Náutico perde de virada para o Botafogo da Paraíba e se complica no Nordestão

Nordestão 2018, 2ª rodada: Botafogo-PB 2 x 1 Náutico. Foto: Guga Matos/JC Imagem/Estadão conteúdo

Após o tropeço na estreia do grupo C da Copa do Nordeste, o jogo no Almeidão era essencial para manter a campanha acessível. O Náutico até abriu o placar, numa cabeçada de Wallace Pernambucano, aos 5 minutos, mas sofreu a virada ainda no primeiro tempo, em dois escanteios, com falhas da defesa. O Botafogo chegou à vitória, e à liderança, numa cabeçada do zagueiro Gladstone, ex-Náutico, aos 8, com Camutanga deixando o adversário subir sozinho, e num gol olímpico do meia Marcos Aurélio, ex-Sport, aos 46, contando com a falha do goleiro Bruno, que socou a bola para dentro.

Entre os lances, o timbu chegou a acertar a trave numa cobrança de falta de Wallace, o melhor do time, disparado. No segundo tempo, o camisa 9, que chegou a cinco gols no ano, criou quase todas as boas jogadas, conseguindo avançar ao campo ofensivo com força e técnica. Porém, embora pressionado pelo placar, o timbu não teve uma grande chance. Já o alvinegro, que contou com boa presença de sua torcida, atuou de forma precavida – o Belo ainda armou bons contragolpes, mas também não foi efetivo, com o 2 x 1 mantido.

Nordestão 2018, 2ª rodada: Botafogo-PB 2 x 1 Náutico. Foto: Léo Lemos/Náutico

A partida que encerrou a segunda rodada na competição deixou o time pernambucano em 3º lugar na chave (Botafogo 6 pontos, Bahia 3, Náutico 1 e Altos 1). Agora, o timbu parte para dois difíceis compromissos contra o tricolor de aço, na Fonte Nova (22/02) e na Arena PE (10/03). Provavelmente, só um bom desempenho nesses dois confrontos poderá manter o Náutico na briga por um lugar nas quartas de final. Vai em uma corrente contra a história, tentando evitar mais uma eliminação na fase de grupos, como aconteceu nas participações anteriores nesta volta do regional (2014, 2015 e 2017).

Histórico de Botafogo-PB x Náutico (todos os mandos)
49 jogos
23 vitórias alvirrubras (46,9%)
11 empates (22,4%)
15 vitórias paraibanas (30,6%)

Nordestão 2018, 2ª rodada: Botafogo-PB 2 x 1 Náutico. Foto: Léo Lemos/Náutico

No sufoco, Náutico empata com Cordino e garante mais R$ 600 mil na Copa do Brasil

Copa do Brasil 2018, 1ª fase: Cordino 1 x 1 Náutico. Foto: Lucas Almeida/L17/comunicação

Foi o oitavo jogo oficial do Náutico em 24 dias. Média de um a cada 72 horas. Por isso, o técnico Roberto Fernandes poupou no domingo o volante Negretti, um dos poucos destaques do time neste início de temporada. Era preciso ter a peça de estabilidade para o sistema defensivo, que ainda tenta se tornar confiável. O objetivo era não perder no Maranhão, na estreia da Copa do Brasil. O empate seria suficiente para obter a vaga. E foi.

A atmosfera lá era até favorável. Em vez de Barra do Corda, no interior, a partida ocorreu na capital, com o mandante pegando 444 km de estrada – pela falta de condições em seu campo. No amplo Castelão, apenas 272 torcedores e zero pressão. Mas (quase) faltou bola. Após sofrer um gol de pênalti no primeiro tempo e ter que substituir o goleiro, o alvirrubro só conseguiu reagir de fato aos 37 minuto da etapa final, com o zagueiro Camutanga escorando de cabeça uma falta na ponta da área. O 1 x 1 que colocou o timbu na segunda fase do torneio após dois anos caindo na primeira fase, também para times do interior da região (Vitória da Conquista e Guarani de Juazeiro).

Copa do Brasil 2018, 1ª fase: Cordino 1 x 1 Náutico. Foto: Léo Lemos/Náutico

Num jogo não televisionado, uma análise mais ampla não é possível – ao menos aqui no blog -, restando a observação sobre o ganho financeiro, com o Náutico conseguindo mais uma cota importante para o seu planejamento até dezembro. Somando as classificações na seletiva nordestina e na fase inicial da copa nacional, um acumulado de R$ 1,1 milhão. Por mérito esportivo.

Cotas do Náutico na Copa do Brasil
1ª fase – R$ 500 mil (vs Cordino)
2ª fase – R$ 600 mil (vs Fluminense-BA, fora)
3ª fase – R$ 1,4 milhão?

O timbu na 1ª fase da Copa do Brasil
23 participações

18 classificações (78%; última em 2018 – Cordino/MA)
5 eliminações (21%; última em 2017 – Guarani de Juazeiro/CE) 

Copa do Brasil 2018, 1ª fase: Cordino 1 x 1 Náutico. Foto: Lucas Almeida/L17/comunicação

Em jogo morno na Arena PE, o visitante Náutico empata com a Acadêmica Vitória

Pernambucano 2018, 4ª rodada: Vitória x Náutico. Foto: Ricardo Fernandes/DP

O nível de concentração num clássico é, corriqueiramente, maior. Associando isso à intensidade, com nível proporcional, talvez seja possível compreender a morosidade do Náutico diante do Vitória. Atuando como ‘visitante’ na Arena Pernambuco, uma vez que o tricolor das tabocas não está podendo atuar no Carneirão, vetado neste Estadual, o timbu até arriscou um sistema de jogo semelhante ao da goleada sobre o Sport, mas não conseguiu encaixar jogadas com velocidade e objetividade. Uma postura de 90 minutos.

Seguindo a lógica de ‘jogar sem a bola’, embora desta vez com 47% em vez de 30%, como na apresentação anterior, o alvirrubro parecia esperar um adversário que naturalmente se contentaria com o empate. E o Vitória, na prática, nem colaborou para isso, pois começou o jogo muito mal, sobretudo tecnicamente. Daí, a surpresa com o gol de Thomas Anderson, aos 19/1T, se aproveitando de uma indecisão da dupla de zaga, Breno/Camutanga. De fora da área, limpou e bateu colocado. Logo, não haveria mais contragolpes.

Pernambucano 2018, 4ª rodada: Vitória x Náutico. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Do outro lado, o meia Wallace Pernambucano ficou isolado, lembrando as primeiras rodadas do time, com Daniel Bueno, já (merecidamente) no banco. O empate só viria no 2T, também aos 19 minutos, num pênalti sofrido por Camutanga. Coube a Wallace, ‘centroavante’ há duas partidas, bater com tranquilidade, 1 x 1. O jogo seguiria sem grandes chances, com Roberto Fernandes fazendo mudanças. Talvez, consciente do ritmo na temporada, sendo este o 7º jogo oficial do Náutico em apenas três semanas. E precisa ter mesmo gás para o 8º, nesta quarta. Afinal, trata-se de um compromisso de R$ 600 mil, o valor da cota da segunda fase da Copa do Brasil, em caso de classificação diante do Cordino. Uma receita essencial para o clube.

Histórico de Náutico x Vitória (todos os mandos)*
55 jogos
32 vitórias alvirrubras (58,1%)
12 empates (21,8%)
11 vitórias tricolores (20,0%)
* Considera Desportiva Vitória (1991-2007) e Acadêmica Vitória (2008-2018)

Contando só a versão atual: 7 jogos, com 5V do timbu, 1E e 1V do taboquito

Pernambucano 2018, 4ª rodada: Vitória x Náutico. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Resumo da 3ª rodada do Pernambucano

Jogos da 3ª rodada do Estadual 2018: Náutico 3 x 0 Sport (Roberto Ramos/DP), Pesqueira 1 x 2 Vitória (Acadêmica Vitória/site oficial) e Santa Cruz x Central (Ricardo Fernandes/DP)

A 3ª rodada do Campeonato Pernambucano de 2018 foi bem movimentada, com doze gols, incluindo uma goleada no clássico, que valeu a liderança ao timbu. Por sinal, dos dez times que entraram em campo, só o favorito ($) Sport não fez gol. Outra característica desta rodada foi o G4 povoado de clubes intermediários, com os três (Central, Vitória e América) pontuando como visitantes. Já na segunda metade da tabela, a mesma situação das rodadas anteriores, com os critérios de cartões vermelhos e amarelos decidindo as posições. Portanto, Salgueiro à frente do Flamengo pelo número de vermelhos (0 x 1) e o Santa em vantagem sobre o Afogados pelo critério seguinte – ambos têm um vermelho, com o corais tendo menos amarelos (4 x 5).

Com o Fla de folga, a rodada levou apenas 10.164 torcedores aos estádios, com média de 2.032, péssima, mas ainda assim superior à rodada passada. Quanto à artilharia, Caxito (América), Thomas Anderson (Vitória), Willian Gaúcho e Wallace Pernambucano (ambos do Náutico) lideram com 2 gols.

Pesqueira 1 x 2 Vitória – O time de Vitória de Santo Antão segue invicto após três apresentações. Agora, finalmente saiu o primeiro triunfo, construído no 1T. Já o Pesqueira larga muito mal. A possibilidade de G8 evita o desespero

Salgueiro 1 x 1 América – Com 20 minutos os gols já haviam sido marcados. O Mequinha chega a 3 jogos pesados com bom (e surpreendente) desempenho, pontuando em 2. Já o atual vice atual com 2 empates

Afogados 1 x 1 Belo Jardim – A coruja teve que se contentar com mais um empate no Vianão, embora desta vez tenha reagido na partida. Já o calango chegou ao terceiro empate, se mantendo como um dos invictos

Náutico 3 x 0 Sport – Três dias após ser goleado em Caruaru, o timbu devolveu o placar no maior rival, na primeira goleada em 26 anos. A aplicação tática num intervalo tão curto surpreendeu. E foi determinante na arena

Santa Cruz 1 x 1 Central – O tricolor começou melhor, mas não suportou (outra vez) o ritmo até o fim. Já a patativa engata uma sequência de boas atuações, pontuando e se mantendo no G4, o seu objetivo

Destaque – Wallace Pernambucano. O meia de 30 anos foi escalado como centroavante e no seu primeiro clássico marcou 2 gols de ‘atacante’

Carcaça – Pedro Castro. Três atuações ruins seguidas do leonino. No clássico errou feio no 2º gol, além da recomposição, perdendo a corrida para Wallace

Próxima rodada (Santa Cruz folga)
28/01 (16h00) – Vitória x Náutico (Arena Pernambuco) – Globo
28/01 (16h00) – América x Afogados (Ademir Cunha) – FPF/internet
28/01 (16h00) – Central x Flamengo (Lacerdão)
28/01 (16h00) – Belo Jardim x Salgueiro (Joaquim de Brito)
29/01 (20h00) – Sport x Pesqueira (Ilha do Retiro) – Premiere

A classificação após 3 rodadas (verde = quartas; vermelho = descenso).

A classificação do Pernambucano 2018 após a 3ª rodada. Crédito: Superesportes

Podcast – A análise da goleada do Náutico sobre o Sport pelo Estadual

Pernambucano 2018, 3ª rodada: Náutico 3 x 0 Sport. Foto: Roberto Ramos/DP

A arrancada de Wallace Pernambucano, ganhando de Pedro Castro, no 2º gol

Desde o Estadual de 1992 o Náutico não aplicava um chocolate no Sport. Na Arena Pernambuco, no chamado ‘Clássico do Abismo’, o timbu fez 3 x 0. Num jogo de muitas nuances, de ambos os lados, o resultado derrubou com sobras o favoritismo do time rubro-negro – que ainda não convenceu nesta temporada, diga-se. Aqui, a análise do 45 Minutos, com mais de uma hora falando do jogo, dos times, dos destaques e das consequências. Ouça!

24/01 – Náutico 3 x 0 Sport (69 minutos)

No ‘Clássico do Abismo’, o Náutico se impõe e goleia o Sport após 26 anos

Pernambucano 2018, 3ª rodada: Náutico x Sport. Foto: Roberto Ramos/DP

No aquecimento da rivalidade, este capítulo foi chamado de ‘Clássico do Abismo’, contextualizando a enorme diferença entre as folhas de Náutico e Sport, cerca de 17x. R$ 3,4 milhões x R$ 200 mil, A x C. Realmente, é uma distância financeira (e, consequentemente, técnica) considerável, mas se não houver organização, entrega e foco, isso não se traduz em campo. E por mais clichê que seja, a atmosfera de um clássico importa para qualquer jogo, como provou o time alvirrubro. Vindo de um duro revés em Caruaru e remontado às pressas, o timbu construiu uma goleada com muita aplicação, com dois gols do meia Wallace Pernambucano, numa cabeçada após escanteio e num contragolpe, e outro de Tharcysio, o substituto do próprio ‘falso 9’ da noite.

O timbu não goleava o rival centenário desde 6 de dezembro de 1992. No Arruda, também pelo Estadual, o Náutico aplicou 4 x 1. Época de Paulo Leme, Bizu e Nivaldo. Desta vez, um categórico 3 x 0. Os gols no primeiro tempo não foram acaso. Embora tenha tido apenas 36% de posse, o time de Roberto Fernandes encaixou melhor as jogadas, se aproveitando da recorrente lentidão do adversário, errando fundamentos básicos. Sobre a escalação, o treinador sacou o centroavante Daniel Bueno, pouco participativo, formando um time mais pegador, com Negretti e Josa tendo boas atuações. Na frente, o improvisado Wallace foi eficiente demais. A partida ainda estava esquentando quando o Náutico abriu o placar, num escanteio cobrado por Medina, aos 11. Eram sete leoninos na área, mas o camisa 9 entrou de forma fulminante.

Pernambucano 2018, 3ª rodada: Náutico x Sport. Foto: Roberto Ramos/DP

Sem conseguir produzir uma jogada decente – abusando da bola aérea, a velha mania -, o leão acabou punido numa saída errada. Aos 40, Pedro Castro errou o passe e o contragolpe veio a galope. Num pique surpreendente, de 40 metros, Wallace ganhou do próprio volante e tocou na saída de Magrão. No intervalo, Nelsinho promoveu duas mudanças, acionando o atacante Juninho e o lateral-direito Raul Prata, tirando Thomás e Felipe Rodrigues. A melhora ocorreu num espaço curto de tempo, mas não o suficiente para achar espaço na povoada área alvirrubra, com o time consciente da vantagem. Forçando a ligação direta, o Sport não ofereceu perigo a Jefferson. Todo à frente, ainda viu o garoto Tharcysio fechar o já histórico placar na Arena Pernambuco. Se no domingo Roberto Fernandes não foi bem, no clássico ele alimentou uma estatística particular contra o Sport. São 8 jogos, 4V, 3E e 1D.

Clássico dos Clássicos na Arena Pernambuco
10 jogos (9 mandos alvirrubros e 1 rubro-negro)
4 vitórias do Náutico (40%)
2 empates (2%)
4 vitórias do Sport (40%)

116.495 torcedores nos 10 clássicos, média de 11.649

Pernambucano 2018, 3ª rodada: Náutico x Sport. Foto: Roberto Ramos/DP