Enquete: O Brasil conseguirá quantas medalhas de ouro?

Começa hoje uma nova enquete no blog. Com uma campanha marcada até o momento pela queda dos maiores favoritos do país em provas individuais nas Olímpiadas, será que o Brasil conseguirá pelo menos igualar as 5 medalhas de ouro conquistadas em 2004, em Atenas (Grécia)? Aquela marca é o recorde do país em uma edição dos Jogos.

Participe!

Pernambuco 0 x 6

PernambucoO futebol pernambucano conseguiu, ontem, um desempenho pior do que a ginástica brasileira nas Olimpíadas. Foram quatro lapadas em quatro jogos. Até o Salgueiro, sensação do Nordeste na Série C, foi derrotado. Contabilizando todos os jogos, Pernambuco foi goleado por 6 x 0. Em 360 minutos de futebol, os 44 atletas que representaram o estado em campo não conseguiram marcar um único gol.

Goiás 3 x 0 Náutico – Com a goleada, o técnico Roberto Fernandes perdeu os 100% de aproveitamento com o Timbu no Brasileirão (eram 3 jogos e 3 vitórias). Não vi o jogo, mas amigos alvirrubros (com o mínimo de sensatez para analisar um jogo) reclamaram bastante da falta de poder de fogo do time. O Timbu não agrediu o Goiás em momento algum no Serra Dourada (ao contrário de 2007, quando o resultado também foi 3 x 0, mas para o Náutico).

Icasa 1 x 0 Santa Cruz – A segunda derrota seguida para o time cearense complicou ainda mais o rebuliço tricolor. O Santa precisará vencer nas duas últimas rodadas e ainda assim dependerá de uma combinação de resultados. Se nem com reza para Padim Ciço adiantou…

Campinense 1 x 0 Salgueiro – Mesmo com o revés, o Carcará segue líder do Grupo 19. Na próxima rodada, jogará contra o Icasa, em Juazeiro do Norte, decidindo o primeiro lugar.

Sport 0 x 1 Botafogo – Vi um jogo fraco na Ilha, que terminou com um resultado justo. Apesar da derrota, o técnico Nelsinho conseguiu testar um ataque formado por apostas do clube (Ciro e Joelson). Depois de muito tempo, Carlinhos Bala foi substituído por opção técnica, e não porque estava cansado. Bom sinal, pois o atacante vem numa má fase. O Leão foi o único time a perder dentro de casa na 20ª rodada da Série A.

Ontem à noite, a Ilha do Retiro, os rubro-negros ensaiaram uma nova versão para o hit coral:

“E eu não paro…
…de descer
Da A pra B, da B pra C, da C pra D”

Pipoca e guaraná…

Pipoca…não está sendo um programa legal nesta edição dos Jogos Olímpicos. É muita pipocada tupiniquim do outro lado do mundo. É muita gente chegando em Beijing com um favoritismo sem precedentes e decepcionando bastante a torcida (muito desse favoritismo é culpa da própria imprensa, é bom admitir). O complexo de vira-lata já deveria estar sepultado há muito tempo. Ganhamos 15 medalhas em 1996, 12 em 2000 e 10 em 2004. Caminho inverso ao crescimento da delegação brasileira nos Jogos. Chega de descer a ladeira!


Pipoca Baxi:

Thiago Pereira (natação)

João Derly (judô)

Luciano Corrêa (judô)

Diego Hypólito (ginástica)

Jade Barbosa (ginástica…)

Daiane dos Santos (ginástica……)

A seleção feminina de vôlei vem dando show até agora. O time está jogando muito e já venceu cinco partidas por 3 sets a 0 (ou seja: 15 sets a 0 em Pequim). Mas, infelizmente, ainda existe um receio. Provocado por amareladas históricas, nas Olímpiadas de 2004, no Mundial de 2006 e no Pan de 2007.

Superclássico para fazer chinês abrir o olho

Brasil x ArgentinaRivalidade máxima em campo. Brasil e Argentina irão se enfrentar nesta terça-feira, às 10h (Recife), em Pequim, em um jogaço de futebol, valendo vaga na final olímpica do torneio masculino. Um clássico com quase 94 anos de história, pontuados por 92 jogos, golaços, confusão e craques. A Seleção Brasileira vem levando vantagem nos confrontos em mata-matas, e venceu as últimas três finais contra os hermanos (2 Copas América, em 2004 e 2007, e 1 Copa das Confederações, em 2005). Um jogo imprevisível, com Ronaldinho Gaúcho e Messi medindo forças. Um jogo para prender a atenção do Oiapoque à Terra do Fogo.

92 jogos

36 vitórias do Brasil
33 vitórias da Argentina
23 empates

Primeiro jogo
Argentina 3 x 0 Brasil (Amistoso, em 20 de setembro de 1914, em Buenos Aires/ARG)

Último jogo
Brasil 0 x 0 Argentina (Eliminatórias da Copa, em 18 de junho de 2008, em Belo Horizonte)

Finais olímpicas com países sul-americanos

1924 – Uruguai (ouro)
1928 – Uruguai (ouro) e Argentina (prata)
1984 – Brasil (prata)
1988 – Brasil (prata)
1996 – Argentina (prata)
2004 – Argentina (ouro) e Paraguai (prata)

Obs. Na contagem de confrontos feita pela Associação de Futebol da Argentina (AFA) está registrado um jogo a mais. Uma vitória argentina por 2 x 1 (oh, mas que surpesa…). Em 2006, o Diario identificou a partida em questão: ela aconteceu no dia 3 de dezembro de 1956, no Rio de Janeiro, pela Copa Raul Cólombo. Porém, nos registros oficiais, não foi a Seleção que atuou, e sim o time da Liga Metropolitana do Rio de Janeiro – que contava com apenas dois jogadores da Seleção.

No Cubo D’Água é moleza

Michael PhelpsA 7ª medalha de ouro de Michael Phelps em Beijing foi conquistada com a diferença mínima na natação. Um mísero centésimo a menos que o sérvio Milorad Cavic, nos 100 metros borboleta. O norte-americano (foto) cravou 50s58, enquanto Cavic fez 50s59. Essa diferença é 16 vezes menor que um piscar de olhos, que dura 0s16 (é provável que você já tenha piscado pelo menos duas vezes lendo até aqui). Uma diferença tão pequena que fez a federação sérvia contestar o resultado. Mas não tem jeito. As marolas do Cubo D’Água estão realmente favoráveis a Phelps, o maior nome dos Jogos Olímpicos de 2008. Mas eu queria ver ele encarar os 100 metros caranguejo no Rio Capibaribe

Eu até que avisei sobre essas diferenças curtinhas na natação.

Mais sobre a banda Blink 182 (piscadela) pode ser visto AQUI.

Cabe mais uma estrela?

LeãoOs dirigentes do Sport ofereceram nesta semana uma premiação recorde de R$ 3 milhões para o elenco, caso o Leão consiga o bicampeonato brasileiro. O Rubro-negro inicia amanhã, contra o Botafogo, na Ilha do Retiro, essa luta que a princípio parece ser inglória. Após as primeiras 19 rodadas do Brasileirão (50% da Série A), o Sport soma 27 pontos, 14 a menos que o líder Grêmio. O aproveitamento do time pernambucano é de 47,36%, bem abaixo dos cinco campeões nacionais na era do pontos corridos (desde 2003).

O Corinthians foi o campeão brasileiro com o menor índice de pontuação (o Cruzeiro teve o maior, logo no primeiro ano). Para tentar pelo menos igualar a marca do Timão, o Leão precisará somar mais 46 pontos nas próximas 19 rodadas (somando 73 ao todo). Supondo que o Sport vença os dez jogos em casa (30 pontos), ainda precisará de cinco vitórias (15) e um empate fora de casa. Ou seja: só poderá perder 3 vezes.

Convenhamos, não é fácil dar uma arrancada assim, nem que o prêmio fosse de R$ 6 milhões (valor integral da premiação dada pela CBF ao vencedor da Série A).

Aproveitamento dos campeões brasileiros (pontos corridos)

2003 – 72,46% (Cruzeiro)
2004 – 64,49% (Santos)
2005 – 64,28% (Corinthians)
2006 – 68,42% (São Paulo)
2007 – 67,54% (São Paulo)

Boa sorte, Leão! Para somar pontos, a equipe precisará deixar a timidez de lado quando estiver longe da Ilha.

Sobre o filme Missão Impossível, você pode ler mais AQUI.

Olimpíada bipolar

BipolarApós uma semana de disputas regulares nos Jogos Olímpicos de Pequim, o blog irá postar aqui uma pequena lista dos melhores e piores desempenhos deste período, num daqueles inúmeros rankings 105% contestáveis, mas que as pessoas acabam lendo, nem que seja para falar mal. É provável que eu mesmo discorde, lendo depois…

MELHORES

Ouro
– Michael Phelps (EUA). Mais fácil que acertar esse nome é saber que você não vai ganhar nunca na mega-sena. Até ontem à noite, o CARA já tinha conseguido sete medalhas de ouro. Falta uma para se tornar o maior em uma única Olimpíada.

Prata
César Cielo. Na verdade, eu deveria ter colocado outro metal para Phelps, porque o ouro perdeu a graça. Para Cesão não. O nadador paulista garimpou bem o minério em solo chinês. Phelps pode ser chamado de tudo na natação, menos de “o mais rápido“, porque essa alcunha pertence ao brasileiro, primeiro campeão olímpico de natação do país, e logo na categoria mais rápida do esporte, os 50 metros nado livre. O tempo de 21s30 também é o novo recorde olímpico (o dele nos Jogos de Pequim), que só poderá ser superado em 2012, em Londres. See ya, César!

Bronze
– Primeira mulher brasileira a ganhar uma medalha em provas individuais, Ketleyn Quadros foi bronze no judô superando todos os obstáculos possíveis para uma atleta no Brasil. De família humilde e de poucos recursos, é um fenômeno Ketleyn ter conseguido esse feito. Ela tocou o terror nos tatames.

PIORES

Ouro – O sueco que jogou fora a medalha de bronze na luta greco-romana foi patético. Tudo bem que Ara Abrahamian “pegou ar” com a decisão dos juízes na semifinal, mas essa atitude fere qualquer princípio olímpico. O Barão de Coubertin deve estar se revirando todo em Lausanne, sede do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Prata
– Brasileiros campeões mundias de judô. João Derly, Luciano Corrêa e até mesmo Tiago Camilo (que pelo menos foi bronze) chegaram com o favoritismo absoluto em Pequim, mas pegaram em bomba. E, claro, o torcedor brasileiro também, porque as provas de judô tiraram a madrugada de qualquer telespectador (eu mesmo dormi 2 noites seguidas no sofá da sala, com a coluna fazendo um “S“).

Bronze
– Michael Phelps, ouro nos 100 metros borboleta. O norte-americano até venceu a disputa, mas quebrou apenas o recorde olímpico, ao contrário das suas outras seis medalhas, acompanhadas de recordes mundiais. Que vexame, Phelps…

CITIUS, ALTIUS, FORTIUS!

Antes que seja tarde demais

Mark SpitzMuito se fala do nadador norte-americano Michael Phelps, que desembarcou na China programado como um computador para ganhar oito medalhas de ouro. Um número espantoso, mas com o objetivo claro de superar o compatriota Mark Spitz, que fez história há 36 anos, quando ganhou sete medalhas de ouro nas piscinas de Munique. Por isso, antes que Phelps faça o que se espera dele, vou relembrar um pouco aquele que ainda é – pelo menos até esta noite – o maior de todos. E que além das medalhas, quebrou os recordes mundiais nas sete provas. E lembrando que Spitz já havia ganho quatro medalhas (sendo duas de ouro) na edição anterior das Olimpíadas, na Cidade do México, em 1968.

A catarse que se vê hoje em torno do nome de Phelps foi a mesma em 1972. Um mito visto ao vivo e a cores, sem concorrentes. Mark Spitz nasceu no dia 10 de fevereiro de 1950, numa cidade de nome pouco suugestivo: Modesto (estado da Califórnia). Mas onde o cara aprendeu a nadar? No Havaí, onde passou boa parte da infância. Ele se aposentou das piscinas no final de 72, com apenas 22 anos (e quebrou outro recorde, o de FHC, que fez o mesmo aos 38 anos).

Vídeo de Mark Spitz destruindo nas piscinas de Munique, nas Olimpíadas de 1972 = http://www.youtube.com/watch?v=RfbcBB05nQg

“Mark Spitz, um verdadeiro campeão no espírito dos Jogos Olímpicos.”

Ouro C. do México 1968 4×100 m livres
Ouro México 1968 4×200 m livres
Ouro Munique 1972 100 m livres
Ouro Munique 1972 200 m livres
Ouro Munique 1972 100 m borboleta
Ouro Munique 1972 200 m borboleta
Ouro Munique 1972 4X100 m livres
Ouro Munique 1972 4×200 m livres
Ouro Munique 1972 4×100 m medley
Prata C. do México 1968 100 m borboleta
Bronze C. do México 1968 100 m livres

Foto acima (Spitz, com as 7 medalhas de 72): reparem na versão jurássica do maiô LZR Racer.

Mark Spitz hoje em dia = http://weblogs.baltimoresun.com/sports/specialevents/blog/Spitz%202.jpg.

Mais sobre o nadador pode ser visto AQUI (site oficial) e AQUI (wikipedia).

ALOHA, SPITZ!

35 anos do Terror do Nordeste

Ramón - Santa CruzA época atual do Santa Cruz é terrível, caminhando para irreversível. E é desnecessário citar aqui os motivos, porque se você está lendo este post – e tem o mínimo de interesse em esportes – é provável que saiba exatamente quais são. Empolgada e apaixonada, a torcida tricolor segue acreditando no time, que ainda tem, sim, condições de se recuperar na Terceirona. E se essa torcida é mesmo louca pelo clube, um dos motivos para isso (esse sim, digno de recordação para você, internauta) é o 35º aniversário do pentacampeonato pernambucano, que acontece hoje.

A campanha do título estadual de 1973 foi mesmo fantástica. Em 36 jogos, o Tricolor venceu 29, empatou seis e perdeu apenas um. Teve o artilheiro, Luciano Veloso, com 25 gols, e o vice artilheiro, Ramón (foto), com 22. Na decisão, bateu o Sport por 2 x 0, em plena Ilha do Retiro, e festejou a conquista seguida, mostrando o seu domínio nos anos 70, quando chegou a ficar na colocação do Brasileirão (em 75).

Sport 0 x 2 Santa Cruz

Data: 15/08/1973. Local: Ilha do Retiro. Juiz: José Marçal Filho. Público: 36.459 pagantes; Renda: Cr$ 227.217,00. Gols: Ramon (2) (SC).
Santa Cruz: Gilberto; Gena, Antonino, Paulo Ricardo e Botinha; Erb, Luciano Veloso e Givanildo; Walmir (Zito), Fernando Santana (Zé Maria) e Ramon.
Sport: Adeildo; Djair, Lima, Cidão e Marcos; Drailton, Odilon e Ronaldo (Meinha); Ditinho, Maranhão (Mário) e Ivanildo.

O centroavante Ramón – que marcou os dois gols do título de 73 – se tornaria no mesmo ano o primeiro jogador de um clube nordestino a conseguir a artilharia do Campeonato Brasileiro da Série A, com 21 gols. Série A… O Santa já esteve lá sim (e até bem pouco tempo atrás, diga-se), mas agora precisa de uma severa reformulação para voltar um dia.

Santa Cruz, Santa Cruz junta mais essa vitória.
Santa Cruz, Santa Cruz, ao teu passado de glória.
(bis)

És o querido do povo, terror do Nordeste no gramado.
Tuas vitórias de hoje, nos lembram vitórias do passado.
Clube querido da multidão, tu és o supercampeão.
(bis)

Obs. Os resultados de hoje NÃO lembram as vitórias do passado, que é coberto de glórias. Glórias que seguem alimentando a paixão coral.

Só relógio atômico salva

Relógio AtômicoFoi sofrido. Conquistado de maneira incomum. Mas não menos espetacular. O nadador César Cielo conquistou a medalha de bronze nos 100 metros livres – na noite de quarta-feira – com um empate. O tempo de 47s67 foi o mesmo do norte-americano Jason Lezak. E, acompanhando a final pela TV, deu para perceber que não é mesmo todo dia que isso acontece. Tanto que o nome de Lezak apareceu primeiro na transmissão, deixando alguns segundos (talvez um, na verdade) de frustração entre o torcedores brasileiros. Mas esse não foi o primeiro caso nessa Olimpíada. Na madrugada de terça-feira, ocorreu o mesmo nos 100 metros (mas de costas).

Na prova – que obviamente também foi disputada no Cubo D’Água – Arkady Vyatchanin (Rússia) e Hayden Stoeckel (Austrália) fizeram rigorosamente o mesmo tempo: 53s18, e também dividiram o bronze. Fico pensando se isso tivesse acontecido com o ouro… Esse empate só foi possível por causa do “relógio olímpico”, que conta até os centésimos de segundo. No entanto, alguns esportes já marcam os seus tempos até o milésimo de segundo, como a Fórmula 1. Mas mesmo lá, o cronômetro já traiu a modalidade. Em 1997, no Grande Prêmio da Europa, três pilotos conseguiram dar uma volta com o mesmíssimo tempo, no treino classificatório. O tempo de 1min21s072 foi dividido por Jaques Villeneuve, Michael Schumacher e Heinz-Harald Frentzen.

Mas ali não houve empate, pois o grid de largada foi definido por quem fez primeiro o tempo (no caso, o canadense Villeneuve, que foi campeão mundial daquele ano, justamente neste GP). Outra categoria de automobilismo, a Fórmula Indy, já utiliza até mesmo uma 4ª quarta casa decimal. Uma “solução” definitiva para acabar com empates assim pode ser a utilização de um relógio atômico (foto) nas provas. No Rio de Janeiro existem os dois únicos relógios atômicos do Brasil, ambos no Observatório Nacional. Esse tipo de relógio utiliza o Césio 133 para dar o máximo de exatidão na marcação de tempo, numa precisão de até 10-9 segundo por dia (0,000 000 001 = um bilionésimo de segundo). Um relógio desse tipo atrasa 1 segundo a cada 65 mil anos (metade da ‘idade’ do Homo Sapiens).

Obs. O blogueiro aqui acredita, de verdade e com 99,9999999982% de certeza, que com esse relógio não haveria empates na natação. Quiçá na Fórmula 1…

Mais sobre o tal relógio atômico nacional pode ser visto AQUI.

Dúvida desvendada: a colaboradora Ana Braga não conhece Borá.