Campeonato Pernambucano exibido na TV para 56 países, mas com casa vazia

Pernambucano 2013, 2º turno: Náutico 5x3 Chã Grande. Foto: Daniel Leal/DP/D.A Press

O contrato de transmissão na televisão do Campeonato Pernambucano de 2013 prevê a exibição de uma partida às 20h de sábado. É um jogo disponibilizado para todo o Brasil através do canal pago PFC e também para o exterior via Globo Internacional, com 56 países no raio de atuação. Em relação à visibilidade, um bom negócio. No entanto, o horário não agradou o público.

No sábado, o jogo nos Aflitos reuniu apenas 5.718 pessoas. Na semana anterior haviam sido 8 mil tricolores no Arruda. Não por acaso o índice geral do Estadual está bem abaixo das últimas temporadas. No geral, o borderô contabiliza 276.451 torcedores em 54 jogos, com uma média de 5.119.

Na liderança das multidões, o tetracampeão das arquibancadas, o Santa Cruz, assumiu a liderança após os 17 mil presentes no Mundão. Ainda assim, segue com metade da sua média registrada no certame passado. Em relação à renda do torneio, o acumulado é de R$ 1.790.551, com R$ 33.158 por jogo. Pouco.

Confira as cinco maiores médias de público do Pernambucano de 2013.

1º) Santa Cruz (2 jogos como mandante)
Total: 25.757
Média: 12.878
Contra intermediários (2) – T: 25.757 / M: 12.878

2º) Salgueiro (1 jogo como mandante)
Total: 8.998
Média: 8.998

3º) Náutico (6 jogos como mandante)
Total: 42.721
Média: 7.120
Contra intermediários (6) – T: 42.721 / M: 7.120

4º) Sport (1 jogo como mandante)
Total: 7.101
Média: 7.101
Contra intermediários (1) – T: 7.101 / M: 7.101

5º) Central (6 jogos como mandante)
Total: 40.627
Média: 6.771

Dados da FPF. Confira os dados do Campeonato das Mutidões de 2012 aqui.

Overdose de futebol pernambucano na televisão

Jogos dos times pernambucanos na TV em 2013. Imagens de Esportes Interativo, Sportv/PFC e Globo

Transmissões em sinal aberto, tevê por assinatura, pay per view e até internet. Hoje em dia é possível visualizar o futebol pernambucano em várias mídias.

A ponto de os jogos de Santa Cruz, Náutico, Salgueiro e Sport terem sido exibidos para o Recife em três canais de televisão diferentes em um mesmo fim de semana, nos dias 26 e 27 de janeiro deste ano.

Santa Cruz 2 x 0 Feirense – Esporte Interativo
Náutico 3 x 1 Ypiranga – Sportv/PFC
América-RN 2 x 0 Salgueiro – Esporte Interativo
Fortaleza 0 x 0 Sport – Globo

Contexto comum em 2013? Uma insanidade em 1998.

Há quinze anos o Estadual nunca havia sido comercializado. Nacionalmente, partidas esporádicas na TV, sempre com valores acertados por cada jogo.

Foi quando a Globo pagou R$ 225 mil pelos direitos de transmissão. Contudo, não exibiu nenhum jogo. Acabou repassando a transmissão ao Sportv, que mostrou alguns jogos. Tempo de Paulistão e Carioca onipresentes.

A situação começou a mudar a partir de 1999, quando o locutor Luciano do Valle comprou os direitos de transmissão de toda a competição. Pagou R$ 500 mil, com um jogo por semana na TV Pernambuco, sinal aberto.

A elevada audiência fez a Globo retomar o interesse, pagando R$ 850 mil em 2000. Desde então, todas as edições foram exibidas em sinal aberto pelo canal.

Confira o valor atual da competição e as respectivas cotas aqui.

Com o interesse gradativo de outras emissoras, inclusive de tevê a cabo, acabou ocorrendo o surpreendente cenário na história do futebol local.

Ao todo, 360 minutos de futebol local na telinha de uma vez. Eis um avanço gradativo, tentando recuperar um espaço defasado no mercao futebolístico.

Que a qualidade das partidas acompanhe esse ritmo. É algo necessário.

Uma década de Nordestão, mas com exibição ainda restrita

Nordeste

Foi uma longa batalha para colocar o Nordestão novamente na mídia.

Uma articulação por um novo tempo, mas que ainda não acabou…

A ação judicial que a Liga do Nordeste movia contra a CBF desde 2003 devido ao corte do regional no calendário começou com um pedido de indenização de R$ 10 milhões.

As seguidas vitórias da liga na justiça acabaram aumentando o montante para R$ 30 milhões. Acuada, a CBF resolveu fazer um acordo, oficializando o retorno do regional.

A garantia da Copa do Nordeste no calendário oficial da entidade seria de cinco anos.

Tanto que este é o período do contrato firmado com a Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão em sinal aberto. Ao todo, um investimento de R$ 200 milhões.

Desde então, havia a dúvida se a Confederação Brasileira de Futebol poderia riscar a Copa do Nordeste do mapa mais uma vez após o fim do acordo judicial.

Livre da indenização, a entidade não teria mais motivos para manter em atividade apenas um campeonato regional, pois as outras quatro regiões não se mexeram.

No entanto,a viabilidade da competição é bem maior do que se imagina.

A emissora Esporte Interativo adquiriu os direitos de transmissão da Copa do Nordeste por dez anos. O contrato que começará a vigorar este ano vai até 2022.

O contrato prevê a exibição dos 62 jogos de cada edição. Ou seja, 620 partidas.

O problema é o fato de que o canal ainda não faz parte da maior operadora de televisão por assinatura da região, a Sky.

Bastante questionada pelos torcedores, a operadora se posicionou (veja aqui).

“Não temos previsão de entrada e nem negociação em curso com este canal.”

Em 2012 a Sky viveu algo semelhante. A Libertadores só seria transmitida pela Fox, que não fazia parte de sua grade. Sob pressão dos torcedores, o canal foi incorporado.

Nas redes sociais, a tag #NordestãoNaSky ganha força.

A barreira do calendário, um entrave durante muito tempo, foi contornada. Agora, o objetivo é estabelecer a competição nos principais vetores da comunicação não só para a região como para o restante do país. A exposição do Nordestão é prioridade.

Vida longa ao Nordestão e que a sua exibição não seja restrita.

Sul-americana ao campeão nordestino de 2014

Copa do Nordeste. Crédito: Liga do Nordeste

Entre 1997 e 1999 a Copa do Nordeste teve direito a uma vaga na Copa Conmebol.

Por isso, a expectativa de um lugar na Sul-americana ao campeão regional existiu desde a confirmação da reedição do torneio, no acordo judicial entre Liga do Nordeste e CBF.

Em 2013 a competição voltará à sua plenitude, após os esvaziados 2003 e 2010.

Contudo, não houve tempo hábil para articular junto à Conmebol a oficialização de uma das vagas brasileiras na segunda competição interclubes mais importante do continente.

Não em 2013… Neste ano, o prêmio será apenas em cash, R$ 1 milhão.

Nos bastidores, a vaga internacional ficaria mesmo para 2014. No entanto, há um indício fortíssimo de que essa expectativa do futebol da região já esteja consumada.

No plano comercial da Rede Globo na busca por patrocinadores para a transmissão da Copa do Nordeste, o documento é enfático sobre o futuro do regional (veja aqui).

“O prêmio do vencedor para 2013 será em torno de R$ 1 milhão, enquanto em 2014, além do valor, o vencedor terá vaga na Copa Sul-Americana de mesmo ano.” 

Sem especulação, o texto é categórico. Próxima à CBF, a Globo detém os direitos de transmissão do Nordestão pelos próximos cinco anos, num contrato de R$ 200 milhões.

Resta saber, portanto, se esta provável classificação à Sul-americana se tornará a 8ª vaga brasileira ou se a Conmebol dará à CBF o direito de inscrever um 9º clube.

O perfil do telespectador pernambucano no futebol

Perfil do telespectador do Campeonato Pernambucano 2012. Crédito: Rede Globo

Com uma média superior a 500 mil telespectadores a cada jogo do Pernambucano, surpreende a divisão de gênero, longe de qualquer imaginação machista no futebol.

De acordo com Ibope Media Workstation, em dados da Rede Globo, as mulheres que acompanham o futebol local representam quase a metade da audiência.

O gráfico sobre o campeonato estadual de 2012 também apresenta o avanço das classes D e E no bolo  saindo de 21% em 2011 para 23%.

Já sobre a faixa de idade, o perfil de 25 a 49 anos passou de 42% para 44%.

Mudanças pontuais uma tendência nos próximos anos?

Confira as maiores audiências televisivas do Campeonato Pernambucano aqui.

As maiores audiências televisivas do Pernambucano

As 5 maiores audiências do Campeonato Pernambucano 2012. Fonte: Rede Globo

Na média, o Campeonato Pernambucano de 2012 foi assistido na televisão aberta por 524 mil pessoas, com 24 pontos de audiência no Grande Recife. O percentual de televisões ligadas nas partidas chegou a 55%. Números positivos para o contexto local.

Nos gráficos acima e abaixo, as dez maiores audiências do torneio, segundo o Ibope Media Workstation, com dados da Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão.

O Sport aparece oito vezes no top ten, nos oito primeiros lugares. O Santa Cruz vem em seguida, com cinco partidas. Em terceiro, o Náutico, com três.

Em 2011, o Leão apareceu sete vezes, contra cinco da Cobra Coral e quatro do Timbu.

Em relação à audiência absoluta, a final de 2011 segue com mais torcedores. Foram 1.040.976 pessoas diante da TV. Em 2012 o número caiu para 863.818. No entanto, neste ano o “share” foi maior, com 79%, contra 77% na edição anterior.

Confira os dados da temporada passada no certame do estado clicando aqui.

Do 6º lugar ao 10º, as maiores audiências do Campeonato Pernambucano 2012. Fonte: Rede Globo

Arena Pernambuco já vislumbra um novo nome, milionário

Projeto da Arena Pernambuco. Crédito: Odebrecht/divulgação

Um ato costurado em uma longa articulação nos bastidores irá modificar bastante a nomenclatura do futebol brasileiro a partir de 2013.

A Rede Globo passará a divulgar os naming rights dos estádios de futebol. Ou seja, chamará as arenas por nomes “fictícios”, firmados através de contratos entre clubes/consórcios e empresas. Sem divulgação, a prática inexiste até o momento. Pois, não por acaso, reduz o interesse de investidores nas arenas país afora.

Após a intensa negociação, que atendeu a um antigo pleito dos clubes, a emissora deverá ficar com um pequeno percentual sobre os futuros contratos (veja aqui).

A Arena da Baixada, que foi rebatizada de “Kyocera Arena” de 2005 a 2008, em um negócio pioneiro, jamais foi chamada desta forma por emissoras de televisão.

A falta de publicidade acabou travando a renovação. Agora, deverá acontecer o inverso, com a proliferação de denominações mercadológicas em estádios tradicionais, como Mineirão, Fonte Nova, Morumbi, Beira-Rio e até o Maracanã.

Ou seja, mesmo sem sequer ter sido inaugurada, a Arena Pernambuco poderá ganhar outro nome por duas décadas. O fato já estava previsto na parceria público-privada.

Geralmente, são empresas de grande porte com alto grau de interesse nos respectivos locais onde estão instaladas. Considerando a economia do estado, qual companhia poderia ser a futura parceira do consórcio que irá operar o estádio em São Lourenço?

Segundo o estudo elaborado pela consultoria BDO/RCS, empresa especializada em marketing esportivo, eis as projeções de rentabilidade das doze arenas da próxima Copa do Mundo para acordos de naming rigths de 2013 a 2033.

R$ 300 milhões – Maracanã e Itaquerão
R$ 220 milhões – Mineirão
R$ 120 milhões – Fonte Nova
R$ 90 milhões – Arena Pernambuco, Nacional, Beira-Rio e Arena da Baixada
R$ 70 milhões – Castelão e Amazônia
R$ 60 milhões – Arena das Dunas e Pantanal

Ainda segundo o estudo, produzido em agosto do ano passado, caso os valores sejam alcançados, totalizando até R$ 1,56 bilhão, os patrocínios dos clubes poderiam subir no embalo, com um incremento de até 21%.

Tudo isso porque, vejam só, a maior emissora do país passará a chamar os estádios com os nomes adquiridos do naming rights. Arena Pernambuco, sim. Até segunda ordem…

Projeto da Arena Pernambuco. Crédito: Odebrecht/divulgação

Final com menos torcedores e menos telespectadores

Finais do Campeonato Pernambucano de 2011 e 2012. Fotos: Diario de Pernambuco

No fim das contas, o Campeonato Pernambucano desta temporada não agradou mesmo nem os torcedores nas arquibancadas e nem o público diante da televisão. Os dados da decisão da competição apresentam um resultado curioso.

A final de 2012 registrou um público menor que a decisão anterior, que reuniu os mesmos finalistas. A diferença foi de 16.332 torcedores. Em relação à audiência na TV aberta, medida no estado pelo Ibope Media Workstation, o hiato é muito maior, de 360.738 telespectadores, o que representa 12 pontos no Grande Recife.

As duas edições finais dos Clássicos das Multidões de 2011 somaram quase dois milhões de telespectadores. Para ser exato, foram 1.983.738, segundo o Ibope. Já a disputa que resultou no bi dos corais agregou 1.623.000 pessoas sintonizadas na telinha.

Confira abaixo os dados de audiência, considerando, além de telespectadores e pontos, o share, que é a porcentagem de aparelhos de TV ligados.

Na sua opinião, qual teria sido o motivo (ou motivos) para essa queda na audiência?

A disputa pelo hexa em 2011 e  o nível técnico de 2012 podem ter colaborado…

Audiência das finais do PE em 2011 e 2012, segundo o Ibope

A seriedade dos jogadores estrangeiros com a TV brasileira

Já virou uma tradição na maior emissora do país. O jogador de futebol que marcar três gols no domingo, em qualquer campeonato profissional do Brasil, tem direito a “pedir a música” no programa Fantástico. A tal música vira a trilha da apresentação dos gols…

Mas não é que coube a um estrangeiro, no caso, o atacante argentino Herrera, do Botafogo, recusar tal homenagem após alcançar a meta?

E olhe que outra brincadeira da emissora, o Inacreditável Futebol Clube, já havia sido rechaçada por outro gringo do time carioca, o uruguaio Loco Abreu (veja aqui).

Outro episódio, em uma reportagem na véspera do jogo, mas também com a veia humorística, foi brecada pelo argentino Barcos, do Palmeiras (veja aqui).

Nos três casos, os gringos não deram qualquer espaço para brincadeirinhas nas entrevistas, em um comportamento bem diferente ao dos jogadores brasileiros.

Exemplos de conduta para um jogador profissional ou mau humor? Comente.

Um título estadual, duas taças oficiais

Troféus do Campeonato Pernambucano de 2012. Foto: Celso Ishigami/Diario de Pernambuco

Ao ser apresentado, o então troféu oficial do Campeonato Pernambucano de 2012 foi bombardeado de críticas. Também pudera, a peça não era sequer uma taça (veja aqui).

A peça confeccionada pelo designer Hans Donner, que há 30 anos é o responsável pela identidade visual da Rede Globo, homenageada no Estadual, parecia um disco de platina. Muito diferente do que manda a tradição nos campeonatos de futebol.

Sem alarde, mas consciente de que era preciso arrumar uma solução urgente, a FPF encomendou rapidamente um novo troféu e entregou os dois ao campeão estadual. Em um mês, um novo troféu. Mais um, na verdade.

Acertou a federação, ao produzir uma taça de fato e de direito, até porque as duas apresentam elementos representativos da emissora.

Para não ficar nenhuma dúvida, eis os nomes oficiais das peças acima: Troféu Campeonato Pernambucano 2012 e Troféu Rede Globo Nordeste 40 anos.

Os dois foram parar nas Repúblicas Independentes do Arruda…