Vitória coral na largada oficial do centésimo ano

Copa do Nordeste 2014, 1ª rodada: Santa Cruz 3x2 Vitória da Conquista. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

Estreando no ano do centenário, o Santa Cruz abriu o placar na largada da partida. Natan, com a camisa 10, marcou com um minutinho, em jogada de pura velocidade, com ótimo passe de Caça-Rato. Com a bola estufada na rede, não deve ter sido difícil flagrar uma conversa na torcida sobre o ano especial.

Conquistar o inédito título da Copa do Nordeste é um dos maiores desejos do povão no 100º aniversário. A pré-temporada em Sairé, mantendo a base da elenco que subiu à Série B, foi o ponto alto da equipe comandada por Vica.

Em Caruaru, contra o Vitória da Conquista, o Santa até sentiu a falta de ritmo, natural no início da temporada, mas conseguiu se impor. As 25, o outro apoiador em campo, Raul, ampliou.

Seja pela distância do Recife ou pela ausência do Todos com a Nota, a presença coral foi aquém da média histórica, com apenas 3.673 torcedores. Porém, a apresentação no sábado, com muita entrega em campo, deve chamar de vez a torcida para o ano festivo.

O time baiano ainda diminuiu com Tatu e criou algumas boas oportunidades – uma delas evitada na ótima defesa de Tiago Cardoso, mostrando a necessidade de ajustes na marcação -, mas Renan Fonseca marcou o gol da tranquilidade. Literalmente, pois o visitante voltaria a diminuir aos 44 da etapa final, 3 x 2.

O primeiro resultado positivo em 2014 veio mesmo sem os principais reforços. A pré-temporada foi curta, mas a preparação ainda não acabou.

Aos tricolores, que foram ou não ao Lacerdão, a equipe tem potencial para evoluir…

Copa do Nordeste 2014, 1ª rodada: Santa Cruz 3x2 Vitória da Conquista. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

Vida nova ao Santa em pleno centenário

Serie C 2013, 2013: Santa Cruz 2x1 Betim-MG. Foto: Bernardo Dantas/DP/DA. Press

Vida nova, tricolor.

Até o último segundo você insistiu em não acreditar, em não festejar.

Olhou lentamente o Arruda de uma ponta a outra. Abarrotado de gente, como sempre. Pediu mais uma vez para que desta vez fosse diferente…

Que a história do Santa Cruz fosse reescrita.

Que estivesse vivendo um dia inesquecível, sem mais provações.

Poucos, pouquíssimos suportaram uma carga de drama tão grande quanto os aficionados das repúblicas independentes.

Dos rebaixamentos em série à falta de atividade.

Sim, à pura falta de futebol.

Deixar o gigante de concreto em silêncio feria de morte o orgulho coral.

Antes do apito final você deve ter lembrado bem disso.

Recomeçar do zero era preciso. E seria bem difícil. À margem dos rivais, endinheirados e em patamares bem mais nobres, a caminhada foi árdua.

Com a força da camisa, a mudança partiu justamente no âmbito local.

Sem recursos, cresceu nos clássicos e voltou a empilhar taças. Tomou gostou.

Na verdade, retomou o gosto. O tri que o diga.

Ótimo para ego, mas insuficiente para a sobrevivência.

Esta, só mesmo evoluindo no cenário nacional, saindo da última casta possível.

O favoritismo escancarado pela massa presente nas arquibancadas nas divisões inferiores foi relegado pela qualidade duvidosa das equipes montadas.

Com paciência, surgiu uma base. E de onde pouco se esperava, surgiram novos ídolos.

Entre eles, um desconhecido goleiro, agora eternizado, onipresente nos bons e novos momentos. Nome e sobrenome, Tiago Cardoso.

Serie C 2013, 2013: Santa Cruz 2x1 Betim-MG. Foto: Ricardo Fernandes/DP/DA. Press

Aos trancos e barrancos, veio o primeiro passo, em 2011.

Uma multidão como a de hoje, tão nervosa quanto. Esqueceu? Improvável, mesmo sem gols.

Como nada é fácil para o povão, não mesmo, a sequência da caminhada demorou mais que o necessário.

Um ano forçado de aprendizado, com foco absoluto no acesso, novamente com apoio incondicional.

Veio então uma campanha cambaleante, comandada de forma improvisada.

A chegada de um nome com pulso firme pôs ordem.

Se ainda havia tempo este ano era a grande dúvida. Uma a mais num mar de incertezas chamado Santa Cruz.

Da ameaça de mais temporadas de calvário à surpreendente dianteira, ao protagonismo.

Hoje, o Santa Cruz voltou a respirar futebol.

Juntos, milhares também respiraram fundo.

Inclusive você. Resfolegou no instante em que a duríssima vitória por 2 x 1 sobre o Betim, com o improvável e carismático herói Flávio Caça-Rato, virou mais uma história para contar, daquelas com um sorriso no rosto.

Difícil será encontrar um tricolor que não tenha ido ao jogo neste domingo.

60 mil?

Dentro de alguns anos serão 600 mil… e com o tempo terá ainda mais gente.

Naquele aperto no José do Rego Maciel estava você, digam o que quiser.

Preto, branco e encarnado, pronto para ver o Santa Cruz voltar a ter dignidade, deixando para trás os seis anos de sofrimento.

A segunda divisão não é o ato definitivo. A plenitude virá numa nova busca.

Em 2014, no centésimo aniversário, uma vida nova ao Mais Querido.

E você estará lá, claro. Sem você o Santa não seria o mesmo…

Serie C 2013, 2013: Santa Cruz 2x1 Betim-MG. Foto: Paulo Paiva/DP/DA. Press

No alçapão, o Treze supera o líder Santa e embaralha as quartas de final

Série C 2013, 1ª fase: Treze 1 x 0 Santa Cruz. Foto: Pedro Nunes/Site Oficial do Treze/AraraPB

Em Campina Grande, um verdadeiro alçapão esperava os corais. Precisando da vitória a todo custo, o Treze levou o jogo do Amigão, o maior estádio da cidade, para o acanhado PV, com a torcida colada e campo menor. Tentou pressionar, mas esteve num péssimo domingo. Ainda mais com o atento sistema defensivo do Santa Cruz, que não deixou o adversário ter uma mísera oportunidade durante 89 minutos. Só que futebol, como se sabe, dura ao menos 90…

Controlando a partida e ciente dos demais resultados da última rodada do grupo A da terceirona, o tricampeão pernambucano segurava bem empate sem gols, já com a noite caindo na Borborema. Até que, aos 45 do segundo tempo, na base do abafa, Chorão cruzou da direita e Giancarlo cabeceou firme, para o chão, sem chances para o goleiro Tiago Cardoso, 1 x 0.

O gol classificou de forma dramática o alvinegro paraibano, no último instante, e embaralhou toda a classificação. Até mesmo a posição coral, que por muito pouco não perdeu a liderança. A primeira colocação foi retomada logo depois porque o Fortaleza também sofreu um gol no último lance do dia.

Encerrada a dura fase de grupos, a Cobra Coral parte para as quartas de final, a fase decisiva do Brasileiro. Precisará de suas principais peças, ausentes no PV, e da tranquilidade demonstrada em quase toda a apresentação na Paraíba. Está a dois jogos da Série B. Pela frente, os mineiros do Betim. Do interior paraibano para o interior mineiro, mas com uma visível diferença técnica pela frente…

Série C 2013, 1ª fase: Treze 1 x 0 Santa Cruz. Foto: Pedro Nunes/Site Oficial do Treze/AraraPB

Apenas 127 assistiram, mas milhares vibraram com a liderança tricolor

Série C 2013: Rio Branco 0 x 2 Santa Cruz. Foto: MANOEL FAÇANHA / FUTURA PRESS

De tão fácil, a missão acabou se tornando ardilosa. Vencer o lanterna e já rebaixado Rio Branco, com 16 derrotas em 18 jogos, levaria o Santa à liderança da Série C. Entraria no G4 atropelando os adversários. Era uma obrigação.

A partida isolada e quase secreta pelo grupo A, nesta quinta-feira, cumprindo uma tabela curiosa da CBF, manteve todas as torcidas envolvidas bem atentas. Mas apenas uma comemorou, a maior de todas.

Em peso e à distância, o povão vibrou com a vitória por 2 x 0, diante de um adversário de pouca técnica, mas motivado pela promessa de malas brancas.

Uma injeção financeira de R$ 100 mil. Nada mal, ainda mais considerando que a renda da partida pra lá distante foi de apenas R$ 830.

Os 127 pagantes presentes no estádio Florestão, no Acre, assistiram in loco aos gols de André Dias e Raul, ainda no primeiro tempo. Foram os “privilegiados” da noite. Literalmente, pois pouquíssimos tiveram a chance de acompanhar o jogo que deixou o tricampeão pernambucano com 31 pontos a duas rodadas do fim.

Não teve transmissão ao vivo via televisão e até mesmo pelo rádio – única mídia disponível à parte da arquibancada – foi complicado, uma vez que os primeiros trinta minutos na AM e FM perderam espaço para a tradicional A Voz do Brasil, programa radiofônico com mais de 70 anos de história.

Poucos viram, milhares vibraram.

Série C 2013: Rio Branco 0 x 2 Santa Cruz. Foto: Jamil Gomes/Assessoria/Santa Cruz

A multidão sai do Arruda sem o G4

Série C 2013: Santa Cruz x Sampaio Corrêa. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press

O futebol nacional foi encerrado na noite deste domingo com a disputa entre Santa Cruz e Sampaio Corrêa. Apesar da transmissão aberta na televisão, o jogo atraiu a maior multidão do estado neste ano, com 38.415 torcedores, superando os 38.211 do primeiro jogo da final estadual (veja aqui).

Em campo, um Santa com bastante disposição, impondo velocidade desde o primeiro instante, sobretudo com o estreante Siloé, compondo a dupla de ataque com André Dias.

O time buscava a vitória para alcançar a vice-liderança da terceirona. A barreira para uma melhor atuação foi a técnica mesmo, com inúmeras tentativas infundadas no ataque.

Acuado, o time maranhense ia dando chutão pra afastar o perigo. Aos poucos, percebendo os espaços nas laterais, a Bolívia Querida começou a assustar. Equilibrou a partida e passou a arriscar de longe. Numa dessas tentativas, Tiago Cardoso fez uma boa defesa.

No segundo tempo, uma partida bem nervosa. Aos 11 minutos, numa cabeçada de Eloir, Tiago Cardoso espalmou, com a bola batendo na trave. Aos 30, do outro lado, André Dias também mandou na trave, também de cabeça.

Apesar do susto no povão nos descontos, o empate em 0 x 0 acabou mantido, deixando o tricampeão pernambucano na 5ª colocação. Quebrou a sequência de vitória e embolou ainda mais o grupo A da Série C…

Série C 2013: Santa Cruz x Sampaio Corrêa. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press

Em Goianinha, o Santa Cruz cumpre a primeira meta fora de casa

Série C 2013: Baraúnas 1 x 3 Santa Cruz. Foto: FRANKIE MARCONE/FUTURA PRESS

Em qualquer conta coral, o Santa Cruz teria que vencer dois jogos longe do Arruda para alcançar a duríssima classificação às quartas de final da terceira divisão. Essas duas partidas seriam impreterivelmente contra Baraúnas e Rio Branco, com péssimas campanhas e virtualmente rebaixados.

Sim, aquele mesmo Baraúnas que havia vencido o Tricolor no Recife. O resultado foi tratado como surpresa e, sem falsa modéstia, teria mesmo que ser assim. Era preciso se impor no Rio Grande do Norte, mas não em Mossoró.

Em Goianinha, no caminho para Pipa, os corais se sentiram em casa neste domingo, com a torcida tomando conta do acanhado estádio, com 2.533 pagantes. Até mesmo porque esse foi o objetivo do mandante, querendo faturar em cima do povão. Faturou só a bilheteria R$ 68 mil, porque os três pontos vieram mesmo para o Arruda. O suado 3 x 1 foi um resultado importantíssimo, recolocando o tricampeão pernambucano no G4.

André Dias abriu o placar logo aos 6 minutos. Com a vantagem, o time recuou e acabou sofrendo o empate aos 42 minutos, através de Índio. No minuto seguinte, os corais ainda acertaram a trave.

O segundo tempo foi um sofrimento só. Chances perdidas, bola na trave, defesaça do goleiro etc. Até que Raul cabeceou para as redes aos 21 minutos. Sem trocadilho, Luciano Sorriso alegrou de vez a torcida aos 46 minutos, garantindo uma boa volta na BR-101.

Série C 2013: Baraúnas 1 x 3 Santa Cruz. Foto: FRANKIE MARCONE/FUTURA PRESS

DM9 e AD99 recolocam o Santa Cruz na briga pelo G4

Série C 2013: Santa Cruz x Águia de Marabá. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Com o ataque formado por Dênis Marques e André Dias, ou DM9 e AD99, como ficou definido após a distribuição dos padrões, o Santa Cruz tinha a obrigação de vencer o Águia neste domingo. Para continuar em busca do G4 e, também, para evitar um risco de rebaixamento indigesto para o ano do centenário.

Um tropeço nesta tarde deixaria o tricampeão pernambucano na mira do Cuiabá, o primeiro clube dentro da zona de descenso. Mas nada de pessimismo. Em dois tempos distintos, a recuperação. No ensolarado Arruda, com o ótimo público de 29.628 torcedores, o Tricolor marcou logo no comecinho, através de Everton Heleno, cuja escalação foi contestada pela torcida durante a semana.

Com sete desfalques, entre suspensões e lesões, o time coral estava na base da vontade para manter o placar. Ainda no primeiro tempo, aos 24, Keno empatou, aproveitando o lançamento de Timbó. Veio a velha preocupação.

Na volta para a etapa final, com mais atitude, o Santa não deu chance ao time paraense. Pressionou e finalizou. E, levantando o povão no Arruda, balançou as redes. Dividindo o mérito com Vica, que bancou a dupla, André e Dênis marcaram, aos 11 e 34. O Águia diminuiu, mas a vitória foi confirmada por 3 x 2.

Na próxima rodada da Série C, o time irá ao Rio Grande do Norte enfrentar o Baraúnas, algoz no Mundão mas que, paradoxalmente, pode ser o adversário ideal para um triunfo fora de casa. A torcida quer confiar na dupla DM9/AD99…

Série C 2013: Santa Cruz x Águia de Marabá. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Aposta de Vica corresponde e o Santa encerra o duradouro tabu na terceirona

Série C 2013: Cuiabá 1 x 3 Santa Cruz. Foto: Jamil Gomes/Assessoria/Santa Cruz

Três participações, vinte jogos e seis técnicos. Demorou bastante, mas enfim o Santa Cruz acabou com o seu maior fantasma na Série C. Vencer fora do Arruda era um verdadeiro martírio para os corais desde 2008.

De virada, o tricampeão pernambucano venceu o Cuiabá por 3 x 1, no Mato Grosso, e voltou a respirar na classificação no Campeonato Brasileiro.

A tarde deste domingo, aliás, deixou a torcida coral com a orelha quente. Acompanhando o jogo somente através das ondas do rádio, AM e FM, os tricolores viram o time sofrer um gol logo aos dois minutos de bola rolando.

Todos aqueles treinos e discursos seriam mais uma vez “conversa fora”? Àquela altura, o Santa ficava a quatro pontos do G4, o principal objetivo da temporada. Na verdade, o Tricolor ficava a um pontinho da zona de descenso.

Contudo, houve um pouco mais de atitude e calma, com reação em campo. Ao virar o placar antes do intervalo, o time comandado por Vica se meteu novamente entre os quatro primeiros. Mérito literalmente do treinador.

Durante a semana, o técnico barrou Dênis Marques. O medalhão estava numa zona de conforto. Vica, claro, sabia que deixar o artilheiro de lado seria uma aposta arriscada, mas era necessária para impor um tom mais profissional aos demais. Essa foi a explicação para sequer levar DM9 para o banco de reservas.

Após o empate via Luciano Sorriso, André Dias, que já esquentara bastante o banco, tornou-se o personagem da partida. A opção no ataque balançou as redes aos 39 e 44, confirmando o triunfo fora de casa. Colocou a equipe na briga e injetou confiança, dando sinais de que há vida sem Dênis Marques.

Ou mais ainda, que Dênis Marques possa trabalhar no mesmo ritmo do elenco, fortalecendo cada vez mais Santa no objetivo ainda vivo. O acesso…

Série C 2013: Cuiabá 1 x 3 Santa Cruz. Foto: www.cuiabaesporteclube.com.b

O técnico tricolor mudou, o futebol nem tanto e o placar terminou em branco

Série C 2013: Santa Cruz x CRB. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Até este sábado, o retrospecto entre Santa Cruz e CRB no Arruda apontava doze vitórias tricolores, dois empates e nenhuma derrota pernambucana.

Um dado bem favorável aos corais, para injetar um pouco mais de confiança na pressionada equipe, pela primeira vez sob o comando de Vica. Mas se o passado ajudava, o presente também deu lastro aos alagoanos, arrancando na Série C. O CRB vinha de cinco jogos sem derrota, incluindo quatro vitórias.

Com uma classificação bem achatada, entre as zonas de classificação e rebaixamento, a partida virou uma minidecisão. No Arruda, uma faixa na arquibancada deixava claro: “Sem raça não vai passa”. Fato.

Se teve raça, faltou técnica. Bastante. Sob nova direção, o Tricolor voltou a jogar mal. Tentou bastante a ligação direta, sem efeito. Quanto tentava chegar na meta trocando passes, logo encontrava um time ocupando bem os espaços.

Para complicar um pouco mais, a chuva chegou no Mundão antes do intervalo. Na etapa final, a sequência de um jogo travado, nervoso.

O empate em 0 x 0 manteve as duas estatísticas, mas só o CRB gostou, até porque o tricampeão estadual esperava ter 100% de aproveitamento nos quatro jogos em casa no returno. Falhou no primeiro. Então, terá que pontuar fora. E aí terá que ocorrer a grande mudança na personalidade do time…

Série C 2013: Santa Cruz 0x0 CRB. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press