Sport x Bahia, o Clássico do Nordeste ganha versão na Copa Sul-Americana

Copa Sul-Americana 2015: Sport x Bahia. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Sport e Bahia já se enfrentaram em inúmeras competições nos mais de oitenta anos de história. Entre as principais, Taça Brasil, Séries A e B e Nordestão. Agora, mais um importante capítulo, com a Copa Sul-Americana. Isso mesmo, o duelo entre os dois campeões nacionais de elite da região terá uma versão internacional pela primeira vez. O Leão entrou na disputa como Brasil 2, enquanto o Bahia ficou como Brasil 7. Ao vencedor da chave, o direito de viajar até Buenos Aires para enfrentar Huracán ou Tigre nas oitavas de final.

No tradicional clássico nordestino, um fato é inegável. A vantagem tricolor é enorme em mata-matas: 6 x 1. Os baianos avançaram nas quartas da Taça Brasil (1959 e 1963) e do Brasileiro (1988), na semi do Nordestão (1997 e 2015) e ainda ganharam uma final regional (2001). A favor do time pernambucano, a semifinal da Copa do Nordeste de 1994. Sem dúvida, o Baêa é o maior algoz do Leão. Só como curiosidade, vale lembrar que ambos decidiram um torneio internacional, em caráter amistoso. Em 1997, na Copa Renner, após um empate em 3 x 3, o time de Salvador ficou com a taça nos pênaltis. Na Ilha do Retiro.

Voltando ao presente, ao segundo torneio mais importante da Conmebol, vale destacar que em 2015 o Sport fará a sua terceira participação consecutiva na Sula, após a saída da Copa do Brasil diante do Santos. Abaixo, o retrospecto leonino na fase nacional. Na primeira presença, mesmo na segunda divisão do Brasileiro, alcançou as oitavas de final, contra o Libertad do Paraguai.

2013
20/08 – Sport 2 x 0 Náutico
20/08 – Náutico 2 (1) x (3) 0 Sport

2014
28/08 – Sport 0 x 1 Vitória
03/09 – Vitória 2 x 1 Sport

2015
19/08 (22h) – Bahia x Sport
26/08 (22h) – Sport x Bahia

Considerando as partidas oficiais e os amistosos, são 82 jogos desde 1932, de acordo com o pesquisador Carlos Celso Cordeiro (veja a lista aqui).
20 vitórias do Sport
28 empates
34 vitórias do Bahia

Por qual razão o Sport deveria optar pela Copa Sul-Americana de 2015

Copa Sul-Americana

Reprodução da coluna publicada no Diario de Pernambuco neste 21 de julho.

Antes de mais nada, é preciso enfatizar que este debate só existe devido ao bizarro critério adotado pela CBF, obrigando um clube a abrir mão da Copa do Brasil caso queira ir à Sul-Americana. Justificação feita, vamos ao ponto principal: hoje, a “Sula” seria muito mais proveitosa para o Sport. Existem alguns pontos que fomentam essa (minha) visão. A começar pelo time, com três titulares da Série A vetados. Maikon Leite, Matheus Ferraz e Samuel Xavier já entraram em campo pela copa nacional defendendo outros clubes e não podem atuar no Leão. Por mais que a comissão técnica alegue que os últimos reforços podem suprir essas lacunas, não haveria banco – que pode ser o ponto forte do time, ofensivamente, neste segundo semestre.

Com o elenco completo na Sul-Americana, poderia haver a chance de formações mescladas nas primeiras fases, dando preferência ao Brasileiro. Em relação à logística, com o problema das “viagens”, no primeiro confronto da Sul-Americana o time pernambucano teria duas opções no chaveamento (Brasil 2 ou Brasil 3), contra Ceará (provavelmente) ou Brasília. As partidas serão apenas em 9 e 16 de setembro. Ou seja, haveria força máxima no Brasileirão no restante de julho, em agosto e na primeira semana de setembro (9 jogos). E sem o desgate excessivo de um duelo eliminatório de peso, como na Copa do Brasil, inevitavelmente – no pote 2 do sorteio das oitavas do torneio da CBF, o Rubro-negro poderia ter pela frente os times que disputaram a Libertadores. Numa eventual fase seguinte do torneio internacional (oitavas), teria um novo confronto brasileiro ou uma viagem para Buenos Aires. Neste segundo caso, já há voo direto a partir do Recife, com cinco horas de duração. Francamente, é mais fácil do que ir a Chapecó.

Segue mais um ponto, a premiação. A Conmebol ainda não anunciou as cotas de 2015. Mesmo que se compare a quantia da Copa do Brasil 2015 com a Sula 2014, há vantagem. A alta do dólar (R$ 3,2) transformou o título internacional mais rentável: R$ 7,1 milhões x R$ 6,5 milhões, considerando as cotas do mata-mata nacional a partir das oitavas, uma vez que o Sport já recebeu as premiações das três primeiras fases (R$ 1,33 milhão). Por último, a visibilidade. Nunca um clube nordestino foi campeão de uma copa internacional. Neste momento de reorganização estrutural do Sport, essa (tentativa de) mudança de patamar seria importante. Seria histórica.

Reviravolta nos possíveis caminhos do Sport na Copa Sul-Americana de 2015

Sorteio da Copa Sul-Americana de 2015, no Paraguai. Foto: Conmebol/Site oficial

Reviravolta na definição do chaveamento da Copa Sul-Americana de 2015. O sorteio na sede da Conmebol ocorreu mesmo sem a confirmação dos oito times brasileiros, completando os 47 participantes, mas a 14ª edição do torneio, a ser disputada entre 12 de agosto e 9 de dezembro, mudou a ordem dos brazucas.

Considerando a vontade da direção do Sport, favorável à participação na Sula, vamos aos possíveis caminhos do clube – cuja vaga internacional só será assegurada caso seja eliminado da Copa do Brasil pelo Santos, no absurdo critério criado pela CBF. Na possível terceira participação do Rubro-negro, existem quatro adversários possíveis na fase brasileira (correspondente à segunda fase da Sula), dependendo dos seguintes jogos de volta na copa nacional: Criciúma x Grêmio, Tupi x Ceará e Bahia x Paysandu.

Dependendo da combinação (abaixo), o Sport seria “Brasil 2” ou “Brasil 3”. E aí começa a surpreendente transformação no sorteio no Paraguai. Em vez dos confrontos brasileiros pré-definidos (1 x 8, 2 x 7, 3 x 6 e 4 x 5), a Conmebol sorteou as chaves. Acredite, acabou sendo até melhor para o time da Ilha. O chaveamento Brasil 2 x Brasil 7 até se manteve, mas a outra probabilidade, Brasil 3, agora enfrentará o Brasil 8, o Brasília, o campeão da Copa Verde 2014. Tem mais. Na fase seguinte, nas oitavas, terá outro brasileiro, o que não ocorria.

Os chaveamentos sorteados: primeira fase, segunda fase e oitavas/decisão.

Observação: a ordem dos brasileiros está sujeita à confirmação da CBF…

A fase nacional da Sula considerando os resultados da Copa do Brasil:

Brasil 2 (ou “O10” nas oitavas)
Cenário 1 – Grêmio classificado e Ceará eliminado: Sport x Ceará
Cenário 2 – Grêmio e Ceará classificados e Bahia eliminado: Sport x Bahia
Cenário 3 – Grêmio, Ceará e Bahia classificados: Sport x Vitória*
*Para o Vitória entrar na Sula, o Bahia precisaria reverter o 3 x 0 sofrido diante do Paysandu no jogo de ida da 3ª fase da Copa do Brasil.

Brasil 3 (ou “O5” nas oitavas)
Cenário 4 – Grêmio eliminado: Sport x Brasília

Indo além, eis os caminhos internacionais considerando as principais forças:

Brasil 2
Oitavas – Tigre ou Huracán
Quartas – Belgrano, Lanús, Defensor, Bolívar, Universitario ou Anzoátegui
Semi – Independiente, Arsenal, Emelec, Olimpia, Nacional do Uruguai…
Final – River Plate, LDU, Universidad Católica, Atlético-PR, Libertad…

Brasil 3 
Oitavas – Grêmio ou Brasil 5
Quartas – Tolima, Junior Barranquilla, Melgar, Sportivo Luqueño…
Semi – River Plate, LDU, Libertad, Universidad Católica, Nacional do Paraguai…
Final – Independiente, Olimpia, Emelec, Lanús…

Podcast 45 (152º) – Náutico fora da Copa do Brasil, cotas de TV, Santa, Sport e Sula

Esta edição do 45 minutos foi gravada na madrugada logo após o confronto entre Náutico e Flamengo, pela Copa do Brasil. Antes de debater sobre o resultado, com a classificação carioca, debatemos a faixa levada pela torcida timbu, protestando contra o atual sistema de divisão de cotas de transmissão (opinião, dados, futuro). Sobre o jogo, o reflexo da eliminação no decorrer da Série B. Na sequência, a pauta foi o Santa Cruz, bem desfalcado para o seu próximo compromisso na segundona. Finalizando, o Sport. Com a projeção de confrontos na Copa Sul-Americana – caso o Leão caia na Copa do Brasil, na próxima quarta – e o jogo contra o São Paulo, já com a pressão por uma vitória na Série A.

Confira o infográfico com as principais atrações do programa aqui.

Neste podcast de 1h25m, estou ao lado de Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Podcast 45 (151º) – Analisando Náutico 2 x 1 Santa Cruz e Sport 2 x 2 Palmeiras

Em duas partidas no fim de semana, a Arena Pernambuco recebeu 47 mil torcedores, com sete gols marcados nos 180 minutos de bola rolando. Os detalhes de Náutico 2 x 1 Santa Cruz e Sport 2 x 2 Palmeiras estão na pauta principal do 45 minutos. Começamos com o Clássico das Emoções, que teve o Alvirrubro bem superior em campo, no sábado. Antes de pular o assunto para a Série A, falamos de Náutico x Flamengo, nesta quarta, pela Copa do Brasil, com R$ 690 mil em jogo, fora a vaga nas oitavas, claro. Sobre o jogão no domingo, a análise focou a ausência do volante Rithely, essencial no esquema, e a luta do time para evitar a derrota como mandante.

Confira o infográfico com as principais atrações do programa aqui.

Neste podcast de 1h29m, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Podcast 45 (133º) – Sport e Náutico ascendentes e um novo Santa na B

A reviravolta no Sport, vivendo um bom momento na Série A e na Copa do Brasil, abriu a nova edição do 45 minutos. Sobretudo porque a vitória sobre o Santos, mesmo desfalcado de peças importantes, aumentou a dúvida sobre a escolha pela Sul-Americana. Na sequência, a arrancada 100% do Náutico, com Lisca sendo o personagem principal, na tática e na motivação. Por fim, o 133º podcast debateu a missão do Santa em Belo Horizonte, contra o América/MG. O campeão pernambucano precisa de uma melhor postura como visitante.

No podcast, de 1h28min, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa e João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Cotação do dólar, o fator decisivo para a Sul-Americana superar a Copa do Brasil

Copa Sul-Americana com premiação em dólar. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Tratar a Copa do Brasil como um torneio mais rentável que a Copa Sul-Americana é regra. Até porque não há subjetividade em finanças. Basta comparar os números. Foi assim nas cotas de 2013 e 2014.

Em 2015, o segundo título mais importante do país ficou ainda mais valorizado, com o aumento de 28% na premiação absoluta do campeão, de R$ 7,95 milhões. Logo, a Sula cairia mais um degrau nesta “concorrência”, criada através da esdrúxula fórmula de classificação da CBF, misturando as duas competições paralelas – só é possível disputar uma a partir de agosto.

A Copa do Brasil manteria a hegemonia caso fosse desconsiderada a alta do dólar. O seu peso em relação ao real transformou o cenário, pois a moeda norte-americana é a base dos cálculos da Conmebol em seus torneios. Vamos aos detalhes, numa reportagem do Diario de Pernambuco, de Daniel Leal.

Para disputar a Sul-Americana, o clube brasileiro – que tenha a pré-vaga – precisa ser eliminado da Copa do Brasil no máximo até a terceira fase. Portanto, essas três cotas são indiferentes na comparação. Afinal, seguindo na Copa do Brasil ou indo à Sula, o clube ficaria com essa receita preliminar de todo jeito. No caso do Sport, neste ano, o clube garantiu R$ 1,33 milhão pela presença na terceira fase. Contra o Santos, o Leão chegou ao ponto de “escolha”.

A premiação oficial da Sul-Americana de 2015 ainda não foi divulgada, mas naturalmente não será menor – de 2013 para 2014, por exemplo, a evolução foi de 80%. Portanto, considerando a última quantia, e com o dólar custando quase três reais (cotação bem acima das edições anteriores), o campeão internacional receberia R$ 180 mil a mais que o campeão da Copa do Brasil.

Nota-se que a escolha para qualquer clube não é fácil. E já não há mais a verdade absoluta sobre a maior rentabilidade da Copa do Brasil…

Premiações máximas a partir da definição das vagas brasileiras na Sula:

2015
Copa do Brasil – R$ 6.510.000*
Sul-Americana – R$ 6.690.360 (US$ 2,235 milhões, valor de 2014)**
Em maio, o dólar foi avaliado em R$ 2,99

2014
Copa do Brasil – R$ 5.120.000*
Sul-Americana – R$ 4.984.050 (US$ 2,235 milhões)**
Na época, o dólar estava avaliado em R$ 2,23.

2013
Copa do Brasil – R$ 5.000.000*
Sul-Americana – R$ 3.025.600 (US$ 1,24 milhão)**
Na época, o dólar estava avaliado em R$ 2,44.

* Contando as cotas somente a partir das oitavas de final da Copa do Brasil.
** A soma das premiações a partir da fase brasileira da Sula.

Podcast 45 (131º) – Sport avança na Copa do Brasil e expectativa de Santa e Náutico

A emocionante classificação do Sport na Copa do Brasil, colocando em “dúvida” a sua participação na Copa Sul-Americana, e as próximas apresentações de Santa Cruz (contra o Paraná) e Náutico (pega o Boa), pela 2ª rodada da Série B, estão na pauta do 45 minutos, com uma análise completa sobre a semana dos pernambucanos envolvidos nos principais torneios do país.

No podcast, de 1h34min, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa e João de Andrade Neto. Ouça agora ou quando quiser!

Podcast 45 (120º) – Náutico e Sport na Copa do Brasil, Sula e semifinais do PE

As classificações e objetivos de Náutico e Sport na Copa do Brasil foram analisados no 45 minutos por óticas distintas. No Alvirrubro, o resgate técnico e a necessidade das cotas. No Leão, uma campanha até a provável saída para a disputa da Sul-Americana. Por sinal, na vitória contra o Cene, a torcida protestou bastante contra o técnico Eduardo Batista. Era para tanto? O assunto também entrou na pauta, assim como as semifinais do Estadual – com a “volta” do Santa – e a expectativa para o duelo entre Salgueiro e Flamengo, pela Copa do Brasil.

Nesta 120ª edição, com 1h21min, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

A cansativa (e rentável) campanha na Copa do Brasil até a Sul-Americana

Copa do Brasil 2015, 1ª fase: Sport x Cene-MS. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

A aberração criada pela confederação para compor os representantes do país na Copa Sul-Americana, misturando a classificação no Brasileiro à eliminação (obrigatória) na Copa do Brasil, segue incompreensível. E, pelo visto, sem movimento de mudança por parte da CBF, já sob nova gestão. O cenário vem campanhas voltadas exclusivamente para o lado financeiro.

Ao optar pela Sula, o time já entra no mata-mata nacional calculando a arrecadação possível antes da eliminação (desistência, na prática). O Sport, por exemplo, pode ganhar até R$ 1,33 milhão em cotas até a terceira fase, o limite para quem quer participar do torneio internacional. Ao eliminar a fraca equipe do Cene, numa Ilha do Retiro às moscas, o Leão garantiu a segunda cota de participação, de R$ 420 mil, devidamente somada à primeira, de R$ 350 mil.

Objetivamente falando, a tranquila vitória por 4 x 1 – construída no primeiro tempo, apesar dos erros primários do Leão -, condicionou o confronto contra a Chapecoense. Aí, um duelo valendo R$ 560 mil. Projetando o futuro, a chave na terceira fase teria o Santos. Valeria uma nota preta (R$ 690 mil), mas aí a questão esportiva seria a prioridade aos rubro-negros. No caso, ir pela terceira vez seguida à Sul-Americana, uma obsessão na Ilha.

Fila brasileira pela vaga ‘Brasil 1’ da Sula: Grêmio, Atlético-PR, Santos, Fla e Sport. Portanto, vale torcer pelas classificações alheias na Copa do Brasil, uma vez que o “melhor colocado eliminado” enfrentará o ‘Brasil 8’, o Brasília.

Copa do Brasil 2015, 1ª fase: Sport x Cene-MS. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press