O futebol é feito de super-heróis.
Daqueles que conseguem o desfecho (quase) impossível. Que salvam o mundo. O mundo em forma de estádio, sempre encorpado pela paixão vinda da arquibancada.
Heróis com o poder de assinalar um gol antológico no último minuto. Ou com a destreza (magia?) de uma defesa que nem o replay consegue provar como aconteceu.
Existem outros tipos de heróis no mundo da bola… E até os anti-heróis.
Esses aí, fadados ao duradouro papel de anular tudo previsto do outro lado do campo de batalha. Que seguem à sombra dos grandes duelos. Mas sempre presentes. Sempre participativos. Sempre aptos para desconstruir.
Mas podem mudar de lado. De bandeira. De anti-herói a herói, como nos quadrinhos. Essa sinopse já deixou de ser uma novidade há muito tempo. Porém, segue atual.
Junte tudo isso, some uma boa dose de ironia e chegaremos até Carlinhos Bala.
O atacante que realmente consegue mexer com o futebol pernambucano. Um cara que se autodenomina o “rei do futebol” do estado.
Se Pelé calado é um poeta, como disse Romário, Carlinhos Bala soltando o verbo é surreal. É a garantia de um clima quente no gramado. Sem marasmo algum.
Sobrou pra todo mundo após a enxurrada de frases de feito na comemoração da classificação no Clássico das Emoções. Naquele momento nos Aflitos, com a supremacia alvirrubra sobre os corais, Bala se multiplicou em todos os heróis possíveis.
Mas se hoje ele está no Timbu, num passado recente o atacante fez o “chororô” nos Aflitos. Na Ilha teve até “dedada” vestindo outra camisa. Viveu como anti-herói.
Em 2010, o baixinho formou a liga timbu, com colaboração maciça do restante do elenco, que o enxerga mesmo como o líder de Rosa e Silva.
Agora, o mais que imprevisível Carlinhos Bala vai de encontro à kriptonita.
E essa não é verde, Bala. É vermelha e preta, bem potente. Que missão!