Mania na Copa do Mundo, os copinhos colecionáveis, exclusivos em cada jogo, voltaram nos Jogos Olímpicos do Rio, com modelos de todos os esportes presentes. Na compra de cerveja ou refrigerante, uma lembrança do evento, com torcedores colecionando os copos. Não demoraria a chegar no futebol.
No início de 2016 o Corinthians tentou aplicar a ideia na Libertadores, mas a Conmebol vetou a venda do copo personalizado. Alegou a possibilidade de “atos de vandalismo” com o copinho na arquibancada (!). O clube paulista esperava faturar até R$ 250 mil por jogo, com a unidade saindo a R$ 10. Acabou sendo comercializada apenas na loja oficial. No Brasileirão, entretanto, a venda de copos plásticos está liberada, com o Santa Cruz largando na frente no Nordeste.
Associando a ideia à sustentabilidade, o Tricolor anunciou a novidade a partir do jogo contra o Fluminense, em 21 de agosto, com cada copo custando R$ 5 nos bares do Arruda, com cerveja Itaipava. Segundo o clube, lembrança à parte, o torcedor também tem a opção de devolver o copo e recuperar o dinheiro, com cada copo reutilizável significando menos quatro copos descartáveis no chão.
O clube coral já iniciou até uma companha de conscientização sobre o lixo, informando a quantidade de copos descartados diariamente (1.500 toneladas), com até 200 anos para se decompor. Inicialmente, apenas um modelo. Novos desenhos devem ser lançados dependendo da resposta do povão.
“Colabore com o meio ambiente e leve uma lembrança do Santa Cruz pra casa”
No Brasil, é quase impossível dissociar a final olímpica de 2016 entre Brasil e Alemanha da tragédia (para os brasileiros) na semifinal da Copa do Mundo de 2014. A pauta é clara, quase obrigatória, mas com um mínimo de discernimento, naturalmente. Revanche ou não (e não é, efetivamente, na visão do blog), vamos ao outro lado desta cobertura, com algumas manchetes alemães após a confirmação do duelo no Maracanã. O blog printou os sites de três jornais das cidades mais populosas do país, do diário de maior circulação e do principal jornal esportivo. A pauta “2014” apareceu, mas em doses homeopáticas…
Kicker (diário esportivo) O Kicker, o principal jornal especializado em futebol no país, traz em sua manchete: “Sonho perfeito final: Alemanha encara o Brasil!”. Entretanto, apesar da empolgação, não há uma contextualização com o Mundial de 2014, mas com o fato de enfrentar o anfitrião na decisão.
Bild (jornal nacional) No Bild, o jornal de maior circulação na Alemanha, a chamada sobre a classificação alemã é direta em relação ao Mineirazo. “Adeus ao 7 x 1”, no alto do link, seguido do título numa fonte enorme: “Brasil quer revanche na final no Rio”. Ou seja, lembraram do episódio, mas num (curioso) viés brasileiro.
Berliner Morgenpost (jornal de Berlim) O Morgenpost já classifica a campanha da jovem equipe alemã como “Sucesso Olímpico”, seguindo com “homens jogam pela primeira vez pelo ouro”. Na reportagem há a ressalva que a informação trata da seleção unificada, pois a Alemanha Oriental foi campeã olímpica em 1976, nos Jogos de Montreal.
Die Zeit (jornal de Hamburgo) Em Hamburgo, uma manchete mais fria, até mesmo para os padrões germânicos: “Seleção Alemã alcança a final”. No texto, contudo, há sim uma referência à Copa do Mundo, mas deixando claro o peso de cada confronto. “Dois anos após o triunfo da Copa do Mundo, a equipe júnior da Alemanha vai disputar o ouro olímpico”.
Abend Zeitung (jornal de Munique) Em Munique, terra do Bayern, o “Jornal da Noite” também destaca o fato de seleção do país ser formada por atletas mais novos: “Agora a jovem seleção alemã enfrentar o Brasil, pelo ouro”. E nada de Copa.
Neymar e Gabriel Jesus, atacantes. Lukas Klostermann e Niklas Süle, defensores. Os jovens jogadores brasileiros e alemães festejaram as vitórias sobre Honduras e Nigéria e avançaram à decisão dos Jogos Olímpicos do Rio. No sábado, às 17h30, Brasil e Alemanha terão formações bem distintas em relação ao já antológico confronto de 2014. Em vez do Mineirão, o Maracanã. Em vez de Copa do Mundo, a Olimpíada. E em vez do 1 x 7? A conferir.
Não se trata de uma revanche para os brazucas. Não mesmo. O peso daquela partida provavelmente jamais será igualado. Mas, em termos de rivalidade, pode servir, sim, para aliviar um pouco aquela frustração. Até mesmo pelo ineditismo do ouro olímpico para os brasileiros – os próprios alemães só ganharam uma vez e numa época dividida, com a Alemanha Oriental levando a melhor em 1976.
Apesar da descrição no início do texto, com atacantes brasileiros e defensores alemães, os números deste torneio olímpico dizem o contrário. A (sempre) organizada seleção germânica tem o melhor ataque, com 21 gols marcados – quase metade diante da frágil equipe de Fiji -, enquanto o time verde e amarelo chega à final sem ter sido vazado. Começou mal, é verdade, empatando com sul-africanos e iraquianos, mas engatou boas vitórias desde então, sobretudo a partir da entrada de Luan, encaixando o ataque de Micale.
Mineirazo à parte, a final de 2016 tende a ser um jogo bem interessante…
Grupo C – Alemanha 2 x 2 México (Fonte Nova) Grupo C – Alemanha 3 x 3 Coreia do Sul (Fonte Nova) Grupo C – Alemanha 10 x 0 Fiji (Mineirão) Quartas – Alemanha 4 x 0 Portugal (Mané Garrincha) Semifinal – Alemanha 2 x 0 Nigéria (Arena Corinthians)
Seleção: 5 jogos, 3 vitórias, 2 empates, 12 GP, 0 GC
Artilheiros: Neymar, Gabriel Jesus e Luan, 3 gols
Grupo A – Brasil 0 x 0 África do Sul (Mané Garrincha) Grupo A – Brasil 0 x 0 Iraque (Mané Garrincha) Grupo A – Brasil 4 x 0 Dinamarca (Fonte Nova) Quartas – Brasil 2 x 0 Colômbia (Arena Corinthians) Semifinal – Brasil 6 x 0 Honduras (Maracanã)
O Brasil na final olímpica…
1984 – Brasil 0 x 2 França (Rose Bowl, 101.799) 1988 – Brasil 1 x 2 União Soviética (Olímpico de Seul, 73 mil) 2012 – Brasil 1 x 2 México (Wembley, 86.162) 2016 – Brasil x Alemanha (Maracanã, até 76 mil)
As medalhas de brasileiros e alemães (1900-2012)…
Brasil – 3 pratas (1984, 1988 e 2012) e 2 bronzes (1996 e 2008) Alemanha Oriental – 1 ouro (1976), 1 prata (1980) e 1 bronze (1972) Alemanha Ocidental – 1 bronze (1988) Alemanha – 1 bronze (1964)
As filas eram enormes nos portões do Maracanã, com milhares de torcedores tentando entrar, quando Neymar dividiu com o goleiro hondurenho e marcou o primeiro gol da Seleção Brasileira na semifinal olímpica. Em apenas 14 segundos o atacante abriu o caminho para mais uma decisão, em uma tranquila goleada por 6 x 0, na melhor apresentação da equipe após o início cambaleante. Sobre o lance, com o jogo iniciando às 13h num dia de sol forte no Rio de Janeiro, Neymar quebrou uma marca estabelecida nesta mesma Olimpíada.
Na primeira rodada do torneio feminino, a canadense Beckie balançou as redes em vinte segundos, superando o recorde de Oribe Peralta, algoz brasileiro na final masculina em Londres. O primeiro torneio olímpico masculino foi disputado em 1900, mas os gols só passaram a ser registrados pela Fifa com segundos (e não só minutos) a partir de 1976, em Montreal. Já a competição feminina, que integra a contagem do gol mais rápido, foi implantada em 1996, em Atlanta.
Antes da mudança, o gol mais rápido pertencia ao iugoslavo Galic, no primeiro minuto da final contra a Dinamarca, em 1960. O seu país venceu por 3 x 1.
Os gols mais rápidos nos Jogos Olímpicos* 14s – Neymar (Brasil 6 x 0 Honduras, 2016, masculino) 20s – Janine Beckie (Canadá 2 x 0 Austrália, 2016, feminino) 29s – Peralta (México 2 x 1 Brasil, 2012, masculino)
* Dados desde 1976
Será a quarta decisão olímpica da seleção masculina de futebol, repetindo as campanhas de 1984, 1988 e 2012, esta com o mesmo Neymar presente. Em todas, a prata. Desta vez, em casa, espera-se um desfecho diferente…
O pugilista Robson Conceição conquistou a primeira medalha de ouro da história do boxe brasileiro. Na categoria até 60 quilos, ou “peso ligeiro”, o baiano venceu o francês Oumiha, diante de uma plateia ensandecida na arena do Rio Centro, e colocou a sua modalidade no rol dos esportes com títulos olímpicos do Time Brasil. O boxe tornou-se a 10ª modalidade dourada, numa série iniciada em 1920, com Guilherme Paraense no Tiro, na prova de pistola rápida.
Em 2016, das 42 modalidades instituídas pelo Comitê Olímpico Internacional, o Brasil teve representantes em 39, com o boxe seguindo fase a fase a partir dos socos cruzados, jabs e ganchos de Robson, de 27 anos e em sua terceira Olimpíada. Após eliminações precoces em Beijing e Londres, ele manteve o foco, o sonho. E venceu de forma incontestável as quatro lutas no Rio de Janeiro, com a última já ao vivo em tevê aberta para todo o país.
Até esta jornada, o boxe do país somava quatro medalhas, sendo uma prata e três bronzes. O primeiro pódio foi em 1968, na Cidade do México, com Servílio de Oliveira, terceiro lugar no peso mosca. Desta vez, a bandeira ficou no alto!
Campanha do título olímpico de Robson Conceição em 2016 Oitavas – Anvar Yunusov (Tadjiquistão) Quartas – Hurshid Tojibaev (Uzbequistão) Semifinal – Lázaro Álvarez (Cuba) Decisão – Sofiane Oumiha (França)
A primeira participação do Brasil na Olimpíada foi em 1920. E já estreou com o ouro. Porém, só voltaria ao degrau mais alto 32 anos depois, com Adhemar Ferreira da Silva. Após o bi no salto triplo, um novo hiato, de 24 anos. A partir de 1980, o ouro tornou-se recorrente, mas sempre em doses homeopáticas. Foram dez edições desde então, com apenas uma Olimpíada em branco, em 2000. Nas últimas quatro o país conquistou títulos olímpicos em modalidades inéditas, duas delas improváveis para o histórico desportivo do país, hipismo e ginástica. O boxe, de Éder Jofre e Popó, não. Esse era, há muito, aguardado…
O primeiro ouro brasileiro em cada modalidade 1º) Tiro – 1920 2º) Atletismo – 1952 3º) Vela – 1980 4º) Judô – 1988 5º) Vôlei – 1992 6º) Vôlei de praia – 1996 7º) Hipismo – 2004 8º) Natação – 2008 9º) Ginástica – 2012 10º) Boxe – 2016
Todas as medalhas de ouro do Time Brasil 1920 – Tiro (1ª) 1952 – Atletismo (1ª) 1956 – Atletismo (2ª) 1980 – Vela (1ª) e Vela (2ª) 1984 – Atletismo (3ª) 1988 – Judô (1ª) 1992 – Judô (2ª) e Vôlei (1ª) 1996 – Vela (3ª), Vela (4ª) e Vôlei de praia (1ª) 2004 – Vela (5ª), Hipismo (1ª), Vela (6ª), Vôlei de praia (2ª) e Vôlei (2ª) 2008 – Atletismo (4ª), Natação (1ª) e Vôlei (3ª) 2012 – Judô (3ª), Ginástica (1ª) e Vôlei (4ª) 2016 – Judô (4ª), Atletismo (5ª) e Boxe (1ª)
Os sete dias de disputas no judô na Arena Carioca renderam três medalhas olímpicas para os brasileiros. Ouro inédito para Rafaela Silva (leve) e bronze com Mayra Aguiar (meio pesado) e Rafael Silva (pesado), que repetiram a terceira colocação em Londres. Há quatro anos, o país subiu quatro vezes no pódio, em seu melhor desempenho. No Rio, esperava-se um rendimento maior, pelo fator casa (importante nos quatros títulos obtidos nos Mundiais de 2007 e 2013) e pelo investimento no ciclo. A modalidade, aliás, era considerada uma das principais fontes de medalhas para o COB, na busca pelo top ten no quadro geral dos Jogos de 2016. Com o time completo, o rendimento de medalhas foi de 21%. Dos outros onze judocas, apenas Erika Miranda e Mariana Silva chegaram a lutar por medalha, com os demais caindo nas fases preliminares.
Em 52 anos de participação, o Brasil conquistou 22 medalhas, sendo 4 ouros, 3 pratas e 15 bronzes. Uma história iniciada por Lhofei Shiozawa, o solitário representante em 1964, em Tóquio, quando o judô entrou no programa olímpico – no Japão, os donos da casa inciaram um domínio absoluto, hoje com 37 ouros. O brasileiro, então com 23 anos, terminou em 5º lugar na categoria até 80 quilos. Depois, os pódios foram recorrentes, começando com o bronze de Chiaki Ishii em 1972, em Munique. A partir de 1984, o judô brasileiro emplacou uma série, ainda vigente, com nove edições presente no pódio.
Naturalmente, a equipe brasileira foi crescendo, técnica e numericamente, com a participação feminina, preenchendo cada vez mais categorias. Até completar, via ranking, a lista de pesagem. Em 2012 e 2016 o Brasil competiu nas 14 categorias, sendo sete masculinas e sete femininas. Que a esperança nos tatames se renove em 2020. Novamente em Tóquio, a meca da arte marcial…
Estatísticas do judô brasileiro nos Jogos Olímpicos…
A Olimpíada foi criada na Grécia em 776 antes de Cristo. De quatro em quatro anos, com corrida, luta, salto, arremesso de disco, pentatlo, corrida de bigas, entre outras provas exóticas. O campeão ganhava uma guirlanda e a honra de virar estátua na mítica cidade de Olímpia, numa tradição que superou mil anos. Nos Jogos da Antiguidade, o maior vencedor foi Leônidas de Rodes. Em provas individuais, ganhou 12 coroas de louros. Dos 24 aos 36 anos, ele foi imbatível em três tipos de corridas. No estádio, contra vinte competidores, ganhou as provas de uma e duas voltas. Ainda havia uma sui generis, a hoplitódromo, tendo que correr com um elmo e segurando um escudo de ferro.
Antes dele, o recorde era de três coroas em uma prova, o stadion, a primeira e mais importante corrida, com Chionis de Sparta (664 a.C., 660 a.C., 656 a.C.), Astyalus de Crotone (488 a.C., 484 a.C. e 480 a.C.) e Crisson de Himera (448 a.C., 444 a.C. e 440 a.C.). A Era Antiga dos Jogos acabou em 393, por decisão do imperador romano Teodósio I, convertido ao cristianismo. Seguiu assim até 1896, quando a Era Moderna foi iniciada, outra vez na Grécia. Nada de guirlandas, mas medalhas douradas aos campeões das tantas modalidades formuladas desde então. Com o homem desafiando o seu limite, recordes foram caindo. Exceto o de Leônidas. Essa marca, levantada pelo olympstats.com e publicada pelo jornal The Washington Post, já durava 2.168 anos.
Tão veloz quanto, mas na água, Michael Phelps agigantou a sua lenda ao registrar 1 minuto, 54 segundos e 66 centésimos nos 200 metros medley. Num mar de medalhas, com 26 ao todo, sendo 22 de ouro, esta foi a sua 13ª vitória individual. No um contra um, como havia sido com Lêonidas, tetracampeão nos primórdios descritos como contos, Phelps tornou-se o primeiro nadador com quatro ouros numa prova individual. Ao vivo para o mundo inteiro, o americano unificou as eras Antiga e Moderna em torno de uma verdade: é o maior.
Lêonidas de Rodes (corredor grego, 12 guirlandas individuais) 164 a.C. – stadion (180 metros), diaulos (360 metros) e hoplitodromos 160 a.C. – stadion (180 metros), diaulos (360 metros) e hoplitodromos 156 a.C. – stadion (180 metros), diaulos (360 metros) e hoplitodromos 152 a.C. – stadion (180 metros), diaulos (360 metros) e hoplitodromos
Michael Phelps (nadador norte-americano, 13 ouros individuais) 2004 – 400m medley, 100m borboleta, 200m borboleta, 200m medley 2008 – 400m medley, 200m livre, 100m e 200m borboleta, 200m medley 2012 – 200m medley, 100m borboleta 2016 – 200m borboleta, 200m medley
Com a transmissão de todas as competições nas 42 modalidades, o Sportv anunciou a “maior cobertura da história da Olimpíada” no Rio de Janeiro. Com 56 canais, sendo 16 na tevê a cabo e 40 na internet, a emissora agendou 100% do evento. Para dar conta, escalou 35 narradores e 110 comentaristas. A oferta ao vivo foi tão intensa que acabou sendo difícil para o telespectador se concentrar em um canal, com “queixas” nas redes sociais. A cobrança deu certo, tanto que, no 6º dia, o Sportv passou disponibilizar um mosaico com 16 canais – até então, os mosaicos contavam com no máximo quatro telas, durante o Campeonato Brasileiro de futebol. Essa macro transmissão contrasta frontalmente com a primeira Olimpíada exibida ao vivo na televisão, há 80 anos.
Em Berlim, no evento-propaganda de Hitler, as principais provas passaram num circuito fechado do governo e em 25 auditórios públicos, com telões especiais. Segundo o Comitê Olímpico Internacional (COI), 162.228 pessoas assistiram à transmissão, espalhada em três cidades. Além da capital, Potsdam (a 35 km) e Leipzig (a 189 km) também receberam as imagens, via cabo. A equipe técnica usou 21 câmeras, com tecnologia bem distinta – uma delas tinha 1,82 cm. Na primeira Olimpíada após a Segunda Guerra Mundial, em Londres, em 1948, a transmissão começou efetivamente para as casas. Eram 60 mil aparelhos num raio de 80 quilômetros da cidade-sede. Da abertura ao encerramento foram quase quatro horas diárias, sempre ao vivo em Wembley (não havia videotape), o dobro do planejado pela British Broadcasting Corporation, a BBC.
A exibição dos Jogos deu um grande salto em 1968, na Cidade do México, após a utilização de satélites, quebrando todas as fronteiras. Foram 600 milhões de telespectadores, naquele ano, com alguns países recebendo imagens coloridas. O Brasil só entraria no circuito na edição seguinte, quando a Rede Globo adquiriu os direitos, com Léo Batista lendo os boletins no fim da noite. Em Munique sugiram inovações como slow motion e câmeras debaixo d´água, tendo como astro o norte-americano Mark Spitz, com sete ouros nas piscinas. Após a disputa política nos Jogos de 1980 (boicote capitalista) e 1984 (boicote comunista), os valores dos direitos de transmissão subiram bastante, com vendas separadas, sendo o mercado norte-americano sempre o mais caro.
A partir de 2001, mesmo com a negociação retalhada, a Olympic Broadcasting Services (OBS) passou a ser a única produtora de imagens. Ligada ao COI, a empresa tornou-se responsável por toda a cobertura oficial dos eventos, descontando entrevistas em zonas mistas. Nesse período, as inovações foram marcadas pela reproduções de imagens (ao vivo) em alta definição, três dimensões e via mobile. Por sinal, a transmissão na internet (celulares, tablets e computadores) passou de 628 milhões de “video streams” em Beijing para 1,5 bilhão em Londres, que recebeu o evento pela terceira vez.
Evolução até o Rio, num alcance olímpico como nunca se viu…
Evolução da transmissão olímpica na TV 1904 – Primeira gravação, com frames do estádio de Saint Louis no cinema 1936 – Primeira transmissão ao vivo, em circuito fechado para três cidades 1948 – Primeira transmissão ao vivo na tv aberta, para Londres 1956 – Primeira transmissão internacional, com filmes (Europa e EUA) 1960 – Primeira transmissão internacional ao vivo, para 18 países 1964 – Primeira transmissão internacional via satélite (chegou aos EUA) 1968 – Primeira transmissão em cores 1972 – Primeira transmissão para o Brasil 1976 – Primeira transmissão com “cameraman” nas provas 1992 – Primeira vez com pay-pew-view, nos EUA 2004 – Primeira transmissão em alta definição (HD) 2008 – Primeira transmissão em plataformas mobile 2012 – Primeira transmissão ao vivo em 3D 2016 – Primeira transmissão 100% de um canal* * Através do sinal produzido pela Olympic Broadcasting Services (OBS)
Tempo de exibição (horas acumuladas por canal) 1936 – 72 horas, governo alemão 1948 – 64 horas, BBC (Inglaterra) 1984 – 184 horas, ABC (Estados Unidos) 2000 – 400 horas, NBC (Estados Unidos) 2016 – 4.000 horas, Sportv (Brasil)
Audiência global 1936 – 162 mil 1948 – 500 mil 1968 – 600 milhões 1984 – 2,5 bilhões 1992 – 3,5 bilhões 2000 – 3,6 bilhões 2004 – 3,9 bilhões 2008 – 3,6 bilhões 2012 – 3,6 bilhões
Direitos de transmissão (da maior emissora) 1948 – £ 1.000 (BBC, Inglaterra) 1960 – US$ 394 mil (CBS, Estados Unidos, por videotapes) 1980 – US$ 87 milhões (USSR State TV, União Soviética) 1984 – US$ 225 milhões (ABC, Estados Unidos) 1988 – US$ 398 milhões (NBC, Estados Unidos)
2004 – US$ 793 milhões (NBC, Estados Unidos) 2024-2032 – US$ 7,65 bilhões (NBC, Estados Unidos)
Entre os milhares de torcedores assistindo in loco aos Jogos Olímpicos de 2016, a referência pernambucana vem sendo encontrada facilmente. Nas incontáveis transmissões na tevê, é bem comum ver bandeiras e/ou camisas de Náutico, Santa e Sport nos ginásios e estádios, não só no Rio de Janeiro. Como os torneios de futebol (masculino e feminino) são descentralizados, os registros também vem ocorrendo em praças como Salvador e Manaus.
A bandeira de Pernambuco, como não poderia deixar de ser, também é artigo de viagem – quase um imã para encontros no Parque Olímpico. Aqui, algumas fotos, compartilhados pelos próprios torcedores e também pelos clubes, num engajamento importante com o maior evento esportivo da temporada.
Cleber Lima Local: Fonte Nova (futebol masculino), 11/08
A previsão de medalhas elaborada pela revista Sports Illustrated na edição que antecede a Olimpíada já tornou-se tradicional mundo afora. Trata-se de uma análise de desempenho de todos os países em todas as competições realizadas nos Jogos. O blog levantou a estimativa feita pela publicação norte-americana para o Time Brasil nas últimas cinco edições. Considerando todas as opções possíveis (ouro, prata, bronze e total), apenas uma projeção bateu, com as 15 medalhas conquistadas na China. De 2000 a 2012, a magazine contabiliza um “saldo negativo” de onze ouros em relação às estimativas.
Sobre 2016, o exercício de futurologia da SI apontou 20 medalhas para a delegação brasileira, tendo o fator casa como importante para a avaliação. Apesar do número recorde de pódios, o país ficaria fora do top ten, a obsessiva meta estipulada pelo COB. No quadro geral, a vitória no Rio de Janeiro seria dos Estados Unidos, com 45 ouros, 34 pratas e 39 bronzes, ou 118 no total.
Abaixo, as projeções da revista e a realidade sobre o desempenho brazuca…
2016 – Rio de Janeiro Previsão: 6 ouros, 4 pratas e 10 bronzes (20 medalhas) Favoritos ao ouro: Erlon Souza/Isaquias Queiroz (canoagem), Martine Grael/Kahena Kunze (vela), futebol masculino, vôlei masculino, Alisson/Bruno (vôlei de praia) e Talita/Larissa (vôlei de praia)
2012 – Londres Previsão: 8 ouros, 4 pratas e 12 bronzes (24 medalhas) Favoritos ao ouro: César Cielo (natação), Robert Scheidt/Bruno Prada (vela), Diego Hypólito (ginástica), Éverton dos Santos (boxe), futebol masculino, Sarah Menezes (judô), Juliana e Larissa (vôlei de praia) e vôlei feminino
Resultado: 3 ouros, 5 pratas e 9 bronzes (17 medalhas) Ouro: vôlei feminino, Sarah Menezes (judô) e Arthur Zanetti (ginástica)
Saldo: -5 ouros, +1 prata, -3 bronzes (-7 medalhas)
Entre os campeões, a revista acertou Sarah Menezes e vôlei feminino
2008 – Beijing Previsão: 5 ouros, 3 pratas e 7 bronzes (15 medalhas) Favoritos ao ouro: Maurren Maggi (atletismo), vôlei masculino, vôlei feminino, Diego Hypólito (ginástica) e Tiago Camilo (judô)
Resultado: 3 ouros, 4 pratas e 8 bronzes (15 medalhas) Ouro: Vôlei feminino, Maurren Maggi (atletismo) e César Cielo (natação)
Saldo: -2 ouros, +1 prata, +1 bronze (acertou o total de medalhas)
Entre os campeões, a revista acertou o vôlei feminino e Maurren Maggi
2004 – Atenas Previsão: 4 ouros, 4 pratas e 4 bronzes (12 medalhas) Favoritos ao ouro: Robert Scheidt (vela), Daiane dos Santos (ginástica), Ricardo e Emanuel (vôlei de praia) e vôlei masculino
Resultado: 5 ouros, 3 pratas e 3 bronzes (11 medalhas) Ouro: Rodrigo Pessoa (hipismo), vôlei masculino, Ricardo e Emanuel (vôlei de praia), Robert Scheidt (vela) e Torben Grael/Marcelo Ferreira (vela)
Saldo: +1 ouro, -1 prata, -1 bronze (-1 medalha)
Entre os campeões, a revista acertou Ricardo e Emanuel (vôlei de praia), vôlei masculino e Robert Scheidt (vela)
2000 – Sidney Previsão: 5 ouros, 2 pratas e 1 bronze (8 medalhas) Favoritos ao ouro: Zé Marco e Emanuel (vôlei de praia), Gustavo Kuerten (tênis), Rodrigo Pessoa (hipismo), futebol masculino e Robert Scheidt (vela)
Resultado: 6 pratas e 6 bronzes (12 medalhas) Ouro: nenhum
Saldo: -5 ouros, +4 pratas, +5 bronzes (+4 medalhas)
Entre os campeões, a revista errou tudo
Somando as previsões da Sports Illustrated de 2000 a 2012…