Abro o meu e-mail do Diario de Pernambuco nesta sexta-feira e vem uma surpresa…
Um hincha uruguaio do Penãrol me mandou um vídeo, escrevendo em portunhol!
Cassio voce ya a publicado meo Video de “Peñarol Velez”. Estaría Muito agradecido si me publica mi NOVO VIDEO Das CELEBRACOES.
O primeiro vídeo foi para o post “O futebol que não pode morrer” (veja AQUI).
Atendendo ao pedido, confira mais um vídeo de Gabriel Urioste, agora com a festa em Montevidéu após a aguerrida classificação à final da Libertadores, em Buenos Aires.
A festa carbonera é justa. O gigante uruguaio se tornou o primeiro clube a chegar dez vezes à final da maior competição das Américas. Pentacampeão em 1960, 1961, 1966, 1982 e 1987. Vice em 1962, 1965, 1970 e 1983. O desfecho em 2011? Não duvide…
Veja o post sobre a final da Libertadores de 2011 AQUI.
Faltam exatamente 30 dias para o início da Copa América de 2011.
Será um mês marcado por convocações, amistosos, treinamentos e expectativa para a disputa entre seleções mais antiga do mundo, realizada desde 1916.
Os 26 jogos da edição da Argentina serão transmitidos em HD pra 196 países.
Nas competições anteriores, em 2004 (Peru) e 2007 (Venezuela), as exibições na televisão chegaram a 140 e 180 países, respectivamente. Crescimento gradual.
Além dos craques brasileiros, um tal de Messi também estará em ação, despertando a atenção do mundo para o torneio que estabilizou de quatro em quatro anos.
Em campo, então, os 12 tradicionais uniformes acima. Abaixo, nos mesmos lugares, os padrões reservas das seleções, segundo a organização dos hermanos.
Conhece as camisas? Comente na ordem: esquerda para a direita, de cima pra baixo.
Saiba mais sobre a próxima Copa América clicando AQUI.
O Peñarol lançou o maior bandeirão do mundo, com 14.152 metros quadrados. A hinchada do Carbonero lotou as dependências do mítico estádio Centenário, em Montevidéu, e inaugurou a nova bandeira na noite desta terça-feira, na Libertadores.
Apesar da derrota para o Independiente, por 1 x 0, o clube uruguaio se classificou às oitavas de final da competição e ainda festejou a superbandeira.
Com 309 metros de comprimento por 45,8 metros de largura, o “trapo” ocupou 1/3 do Centenário, cuja capacidade máxima é de 60 mil torcedores.
Acredite, o peso é de 1,8 tonelada! Foram gastos R$ 55 mil e 400 litros de tinta.
A maior bandeira do Brasil pertence à torcida do Atlético-MG, com 8.400 m², quase metade. Veja o ranking com os maiores bandeirões de times brasileiros AQUI.
O Uruguai é conhecido como Celeste Olímpica pelo sucesso antes mesmo da criação do Mundial, com as medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de 1924 e 1928.
Não por acaso, o escudo da Asociación Uruguya de Fútbol (AUF) tem quatro estrelas. Para eles, um tetra legítimo. Se o resto do mundo não pensa assim, azar o do mundo, costumam dizer os moradores da República Oriental do Uruguai.
A última participação olímpica do país foi justamente em 1928…
O hiato vai acabar em 2012, em Londres.
Ainda na quarta-feira, o time sub-20 do Uruguai venceu a Argentina, atual bicampeã olímpica, por 1 x 0 , no Pré-Olímpico do Peru e garantiu a sua vaga.
A Celeste está de volta à sua verdadeira casa depois de 84 anos…
Olimpíada de 1924, em Paris (estádio Colombes): Uruguai 3 x 0 Suíça:
Olimpíada de 1928, em Amsterdã (estádio Olympisch): Uruguai 2 x 1 Argentina:
A Copa do Mundo de 2010 acabou em 11 de julho, na África do Sul, mas só agora, cinco meses depois do desfecho, o uruguaio Diego Forlán recebeu da Fifa o prêmio de melhor jogador da competição (veja AQUI).
Com muita técnica, o meia-atacante, atleta do Atletico de Madri, carregou a Celeste Olímpica nas costas até a semifinal do Mundial.
Ao receber o troféu, ele sucedeu Zinedine Zidane, eleito como o melhor em 2006.
Projetando para a próxima edição, em 2014, quem desponta para o prêmio?
1982 – Paolo Rossi (Itália, campeã)
1986 – Diego Maradona (Argentina, campeã)
1990 – Salvatore Schillaci (Itália, 3º lugar)
1994 – Romário (Brasil, campeão)
1998 – Ronaldo (Brasil, vice)
2002 – Oliver Kahn (Alemanha, vice)
2006 – Zinedine Zidane (França, vice)
2010 – Diego Forlán (Uruguai, 4º lugar)
Que em 2014 o melhor jogador da Copa do Mundo volte a atuar na seleção campeã, de forma incontestável, de preferência como em 1994…
Montevidéu – A campanha do Uruguai na Copa do Mundo de 2010, com a suada 4ª colocação, mudou o país. Os craques viraram estrelas. O atacante Luis Suárez – aquele mesmo que evitou com as mãos o gol de Gana no último minuto das quartas de final – está na capa da revista Caras, na versão local (veja AQUI). O meia Forlán, eleito como o melhor jogador do Mundial da África, estampa outdoors pela capital charrúa. A camisa azul celeste (ou moletom, por causa do frio) caminha nas ruas em massa.
Na imprensa local – e são quatro jornais diários em Montevidéu -, a seleção nacional realmente renasceu. Se no Brasil a atualização do ranking da Fifa rende apenas uma nota discreta, no país vizinho é uma matéria ampla, como trouxe o principal periódico do Uruguai, o El Pais. A reportagem de duas páginas (no estilo tablóide) aborda a mudança no ranking mundial – o time caiu do 6º para o 7º lugar -, já levantando a projeção para próximo mês, além de uma análise (veja AQUI).
O título no jornal, no caderno Ovación: A recuperar el sexto lugar del ranking. Virou uma obsessão manter a Celeste no topo do futebol mundial. A semifinal alcançada após 40 anos não quer ser retratada como acaso. É ilustrada como um marco.
No início deste mês, o time goleou duas vezes na Ásia, sendo 7 x 1 na Indonésia e 4 x 0 na China. Os resultados, atrelados à permanência do técnico Oscar Tabárez, condicionam a equipe a um raro favoritismo nas Eliminatórias para a Copa de 2014. A última vez que se classificou de forma direta foi para a edição de 1990. E olhe que o time vem penando. Ficou de fora em 1994, 1998 e 2006.
Esse princípio de “favoritismo”, na visão dos próprios uruguaios, aumenta ainda mais quando eles lembram que a próxima Copa do Mundo será no Brasil. Aí a história ganha corpo. Uma campanha no mesmo Brasil onde o pequeno país (cuja área tem 62,5% do território do Rio Grande do Sul) conquistou a sua maior façanha? É demais.
O Maracanazo está nas veias da população. É algo marcado na cidade. Ao lado do Centenário encontra-se uma praça em homenagem aos heróis de 1950. No museu dentro do estádio, a réplica oficial da Taça Jules Rimet de 1950, em um saguão com uma foto gigantesca do Maracanã com 200 mil pessoas naquele trágico 16 de julho.
Eu tentei “recuperar” a taça durante a passagem por lá… Não deu. Mas que o Uruguai não invente de querer pegar mais uma vez a taça encomendada para o Brasil. Em Montevidéu, esse desejo já é real.
Durante a visita ao Museo del Fútbol, embaixo da arquibancada Tribuna Olimpica, a maior do estádio Centenário, fui surpreendido pelo conhecimendo do porteiro do local.
Geraldo Cal, 53 anos.
O uruguaio trabalha há dois anos no museu. O passeio ao museu inclui a visita ao estádio e um minicinema com o gol de Loco Abreu nas quartas de final no Mundial de 2010. Nessa passagem, pedi para que Cal tirasse uma foto minha. Ele me reconheceu como brasileño, e seguiu o diálogo em portunhol abaixo.
“San Pablo o Río?”
“Recife…”
(aí, ciente da capital pernambucana, ele fez algumas perguntas e as respondeu)
“Recife. Sport? Segunda división. Náutico? También en la segunda. Batalha dos Aflitos!”
(nota: ele não citou o Santa Cruz)
“Batalha dos Aflitos…?”
“Si. Con siete jugadores, el Grêmio ganó el partido.”
Neste momento, eu já estava impressionado. Ele também lembrou que o Sport jogou a Libertadores de 2009 como campeão nacional.
Foi quando se aproximou o único brasileiro que encontrei durante a visita ao Centenário. Torcedor do Atlético-PR.
“Com licença, mas que Batalha dos Aflitos é essa que esse senhor estava falando?”
“Cara, você está falando sério…?”
O paranaense disse que estava sim. Mas fiquei na dúvida se ele era mesmo brasileiro, assim como se Cal era realmente uruguaio.
Montevidéu – A 300 quilômetros de Buenos Aires, separada apenas pelo Río de la Plata, está a capital da República Oriental do Uruguai. Com 1,8 milhão de habitantes na metrópole, Montevidéu tem um tom mais envelhecido que a “rival” argentina, acompanhando a economia do país, que não anda bem das pernas, apesar do IDH aceitável da população.
O futebol do país da Celeste, semifinalista da Copa do Mundo de 2010, seguiu o ritmo de queda, com um campeonato nacional decadente, formado por times com folhas menores que as da Série C do Brasil. O Uruguai é polarizado entre os clubes Peñarol e Nacional, ambos tricampeões mundiais e de muita tradição.
Estive na cidade nesta quarta-feira e deu para perceber de perto a rivalidade local (flâmulas, bandeiras etc, mesmo sem jogos agendados). Esta parece ser a única coisa que sustenta o futebol do país – em relação à estrutura de clubes, e não à seleção.
O Peñarol, ou Manya, leva vantagem em outros aspectos sobre o Nacional, o Bolso, tanto em Libertadores (5 x 3) quanto nacionais (48 x 42) e vitórias (180 x 162, em 501 jogos).
Nas ruas, a rivalidade é aquecida pelas casas pintadas. Muitas delas são utilizadas como sedes das peñas, torcidas realmente organizadas dos clubes uruguaios. As pixações também têm espaços nos lugares mais nobres.
Apesar do acanhado estádio Parque Central, do Nacional, é mesmo no mítico Centenário onde as duas hinchadas se encontram. Lá, as pixações (nada muito diferente do Brasil, é verdade) também dominam os espaços reservados para os gigantes locais, atrás das duas barras. Os setores têm nomes oficiais, inclusive. Sempre com uma referência ao distante passado de glórias da seleção nacional.
A torcida do Albo (Nacional) fica reunida na Colombes, ao lado direito (na foto). Já os hinchas do Carbonero (Peñarol) ficam no setor Amsterdã, à esquerda. As duas arquibancadas são homenagens aos títulos olímpicos de 1928 e 1924, respectivamente.
Inaugurado em 1930, o oitentão Centenário passou por uma levíssima modernização com a colocação de assentos no estádio. Quase todos sem encosto – a torcida “gosta” mesmo é de ver em pé, de toda forma.
Na visita ao estádio, que custou 80 pesos uruguaios (R$ 7,40), o que valeu mesmo foi a história de um dos gigantes de concreto do futebol do planeta.
Se no ano de sua inauguração o local recebeu 90 mil pessoas na decisão da Copa do Mundo vencida pela Celeste, agora a capacidade é de 60 mil pessoas. Custou 1 milhão de dólares na época. Hoje em dia, a cifra para virar um palco de primeiro nível é muito maior. E esse dinheiro está longe do futebol do Uruguai atualmente.
A torcida estava ansiosa. A noite de quarta-feira foi mesmo histórica para o Sport Huancayo, do Peru.
Era a estreia do clube em uma competição internacional oficial. No caso, a Copa Sul-americana.
Jogo marcado logo no mítico estádio Centenário, em Montevidéu. Duelo contra o Defensor Sporting.
Criado apenas em 7 de fevereiro de 2007, o time tem um título, a Copa Peru. Em tempo: a competição equivale à segunda divisão nacional do país.
Cercado de grande expectativa, o Sport Huancao entrou em campo. Mas era melhor o WO, pois o jogo resultou na maior goleada da história da Copa Sul-americana.
Defensor Sporting 9 x 0 Sport Huancayo.Veja todos os gols abaixo.
A Copa Sul-americana, criada em 2002, ainda não deslanchou no Brasil. Apesar de oficial, valer um bom dinheiro e vagas em outras competições ao campeão (Libertadores e Recopa), o torneio convive justamente com a imagem de celeiro de times medíocres.
O Club Social y Deportivo Sport Huancayo acaba de entrar na lista. No topo.
E olhe que haverá o jogo de volta, na próxima quarta-feira… Boa sorte, Sport.