“O mais completo foi Pelé”

 

Centro cultural de Santa Fé, na Argentina. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Santa Fé – O título desta postagem foi a declaração de um argentino. Mesmo com pesar, o motorista Manuel Hurtado foi franco a dizer que Pelé foi o melhor jogador de futebol que já viu jogar. Neste caso, ele viu mesmo, literalmente.

Apesar de Santa Fé ser uma cidade de médio porte, o estádio Cemitério de Elefantes, do Colón, já foi palco para atuações de gênios como Pelé e Maradona e, agora, de Messi.

A conversa sobre o tema aconteceu porque é quase impossível entrar em um táxi na Argentina e, ao ser reconhecido como brasileiro, não falar de futebol. Não importa a cidade: Buenos Aires, La Plata, Córdoba e agora em Santa Fé.

O papo com Hurtado, de 63 anos, acabou virando uma entrevista no traslado até o centro de imprensa, montado no centro cultural Molino Franchino (vídeo). Ele ainda fez questão de lembrar a origem do apelido do estádio Brigadeiro Estanislao López, conhecido como Cemitério de Elefantes desde 1964.

Em 10 de maio daquele ano, o Santos de Pelé, bicampeão mundial em 1962 e 1963, excursionava no país vizinho, com muitas vitórias. Dava show, inconteste. Porém, acabou caindo diante do modesto Colón, por 2 x 1.

Já o “explosivo” Maradona atuou por lá na época do Boca Juniors, enquanto Messi pisou uma vez, este ano, no empate sem gols entre Argentina e Colômbia, na Copa América.

De qualquer forma, está óbvio que neste sábado outro elefante será abatido no clássico dos bicampeões mundiais nas quartas de final…

Entre um porto e a história

Porto fluvial de Santa Fé, na Argentina. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Santa Fé – A portuária cidade às margens do Rio Salado tem cerca de 370 mil habitantes. Limpa e bem cuidada, Santa Fé surpreende de cara, com belos jardins e casas de arquitetura centenária, à parte da zona urbana mais moderna, que elevou o município ao 4º lugar no país em número de edifícios.

O destaque fica mesmo por conta do porto, o último na rota fluvial a receber navios de grande porte dos mares. No verão, a margem do rio vira uma espécie de “praia”. Todo esse cenário marca, também, a história da Argentina.

Lá, foi assinada a constituição país, em 1853. Há, inclusive, um passeio turístico Camino de la Constitución, com o passo a passo até a assinatura do documento que dita as regras da nação dos hermanos. Para manter a tradição, a reforma da carta, em 1994, também ocorreu em Santa Fé.

Nos primeiros anos após a sua fundação, em 1573, a cidade foi o principal acesso – terrestre e fluvial – para o Paraguai, ainda com influência na região, social e econômica.

Centro de Santa Fé, na Argentina. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Durante um rápido passeio neste sábado foi possível passar por algumas ruas e avenidas importantes, apesar do pouco movimento na cidade – ainda. Turistas de Buenos Aires e Montevidéu, ávidos pelo clássico, também estão se deslocando para Santa Fé. O ponto de encontro deve ser na Boulevard Gálvez, com palacetes e centros culturais.

Todos esses turistas, porém, vão ter um certo problema com a língua local. O espanhol tem um dialeto à parte. Basta dizer que o tradicional “bife de chorizo” é chamado aqui de “entrecorte”. A “cerveza” é chamada de “porrón”.

A 476 km de distância e com passagens de ida e volta de ônibus por R$ 150, Santa Fé surge como uma alternativa de um ou dois dias durante uma visita à Argentina.

Mas, desta vez, só uma parte dos turistas rioplatenses ficará com boas lembranças.

Centro de imprensa da Copa América 2011 em Santa Fé, na Argentina. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

De Santa Fé para o mundo

Jornal Uno, de Santa Fé, Argentina. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Santa Fé – Com poucas linhas de ônibus disponíveis até a cidade que receberá o clássico entre Argentina e Uruguai, pela Copa América, tive que viajar na madrugada.

Chegando no destino às 6h30, ainda às escuras, acabei aguardando um pouco na rodoviária para depois seguir ao centro de imprensa, que abriu apenas às 9h.

Mas foi tempo suficiente para tomar um café da manhã e ler o jornal UNO, de Santa Fé, a 476 quilômetros de Buenos Aires. Pela manchete dá para perceber de cara o quanto a partida significa para toda a cidade.

“Santa Fé recebe um jogo único e se mostra para o mundo”.

A expectativa é enorme, ainda mais por causa do jogo anterior, um 0 x 0 com a Colômbia que resultou em protestos dos hinchas argentinos.

Segundo o periódico – que custou 3 pesos -, a audiência do clássico rioplatense deverá chegar a 400 milhões de televisões pelo mundo.

A reportagem local destaca também a presença das torcidas rivais, com 31 mil argentinos e 6 mil uruguaios presentes no Cemitério de Elefantes, neste sábado.

O jornal ainda trouxe um brinde. Um poster de Lionel Messi… Vai embrulhar peixe?

Todas as imagens do Rio da Prata

Mapa de Buenos Aires e Montevidéu

Buenos Aires – O comitê organizador da Copa América de 2011 divulgou os órgãos de imprensa credenciados para a cobertura do jogaço entre Argentina e Uruguai.

O Diario de Pernambuco estará presente através do blog. Sobre a lista, vale destacar a quantidade de veículos com fotógrafos no jogo que será realizado em Santa Fé. Serão nada menos que 70 agências fotográficas, incluindo profissionais da Rússia e do Japão.

Não confunda o dado com “70 fotógrafos”. Serão 70 agências, sendo que várias delas com até três representantes no estádio… Haja imagens do clássico do Rio da Prata!

Buenos Aires e Montevidéu estão separadas por apenas 300 quilômetros, pelo rio.

Hora da raça, da catimba, da garra, do futebol

Bola oficial da Copa América 2011. Foto: AFA/divulgação

Buenos Aires – Definido todo o caminho da Copa América até a decisão em 24 de julho. Após 18 partidas, confira com ficou a classificação da primeira fase aqui.

Abaixo, os confrontos das quartas de final da competição, com as estatísticas da fase de grupos: PJ – jogos, PC – passes certos, FC – finalizações certas, I – impedimentos.

Colômbia x Peru, no sábado, às 16h, em Córdoba (Mario Kempes).

Colômbia x Peru na primeira fase da Copa América 2011

Com o atacante Falcao Garcia em grande fase, a Colômbia chega ao mata-mata com a melhor campanha na fase de grupos. Forte na marcação e com um bom toque de bola, o time cafetero enfrentará o melhor 3º lugar do torneio, o Peru, que tem no técnico Sergio Markarian um estrategista. Jogo de contragolpes. Colômbia luta mesmo pelo bi?

Argentina x Uruguai, no sábado, às 19h15, em Santa Fé (Cemitério de Elefantes).

Argentina x Uruguai na primeira fase da Copa América 2011

Empatados no números de títulos (14 x 14), o duelo vale a hegemonia. O clássico do Rio da Prata é o jogo mais aguardado desta fase, com os bicampeões mundiais frente a frente, além do duelo Messi x Forlán. Jogando em casa, os argentinos querem evitar um novo fiasco diante da Celeste, como em 1987. Uruguai deve abusar das bolas paradas.

Brasil x Paraguai, no domingo, às 16h, em La Plata (Único)

Brasil x Paraguai na primeira fase da Copa América 2011

Único replay da primeira fase, Brasil e Paraguai vão para uma disputa marcada pelo equilíbrio, tanto no retrospecto quanto no desempenho em campo. Apesar de não ter vencido, o Paraguai esteve com a vitória nas mãos até o último minuto contra brasileiros e venezuelanos. Já Mano ainda vem mexendo na equipe, sem uma formação definida.

Chile x Venezuela, no domingo, às 19h15, em San Juan (Bicentenario)

Chile x Venezual na primeira fase da Copa América 2011

Assim como ocorreu nos três primeiros jogos, La Roja jogará pertinho de Santiago, com apoio maciço de sua torcida. Estima-se em 25 mil torcedores dessa vez. Resumindo: a Venezuela será uma “visitante” na partida. Pressão à parte, a equipe chilena vem se destacando até aqui, enquanto a equipe de vinho tinto está mostrando poder reação.

Nas semifinais, os vencedores de Colômbia x Peru e Argentina x Uruguai de um lado e Brasil x Paraguai e Chile x Venezuela do outro. Hasta!

90 minutos para cada um e mais 30 de bônus

Regulamento da Copa América 2011

Buenos Aires – Com tantos formatos em competições de eliminação direta, o famoso “mata-mata”, é válido mostrar o regulamento oficial da Copa América a partir de agora.

Abaixo, o texto original da Conmebol para esta fase.

ARTIGO 5

Casos de Empate

1.7 Se as partidas das quartas-de-final, semifinais, disputa de 3º. e 4º lugares, e final, houver um empate no final dos 90 minutos, o tempo extra será jogado com 30 minutos, divididos em dois períodos de 15 minutos cada, a fim de determinar o vencedor, caso o duelo continue empatado, os pênaltis serão em conformidade com os regulamentos da FIFA.

Nada de gol de ouro (morte súbita), gol de prata, jogo desempate ou sorteio…

Melhor do mundo x Melhor do Mundial

Lionel Messi x Diego Forlán. Foto: AFA/divulgação

Buenos Aires – Assim como 1987, argentinos e uruguaios voltam a se enfrentar em um mata-mata na Copa América na Argentina. Clássico mudar o rumo do Rio da Prata.

Há 24 anos, em pleno Monumental de Nuñez, com 75 mil pessoas, a Celeste venceu a semifinal por 1 x 0, gol de Alzamendi. O adversário contava com um tal de Maradona…

Agora, pelas quartas de final, no estádio Cemitério de Elefantes, neste sábado, um duelo à parte com dois craques. Lionel Messi, apontado pela Fifa como o melhor do mundo em 2009 e 2010, versus Diego Forlán, craque da última Copa do Mundo.

Cada um já entrou em campo três vezes. Nenhum deles balançou as redes… Apesar disso, Messi já foi escolhido pela organização do torneio como o melhor em dois jogos, enquanto o Forlán ganhou o prêmio em uma partida.

Abaixo, um comparativo com as estatísticas dos dois meias na Copa América de 2011.

Legenda: PC – passes certos; PE – passes errados; CC – cruzamentos certos; CE – cruzamentos errados; LC – lançamentos certos; DC – dribles certos; DC – desarmes certos; DE – desarmes errados – FC – finalizações certas; FE – finalizações erradas

Lionel Messi x Diego Forlán. Foto: AFA/divulgação

Marcação implacável em Forlán

Diego Forlán na zona mista da Copa América após Uruguai 1x0 México. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

La Plata – Após brilhar em campo e ser eleito o melhor da partida pela organização da Copa América, Diego Forlán precisou encarar uma muralha de repórteres.

Na desorganizada zona mista na sequência de Uruguai 1 x 0 México, com jornaistas, voluntários, torcedores e curiosos, os jogadores das duas seleções passaram em um corredor de cerca de 50 metros, com painéis dos patrocinadores no fundo.

A cada passo, uma novas entrevistas. Alguns atletas, ainda desconhecidos, saíram rapidamente para os ônibus oficiais, mas falaram pelo menos uma vez.

Forlán não… O blog acompanhou o trajeto do camisa 10 da Celeste do começo ao fim.

Foram quase 20 minutos para percorrer 50 metros. Ele parou em seis focos diferentes com câmeras de TV e radialistas.

Paciente, o uruguaio procurou atender à imprensa, sobretudo a de seu país, com preferência na hora das respostas, pois eram dez perguntas feitas ao mesmo tempo.

Agora, imagine essa zona mista no estádio Cemitério de Elefantes, no sábado.

Diego Forlán e Lionel Messi no mesmo corredor. Coragem…

América 16 – Rumo à Santa Fé. Rumo ao clássico

Copa América 2011: Uruguai 1x0 México. Foto: AFA/divulgação

La Plata – Assim como ocorreu com a Argentina, o Uruguai entrou em campo no desfecho da chave C sabendo o que era preciso fazer para seguir na Copa América.

A vitória do Chile sobre o Peru deixou a Celeste na cômoda situação de poder empatar para fugir do precoce choque contra os argentinos, nas quartas de final, em Santa Fé.

Não houve arrumadinho, catimba ou corpo mole. Com a sua melhor atuação até aqui, o time de Forlán venceu o México por 1 x 0, pela primeira vez em cinco confrontos na Copa América, e avançou.

O Uruguai se preocupou apenas em jogar futebol e agora enfrentará os hermanos do Rio da Prata, no clássico com o maior número de jogos entre seleções. A briga por uma vaga na semifinal, no sábado, será o 178º jogo desde 1902 (veja aqui).

Vale a ressalva: a vitória da Argentina parece ter instigado os favoritos…

Abaixo, o gol da vitória uruguaia, registrado pelo blog.

Craque puxa a fila

Copa América 2011: Uruguai x México. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

La Plata – Melhor jogador da Copa do Mundo de 2010, o meia Diego Forlán tem plena consciência do que representa não só para seleção como para todo o seu país.

Na chegada do ônibus da Celeste no estádio Único, às 20h30, o craque do Atlético de Madri saiu logo puxando a fila. Sequer parou no vestiário…

Ele foi logo com o grupo para o gramado, ainda de terno, para sentir o calor da hinchada uruguaia presente em grande número na cancha de La Plata.

Forlán ainda não apresentou o mesmo futebol visto na África do Sul? Ok, mas ele não fugiu da responsabilidade.

Ao pisar no campo, o grupo celeste foi ovacionado pela torcida…

O futebol charrúa está em em “casa”.