Rio de Janeiro – O jornalista Hélio Pinto foi um dos 173.850 espectadores no Maracanã em 16 de julho de 1950. Como tantos outros brasileiros naquela tarde, ficou em silêncio no fim da partida ao ver o seu scratch vencido pelos uruguaios. Um silêncio tomado pelos pensamentos de como contar a história que não queria, que não esperava. Não teve jeito, recorreu à máquina datilográfica e escreveu sobre a maior tragédia do futebol nacional até então.
Foram duas páginas com textos carregados, numa diagramação bem diferente dos tempos atuais. Com a manchete Campeões do mundo os uruguaios, a reportagem foi feita exclusivamente para o Diario de Pernambuco. Enviado especial do periódico, o repórter cobriu in loco à final da primeira Copa do Mundo no Brasil. O DP já havia publicado várias páginas para torneio, como a participação recifense no jogo Chile 5 x 2 Estados Unidos, na Ilha do Retiro.
A longa espera durou 64 anos até que o Mundial retornasse com outra final no Maracanã, em 13 de julho de 2014. Desta vez sem a Seleção, mas novamente com o Diario na tribuna, o que fez do jornal o único do estado nas duas decisões. Histórico. Lá, participei da cobertura ao lado de João de Andrade Neto, resultando no texto O título em boas mãos, além de outras matérias e conteúdo online, com imagens de Ricardo Fernandes, fotógrafo da equipe.
Num cenário modernizado, o Maraca recebeu 74.738 pessoas. Viram outro gol agônico, agora da Alemanha sobre da Argentina. Foi o derradeiro episódio da ampla cobertura do Superesportes na Copa. A linha diferenciada foi marcada pela distribuição de sedes, com jornalistas enviando matérias exclusivas de cinco cidades. Fortaleza (Celso Ishigami), Salvador (Brenno Costa), São Paulo (João de Andrade Neto) e Rio (eu). No Recife, Alexandre Barbosa e Daniel Leal cuidaram do trabalho na Arena. Todos credenciados pela Fifa.
Foram 28 jogos do Mundial com o Diario presente. Uma experiência para a ficar na memória de todos. E foi um enorme prazer escrever tanto de tão perto…
Rio de Janeiro – Esta será a vista do blog nas duas próximas semanas. Acredite, a surpresa foi grande ao chegar na varanda e me dar conta da proximidade do Maraca. Por sinal, jamais havia visto o estádio… É deslumbrante. Exala futebol.
O tamanho da felicidade é proporcional ao da responsabilidade.
Portanto, esse é o início do trabalho definitivo no Mundial após o período de oito dias na fria Granja Comary, em Teresópolis, no início da preparação da Seleção.
Sou o quarto enviado especial do Diario de Pernambuco para a cobertura desta Coa do Mundo de 2014. Já haviam embarcado do Aeroporto dos Guararapes os repórteres João de Andrade Neto (São Paulo), Brenno Costa (Salvador) e Celso Ishigami (Fortaleza).
No Recife seguem os outros dois credenciados do jornal, Alexandre Barbosa e Daniel Leal, além de toda a equipe do portal Superesportes, num trabalho intenso com informações, imagens e novidades. Por sinal, o material produzido pelo blog deve ser focado no site.
Na minha agenda inicial, cinco partidas no renovado (e bilionário) estádio Mário Filho, incluindo quatro na fase de grupos e um nas oitavas de final.
Final da Copa do Mundo? Mais à frente. Por enquanto, vamos, sobretudo, com Argentina, Espanha e França…
Certeza mesmo, só a da bela vista até o dia 29 de junho.
A menos de 300 metros da casa do futebol.
Atualizando o primeira dia na cidade, à noite vista foi esta…
Teresópolis – São 1.632 profissionais da imprensa trabalhando na cobertura da Seleção Brasileira na Granja Comary. Acompanhar a preparação da equipe de Felipão para o Mundial de 2014 vem sendo bem corrido, com uma carga horária acima do normal e a consciência de que trata-se de um trabalho especial.
Numa interação com torcedores no twitter, algo que procuro (e gosto) fazer bastante, alguns me pediram algo específico. Sugeriram uma postagem sobre essa experiência (massa), justamente pela proximidade do relato, quase um canal direto com com o centro de treinamento da Seleção.
Realmente, fazia sentido. Afinal, no treino do mesmo dia, um domingo, postei várias mensagens e fotos sobre o desempenho dos jogadores no campo principal, mas sem deixar de conversar com a galera. Era tudo inédito para mim na Granja Comary.
Como jornalista esportivo – a área que sempre quis -, escrever sobre a Seleção é um objetivo que você projeta naturalmente. A minha primeira grande oportunidade do tipo (e inesquecível, diga-se) foi em 2011, na Copa América, durante 26 dias na Argentina. Agora, um cenário semelhante, mas com uma estrutura ainda maior, mais moderna. O mesmo espaço é dividido com jornalistas de renome nacional, como Juca Kfouri, PVC e Tino Marcos. É impossível ficar parado, pela agenda (treino às 9h30, coletiva com dois jogadores às 12h30 e treino às 15h30). Texto, texto, foto, texto, Superesportes, blog, correção…
O ritmo é diferente, sem dúvida. Ou seja, como profissional, só tenho a aprender aqui.
Em relação ao contato com os jogadores, há hoje uma barreira. Há 15 anos era possível entrevistar atletas pessoalmente, independentemente do seu veículo – e aqui, sem dúvida, isso faz diferença. Hoje, o contato é restrito às coletivas, em jogadores indicados pela própria comissão técnica/assessoria. Os principais, Neymar e Fred, por exemplo, demoram a entrar na pauta. A blindagem é clara.
No momento em que tudo isso é transmitido ao vivo em sites e canais de tevê, como ser diferente no conteúdo? Como justificar o investimento? E é óbvio que o Diario de Pernambuco fez isso para que eu estivesse no Rio. O caminho parece ser o de contextualizar depoimentos, histórias, treinamentos, regulamentos etc. Cada um procurando o seu viés. Ao jornal Estado de S. Paulo, a lesão de Paulinho, ex-Corinthians, ganhou um destaque maior. No Diario, a entrada do pernambucano Hernanes na vaga foi o direcionamento adotado. Leituras diferentes de um mesmo episódio.
Existem momentos complicados, desde uma apuração, uma pergunta não efetuada nas concorridas coletivas e problemas logísticos. No meu caso, o crachá ainda não estava no sistema no primeiro dia. Ou seja, não havia liberação para entrar na granja. Telefonemas, e-mails, respostas e, muito tempo depois, chegou.
Cada crachá de acesso, aliás, tem a sua limitação. Estou liberado para o centro de imprensa, para um palco provisório armado pela CBF atrás do gol do campo principal e na área de circulação da granja. Os alojamentos, claro, ficam do lado oposto.
Resumindo, é terminando um texto e seguindo para outra demanda. Tudo num frio considerável – ainda mais para quem vem do Recife. Tempo variando de 10 a 15 graus e bastante vento, o que só piora a sensação térmica.
Nos intervalos – acredite, é preciso se alimentar -, surge uma resenha diferente, no contato com jornalistas de outros estados. Cada um com seu time – e que certamente escutam as mesmas coisas que eu -, sua visão da profissão, suas histórias. Em uma dessas, já na noite de domingo, estava terminando o texto para o jornal numa sala de imprensa com três televisões. Duas passando jogos ao vivo e uma com a reprise de Corinthians x Botafogo. Pedi para que mudassem de canal, para a TV Brasil. Sim, Salgueiro x ASA. “Pode colocar aí, vá por mim. Canal 166 da Sky”.
Não me levaram a sério na hora. No fim, a turma – formada por cariocas, paulistas e mineiros – estava torcendo pelo Carcará, que venceu por 1 x 0. Até ali, na prática, mal sabiam que o Salgueiro existia. Mudou. E tudo por causa da ampla cobertura da Seleção na Granja Comary, por causa da presença de 1.632 profissionais. E porque tive o prazer, como jornalista formado, de ser um deles…
Atualizado com novas charges (15 ao todo) em 27/05/2014.
A Copa do Mundo de 2014 está chegando e os problemas no país permanecem. Arrastões, aumento nos impostos, falta de estrutura, protestos…
Num tom crítico e com dose de humor, Samuca e Jarbas Domingos, da editoria de artes do Diario de Pernambuco, publicaram as seguintes charges no jornal, desde o fim de abril. Vai ter Copa…
27/05 – No primeiro protesto, o Fenômeno ensaia uma mudança de lado (Jarbas Domingos)
26/05 – A Fifa assume a administração de arenas e CTs (Samuca)
25/05 – Tempo cada vez mais curto e governo omisso (Jarbas Domingos)
24/05 – A adoração da Taça Fifa no tour pelo país (Samuca)
22/05 – Segurança ostensiva no Mundial… (Samuca)
19/05 – Versão do popular comercial com as polêmicas do Rei (Jarbas Domingos)
22/05 – Estreia do X-Men e as dúvidas dos poderes nas mãos de Felipão (Samuca)
16/05 – Os saques na greve da PM em Pernambuco (Samuca)
14/05 – Os estádios inacabados do Mundial (Samuca)
13/05 – Godzilla ataca nos cinemas. Ou no Brasil? (Jarbas Domingos)
10/05 – Alerta de segurança aos 500 mil torcedores estrangeiros (Samuca)
07/05 – A lista de convocados de Felipão (Jarbas Domingos)
06/05 – A violência das torcidas organizadas, com assassinato (Samuca)
05/05 – Seguidos problemas no sistema metroviário do Recife (Jarbas Domingos)
30/04 – Paralelamente à campanha contra o racismo, a conta de luz aumenta (Samuca)
As capas do Diario de Pernambuco após a final no Castelão, em Fortaleza.
Nas bancas desta quinta-feira, o incontestável título do Sport na Copa do Nordeste de 2014 estampa a manchete do jornal e também do caderno Superesportes.
Confira as capas em uma resolução maior aqui e aqui.
O perfil ColoredHistory expõe o twitter imagens colorizadas e restauradas de situações icônicas na história, como guerras, protestos, grandes metrópoles, atrizes, presidentes e, claro, fotografias esportivas…
Registros em P&B de até 150 anos, agora coloridos.
As modalidades mais divulgadas são o boxe, o baseball e o futebol americano, populares os Estados Unidos. Até o momento, apenas duas fotografias de futebol foram colorizadas. Ambas com o Rei Pelé.
Primeiro, com o craque beijando a Taça Jules Rimet, conquistada por ele em três Mundiais, e também num passeio na Suécia, com apenas 17 anos, na época de sua primeira grande conquista na Seleção Brasileira.
Confira as fotos restauradas numa resolução maior aqui e aqui.
Que o futuro reserve mesmo instrumentos de redefinição de imagens em alta qualidade. Será possível enxergar a história de uma forma ainda mais nítida…
O arquivo do Diario de Pernambuco, por exemplo, conta com fotos em preto e branco de 1950 a 1996, quando o formato foi extinto – a produção de imagens coloridas vinham crescendo no jornal desde 1991.
Imagine essa ideia aplicada em fotografias com Náutico, Santa Cruz, Sport…