“É porque a gente não podia divulgar, mas já fizemos testes secretos…”
Sem dar maiores detalhes sobre onde ocorreram esses testes, o presidente da FPF, Evandro Carvalho, revelou que a estrutura para a utilização de “árbitros de vídeo” no Campeonato Pernambucano já está quase pronta. O significa a aquisição de uma unidade móvel, que ficará fora do estádio do jogo em análise, num investimento de R$ 1 milhão, com R$ 300 mil saindo dos cofres da federação. A ideia é usar as imagens produzidas na transmissão oficial (cuja central também fica numa unidade móvel fora do estádio), com pelo menos sete câmeras. Nem todas as partidas contariam com o tira-teima, pois a cada rodada só dois jogos são exibidos na televisão, um na Globo e outro no Premiere.
Trata-se de um cenário semelhante ao dos principais torneios do tênis. As quadras centrais contam com o hawk-eye, o recurso tecnológico para a ver se a bola tocou na linha, ao contrário das quadras de apoio. E ainda que ocorram jogos paralelos não há problema. No Estadual, todos os clássicos teriam a consulta do “árbitro de vídeo”, assim como a fase final. O teste desta tecnologia está autorizada pela Fifa até 2017 – a aprovação, ou não, sai em 2019. A consulta de vídeo (um apelo antigo) foi aprovada pela International Football Association Board, em que organiza as regras do futebol, em 5 de março. Antes disso, a direção da FPF, através da CBF, tentou utilizar, em caráter experimental, na final da edição deste ano, mas acabou tendo o pedido negado.
Agora, com a CBF mediando e interessada em adotar o sistema no Brasileirão de 2017 (e já realizando testes na Suíça, foto), a FPF voltou ao assunto. Com o aval “verbal” da Fifa, aguarda a chancela oficial. Ah, ao contrário do tênis, não haveria pedidos de consulta por parte dos times. A decisão teria que partir do árbitro no campo ou da equipe a postos na unidade móvel, com a informação via ponto eletrônico. Pelo visto, deve haver um resquício de polêmica…
Para essa experiência, as dúvida seriam as seguintes:
a) Dúvida se a bola entrou ou não no gol.
b) Saídas da bola pela linha de fundo, quando na mesma jogada ou contexto for marcado gol ou pênalti.
c) Definição do local das faltas nos limites da grande área, para definir se houve ou não pênalti.
d) Gols e pênaltis marcados, possibilitados e evitados em razão de erro em lances de faltas claras/indiscutíveis, não vistas ou marcadas equivocadamente.
e) Impedimentos por interferência no jogo, caso na jogada haja gol ou pênalti.
f) Jogo brusco grave ou agressão física (conduta violenta) indiscutíveis não vistos ou mal decididos pela arbitragem.