Foram 714 dias comandando o futebol profissional do Santa Cruz.
Nesta quinta-feira, chegou ao fim a Era Zé Teodoro. O técnico completaria dois anos à frente do time no dia 17 de novembro (veja aqui).
O treinador deixa o Arruda após uma reunião com uma diretoria coral. Pesou contra uma terceira temporada o desgaste pelo desempenho na terceira divisão nacional e o salário, já elevado para os padrões corais, acima de R$ 70 mil.
Quando foi contratado, o valor era de R$ 25 mil. Relembre os bastidores do acordo aqui.
Abaixo, o desempenho de Zé Teodoro nas seis competições oficiais em que treinou o Tricolor. Conquistou dois títulos estaduais e um acesso. Falhou no quarto objetivo.
Ao todo, o técnico alcançou 59% dos pontos nos 91 jogos disputados.
Torcedor coral, qual é a sua opinião sobre o fim do ciclo de Zé no Arruda?
Era a última chance de vencer longe do Arruda na primeira fase da Série C.
Ao Santa Cruz, era uma questão de sobrevivência…
Os torcedores corais lembravam da campanha de 1999, quando o clube conquistou o acesso à elite nacional num script parecidíssimo no último instante.
A 2.728 quilômetros do Recife, em um estádio precário no interior do Pará, o bicampeão pernambucano faria uma partida quase “secreta”.
Nada de transmissão pela televisão. Imagens, só na imaginação.
Informações, apenas via rádio, com as narrações de causar infarto (veja aqui).
No gramado esburacado, Luciano Henrique, Renatinho, Dênis Marques e Flávio Caça-Rato contra nomes pouco ortodoxos como Mocajuba, Flamel e Analdo.
Foi uma operação de guerra para acompanhar a jornada coral em Marabá, onde o Águia ainda não havia perdido nesta Terceirona.
Uma partida com inúmeras bolas alçadas na área. Mais raça que técnica. Na prática, foi basicamente raça mesmo…
No primeiro tempo, com todos os cinco jogos atrasando de maneira suspeita, o Tricolor se manteve na zona de classificação.
Não durou muito. O gol do Icasa, anotado por Carlinhos aos 12 minutos do segundo tempo, deixou o time coral pilhado. Ali, o Santa caía para a 5ª colocação.
A partir dali, era preciso vencer para avançar na competição. Beneficiado pelos resultados dos adversários diretos durante boa parte da competição, desta vez o Santa precisaria usar a sua própria força.
O técnico Zé Teodoro mexeu, empurrou o time aos gritos. Arriscou.
Contudo, o nervosismo era latente nos 22 jogadores em campo, pois o placar da 18ª rodada estava rebaixando o Águia à 4ª divisão nacional…
A quinze minutos do fim, Wando marcou o gol paraense, 1 x 0.
Causou um strike no futebol local, eliminando o Santa e rebaixando o Salgueiro. O grito entalado na garganta, nas ondas radiofônicas, custou o acesso ao Santa.
O sonho era disputar a Série A no centenário do clube, dentro de dois anos. Não será possível. Porém, já é a hora de iniciar o planejamento no Arruda para 2013.
Para avançar às quartas de final da Série C, no mata-mata do acesso, o Santa Cruz passará antes por uma verdadeira provação no estádio Zinho Oliveira, no Pará.
Sem dúvida alguma, é o campo mais precário encarado até o momento pelos tricolores nesta Terceiroma. O local tem capacidade para cinco mil pessoas, sabe-se lá como.
No estádio construído na década de 1960, a 2.728 quilômetros do Recife, o Águia ainda não foi derrotado na competição. São quatro vitórias e quatro empates.
O rendimento coral como visitante é o oposto, com quatro empates e quatro derrotas.
Apesar do gramado irregular, a média de público do time de Marabá não é das maiores. Nas oito partidas foram 7.773 pagantes, com média de apenas 971 torcedores.
O vídeo abaixo mostra a fragilidade nos critérios da CBF para liberar estádios nas divisões inferiores do futebol nacional…
Menos mal que a partir de 2013 a cidade terá um novo estádio, o Olímpico, para até 20 mil pessoas. Será a aposentadoria do acanhado Zinho Oliveira. Já era hora.
Enquanto o futuro não chega, os corais vão ter que encarar o velho estádio mesmo.
Está lá no dicionário Michaelis a descrição da palavra “sorte”. Como significado direto, fado ou destino. É o que vem acontecendo com o Santa Cruz nesta conturbada campanha na Série C. Mesmo com apenas quatro vitórias em dezesseis jogos, o bicampeão estadual seguia próximo à zona de classificação.
Eram apenas dois pontos de diferença. Entrava na jogada, então, o segundo significado para a palavra supracitada. Acaso, risco. Faltando duas rodadas para encerrar a primeira fase da competição, não haveria mais espaço para sorte, não como “destino”.
Seria preciso agir, trilhar o próprio rumo. Dois jogos, duas vitórias e vaga nas quartas de final. Mentalizado. Encarar o sólido vice-líder, mesmo jogando no Mundão, deixou muita gente com o pé atrás nas repúblicas independentes.
Nas primeiras horas da manhã deste sábado, aquela dúvida na cuca do torcedor. Dessa vez vai? Para saber, só indo ao Arruda. Ainda com a memória fresca sobre a apresentação passada, quando fez um bom primeiro tempo e acabou derrotado de virada pelo Fortaleza, os corais tentaram não desperdiçar a chance. E lá foram 23 mil.
A sorte que tanto ajuda nos resultados dos rivais não encarna no próprio time. Uma bola passa rente à trave, outro chute certeiro acaba nas mãos do goleiro, um passe errado no último instantes etc. Pois o “pessimismo” só durou quinze minutos de jogo
Num cruzamento de Tiago Costa, o atacante Dênis Marques encobriu o goleiro, de cabeça. Nada de sorte. Técnica. O gol silenciou as cobranças sobre o artilheiro.
Mas o sufoco foi grande na etapa final. Aos 43, Valdir Papel empatou de cabeça. A sorte parecia abandonar o Santa, pois no lance seguinte Fabrício Ceará acertou a trave. Aos 47, pênalti! À parte da palavra da hora, uma outra seria necessária: eficiência. Assim DM9 definiu a importantíssima vitória por 2 x 1 sobre o Luverdense, já à noite.
Gol para tranquilizar o povão no domingo, no desfecho da 17ª rodada da Terceirona, em busca do G4. Aí sim, que a sorte siga acompanhando o Tricolor. Sem acaso ou risco.
Na décima sexta rodada da Terceirona, duas derrotas pernambucanas.
No Arruda, num jogo tumultuado, o Santa Cruz perdeu de virada para o Fortaleza. Enquanto o time cearense assumiu a liderança, o Tricolor saiu do G4, 2 x 1.
No Ceará, Niel e Luizão marcaram os gols do 2 x 0 a favor do Icasa sobre o Salgueiro. O alencarino saltou do 6º lugar para o 3º, surpreendendo no G4.
A 17ª rodada para os pernambucanos no grupo A da Série C.
20/10 (16h00) – Santa Cruz x Luverdense-MT
21/10 (16h00) – Paysandu x Salgueiro
Alerta vermelho ligado para a classificação coral na Série C.
São apenas quatro vitórias em dezesseis atuações. Muito pouco para um favorito.
Mais uma chance foi deperdiçada neste sábado. O Santa dominou o Fortaleza no primeiro tempo. O adversário, que não perdia há treze jogos, sequer finalizou.
O bicampeão pernambucano, aliás, ostentava a vantagem mínima no placar, no gol contra marcado de cabeça por Esley.
No finzinho da primeira etapa, uma confusão generalizada mudou bastante a história da partida no Arruda, com a presença de 25 mil torcedores.
Após uma disputa pela bola aérea, Esley acertou uma cotovelada em Chicão. O volante coral sangrou bastante e passou o sangue no rosto do adversário (veja aqui).
Enquanto isso, um empurra-empurra com todo mundo envolvido e os dois técnicos tentando apartar. Sobrou vermelho para todos os lados.
Pressionado, o árbitro Paulo Godoy Bezerra abriu mão da simples advertência. No Santa, saíram Chicão e Everton Sena. No Fortaleza, Esley e Ciro Sena.
Sandro Barbosa, que ocupava o lugar do suspenso Zé Teodoro na área técnica, e Vica também tiveram que se retirar do campo. Na etapa complementar, campo aberto para apenas dezoito atletas, além da falta de orientação tática de forma direta.
As equipes voltaram com duas mudanças cada, visando a estabilidade defensiva. No Tricolor, deixaram o campo Luciano Henrique e Renatinho. Fim da quase nula criatividade.
Não houve compactação alguma e a defesa pernambucana falhou feio aos 8 minutos. A bola sobrou para Careca, na pequena área. Bateu fraquinho e empatou.
A virada cearense veio numa linha burra da zaga, aos 23. Assisinho, em posição duvidosa, ficou cara a cara com Tiago Cardoso, driblou o goleiro e rolou a bola, 2 x 1.
A partir daí, a torcida não poupou ninguém. Principalmente o ídolo Dênis Marques.
A primeira derrota tricolor em seu estádio nesta Terceirona poderá custar caro. Faltando duas partidas para o fim desta fase, o Tricolor passa a secar para avançar…
Faz tempo que o Santa Cruz não festeja uma vitória longe do Arruda.
Basta ligar o motor do ônibus Expresso Coral para a vida se tornar complicada…
O último triunfo como visitante foi em 13 de maio, na Ilha do Retiro. Na decisão do Estadual, 3 x 2 sobre o Sport. Fora dos limites geográficos de Pernambuco, o tempo é bem maior. Desde 7 de março, com o 2 x 1 diante do Penarol, em Manaus.
Na Série C, somar pontos fora de casa é o grande calo do Tricolor.
O time de Zé já enfrentou adversários de menor porte, já demonstrou superioridade, mas o excesso de erros da equipe vêm minando a campanha na competição.
Na tarde deste sábado, a chance parecia clara. Diante do Icasa, acumulando problemas no torneio, com o quarto técnico e jogando longe de seu reduto.
De Juazeiro do Norte, a partida foi remanejada para Iguatu, após decisão do STJD. O G4, que havia voltado a ser uma realidade, só não escapou porque o Salgueiro tropeçou em casa. Isso porque o Santa foi derrotado por 3 x 1 em um jogo atípico.
O alviverde abriu o placar com apenas 5 minutos, com Canga, desviando de cabeça. O lance diminuiu o ritmo do bicampeão pernambucano, que não ofereceu perigo algum no primeiro tempo. No segundo, o Santa chegou ao empate num golaço de Leozinho.
Ele foi lançado, dominou com o peito, ajeitou de cabeça e tocou por cobertua. Àquela altura, o meia Luciano Henrique, um pedido recorrente da torcida, já estava em campo.
Porém, a reação acabou brecada rapidamente, com gols de Gilberto (21) e Niel (27). A defesa coral se mostrou passiva em relação à velocidade dos cearensese.
Numa cobrança de pênalti, Dênis Marques parou no goleiro João Paulo, que vetou mais uma atuação tricolor longe das Repúblicas Independentes do Arruda…
Um domingo para celebrar a retomada do Santa Cruz.
Os resultados da rodada haviam sido excelentes para os corais, com empate entre os paraenses Águia e Paysandu e derrota do Treze.
Tropeços de três adversários diretos, o que possibilitou ao bicampeão pernambucano buscar uma vitória simples nesta tarde para voltar à zona de classificação da Série C.
Ao fim dos noventa minutos, o placar até seria simples, mas não a história do jogo…
Contra o renascido Cuiabá, que vinha de um 5 x 1, os corais esbarram no goleiro Gatti no primeiro tempo. Num chutaço de Renatinho e em duas finalizações do atacante DM9.
Se o mandante festejava a volta do paredão e ídolo Tiago Cardoso, após quatro meses no estaleiro, o visitante “apresentou” Rafael Savério Gatti, já com 28 anos.
No primeiro tempo, ele conseguiu calar um Mundão lotado, conforme previsto na concorrida venda de ingressos durante a semana.
As vaias no intervalo e a bronca de Zé Teodoro em relação à arbitragem, pedindo um pênalti não assinalado, parecia o cenário de outras jornadas de futebol irregular.
A impaciência da torcida passando para o time e vice-versa.
Disposto a sacramentar a vitória e alcançar os 19 pontos, o Tricolor martelou o quanto pôde o Cuiabá na etapa final. Aos 26 minutos, a zaga falhou e Dênis Marques aproveitou para bater para o gol, chegando a nove tentos. Alcançou a artilharia.
Depois uma pressão natural do adversário. No fim, o importantíssimo triunfo por 1 x 0. Alívio com o G4 de volta, a quatro rodadas do fim desta fase. Que não saia novamente.
A angústia estava enorme, do tamanho da torcida, com nada menos que 35.464 torcedores presentes desta vez. Sofreram, mas saíram felizes.
Paysandu e Santa Cruz fizeram um jogo tenso neste sábado.
Ambos começaram a rodada com 15 pontos no grupo A, a um da zona de classificação às quartas de final da Série C. Com a competição entrando na reta final, a vitória nesta tarde era questão de sobrevivência. Para os dois.
Com o campo do Mangueirão parcialmente pesado, devido às chuvas, esperava-se um duelo de muita pegada entre Papão e Cobra Coral. Pois o jogo foi franco o tempo todo.
Nos trinta primeiros minutos, dez finalizações!
Foram seis dos paraenses e quatro dos pernambucanos. Boas chances, diga-se. Por muito pouco Dênis Marques não abriu o placar logo aos seis minutos, numa cabeçada.
Se no Recife o técnico Zé Teodoro havia pedido um time de “cara feia” diante do mandante, lá em Belém Givanildo Oliveira pediu muita atenção nos contragolpes corais.
O Santa realmente jogou melhor, nos contra-ataques. A defesa, mesmo com três zagueiros, esteve um pouco confusa, mas o sistema ofensivo lutou bastante.
E não só com DM9 e Flávio Caça-Rato. Outros atletas encostaram no ataque. Basta dizer que na etapa complementar Renatinho e Vágner ficaram muito perto de marcar.
Faltou o último passe, a assistência. Faltou uma finalização mais caprichada.
Ou seja, faltou um jogo mais bonito…
No finzinho, o Paysandu acordou e ainda exigiu duas defesas do contestado Fred.
O empate em 0 x 0 no Pará foi o sétimo em treze partidas do bicampeoão pernambucano no Brasileiro. Por mais uma rodada, o clube continuará fora do G4, já afunilando.
Agora, é preciso manter a mesma atitude, mas com mais afinco nas conclusões. Na volta ao Arruda, com Zé no comando, nada de cara feia da torcida. Não agora.
Se na última partida o técnico tricolor Zé Teodoro reclamou dos onze dias de intervalo, dessa vez seria o oposto, com uma escala curtíssima entre a pífia apresentação no Arruda na quinta-feira e o confronto contra o galo paraibano no domingo.
Crescendo na competição, o Treze se mostrou bem diferente daquele visto no Recife no início da Série C. Os reforços chegaram, os pontos apareceram e, imbróglio jurídico à parte, hoje briga pela classificação. Ou seja, adversários diretos no Amigão para uma disputa quente, dentro e fora do campo.
Zé optou por um time mais fechado, povoando o meio-campo do Santa Cruz com volantes. Três deles. Na criação, apenas Leandro Oliveira, com o papel de municiar os atacantes Dênis Marques e Flávio Caça-Rato.
Para a bola chegar lá na frente seria importante, e como, anular os avanços do mandante. O que não ocorreu no primeiro tempo. Aos 33 e aos 45 minutos, através de Assis e Vavá, o Treze construiu uma boa vantagem. Era melhor em campo.
Se distanciando do G4, com o Salgueiro pontuando, Zé se viu obrigado a abrir a equipe. Colocou o Luciano Henrique. Logo aos 8 minutos, o autor do gol do bicampeonato estadual, diminuiu o placar. Senha para partir para o tudo ou nada.
Desta vez, ficou no “nada”. Em uma tarde na qual voltou a jogar mal, quase uma regularidade nesta competição nacional, o Santa foi derrotado por 2 x 1. Coloca em risco uma classificação tida como assegurada.
Após 2/3 dos jogos realizados, fica nítido que é preciso mudar a postura no Arruda e fora do Arruda. Faltam apenas seis jogos. Qualidade, tem. Torcida, também.