x” ou “triângulo”), lançamentos, como o que resultou no gol de Higuain, apertando a “bola” do controle”, e dribles incríveis.
Durante quase toda a partida, e foram 120 minutos de futebol, é bom lembrar, Lionel foi cercado e caçado por dois ou até três uruguaios. Cáceres, Pérez e Lugano tiveram muito trabalho. Quase sempre, parando o camisa 10 da albiceleste com falta. Na maioria das vezes, porém, viram o argentino passar voando.
No fim, cabisbaixo, frustrado, destruído, Messi ainda foi aplaudido. Com companheiros à altura, como os do Barça, ele chega perto de se tornar imparável.
Buenos Aires – Definida a fase semifinal da Copa América. Após 22 partidas realizadas, confira com ficou a classificação da primeira fase e das quartas de final aqui.
Abaixo, os novos confrontos com as estatísticas, somando as duas fases da competição até aqui: PJ – jogos, PC – passes certos, FC – finalizações certas, I – impedimentos.
Os vencedores se enfrentarão no próximo domingo no estádio Monumental de Nuñez.
Uruguai x Peru, na terça-feira, às 21h45, em La Plata (Único)
Na estreia, uruguaios e peruanos empataram em 1 x 1. Agora, os dois times chegam completamente diferentes para este duelo. Encorpado, o Uruguai volta a mostrar o espírito copeiro do Mundial de 2010, com uma defesa bem ajustada e encaixado nos contragolpes. No Peru, obediência tática, cansando sempre o adversário. Duelo à parte com os técnicos uruguaios: Oscar Tabárez na Celeste e Sergio Markarian no Peru.
Paraguai x Venezuela, na quarta-feira, às 21h45, em Mendoza (Malvinas Argentinas)
Quatro empates. A campanha do Paraguai até a semifinal mostra uma “regularidade” impressionante. Porém, vale lembrar que em dois jogos o time guarani, compacto na defesa, esteve com a vitória nas mãos até os descontos. Uma delas contra a própria Venezuela, na 1ª fase, quando vencia por 3 x 1. Agora, é aguardada a volta do atacante Roque Santa Cruz. Já a Venezuela entra como franco atiradora, calibrada.
La Plata – Em 2004, eliminação na primeira fase, como sempre. Em 2007, sediando a Copa América pela primeira vez, uma surpreendente classificação às quartas de final.
Em 2011, o que parecia impossível… Venezuela na semifinal, já garantida na frente de Brasil e Argentina na classificação, em um feito histórico neste domingo.
Sim, aquele saco de pancadas que comemorava o gol de honra em goleadas por 6 x 1, ou até mais, agora consegue transformar sonhos em realidade.
Diante de um favoritíssimo Chile, jogando bem até então e com o apoio de sua torcida em San Juan, o time da camisa vinho tinto teria a maior chance de sua história de ficar entre as quatro melhores seleções do continente.
A euforia venezuelana começou com um gol do zagueiro Vizcarrondo. Depois de batalhar bastante, acertando a trave, aliás, o Chile empatou, num chutaço de Suazo.
A reação da Roja parecia óbvio, natural. Ainda mais diante do “saco de pancadas”.
Com personalidade, a Venezuela desempatou. Cichero aproveitou um rebote após cobrança de falta na área e fez 2 x 1, aos 35 do segundo tempo.
O treinador César Farias, que havia pedido respeito para a Venezuela, agora deve estar pedindo outra coisa… Que o adversário não chore após a derrota.
La Plata – Infelizmente, o script foi o mesmo dos argentinos. Literalmente. Tão favorito quanto, tão decepcionante quanto.
Na primeira fase, valores individuais que não resultaram em uma “equipe”.
Dois empates nas duas primeiras rodadas e uma vitória animadora no desfecho. Não tão animadora, sendo franco, mas que valeu a classificação. Aliviou a pressão.
Mas teria sido uma mudança de postura de fato e de direito?
Para os hermanos não foi o que aconteceu, ainda nas quartas de final.
Para o Brasil, após um empate em 0 x 0 com o Paraguai, com inúmeras chances perdidas – várias delas claríssimas -, a Seleção foi à decisão agônica dos pênaltis.
E também não seria, e na mesma etapa…
Até aquele momento da partida, em um domingo quente no estádio Único, mesmo com o termômetro dizendo o contrário, o herói da partida era o goleiro e capitão guarani, Justo Villar. E olhe que ele nem precisaria se esforçar muito instantes depois…
Começa, então, o fim, separado por 11 metros, da linha do gol à marca penal.
Elano bate por cima. Barreto colabora e chuta para fora, deixando tudo igual. Depois, Thiago Silva bateu fraco e Villar defendeu.
Seguia o empate sem gols, até nos pênaltis, tamanho o equilíbrio neste confronto. Aí, Estigarribia finalmente mandou para as redes e deixou o Paraguai em vantagem.
André Santos, repetindo o feito de Elano, também chutou por cima. Riveros partiu para deixar a diferença quase irreversível. Não falhou, 2 x 0.
Fred, na 4ª cobrança do Brasil, até pisou na marca para ver se ajudava, tamanha quantidade de areia que saia a cada disparo. A distância foi enorme, na meia-lua.
E o centroavante, que entrara no lugar de Neymar, bateu para fora…
O Brasil está eliminado da Copa América.
A Seleção treinada por Mano Menezes foi incapaz de marcar um gol até nas cobranças de pênaltis. Agora, resta aguardar o sinal de embarque no aeroporto de Ezeiza.
La Plata – Nesta Copa América, 11 torcidas tiveram o costume de levar as bandeiras das respectivas seleções para os estádios.
Uma certa 12ª torcida faz um trabalho duplo nas arquibancadas…
Além das bandeiras brasileiras, é impressionante a quantidade de camisas e bandeiras dos clubes. Todos com aquele desejo de levar o time do coração para o “mundo”.
Tanto para a TV quanto para a própria produção de fotos e vídeos.
No meio de tantas – vi de pelo menos dez estados -, é claro que apareceria uma peça pernambucana neste disputado Brasil x Paraguai, no estádio Único, neste domingo…
Achei duas, na verdade. Uma na arquibancada cinza e outra na geral laranja.
O zoom da câmera chegou quase no limite, mas até que deu para fazer o registro!
La Plata – Devidamente conectado e pronto para o jogão entre Brasil e Paraguai, pelas quartas de final da Copa América de 2011, no estádio Único, neste domingo.