Por aclamação – ou seja, com os votos de todos os clubes e ligas municipais -, Evandro Carvalho foi eleito para mais um mandato na presidência da Federação Pernambucana de Futebol. Serão quatro anos, de 2015 a 2018.
O dirigente já vinha no comando da entidade desde 29 agosto de 2011, após a morte do então mandatário, Carlo Alberto Oliveira. A eleição nesta segunda-feira foi apenas protocolar, atendendo aos requisitos da Assembleia Eletiva.
Depois, ao lado dos seus vice-presidentes, do conselho fiscal da entidade e dos membros do TJD, discursou para os representantes das agremiações presentes, inclusive dos grandes clubes, que tanto se queixavam. Caso não volte atrás na palavra, este deverá ser o último mandato de Evandro frente à federação – até porque já vislumbra a vice-presidência da CBF.
Para os próximos anos, além de contar com uma oposição mais viva – diluída nesta eleição pela brusca mudança de data do pleito -, o presidente deve focar na organização do Pernambucano, que há alguns anos vem passando por transformações devido ao calendário nacional, quase nunca para melhor.
O primeiro ponto deve ser conseguir uma liberação junto à CBF para poder organizar jogos em dezembro e janeiro, onde quer, mais uma vez, realizar a fase preliminar do Estadual, apenas com os clubes intermediários.
Em relação às finanças, a FPF já é a 5ª federação mais rica do país. Em 2013 a receita foi de R$ 6,6 milhões. Hoje, o seu patrimônio líquido é de R$ 5,6 milhões.
Além do subsídio estatal do Todos com a Nota, a federação pernambucana se notabiliza pela cobrança de 8% da renda bruta de cada partida no estado, numa “taxa administrativa”. Até fevereiro de 2013 o valor era de 6%, já acima da média. Na maior parte do país as entidades cobram 5% da bilheteria.
A captação de recursos é grande. Agora, Evandro tem quatro anos pela frente, tempo suficiente para também fomentar os clubes com essa saúde financeira.
Até mesmo porque o apoio recebido foi claro. Foi aclamado.
Vera Cruz (Vitória de Santo Antão), Jaguar (Jaboatão dos Guararapes), Belo Jardim (Belo Jardim) e Atlético Pernambucano (Camaragibe).
Esses são os semifinalistas do campeonato estadual Sub 23, a segunda divisão de fato. O quarteto briga por duas vagas na elite do nosso futebol em 2015.
Vitória, a 53 quilômetros da capital e com 134 mil habitantes, esteve presente na primeirona desta temporada, mas viu a Acadêmica Vitória ser rebaixada.
Já Belo Jardim, a 187 quilômetros do Recife e com 75 mil moradores, fez parte da elite até 2013, quando o Calango descendeu.
Enquanto isso, as duas cidades na região metropolitana, Camaragibe (152 mil habitantes) e Jaboatão (680 mil) vivem situações curiosas. A primeira jamais teve um representantre na elite. A segunda foi um palco tradicional até 1995, quando o América parou de atuar no Jefferson de Freitas, no centro.
As semifinais, que correspondem à quarta fase da competição, serão entre Atlético x Belo Jardim e Jaguar x Vera Cruz.
Apesar da sede original do Jaguar, o time vem mandando os seus últimos jogos no Gileno de Carli, no Cabo, e no Ademir Cunha, em Paulista. O motivo? Não conseguiu todos os laudos necessários para atuar com público em casa. Quando atuou no acanhado Jefferson de Freitas, jogou de portões fechados.
Quem você gostaria de ver na elite do Pernambucano em 2015?
Atlético-PE e Jaguar (40%, 141 Votes)
Belo Jardim e Vera Cruz (31%, 109 Votes)
Belo Jardim e Jaguar (16%, 57 Votes)
Atlético-PE e Vera Cruz (13%, 46 Votes)
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Atlético Pernambucano (Estádio Luiz Alexandrino, Camaragibe)
Jaguar (Estádio Jefferson de Freitas, Jaboatão dos Guararapes)
Vera Cruz (Estádio Carneirão, Vitória de Santo Antão)
A FPF já tem um plano traçado para conseguir organizar o Campeonato Pernambucano de 2015 nos moldes da edição centenária, que começou a ser realizada ainda em dezembro do ano anterior. O mote, claro, é movimentar por mais tempo as equipes intermediárias e evitar que esses times atuem por apenas dois meses no novo calendário do futebol brasileiro, elaborado pela CBF junto às ideias lançadas pelo movimento Bom Senso.
A estratégia é totalmente legal, mas historicamente contraditória.
O presidente da federação pernambucana, Evandro Carvalho, quer que o Estatuto do Torcedor seja respeitado, obrigando a realização do Estadual com a mesma fórmula – o que não aconteceu de 2013 para 2014 – e será explicado posteriormente. Antes, o texto original do Estatuto do Torcedor.
Capítulo III, do regulamento da competição.
Art. 9º É direito do torcedor que o regulamento, as tabelas da competição e o nome do Ouvidor da Competição sejam divulgados até 60 dias antes de seu início, na forma do §1º do art. 5º. (Redação dada pela Lei nº 12.299, de 2010).
§5º É vedado proceder alterações no regulamento da competição desde sua divulgação definitiva, salvo nas hipóteses de:
I – apresentação de novo calendário anual de eventos oficiais para o ano subseqüente, desde que aprovado pelo Conselho Nacional do Esporte – CNE;
II – após dois anos de vigência do mesmo regulamento, observado o procedimento de que trata este artigo.
Em tese, a divulgação do calendário da CBF só precisa da aprovação do CNE para inviabilizar o pleito pernambucano. Por outro lado, o inciso dois preenche o argumento local. Ao blog, Evandro disse o seguinte.
“Outros estados podem querer fazer um campeonato de um mês. Aqui eu não posso. Aqui existe receita e os clubes têm apoio. Nos bastidores, já sabíamos que haveria um novo calendário no país há mais de um ano. Foi por isso que fizemos essa mudança no Estadual, para que em 2015 o regulamento não pudesse ser modificado. Vamos exigir o cumprimento disso.”
De fato, o regulamento foi adotado em 2014, o que não deveria ter ocorrido, pois a fórmula de 2013 foi utilizada somente uma vez. Na visão do dirigente, os regulamentos tiveram a mesma “base”, com turno classificatório. Abaixo, um resumo para mostrar que não foi bem assim. Aliás, a última vez que um regulamento repetiu todas as linhas no ano seguinte foi entre 2005 e 2007.
2014 – Fase classificatória com 9 times intermediários, com 3 equipes avançando ao hexagonal do título (ida e volta). Os quatro melhores vão à fase final, com semifinal e final.
2013 – Turno único com 9 times (incluindo o Náutico), e todos passando ao turno decisivo, com 12 clubes em jogos só de ida. Os quatro melhores vão à fase final, com semifinal e final.
2012 – Os 12 clubes disputaram 22 rodadas. Os quatro melhores avançaram à fase final, com semi e final. Um decisão em até três jogos, sendo preciso somar de cinco a sete pontos para ficar com a taça.
2011 – Os 12 clubes disputaram 22 rodadas. Os quatro melhores avançaram à fase final, com semi e final. No mata-mata, valia apenas o saldo de gols (em caso de igualdade na pontuação).
2010 – Os 12 clubes disputaram 22 rodadas. Os quatro melhores avançaram à fase final, com semi e final. Mata-mata estilo ‘Copa do Brasil’.
2009 – Torneio dividido em dois turnos idênticos, com 11 rodadas cada. Os ganhadores de cada turno disputam a final.
2008 – A edição mais confusa, devido à ampliação para 12 times, com dois turnos. No primeiro, três grupos de quatro, com os times das de cada chave enfrentando os adversários em jogos de ida e volta, sem confronto direto com outros grupos. No segundo, um hexagonal em ida e volta. Os ganhadores de cada turno disputam a final.
2007, 2006 e 2005 – Foram as últimas edições com dez equipes e com o mesmo formato, com turno e returno, tendo os vencedores de cada fase o direito de disputar o título em jogos de ida e volta. Caso um clube conquistase ambos, o título seria automático.
Nota do blog: Além da pendenga de 2013 para 2014, também houve mudanças à parte do Estatuto do Torcedor de 2009 para 2010 e de 2008 para 2009. Em todos os casos o sistema não foi repetido. De 2010 a 2012 o texto também foi alterado, mas nessas edições foi tudo dentro da lei, como “termo de ajustamento”, mudando somente o critério de desempate nas decisões.
Um convênio entre a Prefeitura do Recife e a Federação Pernambucana de Futebol irá revitalizar 62 campos de várzea espalhados na capital até 2018.
O acordo, com orçamento municipal, gira em torno de R$ 800 mil, com a reforma elaborada em três fases. O investimento de cada campo de terra batida dependerá do estado de conservação dos locais onde são realizadas as partidas dos campeonatos abertos da FPF, com o envolvimento de sete mil atletas amadores do estado.
“Dividimos os campos em categorias. Alguns precisam de mais ajustes do que outros. Queremos que o futebol se espalhe em toda a cidade com as condições básicas”, disse ao blog o presidente da FPF, Evandro Carvalho.
O programa já foi iniciado em doze campos de pelada, incluindo o Campo da Cacique, na comunidade do Cardoso, na Madalena. Como será feito por lá lá, o processo máximo segue da seguinte forma…
1) Acessibilidade/Segurança
Consiste na colocação de alambrados ao redor do campo e de telas atrás das barras, além de entradas para o público geral.
2) Vestiário e água
A existência de um vestiário é o mínimo necessário para que o campo tenha condições básicas receber as partidas dos campeonatos amadores.
3) Sisema de iluminação
A colocação de refletores é a última e mais cara fase. Deverá ser feito em poucos campos, só naqueles que já atendam aos dois primeiros critérios.
O presidente da FPF, Evandro Carvalho, respondeu dez perguntas enviadas por torcedores ao site oficial. Os questionamentos foram devidamente selecionadas pela assessoria de imprensa da federação. No ar, nenhuma sobre a polêmica eleição da entidade.
No vídeo com 13 minutos de duração, marcando os três anos do dirigente à frente da federação, Evandro comentou sobre futebol do interior, futebol de várzea, torneio de regional de juniores, mudança no regulamento Estadual, etc.
No post, o vídeo completo. Abaixo, um breve resumo de cada pergunta.
1º) O que pode ser feito para viabilizar o calendário para os times do interior no segundo semestre? Aumento de torneios intermunicipais, entre seleções municipais e entre clubes amadores, com até 50 equipes envolvidas.
2º) Como a FPF ajuda os clubes a se estruturarem mais e a se tornarem mais profissionais? Entrega de certificados de clubes formadores e melhoras em estádios do interior.
3º) Qual é a importância de ter um clube do estado na Série A? É fundamental porque propicia uma alavancagem de pelo menos R$ 30 milhões.
4º) Há algum projeto para o Estadual com 12 times com todos se enfrentando? No atual cronograma nacional, é impossível. É preciso adotar o modelo de classificação por fase.
5º) A FPF poderá apoiar o América na disputa da Copa SP Sub 20 de 2015? O América, semifinalista do Estadual júnior, disputará o Nordestão da categoria. Na Copa SP, só existem três vagas.
6º) O que vem sendo feito em relação aos campeonatos de várzea? A FPF fez um convênio com a Prefeitura do Recife, no valor de R$ 800 mil, para revitalizar 62 campos.
7º) Como está a o Campo do Cacique, no bairro da Madalena? É um dos 12 campos de várzea em obras. A ação será retomada em novembro.
8º) Algum dia o Campeonato Pernambucano poderá ser disputado em grupos? Segundo Evandro Carvalho, somente se os clubes indicarem no conselho arbitral da edição de 2015, em outubro.
9º) A FPF poderá retomar algum dia a Copa Pernambuco, valendo vaga na Série D ou mesmo na Copa do Brasil? Segundo ele, foi assim na Taça Miguel Arraes de 2014 (primeiro turno). O 1º turno poderá ser rebatizado para Copa Pernambuco, com vaga na Série D.
10º) No início do mandato, houve a promessa de um torneio como a Copa SP… Segundo a FPF, foi criada agora, com a Copa Nordeste Sub 20, com dez anos no estado, sendo 7 equipes de Pernambuco e 13 dos demais estados.
A eleição presidencial da FPF será realizada às 16h do dia 22 de setembro.
Na pauta, a votação para o quadriênio 2015-2018, com a convocação já feita para os 93 filiados, entre clubes e ligas municipais. O pleito vem sendo marcado pela antecipação da votação, na visão da oposição.
Tudo causa da assembleia geral eletiva que deu um 5º mandato a Carlos Alberto Oliveira, em 16 de setembro de 2010. No fim daquele evento, na sede da federação, na Boa Vista, uma medida extraordinária foi sugerida por Paulo Wanderley, então mandatário timbu e que também presidiu a assembleia.
A ideia era aumentar em uma temporada o mandato, para que o dirigente (já falecido) passasse o centenário da FPF como presidente, em 2015.
A ideia foi aprovada por 92 filiados – só o Sport esteve ausente.
Perguntando na época se o ato seria anti-estatutário, Paulo Wanderley respondeu o seguinte: “A decisão da assembleia geral é soberana”.
Quatro anos depois, já sob o comando de Evandro Carvalho, o ato foi deixado de lado – sem alarde. A alegação é de que a decisão valeria na figura de “Carlos Alberto”, e não para o “presidente”. Então, seria obrigado a cumprir o estututo.
É uma interpretação do processo, claro, mas há controvérsias.
O estatuto oficial preza pela realização da assembleia geral eletiva na segunda quinzena de setembro após o quadriênio – desconsiderando, naturalmente, o ano extra. Com pelo menos dois nomes na oposição (Geraldo Cisneiros e Romerinho Jatobá), esse buruçu deve se arrastar na justiça… 2014 ou 2015?
“Eu quero que alguém me diga como se faz um campeonato de futebol com apenas 12 datas. Me diga você”.
Durante uma conversa por telefone, o presidente da FPF, Evandro Carvalho, não fez a menor questão de esconder a insatisfação com o calendário da CBF para 2015. O dirigente tem na confederação uma aliada a toda prova, ou quase isso, pois desta vez criticou a entidade, algo raríssimo em sua gestão.
Na ligação, tive que responder à indagação. Considerando que o Pernambucano tem doze clubes, poderia ser disputado com um turno completo, de onze rodadas, e uma decisão em jogo único entre os dois primeiros colocados.
A resposta foi imediata, quase esperando o formato…
“A gente também pensou esse regulamento aqui, mas onze jogos num turno e final de um jogo dexaria campeonato ridículo. É um absurdo! Os grandes (do Recife) vão jogar só uma vez? Cadê os clássicos, a renda? Essa situação (doze datas) vai dar muito trabalho para a gente conseguir um caminho legal. A CBF cedeu ao Ministério Público, ao Clube dos 13, ao Bom Senso FC, a todo mundo, mas acabou prejudicando os clubes pequenos.”
Questionado pelo blog se lutaria para ganhar mais algumas datas, ao menos para uma fase preliminar envolvendo os times intermediários, o mandatário não só confirmou o pleito como disse o que o aguarda…
“O ano do futebol profissional não pode começar só em 1º de fevereiro. Isso só funciona para os maiores times do país, que já estão até negociando amistosos internacionais. Enquanto isso, os pequenos não têm como ficar um mês sem atividade (a pré-temporada oficial será de 7 a 31 de janeiro). O menor contrato possível com um atleta é de três meses de duração. Os clubes não vão aceitar fazer isso para jogar só onze vezes. Não tem como! Vou lutar para ter jogos em dezembro e janeiro (como em 2013/2014, com a Taça Miguel Arraes). Vou ter uma guerra em cima de mim. Já sei disso…”
A preocupação do mandatário deve-se à própria imagem, com a possível repercussão negativa de jogos no meio da pré-temporada país afora.
Apesar da norma exposta no novo calendário, o raciocínio de Evandro até faz sentido, sobretudo para os clubes menores. Impor o período de férias em dezembro é uma restrição às Séries A e B e aos melhores das Séries C e D. Isso contempla cerca de 50 times, num universo de 684 agremiações brasileiras em atividade. Atualmente, 16 mil dos 20 mil jogadores federados ficam seis meses parados, num estudo do próprio movimento Bom Senso (veja aqui).
Em seguida, Evandro, claro, valorizou o seu peixe…
“No Brasil, só dois campeonatos estaduais são rentáveis. São Paulo e Pernambuco (por causa do Todos com a Nota). Sem campeonato, não tem como manter os times do interior. Os times do Clube dos 13 (grupo que nem existe mais, mas numa afirmação válida para os grandes do Brasil) só pensam na sobrevivência deles.”
Vale destacar que o estado só terá doze datas por causa do Nordestão, que será realizado paralelamente. Na maior parte do país serão 19. Porém, apenas três pernambucanos disputarão as duas competições (Sport, Náutico e Salgueiro). Ou seja, o Santa só terá doze jogos até o Brasileiro…
Seguindo o prazo dado do Estatuto do Torcedor, a FPF tem até o fim de outubro para apresentar uma solução para a 101ª edição do Estadual. O presidente da federação encerrou a entrevista com uma sentença.
“O mínimo para um campeonato é ter 15 datas. Menos que isso não se faz”.
Ou seja, o mínimo seria justamente o regulamento adotado em 2014, com turno único e semifinal e final, ambos em ida e volta.
A última vez que um campeão pernambucano jogou no máximo doze partidas foi em 1943, quando o Leão foi campeão com apenas oito jogos, mas num torneio confuso, com oito jogos não realizados e no qual o Timbu pediu a desfiliação.
Você concorda com Evandro? Como você faria um torneio com 12 jogos?
A receita da Federação Pernambucana de Futebol em 2013 foi de R$ 6,6 mihões. O orçamento foi utilizado na organização de campeonatos profissionais, amadores, de categorias de bases, feminino e departamento pessoal.
Trata-se da 5ª maior receita entre as federações do país, segundo um estudo produzido pela consultoria BDO, com dados de 2012 e 2013.
O dado torna-se ainda mais relevante ao perceber os quatro primeiros estados, justamente os mais tradicionais do esporte brasileiro, no eixo Sul-Sudeste. No nosso caso, muito dinheiro e poucos resultados práticos nos clubes.
Dos 27 federações, 23 publicaram balanços que puderam ser analisados pela empresa. Confira os detalhes do balanço pernambucano aqui.
Além do Todos com a Nota, a FPF se notabiliza pela cobrança de 8% da renda bruta de cada partida no estado, numa “taxa administrativa”. Até fevereiro de 2013 o valor era de 6%. Enquanto isso, na maior parte do país se cobra 5%.
Hoje, o patrimônio líquido da FPF é de R$ 5.620.941. Milionária.
O incomum formato do Campeonato Pernambucano, iniciado em dezembro do ano anterior à edição vigente, foi implantado nesta temporada.
As equipes do interior começaram a jogar em 8 de dezembro de 2013, enquanto os grandes só entraram em 9 de fevereiro de 2014, dois meses depois.
No entanto, desde a concepção deste regulamento houve a dúvida sobre como seria a realização do Estadual caso um grande tivesse que disputar a primeira fase, paralela à reta final do Campeonato Brasileiro.
Bastaria não obter a classificação ao Nordestão no ano anterior e o buruçu estaria armado. Dito e feito, logo na pioneira edição desta fórmula.
Como o Santa Cruz terminou em 4º lugar no certame local, o clube não conseguiu a vaga à Copa do Nordeste de 2015.
Disputará o Troféu Miguel Arraes (o 1º turno estadual)? Não exatamente…
Ao blog, o presidente da FPF, Evandro Carvalho, adiantou que já foi criado um esboço para evitar que isso aconteça – valendo também para Náutico e Sport em caso de fiasco no Estadual dos próximos anos.
Assim, o Campeonato Pernambucano de 2015 terá um regulamento diferente pelo quarto ano seguido, bem diferente do que preza o Estatuto do Torcedor.
A partir de agora, o time que disputar as Séries A, B ou C já garantirá a presença na segunda fase local, mesmo fora do Nordestão.
A 1ª fase agora só tem um sentido: oferecer um lugar na Série D. Todos os envolvidos passariam automaticamente à 2ª fase, se juntando ao time de uma divisão superior que esteja fora do regional. Aí sim, uma etapa classificatória (e com chance de rebaixamento).
O Campeonato Pernambucano de fato, incluindo os participantes do regional, seria portanto a terceira fase (anteriormente era a segunda).
Só depois viria o mata-mata tradicional, com semifinal e final.
Sobre o número de partidas e datas, a FPF deve divulgar mais detalhes até setembro. Contudo, o esboço já está na mesa… Passa no arbitral?
No início de junho, a poucos dias da abertura da Copa do Mundo de 2014, os presidentes das nove federações estaduais do Nordeste se reuniram na sede da CBF, no Rio de Janeiro.
Em pauta, as diretrizes do Nordestão de 2015, que irá sofrer uma reformulação.
A aguardada adesão dos clubes do Piauí e do Maranhão está mais do que confirmada, mas o formato desrespeitou a ata votada em 17 de fevereiro, com uma (grave) consequência direta ao futebol pernambucano.
Há cinco meses, participaram representantes dos 16 times do regional de 2014, os presidentes das federações, o mandatário da Liga do Nordeste, Alexi Portela, e a direção do canal Esporte Interativo, com direito à foto oficial (abaixo).
Naquela ampliação do regional, de 16 para 20 clubes, a divisão seria a seguinte:
3 vagas – Bahia e Pernambuco 2 vagas – Alagoas, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe 1 vaga – Maranhão e Piauí 1 vaga – Atual campeão nordestino 1 vaga – Ranking da CBF, válido apenas para os times da região
Agora, esqueça esse modelo.
O presidente da FPF, Evandro Carvalho, confirmou ao blog que ao apresentar o formato na assembleia, acabou tendo uma surpresa na votação…
“Os presidentes das federações da Bahia e do Ceará acharam que Pernambuco ficaria muito forte com essa divisão de vagas e acabaram votando contra. Todos os outros estados seguiram o caminho. Meu voto foi o único nessa opção”.
Ou seja, derrota por 8 x 1 numa votação sobre uma ideia consumada, documentada. Nos bastidores, a política ignorou completamente a ata.
O estado teria quatro clubes em 2015, pois o Sport, campeão nordestino desta temporada, “abriria” uma vaga extra, no caso ao 4º lugar do Estadual, o Santa Cruz. Fora da competição, o Tricolor deixará de arrecadar no mínimo a cota de R$ 350 mil da primeira fase. Campeão, o Leão recebeu R$ 1,9 milhão.
No modelo aprovado, Pernambuco e Bahia seguem com três vagas, enquanto os demais têm duas, incluindo as federações incluídas. Eis os classificados:
Pernambuco – Sport, Náutico e Salgueiro Bahia – Bahia, Vitória e Serrano Alagoas – Coruripe e CRB Ceará – Ceará e Fortaleza Maranhão – Sampaio Corrêa e Moto Club Paraíba – Botafogo e Campinense Piauí – River e Piauí Rio Grande do Norte – América e Globo Sergipe – Confiança e Socorrense
Desta forma, o campeão regional segue sem vaga automática – um erro que fez com que o Campinense, campeão em 2013, ficasse ausente este ano por não ter conseguido a vaga no Estadual.
“Quando os outros presidentes tiveram a perspectiva de que Pernambuco e Bahia já têm três vagas, eles alegaram que o campeão do Nordeste ficaria entre os dois em 90% das vezes, dando sempre uma vaga a mais e enfraquecendo os outros. Na consequência disso, o Santa Cruz está fora. “
O novo formato deve ser com 5 grupos de 4 times, passando às quartas de final os líderes e os três melhores segundos colocados. Depois, mata-mata.
Apesar do revés político, a FPF ao menos realizará em setembro o sorteio do torneio. Fortaleza e Salvador foram as sede em 2012 e 2013, respectivamente.
No sorteio, por sinal, a saia justa parece certa… basta lembrar da ata rasgada.