Agora é com a gente

Copa do Mundo de 2014A Copa do Mundo de 2010 ainda não chegou ao seu epílogo, mas o prólogo de 2014 já foi lançado.

Com alguns ajustes, o emblema oficial é o mesmo que vazou no fim de maio (veja AQUI).

Agora, serão 47 meses até a realização da próxima edição da maior  competição da Fifa. No Brasil. Como país-sede, a Seleção já está garantida no Mundial.

Dessa forma, nossa única preocupação (e principal, diga-se) é com a organização da segunda Copa no Brasil, 64 anos após a primeira edição.

Em 1950 foram foram 13 países, 6 subsedes e 22 jogos. Dentro de quatro anos serão 32 seleções, 12 estádios e 64 partidas. Abaixo, dados do estudo do Ministério do Esporte sobre o impacto econômico da Copa.

R$ 183 bilhões. Esse deverá ser o valor total de recursos investidos e gerados no país (antes e durante a competição), de forma direta ou indireta.

Para calcular esse montante, foi colocado tudo na mesa, da matéria-prima de todas as obras ao consumo da população, passando por novos empregos e tributos ao país.

R$ 33 bilhões, o investimento em infraestrutura (estradas, aeroportos etc). Deste total, 78% será bancado pelo setor público.

710 mil novos empregos, sendo 330 mil permanentes.

3,1 milhões de turistas nacionais.

600 mil turistas estrangeiros.

A Eliminatória da Copa deve começar no segundo semestre do ano que vem e vai até o segundo semestre de 2013. A expectativa da Fifa é que o número de países inscritos supere os 205 para o Mundial de 2010. A Fifa tem 208 filiados.

Você gostou do emblema da Copa do Mundo de 2014? Comente!

Armada espanhola

Seleção da tecnologia da Fifa na Copa-2010 até a finalA armada espanhola assumiu de vez a seleção da Copa do Mundo de 2010.

Na primeira semana, nenhum atleta da Fúria conseguiu atingir uma nota suficiente para entrar no time da Fifa, que leva em conta o Índice Castrol.

Após as oitavas de final, três jogadores foram escalados. Agora, com a Espanha em sua primeira final, a seleção emplacou nada menos que seis jogadores (print screen ao lado)!

Uruguai e Alemanha, que caíram na semifinal, também têm um jogador na lista. Assim como a própria Holanda, finalista! Sneijder (sempre ele) garante o tom laranja. Lembra de Gilberto Silva? O volante brasileiro segue fime.

O lateral-direito Sergio Ramos é o novo líder da “tecnologia“. O ala, conhecido pela truculência em algumas jogadas, tem uma média de 9,79.

Os cinco jogadores (quatro espanhóis) com as notas mais altas são da defesa. Pelo menos a estatística condiz com a baixa média de gols da Copa, que é de 2,24.

Ainda faltam dois jogos. Tempo suficiente para mudar esse time…

Você concorda com essa seleção da Copa do Mundo de 2010?

Copa dos Campeões Mundiais

Final do Mundialito em 10 de janeiro de 1981: Uruguai 2 x 1 Brasil

Bastou a confirmação de um novo campeão mundial de futebol, que será conhecido no domingo, para começar uma avalanche de ideias, principalmente em fóruns na internet.

A principal delas é reeditar em breve o Mundialito, com a nata das seleções.

Eram seis campeões mundiais em 1980 quando a ditadura uruguaia resolveu organizar uma competição para melhorar a imagem do país. E conseguiu o apoio da Fifa. Apenas a Inglaterra desistiu (por não querer fazer “propaganda” para o governo celeste). O país foi substituído pela Holanda, vice-campeã mundial em 1974 e 1978.

O Mundialito, que celebrou os 50 anos do Mundial de fato, foi realizado em Montevidéu, no estádio Centenário (palco da primeira Copa da história). E foram verdadeiros timaços: Brasil de Sócrates, Argentina de Maradona, Uruguai de Hugo de León, Alemanha de Rummenigge, Itália de Scirea e Holanda de Van der Kerkhof.

E, assim como em 1930, o Uruguai conquistou o título do Mundialito, também chamado de Copa de Ouro, ao vencer o Brasil na final por 2 x 1, já em 10 de janeiro de 1981. Victorino marcou o gol do título aos 35 minutos do segundo tempo (foto).

Agora, com o 8º campeão mundial a caminho (Holanda ou Espanha), um novo Mundialito teria um número viável de seleções, com o mesmo modelo da Copa das Confederações, com dois grupos de quatro, seguido de semifinal e final. Uma copa de clássicos!

O sufocado calendário atual, porém, não deixa espaço algum para um novo torneio. A ideia proposta, então, seria substituir a própria Copa das Confederações de vez em quando. A Fifa não deverá fazer nada a respeito. Mas é até válido o debate…

A 8ª dinastia

Copa do Mundo de 2010: Espanha 1 x 0 Alemanha

Após 12 anos, o mundo terá um novo campeão.

O 8º campeão mundial de futebol será conhecido em 11 de julho, no Soccer City. No epílogo da Copa do Mundo da África do Sul.

E lá estará a Fúria. O time quebrou todos os prognósticos possíveis após a desastrosa estreia contra a Suíça, quando saiu de campo derrotada. Com o velho rótulo “amarelo”.

Esbanjando eficiência, a Espanha venceu o terceiro jogo seguido por 1 x 0 na fase mata-mata do Mundial. O toque de bola dos espanhóis até empolga, em um estilo de jogo incomum para o futebol atual.

Foi assim diante de portugueses e paraguaios. E agora contra os alemães, na semifinal. Nesta quarta, em Durban, a Espanha envolveu o time germânico, que esteve longe do bom futebol mostrado nas fases anteriores.

Assim, a vencedora da Eurocopa de 2008 está a um jogo de ratificar uma campanha incrível neste período, com o capítulo final escrito “título mundial”.

Um feito inédito para os espanhóis. Mas será, também, uma conquista inédita para a Holanda. O mundo da bola terá uma nova dinastia. Laranja Mecânica ou Fúria? Abaixo, a lista de novos campeões da Copa do Mundo. Estamos nela há 52 anos.

Será a primeira final sem o quarteto de potências: Brasil, Itália, Alemanha e Argentina.

1930 – Uruguai
1934 – Itália
1954 – Alemanha
1958 – Brasil
1966 – Inglaterra
1978 – Argentina
1998 – França
2010 – Holanda ou Espanha?

Foto: Adidas

Fusão e prestígio

A revista France Football criou o prêmio Bola de Ouro (Ballon d´Or) para o melhor jogador da Europa em 1956. Desde então, o prêmio da publicação francesa (editada em Paris a partir de 1946 e com duas edições por semana) se tornou o mais tradicional do Velho Mundo, mesmo sem uma ligação direta com a Uefa. Desde 1995, jogadores que não nasceram no continente também podem ganhar a honrosa bola.

Bola de Ouro da France France FootballConfira a lista completa com os vencedores da Bola de Ouro clicando AQUI.

Ronaldo (1997 e 2002), Rivaldo (1999), Ronaldinho (2005) e Kaká (2007) são os brasileiros que já receberam a bola dourada.

Mas toda essa tradição será reeditada…

Agora, o prêmio passará por uma profunda reforma. Na verdade, um atestado de prestígio à revista. Nesta segunda, a Fifa anunciou a fusão do seu prêmio de “melhor jogador do ano” com a Bola de Ouro (veja AQUI).

No prêmio da Fifa (entre 1991 e 2009), a escolha era feita pelos técnicos e capitães da seleções, enquanto na revista vale a votação da imprensa. A partir de 2010, os três tipos de voto vão decidir a mesma escolha.

Curiosidade: desde que o prêmio da Fifa foi criado, o melhor jogador do ano sempre foi, na verdade, o destaque da seleção campeã mundial.

1994 – Romário (Brasil)
1998 – Zidane (França)
2002 – Ronaldo (Brasil)
2006 – Cannavaro (Itália)

Em tempo: o nome do novo prêmio será “Bola de Ouro Fifa”. Sensato.

Maravilla

Copa do Mundo de 2010: Espanha 1 x 0 Paraguai

As quartas de final reservaram as grandes histórias da Copa do Mundo até aqui.

Brasil perdendo de virada de forma incrível.

Uruguai arrancando a classificação no último instante.

Alemanha goleando. Argentina sendo goleada.

E Espanha precisando de três traves para marcar um gol.

Foi guerreiro esse time do Paraguai. Lutou muito no último jogo da terceira fase do Mundial da África do Sul. Perdeu um pênalti. Mas defendeu outra cobrança no minuto seguinte em uma sequência de arrepiar.

No fim, aos 38 minutos do 2º tempo, o atacante David Villa apareceu de novo, balançando a redes em um jogo que tinha cara de prorrogação. Espanha 1 x 0. Ele marcou o seu 5º gol na Copa, assumindo a artilharia. Marcou 5 dos 6 gols da Fúria.

Aquela Espanha que estreou com derrota caminha para tentar conquistar o seu primeiro título. O time espanhol já repete a colocação de 1950, quando também ficou entre os quatro primeiros. Para superar essa marca, terá que superar a Alemanha. Somente.

Foto: Fifa

Uma Alemanha para mudar a história

Copa do Mundo de 2010: Argentina 0 x 4 Alemanha

O lance! O atacante Carlitos Tévez recebe no lado esquerdo da grande área e toca para Higuaín, que empurra para o gol vazio, aos 37 minutos do primeiro tempo. Festa dos hermanos, que lotaram o estádio Green Point neste sábado.

Mas a festa durou 1 segundo. Tempo suficiente para o árbitro anular o lance, corretamente. Antes mesmo do toque para Gonzalo Higuaín, Tévez já estava impedido. Por sinal, só a hinchada argentina na arena não estava impedida no lance.

Tirando isso… Atropelamento no clássico. Alemão!

Com 2 minutos, Thomas Müller marcou de cabeça e chegou ao seu quarto gol na Copa, se igualando na artilharia… Era o gol de número 200 da Alemanha em Mundiais.

Mas os germânicos chegaram a 203, pois no segundo tempo a armada de Maradona não conseguiu invadir o bunker e ainda viu uma série de contragolpes. Um futebol muito rápido e técnico. Uma atuação empolgante, que gera um leve saudosismo…

O segundo gol foi de Klose. O terceiro saiu com Friedrich. Argentina nocauteada.

O último gol saiu novamente com Miroslav Klose, agora com 14 gols em Copas, a um do recorde absoluto de Ronaldo. E o atacante alemão tem mais dois jogos para isso. Fora o fato de que, também na ponta da artilharia, o jogador de 32 anos pode se tornar o primeiro a ser “bi-artilheiro” da Copa.

Tudo isso no contexto da terceira goleada alemã nesta Copa. Desta vez por 4 x 0.

“Futebol é um esporte com 22 homens correndo atrás da bola e que no final a Alemanha vence”.

Frase antológica do inglês Gary Liniker, artilheiro da Copa do Mundo de 1986.

Foto: Fifa

Cisplatina quer o penta

Capa do El Pais, do Uruguai (03-07-10). Celeste na semifinalO território do Uruguai tem apenas 62% da área do Rio Grande do Sul, que faz divisa com a ex-Cisplatina. A população do país vizinho, de 3,4 milhões de habitantes, é menor que a do Grande Recife, de 3,7 mi.

Um país curioso que está em um estágio bem avançado da Copa do Mundo de 2010.

Uruguai – O país poderia ter sido um estado brasileiro, devido ao capítulo dos nossos livros de história chamado de “Cisplatina” (veja AQUI). Obviamente, não é. É um dos países mais estabilizados politicamente do continente, o menos corrupto de toda a América Latina segundo estudos e com um padrão de vida elevado.

História – Campeão do mundo em 1930 e 1950. No primeiro, a honra de ter sido o primeiro anfitrião. No segundo, o ato como protagonista de uma das maiores vitórias do futebol em todos os tempos, o Maracanazo.

Tudo isso está gravado na era dos filmes em preto e branco. Mas passou e, infelizmente, o aguerrido país parou no tempo. Gerações inteiras sumiram dos gramados.

LoucuraApós tomar as ruas de Montevidéu pela vitória sobre Gana, o povo uruguaio já começa a sonhar com o pentacampeonato mundial. Repito: penta. A seleção é conhecida como Celeste Olímpica pelo sucesso antes mesmo da criação do Mundial, com as medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de 1924 e 1928 (vídeos abaixo).

Não por acaso, o escudo da Asociación Uruguya de Fútbol (AUF) tem quatro estrelas. Para eles, um tetra legítimo. Se o resto do mundo não pensa assim, azar o do mundo, costumam dizer os moradores da República Oriental do Uruguai.

El Pais – Confira a emocionate reportagem do principal periódico uruguaio sobre a heróica classificação celeste à semifinal do Mundial de 2010 AQUI.

Olimpíada de 1924, em Paris (estádio Colombes): Uruguai 3 x 0 Suíça:

Olimpíada de 1928, em Amsterdã (estádio Olympisch): Uruguai 2 x 1 Argentina:

Hexa, nos vemos em 2014

Copa do Mundo de 2010: Brasil 1 x 2 Holanda

Lutamos todos…

Perdemos todos.

O árbitro japonês Yuichi Nishimura levanta as mãos e acaba a partida. Ato sincronizado com as nossas mãos, levadas instantaneamente à cabeça.

Depois de ficar uns cinco minutos diante da televisão sem falar uma palavra, com um olhar perdido, sem foco algum e sem acreditar num resultado tão adverso, dei uma volta dentro de casa. A mão ainda na cabeça e o pensamento inevitável…

“De novo, porra…”

Só mesmo o futebol é capaz de mudar o país de uma forma rápida. Tão crua e tão verdadeira. E, acima do futebol, a Copa do Mundo é centro disso tudo.

Foram 45 minutos que mudaram a nossa história. A Seleção Brasileira mandou no primeiro tempo. Abrimos o placar com a nossa arma mortal, o contragolpe. Tivemos outras chances. Controlamos a bola!

O intervalo parecia apenas uma pausa no script de uma classificação segura.

Era uma partida contundente, com cara de decisão para um time acostumado a vencer.

Mas a segunda metade do jogo revelou também a outra metade da laranja, sem bagaço algum. O time holandês nos engoliu em campo, virando para 2 x 1 e chegando a 24 jogos de invencibilidade. Falhamos na defesa, justamente o nosso melhor setor.

Perdemos a cabeça. Ficamos nervosos. Reações normais. Não é a hora de condenar, de pisar ou de fazer o que, infelizmente, sabemos tão bem, que é desconstruir qualquer time após a derrota. Após mais uma derrota, no mesmo degrau de quatro anos atrás.

Perdemos. Eu, você, Dunga, Mick Jagger e até o Felipe Melo…

A Copa da África não será nossa. Ela pertence a todos os povos.

Hexa, nos aguarde. Até 2014. Aqui.

Foto: Fifa

Descascando a história

LaranjaPara muitos, o verdadeiro Mundial começa somente nas quartas de final, com a nata do futebol.

Uma fase marcada pelo equilíbrio, entre sucessos e fracassos. Como esquecer que há quatro anos o país parou para ver Roberto Carlos ajeitar a meia enquanto Zidane levantava a bola para Henry nos despachar?

Como não sonhar em ver o passo seguinte da Seleção desta vez? É a expectativa de ver o Brasil de novo no topo da Copa, formando a base vencedora para a geração que se prepara para receber a festa em 2014, até mesmo para evitar uma sobrecarga de pressão na próxima seleção. Fácil não será.

A história, reprisada inúmeras vezes nesse hiato de 48 horas da Copa do Mundo, mostra que brasileiros e holandeses sempre proporcionaram grandes jogos. A distância de títulos entre ambos separa a palavra “clássico” da leitura desta partida. Mas em nada muda o cenário que cerca o jogaço desta sexta, em Port Elizabeth.

A partir das 11h, o Brasil, bem vestido com o uniforme azul de seu primeiro título, em 1958, tentará repetir as alegrias de 1994 e 1998, quando a Seleção se desdobrou em campo contra a Holanda para seguir o sonho da nação.

Mas o lado de lá certamente está lembrando, com palavras repletas de consoantes coladas umas nas outras, o feito do timaço de Johan Cruyff em 1974, quando a Laranja Mecânica eliminou o então campeão do mundo. O desejo do adversário é um pouco mais simplório. Eles buscam um título inédito. Aqui, vale o hexa.

Leia a cobertura do Diario sobre a partida AQUI.