O último podcast na Semana Santa traz um balanço das estreias pernambucanas na Copa do Brasil, com vitórias de Salgueiro, Sport e Náutico, das quais apenas a do Carcará garantiu a classificação antecipada. O 45 minutos também analisa os preparativos para a rodada final do hexagonal do título do Campeonato Pernambucano de 2015, com um Clássico das Multidões na Ilha do Retiro. E a última vaga, fica com o Náutico ou o Salgueiro?
Para completar, um debate sobre quais seriam os maiores times do Nordeste…
Nesta 116ª edição (1h25min), estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Um jogo histórico para o sertão pernambucano, sem dúvida alguma.
O Salgueiro receberá o Flamengo na Copa do Brasil. O inédito duelo contra o time mais popular do país, no Cornélio de Barros, se tornou possível por causa da bela apresentação do Carcará em Teresina, onde goleou o Piauí por 5 x 1, com três gols de Kanu. O Mengão já havia despachado o Brasil de Pelotas.
É fato que os 10.240 lugares do estádio serão ocupados às pressas. O mando já foi confirmado pelo presidente do clube, Clebel Cordeiro, de forma antológica. “Por que o comedor de rapadura de Salgueiro só pode ver jogo pequeno no estádio e os grandes na televisão? Ele tem que assistir a todos no estádio”.
Que não haja mudança para a Arena Pernambuco por uns trocados.
No Sertão, o jogo deve ser uma atração. Se na Região Metropolitana do Recife não se discute a força das torcidas de Sport, Santa e Náutico, no interior a influência de flamenguistas e corintianos é clara. Quanto mais longe, maior. Eis os percentuais do Trio de Ferro na última pesquisa de torcida encomendada pela FPF (Instituto Opine, 2008): RMR 68,7%, Zona da Mata 51,6%, Agreste 34,4%, Sertão 11,2% e Sertão do São Francisco 6,8%. Neste caso, são 515 km.
A possível renda recorde será somada às duas cotas do Salgueiro no torneio, de R$ 200 mil na 1ª fase e R$ 240 mil na 2ª. Por sinal, este ano o clube vem obtendo receita basicamente pelos seus méritos em campo, como na campanha no Nordestão até as quartas de final, com R$ 615 mil em premiação.
Esta será a segunda ida do Fla ao interior do estado para uma partida oficial. Em 1986 passou no Agreste, na Série A. Num Lacerdão com 24.450 pessoas, perdeu do Central por 2 x 1. Chegou a vez do Salgueiro fazer história…
A pauta estava no mesa do conselho deliberativo do Náutico: ir ou não à Arena Pernambuco? Dos 86 nomes presentes, 84 votaram a favor do acordo.
Jogar em um estádio moderníssimo durante 30 anos parecia um novo passo para o Timbu. Fora os detalhes do contrato, com percentual nos ingressos pagos, outro nos bilhetes subsidiados, luvas, investimento no CT etc. Dinheiro que em um primeiro momento seduziu os alvirrubros.
Em contrapartida da ida, esperava-se o óbvio. Um estádio funcional, com uma mobilidade ainda não vista no Recife, a partir de dois acessos viários e um metrô batendo à porta. Confortável e acessível. Como sabemos, não seria o caso. Já a votação do conselho resultou posteriormente, em 17 de outubro de 2011, nas assinaturas do consórcio que administra a arena, do governador Eduardo Campos e do então presidente timbu, Berillo Albuquerque.
E partir daí, mudando de casa em junho de 2013, o Náutico começou o seu calvário. O mosaico vermelho é praxe nos seus jogos, sobretudo à noite, no meio da semana. A queixa no acesso ao local, a 19 km do Marco Zero, é sistemática e o poder público não se mexe – nem para cumprir a promessa de implantar o BRT na Radial da Copa, que, apesar do nome, não ficou pronta.
Contudo, a própria operação da arena já recebe queixas, como a falta de guichês, a saída lenta no estacionamento e os poucos bares abertos. Em campo, a fase do time não ajuda? Talvez, mas é bem difícil acreditar que com o mesmo rendimento não haveria uma presença bem maior nos Aflitos
Jogos oficiais com 500 pessoas? Clássico com 4 mil? O empate em 3 x 3 entre Náutico e Piauí, pelo Nordestão, foi só mais um às moscas. No borderô, apenas 698 pessoas. Não dá, 30 anos assim não.
Hoje, o contrato em nada se parece com uma “parceria”. Nem para o Náutico nem para o consórcio. Não haver um plano B para o mando dos jogos já não faz sentido algum – ao contrário de Sport e Santa, sem contratos definitivos.
Abrir a arena para ninguém, de forma recorrente, é quase comodismo da empresa criada através da parceria público-privada, com a garantia de receita do governo do estado caso a previsão anual de faturamento seja abaixo de 50%. Francamente, hoje 50% seria um sucesso, pois o dado é muito menor. Enquanto isso, o estado vai se afundando para bancar a conta milionária. O fardo do governo anterior está pesado. Para mim, para você, para o contribuinte.
No cartaz que marcou a assinatura do contrato, havia a frase “Clube Náutico e torcida alvirrubra, bem-vindos à Arena Pernambuco”. Quatro anos depois, pouquíssimos alvirrubros se sentem à vontade por lá…
Os 698 destemidos torcedores alvirrubros que foram à Arena Pernambuco, num jogo marcado para as 22h desta quinta-feira, conseguiram se fazer ouvir após o apito final. A vaia ecoou em todo estádio.
Uma frustração justa, ao ver a vitória escapar de forma inacreditável diante do adversário mais fraco do grupo, que nos três jogos anteriores pelo Nordestão não havia feito um gol sequer. Pois marcou três. O empate em 3 x 3 com o Piauí manteve o Náutico numa situação complicada em termos de classificação às quartas de final do regional – lembrando, até aqui, a campanha de 2014, quando caiu na primeira fase.
Mesmo treinado de forma interina por Levi Gomes – no lugar de Moacir Júnior, que saiu sem deixar saudades -, o time tinha a obrigação de conquistar um resultado positivo. Tecnicamente, era melhor. Havia mostrado isso com sobras na peleja em Teresina, quando venceu.
Desta vez, os pernambucanos chegaram a abrir 3 x 1, até os 34 minutos do segundo tempo. O resultado elevaria o Timbu à liderança do grupo C. Cláudio, que entrara após o intervalo, marcou duas vezes, derrubando o Náutico na tabela – segue um ponto abaixo do líder Salgueiro, que segurou o empate com o Moto Club. E se Levi Gomes queria usar o jogo para cavar uma efetivação, o tropeço mostra que a diretoria deve continuar procurando um nome para sacudir o elenco. Enquanto há tempo…
A 102ª edição do podcast 45 minutos, gravada após o carnaval, debateu as vitórias de Náutico e Sport no Nordestão e o primeiro triunfo do Santa Cruz no Pernambucano. Além de análises sobre o desempenho de cada um, também entrou na pauta o público diminuto do Estadual e da Copa do Nordeste. A gravação teve 1h24min. No programa, lembrando, o compartilhamento no facebook ou no twitter o credencia a participar do sorteio de camisas oficiais de Náutico, Santa, Sport, América, Central, Serra Talhada, Recife Mariners e ingressos VIP para a Arena. Nesta edição, o padrão do América.
Estou neste podcast ao lado de Celso Ishigami, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Uma vitória importantíssima do Náutico no estádio Albertão, em Teresina. O time pernambucano estava na berlinda no grupo C e somente um resulto positivo mudaria a situação na virada do turno na Copa do Nordeste.
Aproveitando bem as poucas chances, o Timbu venceu o Piauí por 2 x 0 e chegou aos quatro pontos em três jogos. Na rodada anterior, também fora de casa, o time de Moacir Júnior abriu o placar contra o Moto Club e sofreu a virada, sem reagir. A cobrança no vestiário pela regularidade foi notória.
Contra os piauienses, a noite timbu só teve um certo nervosismo nos 20 primeiros minutos da segunda etapa. Àquela altura, Patrick Vieira já havia aberto o placar e tinha mandado duas bolas na trave, sempre de fora da área. Contudo, o Alvirrubro foi perdendo o controle ao não avançar a marcação.
No meio-campo, o adversário passou a criar as melhores chances. Foram três oportunidades claríssimas, duas evitadas por Júlio César e outra pela falta de tato do atacante. Aliás, o desempenho ofensivo condiz com a campanha geral. O Piauí não marcou um gol sequer no torneio.
Com o jogo amarrado, o desafogo veio no rebote de Jefferson Renan. Josimar, livre, perdeu a chance, mas o garoto foi oportunista. O tento aos 26 minutos matou qualquer chance de reação do Piauí, apesar dos gritos do técnico.
A vitória tranquilizou o ambiente. E isso se estende até o Estadual…
A entrada dos times do Maranhão e do Piauí era um pleito antigo para a Copa do Nordeste. Sobretudo pela óbvia localização geográfica.
Após muito tempo de articulação, os dois estados enfim foram admitidos para a disputa regional. A estreia será na edição de 2015, com os seguintes representantes: Sampaio Corrêa, Moto Club, River e Piauí.
No entanto, a oficialização dos quatro clubes tem alguns pontos polêmicos…
O principal deles é o tempo de duração da participação dos dois estados. A princípio, estarão presentes em 2015, 2016 e 2017. Ou seja, em um “estágio”.
Após esse triênio, a Liga do Nordeste avaliará o resultado técnico e econômico dos novos participantes – sobretudo o lado financeiro. Só depois, a confirmação.
Outro ponto em questão é a ausência de cota de premiação na fase de grupos, fato confirmado ao blog pelo presidente da liga, Alexi Portela.
Os outros 16 integrantes (originais) do Nordestão não aceitaram “repartir o bolo”. Ou seja, a cota de R$ 350 mil na primeira etapa foi mantida, justamente porque não foi dividida. Assim, os times maranhenses e piauienses só receberão cotas comerciais a partir da classificação às quartas de final.
Você concorda com a necessidade de avaliação dos novos participantes?
A inclusão dos estados do Maranhão e do Piauí na Copa do Nordeste, a partir de 2015, já havia sido assegurada pela direção do canal detentor dos direitos de transmissão da competição, o Esporte Interativo, e em informações extraoficiais de dirigentes dos dois estados e da própria Liga do Nordeste.
Faltava o óbvio, a chancela oficial, pois a Confederação Brasileira de Futebol ainda não divulgou o formato de 2015. Contudo, já existem dois indícios definitivos.
A CBF criou outro torneio regional, a Copa Verde, com onze estados do Norte e do Centro-Oeste. A competição pioneira será ainda este ano. Vale lembrar que a antiga Copa Norte contava com a presença de piauienses e maranhenses, mas desta vez a dupla ficou de fora da nova copa.
Como um torneio precisa ter o mesmo formato por pelo menos duas temporadas, segundo as normas do Estatuto do Torcedor, Maranhão e Piauí não poderiam participar em 2014 e ficar de fora da Copa Verde em 2015, justamente no ano em que o Nordestão terá condições de passar por uma mudança estrutural – após as edições de 2013 e 2014.
Mas não há dúvida sobre o futuro dos dois estados e da própria Copa do Nordeste. Basta conferir os regulamentos dos campeonatos dos dois estados nordestinos.
Ambos terão duas vagas na Copa do Nordeste de 2015 – que passaria a contar com 20 clubes, conforme antecipado pelo blog. No texto maranhense a indicação da vaga, ao campeão e ao vice, é direta. Já no piauiense ainda houve uma ressalva, “caso seja confirmada a participação do Piauí”, mas a classificação está presente.
Fim do maior erro organizacional da história da Copa do Nordeste.
Uma queixa antiga em relação à organização da Copa do Nordeste é a ausência dos estados do Piauí e do Maranhão. Apesar da clara localização geográfica, a CBF sempre encaixou os dois estados no “Norte” em seu mapa particular.
Atualmente, por exemplo, os clubes das duas unidades da federação competem contra clubes do Norte na primeira fase da Série D, regionalizada. Pois bem. Ainda que a entidade não tenha se pronunciado oficialmente, o canal detentor dos direitos de transmissão do Nordestão, o Esporte Interativo, já confirma a presença de clubes piauienses e maranhenses na competição.
A medida deve vigorar a partir de 2015, uma vez que o regional de 2014 já está com os 16 times definidos, através dos estaduais dos demais estados nordestinos. Santa Cruz, Sport e Náutico serão os representantes locais. Resta saber, no entanto, como será a nova divisão da Copa do Nordeste. Atualmente, cinco estados têm duas vagas e dois (Pernambuco e Bahia) contam com três.
Em abril, o presidente da federação de futebol do Piauí afirmou que os dois estados teriam direito a duas vagas. Então, a competição será inchada para pelo menos 20 clubes? Desde já vale o debate, até porque o Nordestão – cujo campeão terá vaga na Copa Sul-americana a partir de 2014 – deverá ocupar o posto de principal torneio local antes do Brasileirão até 2022, no mínimo…
Fiz um levantamento sobre os títulos conquistados pelos times do interior no Nordeste. O estado que mais se aproxima de Pernambuco em relação à “concentração de títulos” é o Ceará, onde Ceará Sporting (39), Fortaleza (37) e Ferroviário (9) têm juntos 85 taças… Apenas o Icasa conseguiu vencer o campeonato para o interior. Uma vez… Em 1992… E dividindo a conquista com outros 3 times (veja AQUI)! 😯 Mas venceu!
Por outro lado, na Paraíba quem sofre é a capital. No estado vizinho, o Botafogo de João Pessoa até é o maior vencedor (25 títulos), mas a concorrência de Campina Grande faz estrago, pois os rivais Campinense e Treze têm 30 conquistas. Confira abaixo os números dos outros estados da região. Vale lembrar que em Pernambuco nenhum time do interior foi campeão (veja AQUI) desde a primeira edição, em 1915.
Alagoas, desde 1927
Último título do interior: 2007 (Coruripe)
5 títulos – ASA (Arapiraca)
3 – Capelense (Capela)
2 – Coruripe (Coruripe)
Bahia – 1905
Último título do interior: 2006 (Colo-Colo)
2 – Fluminense (Feira de Santana)
1 – Palmeiras Nordeste (Feira de Santana) e Colo-Colo (Ilhéus)
Ceará – 1914
Único título do interior: 1992, com o Icasa (Juazeiro do Norte)
Maranhão – 1918
Último título do interior: 2005 (Imperatriz)
1 – Bacabal (Bacabal) e Imperatriz (Imperatriz) 😯
Paraíba – 1919
Último título do interior: 2008 (Campinense)
17 – Campinense (Campina Grande)
13 – Treze (Campina Grande)
2 – Santa Cruz (Santa Rita)
1 – Confiança (Sapé), Atlético Cajazeirense (Cajazeiras), Nacional (Patos) e Sousa (Sousa)
Piauí – 1916
Último título do interior: 2008 (Barras)
11 – Parnahyba (Paranaíba)
4 – Picos (Picos) e Flamengo (Parnaíba)
2 – 4 de Julho (Piripiri), Fluminense (Parnaíba) e Intenacional (Parnaíba)
1 – Artístico (Parnaíba), Cori-Sabbá (Floriano) e Barras (Barras)
Rio Grande do Norte – 1919
Último título do interior: 2006 (Baraúnas)
1 – Coríntians (Caicó), Potiguar (Mossoró) e Baraúnas (Mossoró)
Sergipe – 1918
Último título do interior: 2007 (América)
9 – Itabaiana (Itabaiana)
5 – Santa Cruz (Estância)
3 – Olímpico (Pirambu)
2 – América (Propriá) e Ipiranga (Maruim)
1 – Lagartense (Lagarto)