Toró trouxe a 250ª vitória rubro-negra no Brasileirão

Série A 2012: Sport 2 x 1 Palmeiras. Foto: Helder Tavares/Diario de Pernambuco

Muita chuva, drama, pouca técnica e muita disposição. A receita dos três pontos.

Em um gramado que surpreendentemente aguentou a tromba d’água no Recife, a Ilha do Retiro viu na noite desta quarta a primeira vitória do Sport na Série A.

Sim, a primeira nesta temporada, mas o 2 x 1 sobre o Palmeiras foi também o 250º triunfo na história do clube pernambucano na competição, unificada a partir de 1959.

Curiosamente, para alcançar o resultado foram poucas inserções rubro-negras no ataque. O duelo começou com dois times com muita raça no gramado molhado.

Coube ao Leão abrir o placar, aos 15 minutos, em um dos poucos arremates. No lance, dois atletas contestados na Ilha. O atacante Jheimy batalhou pelo lado esquerdo e deixou o meia Marquinhos Paraná livre para marcar, tocando com categoria.

No fim do primeiro tempo, aos 38, a zaga falhou duas vezes, no posicionamento e no bote, e Barcos, numa lance de muita classe, marcou um golaço.

Naquele momento, com o justo empate, o Verdão tinha 56% da posse de bola. Pela terceira vez nesta Série A o Leão tinha uma posse menor que a do adversário.

Apesar da empolgação, o Sport se apresentava sem criatividade no meio. Mal pegava na bola. Thiaguinho não vem exercendo bem a função. Não há como negar isso.

Com seis volantes de origem no time, o papel de destruir jogadas ficou nítido, em uma atuação bem limitada. O Verdão, por sinal, perdeu três boas chances no primeiro tempo.

Na etapa complementar,  o Rubro-negro voltou com mais vontade. Faltava, contudo, objetividade… E qualidade no passe. A missão parecia quase impossível.

Na defesa, o time pernambucano teve bastante trabalho do lado direito. Por ali, o Palmeiras cansou de articular jogadas. Uma avenida.

O Sport só conseguiu finalizar no segundo tempo aos 25 minutos! Um chute de fora da área, aos 25 minutos. O suficiente. Felipe Azevedo certeiro, 2 x 1.

No finzinho, para mostrar que nada é fácil de ser conquistado na elite, o Palmeiras até mandou para as redes, com Barcos. Estava impedido. Alívio entre os 21 mil torcedores.

Ao Sport, uma importantíssima vitória nesta longa caminhada no Brasileirão, mas falta muito ainda. Não dá para viver só de disposição. Precisa melhorar tecnicamente…

Série A 2012: Sport 2 x 1 Palmeiras. Foto: Helder Tavares/Diario de Pernambuco

Quatro campeonatos brasileiros e um Brasileirão

Quebra-cabeça da bandeira do Brasil

Uma pergunta teoricamente simples.

As quatro séries do Campeonato Brasileiro compõem uma só competição ou os diversos níveis do Nacional são torneios plenamente distintos?

O questionamento foi formulado a partir do imbróglio jurídico em que se meteu as Séries C e D, paralisadas há duas semanas. Na verdade, sequer foram iniciadas.

Os 60 clubes que estão sem jogar se articularam para buscar uma intervenção em uma esfera maior, o Superior Tribunal de Justiça.

Alegam que a paralisação pode se estender às Séries A e B, com mais 40 clubes. A explicação é fundamentada no sistema de acesso e descenso.

Quem caiu da segunda divisão no ano passado não está jogando agora.

Em qualquer série nacional, o rebaixamento tem a garantia de disputa no ano seguinte. Obviamente, não existe queda na 4ª divisão, e por isso a classificação é via estadual.

Para 2013, de fato seria um problema. Para onde iriam os últimos quatro colocados da vigente Série B? Seria inchada? Não há como desfazer o rebaixamento, pois isso está bem escrito no regulamento. Ou seja, viraria um efeito dominó, até a elite.

Na teoria, a justificativa é bem viável. Já na prática, na opinião do blog, foi apenas um movimento no tabuleiro deste jogo truncado para angariar força ao pleito, numa tentativa de chamar a atenção de grandes clubes e associações.

Considerando que a emissora que detém os direitos de transmissão da Série A da atual temporada pagou a bagatela de R$ 1 bilhão e que as quatro séries do Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil de 2011 geraram R$ 177 milhões em bilheteria, seria interessante chamar mais um integrante (o tal pagador) para a batalha.

Saindo um pouco da teoria, vamos citar um exemplo, o futebol da Inglaterra. Lá, existem 24 divisões. Sim, da Série A até a Série X (veja aqui).

A partir da 8ª divisão, o campeonato inglês fica semiamador. Se algum deles parar de forma semelhante, há como afetar a Premier League? Dificilmente.

Todos os contratos são focados na elite, considerada um torneio à parte. O mesmo ocorre, aliás, na segunda divisão. Tanto que o terceiro nível é chamado de “Liga Um”…

Voltando ao Brasil, o fato é que já passou da hora de alguma posição mais rígida.

Não foi por falta de aviso que essa chuva de liminares na justiça comum, se sobreponto à justiça dsportiva, seria um problema maior do que se pensava (veja aqui).

Confusão jurídica à parte, qual seria a resposta para a pergunta no início do post?

O fiasco de Ronaldinho, onde todos estão errados e apelando

Apresentação de Ronaldinho Gaúcho no Flamengo, em 2011. Foto: Maurício Val/Vipcomm

Turbulenta, a saída de Ronaldinho Gaúcho do Flamengo ainda rende.

Alegando salários atrasados, o jogador exige na justiça uma indenização de R$ 40 milhões do Fla. O clube, por sua vez, ameaça o Palmeiras, que teria sondado o atleta.

O time rubro-negro diz que pedirá à justiça uma indenização de R$ 325 milhões (sim, R$ 325.000.000) ao Verdão caso o R10 acerte com com o Palestra Itália.

Milhões para cá e para lá e, agora, uma mobilização nacional por parte da presidente flamenguista, Patrícia Amorim, que parece achar normal uma dívida de cinco meses.

Será que a atitude no vídeo abaixo não passou um pouco da conta…? Apelou.

Não dá pra negar. Foi um fiasco a volta de Ronaldinho ao futebol brasileiro (veja aqui).

O atleta de 32 anos não rendeu. Não quis. Se rendeu ao prazer extracampo. Acumulou atuações apáticas e o atraso na conta bancária, iniciado pelo patrocinador, piorou de vez. A assessoria do irmão, vidrado em cifras, não colaborou com a parte técnica.

Não há ninguém com plena razão no caso. A única certeza é que não vai sair barato…

A Ronaldinho, um bizu. Esqueça a Copa do Mundo de 2014.

Supercopa do Brasil, o duelo que ainda não gera um centavo

Torcida da China

Pela primeira vez, desde que foi criada há trinta anos, a Supercopa da Espanha, disputada entre os campeões da liga e da Copa do Rei da temporada, passará a ser realizada em apenas uma partida. E não será em solo espanhol.

A partir de 2013, um confronto decisivo a mais de nove mil quilômetros de distância.

Pois é. A tendência é que clássicos do porte de Real Madrid x Barcelona ocorram no moderníssimo estádio Ninho do Pássaro, em Beijing, na China.

O estádio dos Jogos Olímpicos de 2008 deverá abrigar a Supercopa da Espanha pelos próximos sete anos. A federação espanhola embolsará US$ 39,5 milhões no acordo com a United Vansen International Sport, com apoio do governo chinês, claro.

Coincidentemente, o mesmo local já recebe a Supercopa da Itália. Será a 3ª vez em quatro anos. Este ano, Juventus (campeão nacional) x Nápoli (vencedor da Copa Itália).

E o Brasil, onde fica nessa história? Não há mercado para os clubes brasileiros?

Corinthians x Vasco em 2012. Fluminense x Santos em 2011. Flamengo x Corinthians em 2010. São Paulo x Sport em 2009. Duelos que não aconteceram.

Não havia uma data sequer? Uma partida envolvendo os últimos campeões nacionais do país não é capaz de atrair patrocinadores e o interesse das redes de televisão?

A Supercopa do Brasil só aconteceu em duas oportunidades. Em 1990, o Grêmio bateu o Vasco. No ano seguinte, o Timão superou o Fla. Depois, caiu no ostracismo.

Eram outros tempos. Principalmente em relação à visibilidade. Negócios.

Hoje, a TV aberta alcança 100% do país. A TV por assinatura já conta com uma fatia considerável de telespectadores. Há o mercado da internet.

E há, sobretudo, o mercado internacional. Ainda que não fosse o caso de negociar um jogo entre os brasileiros na Ásia, como os europeus vêm fazendo, teríamos, no mínimo, doze arenas de última geração para essas partidas especiais a partir de 2014.

A Supercopa do Brasil poderia ser até o jogo oficial para abrir o calendário nacional…

E não precisa ser necessariamente no Ninho do Pássaro. Quem sabe um dia.

Torcida da China

O inglório caminho para a Copa Sul-americana

Copa Sul-americana

Torcedor, tente entender o critério a seguir…

A CBF modificou o sistema de classificação dos times brasileiros à Copa Sul-americana.

Antes, eram oito times da Série A, estabelecidos entre o 5º lugar e o 12º da tabela.

Como o mesmo clube não poderia disputar a Sul-americana e a Libertadores do mesmo ano, caso esta agremiação estivesse nessas colocações do Nacional, a vaga seria automaticamente destinada ao 13º lugar do Brasileirão.

Sob a chancela da Conmebol, esses oito times fariam quatro mata-matas na primeira fase do torneio continental. Os vencedores disputariam a fase “internacional”.

Agora, esqueça isso tudo. Esqueça a famosa zona da Copa Sul-americana.

A partir de agora, a vaga será herdada após uma eliminação. Literalmente (veja aqui).

Em vez de oito, serão apenas quatro vagas, entrando diretamente na fase internacional da Sul-americana. Em vez da Série A, o foco da classificação será via Copa do Brasil.

Irão à Copa Sul-americana do mesmo ano, valendo a partir de 2013, os quatro times eliminados nas oitavas, entre aqueles com as melhores campanhas do último Brasileirão.

Um exemplo nada difícil de acontecer:

O time A precisa vencer o time B por dois gols de diferença para chegar às quartas de final do mata-mata nacional. Aos 45 minutos do segundo tempo, o pênalti salvador.

Se o time A arrematar a cobrança e cravar 2 x 0 no placar, vai às quartas. Se não fizer, está fora. Mas, por ter sido 9º lugar na Série A anterior, irá para a Sul-americana.

Sendo fanático pelo time A, você torceria pelo gol?

Mais anticlímax, impossível.

Ainda há tempo para a CBF desfazer esse critério nada desportivo…

Cadastro Nacional de Uniformes

Uniforme do Náutico para a Série A de 2012. Crédito: CBF

Cadastro Nacional de Uniformes de Clubes que disputam o Campeonato Brasileiro das Séries A e B. Acredite, existe. A Confederação Brasileira de Futebol divulgou a lista hoje, com os modelos dos quarenta times.

No caso pernambucano, o Timbu aparece com três camisas, enquanto o Leão só inscreveu duas. Confira a lista completa do cadastro nacional: Série A e Série B.

Ainda não foi publicado o arquivo com as outras duas séries, C e D. Ou seja, Santa Cruz, Salgueiro, Petrolina e Ypiranga vão esperar um pouco mais.

Uniforme do Sport para a Série A de 2012. Crédito: CBF

Cofres abertos em Pernambuco, nem tanto

Sem dinheiro

Nem ganha tanto nas vendas e nem gasta tanto para comprar.

Apesar das cotas milionárias, o futebol de Pernambuco segue à margem do mercado.

De fato, a negociação ainda não foi consumada, mas a proposta alvirrubra para adquirir os direitos econômicos do atacante Kieza já é a maior feita por um clube pernambucano.

O Timbu ofereceu R$ 1 milhão por 30% dos direitos do artilheiro da última Série B, quando vestiu a camisa do próprio Alvirrubro. As estatísticas levam em conta os valores nominais em reais desde 1994, sem a correção monetária do período.

Considerando só o dinheiro utilizado para a compra dos direitos econômicos, sem direito de imagem, luvas e salários, a proposta por Kieza superaria a negociação de Durval.

Após o título estadual e o acesso à Série A em 2006, o jogador ficou valorizado e o Sport acertou a compra do zagueiro de forma parcelada junto ao Atlético-PR, com com 50% à vista em 2007 (R$ 450 mil) e várias prestações no ano seguinte.

Os valores “econômicos” das maiores compras do estado mostram a diferença na mão dupla das negociações, pois a maior venda (Ciro, em 2011) foi quatro vezes maior.

Ou seja, o futebol de Pernambuco nem vem revelando bons valores e nem conta com uma força para trazer jogadores. Assim fica difícil competir em escala nacional.

1º) Kieza (2012) – R$ 1 milhão por 30%, a um grupo de investidores (não concretizada)

2º) Durval (2008) – R$ 900 mil por 100%, ao Atlético-PR

3º) Jadilson (2006) – R$ 600 mil por 100%, ao Atlético-PR

Confira as maiores vendas do futebol do estado clicando aqui.

Classilíder para reforços do futebol

Protesto da torcida do Sport por causa da falta de reforços. Montagem: André Bruto/divulgação

Impaciente, a torcida do Sport arrumou uma maneira bem humorada para protestar contra a falta de reforços no Rubro-negro para a disputa da Série A.

A carência maior é no setor ofensivo, sobretudo na criação. Basta dizer que nas duas primeiras rodadas o camisa 10, o cérebro da equipe, foi o lateral-direito Thiaguinho.

Que, de forma improvisada, acabou não rendendo bem… Só expôs o problema.

Na imagem, tendo como base o caderno de classificados do Diario de Pernambuco, o Classilíder, o Leão estaria procurando meias e atacantes.

Com as exigências fora da realidade e o modesto preço sugerido, será bem difícil…

Nas redes sociais já existe até mesmo uma corrente: #contratadubeux.

Veja a montagem em uma resolução maior clicando aqui.

A melhor letra das cheerleaders alvirrubras

As t-leaders do Náutico em 2012. Foto: Simone Vilar/Náutico

As dezenove partidas do Náutico na elite nacional desta temporada vão contar com um apoio especial entre o campo de jogo e a arquibancada.

Costume bastante comum nos esportes norte-americanos, em ligas como NBA e NFL, as cheerleaders vão animar o estádio dos Aflitos a partir de agora.

A primeira participação foi no empate sem gols com o Cruzeiro.

A ideia foi desenvolvida pelo departamento de relacionamento do Náutico, que chegou a utilizar a página do clube no facebook para selecionar duas garotas.

Cada uma das sete t-leaders, como foram batizadas as novas alvirrubras, representa uma letra do nome do clube (veja aqui).

Da união de sete letras mágicas, n, a, u, t, i, c, o. Qual é a melhor letra? Comente.

Mascote, cheerleaders, sistema de som, gincanas etc. Aos poucos, os jogos no Brasil vão ganhando uma cara de entretenimento à parte do futebol nas quatro linhas.

Tudo para conquistar o público, a força motriz do evento.

Pernambuco à frente de Polônia, Romênia, Áustria e Grécia

Média de público das ligas europeias na temporada 2011/2012. Crédit: Futebol Finance

Título ufanista, mas com uma explicação futebolística. Em um segmento, ponto.

Antes disso, vamos começar pelo topo. Sem surpresa alguma, o campeonato alemão manteve o status de maior média de público entre as principais lugas europeias.

A Bundesliga chegou a 45.116 torcedores por jogo, aumentando em 5,7% o dado da temporada passada. É o único campeonato com média acima de 40 mil pessoas.

Os germânicos passaram à margem da crise econômica que afeta o continente. Nos demais, houve influência, no ritmo das contratações e no público nos estádios.

Inglaterra, Itália e França registraram queda no público, enquanto a Espanha teve um aumento irrisório de 0,8%, segundo o levantamento do Futebol Finance.

É interessante notar que das 16 principais ligas do Velho Mundo quatro terminaram a temporada 2011/2012 com uma média, vejam só, abaixo do Pernambucano.

O Estadual levou 9.133 pessoas por jogo, com um total de 1.260.458 torcedores registrados no borderô, superando Polônia, Romênia, Áustria e Grécia. Esta última vivendo uma turbulência político-econômica sem precedentes em sua história.

Não dá para desconsiderar que os números locais foram turbinados pelo subsídio estatal, uma vez que os ingressos da campanha promocional Todos com a Nota corresponderam a 62,78%, somados aos pagantes (30,85%) e não pagantes (6,36%).

Em relação ao Brasileirão, a média da última edição foi de 14.976. Na Europa, teria ficado em 7º lugar. Desde o início dos pontos corridos, em 2003, a Série A com mais gente nas arquibancadas ocorreu em 2009, com um índice de 17.807.

Para superar essas marcas, a elite nacional depende da conclusão das arenas do Mundial. Em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, Porto Alegre etc.

Unfanismo à parte, é preciso melhorar a renda. Este ano, em Pernambuco, o torneio arrecadou R$ 12,3 milhões com bilheteria. Muito? Longe disso. Média de R$ 89.761…