Terceirona 2013, rodada 3

Classificação da Série C 2013, na 3ª rodada. Crédito: Superesportes

A atualização da classificação do grupo A da Série C do Brasileiro será uma missão difícil neste ano. Com onze times, a chave assimétrica só terá uma tabela com o mesmo número de jogos no fim dos turnos. Até lá, quantidades distintas de apresentações para cada equipe, embolando o G4.

Oficialmente, a terceira rodada da Terceirona acabou na noite desta quarta, mas cinco times já têm cinco jogos. Pois é. Por isso, o Santa deixou a zona de classificação.

A 4ª rodada do representante pernambucano
13/07 – Santa Cruz x Fortaleza (16h)

Dirigente remunerado com passagem fugaz no futebol recifense

Diretor remunerado do Náutico em 2013, Daniel Freitas. Foto: Yuri Lira/DP/D.A Press

Em quinze anos os grandes clubes pernambucanos contaram com doze dirigentes remunerados na gestão do futebol profissional.

O termo “remunerado” costuma causar asco nos dirigentes tradicionais, aqueles que emergiram do quadro de sócios até um lugar no alto escalão.

O cargo é quase um tabu no futebol local.

No contracheque, um salário equivalente ao de um executivo. Nos bastidores, de R$ 20 mil a R$ 50 mil. No Sudeste há quem ganhe mais de R$ 100 mil.

Nesta temporada, alvirrubros e rubro-negros iniciaram suas campanhas com dirigentes contratados, responsáveis pela procura de atletas, renovações de contratos e negociação de direitos econômicos.

Os perfis são bem diferentes. No Alvirrubro, Daniel Freitas, com passagem pelo Vasco, calejado na Série A. Demitido em julho. No Leão, Marcos Amaral, outrora diretor “tradicional” do clube, mas que acabou assumindo a função de forma exclusividade na carreira como homem de confiança do presidente.

Se tem algo em comum em todos eles é o tempo. No Recife, todos ficaram no máximo um ano. Na saída, a variação de motivos também é pequena.

Marcos Amaral, diretor remunerado do Sport em 2013. Foto: Brenno Costa/DP/D.A Press

Divergência de ideias, rusgas com outros diretores, jogadores e técnico, além do alto salário. Rescisão costurada quase sempre a partir da vaidade, lá e lô. E assim este modelo profissional nunca se firmou no estado.

Os dirigentes remunerados, claro, têm consciência de que são estranhos no ninho. Compreender a situação e saber agir de forma também é necessário.

Confira os nomes que já trabalharam nos Aflitos, na Ilha do Retiro e no Arruda.

Náutico
Sangaletti (2008)
Gustavo Mendes (2011)
Carlos Kila (2012)
Daniel Freitas (2013)

Sport
Rudy Machado (1999)
Cícero Souza (2012)
Marcos Amaral (2013)

Santa Cruz
José Luís Galante (1999)
Joel Zanata (2000)
José Carlos Brunoro (2001)
Antônio Capella (2008)
Raimundo Queiroz (2010)

Raimundo Queiroz, diretor de futebol remunerado do Santa Cruz em 2010. Foto: Nando Chiappetta/Esp.DP/D.A Press

Todos com a Nota turbinado em São Lourenço

Cartão do Todos com a Nota. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

O programa Todos com a Nota trabalha com valores diferenciados para o subsídio no futebol local de acordo as divisões do campeonato nacional.

Em 2013 começou assim em relação à quantidade de ingressos e valores:

Série A (Náutico/8.000): R$ 15
Série B (Sport/8.000): R$ 13
Série C (Santa Cruz/15.000): R$ 10
Série D (Salgueiro/9.000, Central/7.000 e Ypiranga/4.000): R$ 7

Mas agora surgiu um fato novo.

O Alvirrubro atuou duas vezes nos Aflitos com essa composição financeira antes de estrear na Arena Pernambuco, a sua nova casa no Brasileirão.

A carga timbu subiu para 15 mil bilhetes, o que já havia sido divulgado.

No entanto, além do maior número de ingressos, o valor pago pelo governo do estado na campanha promocional também aumentou.

Apesar de o torneio ser o mesmo, nas partidas em São Lourenço as entradas do TCN custarão R$ 20 ao governo, como mostra o primeiro borderô alvirrubro por lá, no duelo contra a Ponte, cuja arrecadação líquida foi de R$ 423 mil.

Ou seja, antes o Timbu arrecadaria até 120 mil reais nos Aflitos. Agora, o valor do Todos com a Nota saltou para R$ 300 mil, num aumento de 150%.

Mais um incentivo para atrair times interessados ao empreendimento…

A volta do CR7, a volta coral ao G4

Série C 2013, 3ª rodada: Santa Cruz x Cuiabá. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press

O goleiro Tiago Cardoso não chegou a praticar nenhuma grande defesa.

Mas a bola esteve rondando a sua meta durante um bom tempo…

No sufoco, Santa Cruz 1 x 0 Cuiabá. Valeu pela vitória, com ressalvas.

Com 18 mil torcedores no Arruda, o dobro do clássico carioca neste domingo, os corais voltaram à zona de classificação da Terceirona.

Graças ao solitário gol da noite, através de Flávio Caça-Rato.

Empurrou a bola de joelho, renovando a já alta popularidade na torcida.

Foi um jogo de bastante entrega em campo, com Dênis Marques se movimentando, cruzando e meias buscando a troca de passes em velocidade.

Mas faltou afinco no ataque, para evitar o susto no fim.

De Caça-Rato, inclusive. E do artilheiro DM9…

A estrutura tática do tricampeão pernambucano não foi das melhores.

A azeitada equipe do Estadual, agora comandada por Sandro Barbosa, precisa valorizar mais a posse de bola.

Os meias Júnior Xuxa e Raul têm potencial para evoluir na criação de jogadas nesta Série C, ainda em seu início. Aumentando o índice de passes certos.

O povão comemorou a vitória, mas saiu do Mundão consciente de que é preciso uma melhor organização em campo.

Série C 2013, 3ª rodada: Santa Cruz 1x0 Cuiabá. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press

Gramados pernambucanos correndo contra o tempo para a retomada pós-Copa

A intertemporada do futebol nacional forçada pela realização da Copa das Confederações está na reta final. Enquanto Náutico, Santa Cruz e Sport continuam aprimorando as equipes em Natal, Camaragibe e Chã Grande, respectivamente, uma outra atividade, estrutural, corre contra o tempo.

Apesar da paralisação, todos os campos foram castigados pelas chuvas intensas em junho. Numa temporada marcada pela enorme seca, bastaram algumas pancadas de chuva. Confira a situação de cada um.

Hora de recuperar o piso para a sequência do Campeonato Brasileiro.

Gramado da Arena Pernambuco após os 3 jogos da Copa das Confederações. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

A Arena Pernambuco enfim passa a ser a nova casa do Náutico, que disputou as duas primeiras partidas como mandante na Série A nos Aflitos. O estádio teve apenas três jogos no evento teste da Fifa. No terceiro, contudo, a grama do tipo bemuda e colocada em março apresentou alguns pontos claros. Apesar da ótima drenagem, a falta de luz natural mais intensa durantes alguns dias atrapalhou o cultivo do campo. Por sinal, esse episódio deve acarretar na necessidade de adquirir uma máquina de luz artificial para a Copa 2014.

Intervalo: 13 dias
Última partida: Uruguai 8 x 0 Taiti, em 23 de junho
Próximo jogo: Náutico x Ponte Preta, em 7 de julho

Gramado do Arruda após o período sob a tutela da Fifa. Foto: Emanuel Leite Jr.

O Arruda deveria ter recebido três seleções durante a fase de treinamentos da Copa das Confederações. No entanto, mesmo sob a coordenação de técnicos da Fifa, o gramado piorou no período, inviabilizando o uso pelas delegações. Os corais alegam que os membros da entidade tiveram duas semanas para o trabalho, mas acabaram atrasando a realização, feita às pressas. Até a apresentação do tricampeão estadual será preciso perfurar o campo para uma forração de areia, o que ajudaria a escoação de água acumulada das chuvas.

Intervalo: 34 dias
Última partida: Santa Cruz 2 x 0 Luverdense, em 2 de junho
Próximo jogo: Santa Cruz x Cuiabá, em 7 de julho

Tratamento no gramado da Ilha do Retiro. Foto: Alvaro Claudino/Site Oficial do Sport

Nos jogos contra Palmeiras e Bragantino o campo da Ilha do Retiro ficou alagado. Enormes poças d’água atrapalharam bastante as equipes. O Sport aproveitou o intervalo para reforçar a drenagem, o verdadeiro problema – até porque o gramado foi trocado recentemente. De fato, era preciso fazer algo, uma vez que o sistema tem trinta anos. O clube investiu R$ 100 mil. São 16 horas por dia de trabalho, com 22 homens envolvidos ao todo. Tudo para concluir a instalação de 1,6 mil metros de tubos e 200 conectores.

Intervalo: 34 dias
Última partida: Sport 0 x 2 Bragantino, em 11 de junho
Próximo jogo: Sport x Avaí, em 16 de julho

Queda de rendimento no segundo tempo tira o Santa da zona de classificação

Série C 2013, 2ª rodada: CRB x Santa Cruz. Foto: ITAWI ALBUQUERQUE/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Um sábado de empates proporcionou ao Santa a chance de vencer e assumir a liderança isolada do grupo no domingo. No Rei Pelé, o time poderia vencer pela primeira vez como visitante na Série C, em sua terceira participação no torneio.

Havia confiança para um bom resultado. Até mesmo pela volta de Dênis Marques, desfalque na estreia. Torcedor do CRB na infância, DM9 começou dando trabalho, acertando a trave. Bem melhor em campo e controlando o jogo, o Tricolor não demorou a abrir o placar.

Aos 15 minutos, Luciano Sorriso acertou um chute forte de fora da área. Ainda no primeiro tempo, Júnior Xuxa fez fila e por muito pouco não marcou um golaço. A pausa para a Copa das Confederações parecia certa com a primeira colocação coral. Caso o tricampeão estadual não tivesse recuado…

Recuou, deu espaço para o alvirrubro alagoano e acabou, claro, pressionado. Após perder algumas oportunidades, o CRB chegou ao empate aos 26, com o veterano Denilson, de 36 anos.

Artilheiro do Mundial de Clubes de 2009, Denilson se aproveitou de um vacilo de Tiago Cardoso no gol de empate. E ainda mandou no travessão. Mas a virada no placar chegou. O time armado por Sandro Barbosa, fixo lá atrás, sofreu o segundo gol aos 44 minutos, em outro rebote, agora com Zé Paulo, 2 x 1.

O futebol no primeiro tempo foi dgno de um líder. E de fato seria. Assim como o rendimento na segunda metade evidenciou as carências da equipe, agora na 5ª colocação, fora da zona de classificação.

Série C 2013, 2ª rodada: CRB 2x1 Santa Cruz. Foto: GENIVAL PAPARAZZI/BA PRESS/FUTUR

Terceirona 2013, rodada 1

Classificação da Série C 2013, na 1ª rodada. Crédito: Superesportes

O jogo no Mato Grosso na tarde desta quarta, com a goleada do Cuiabá sobre o Treze por 4 x 0, encerrou a primeira rodada do grupo A. O Santa Cruz larga na quarta colocação, fechando a zona de classificação da Série C.

Vale salientar uma particularidade desta chave, com onze times. Ou seja, a cada rodada um clube irá folgar. Na abertura foi logo o Rio Branco, incluído após a conciliação no Supremo Tribunal Federal. Confira a nova tabela aqui.

A 2ª rodada do representante pernambucano
09/06 – CRB x Santa Cruz (19h)

Tabela da Série C revisada e com 21 times

O departamento técnico da Confederação Brasileira de Futebol enfim refez a tabela do grupo A da Série C, incluindo o Rio Branco do Acre.

A mudança atende ao termo de conciliação assinado pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal há uma semana. Entenda aqui.

Abaixo, todo o primeiro turno, com onze times no grupo dos tricolores. Portanto, o Santa Cruz jogará 20 vezes na primeira fase, em vez dos 18 jogos previstos.

Xuxa só para tricolores no Arruda, começando bem a principal trilha do ano

Série C 2013, 1ª rodada: Santa Cruz 2x0 Luverdense/MT. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

O tricampeão pernambucano começou bem a sua caminhada na verdadeira meta desta temporada, o inadiável acesso à Série B. Fora das duas principais divisões nacionais desde 2007, o Santa Cruz aposta todas as suas fichas este ano na classificação no Campeonato Brasileiro.

O planejamento foi melhor que o do ano passado, técnica e fisicamente. Apesar de ter perdido algumas peças, valorizadas pela conquista local, a busca por novos valores foi imediata e a espinha dorsal do time campeão foi mantida.

No Arruda, na noite deste domingo, vitória sobre a Luverdense por 2 x 0, na estreia oficial do técnico Sandro Barbosa, dando sequência ao trabalho executado por Marcelo Martelotte, agora no Sport. Com Dênis Marques machucado, outro nome deu a caras. O destaque foi um reforço de última hora, o meia Júnior Xuxa, há tempos fazendo bons jogos nos estádios da região.

Saiu de seu pé o cruzamento para o primeiro gol, contra. Logo aos três minutos. Não tinha como ser melhor, ainda mais com a equipe coral controlando a partir dali o adversário mato-grossense, que neste ano já havia despachado o Bahia na Copa do Brasil. No comecinho do segundo tempo, Júnior Xuxa de novo na dianteira, agora concluindo e decretando o primeiro triunfo coral na Terceirona.

O favoritismo tricolor por uma das quatro vagas do grupo A é evidente. Confirmar isso no campo desde já é um ótimo sinal…

Série C 2013, 1ª rodada: Santa Cruz x Luverdense/MT. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Uma decisão ímpar no mapa do Brasileiro

Mapa do Brasileiro da Série C 2013, com 21 times. Crédito: Wikipedia

A disputa nos tribunais entre Gama e CBF no ano 2000 durou 251 dias.

E o clube candango ganhou a queda de braço, forçando a confederação a aceitar a sua inclusão no Campeonato Brasileiro.

As seguidas vitórias do time na justiça comum resultaram numa competição nacional, rebatizada de Copa João Havelange, com 25 clubes.

Número ímpar, deixando claríssimo o buruçu causado. Mas o tempo passou, com a Fifa apertando ainda mais o cerco sobre ações fora da esfera esportiva.

Ainda assim, por mais que grite, que pressione, a verdade é que essa norma não se sobrepõe à soberania brasileira – o blog havia abordado o tema aqui.

E de vez em quando alguém se aventura no universo das liminares. Veio Treze e um pedido pouco ortodoxo para disputar a Série C de 2012.

O time paraibano não havia alcançado o acesso ao torneio no ano anterior, mas viu uma brecha causada pelo acordo extrajudicial entre Rio Branco e CBF, que haviam se engalfinhado na justiça.

Começou assim um roteiro bem semelhante, com ameaças da CBF, bravatas de dirigentes, até mesmo do presidente da FPF, e pouca ação de fato.

O Treze jogou a terceira divisão nacional de 2012 e o Rio Branco acabou se dando mal. Obviamente, o excluído da vez se mexeu e a confusão só aumentou.

Foi parar no Supremo Tribunal Federal, que, francamente, tem mais o que fazer.

Contudo, o ministro Luiz Fux acabou mediando a conciliação. Sem surpresa, todos foram contemplados. E o Brasileiro da Série C deste ano terá 21 clubes.

Número ímpar, de novo….

No mapa da competição, uma longa viagem até o Acre. O desfecho refletiu diretamente no Santa Cruz. O grupo A ganhou mais um integrante. Em vez de 18 partidas, 20. O tempo de toda a história? Foram nada menos que 371 dias.

Justiça Comum x Justiça Desportiva. Não se decide do dia pra noite, no grito…