Buenos Aires – Badalada, a Seleção Brasileira estreou disposta a vencer e convencer. O show parecia bem ensaiado, com os artistas afinados.
O desempenho na partida contra a fraca, porém aguerrida, Venezuela não foi muito diferente do que o torcedor brasileiro tem visto nos últimos tempos.
Uma equipe de uma nota só, com um ou outro lampejo de técnica e explosão (Pato, no travessão). Falta o conjunto. Só com o nome não funciona mais…
O regulamento da Copa América evita qualquer desespero mesmo em um tropeço como esse 0 x 0, neste domingo, uma vez que dos três grupos, dois vão classificar três equipes, com os dois melhores terceiros colocados.
Portanto, tranquilidade na volta à Campana. De volta ao rachão com goleadas e treinamentos com muitas firulas, tudo sob o olhar sério do técnico Mano Menezes.
Qualidade o time tem. Basta olhar as duas fotos desta postagem. No entanto, transformar uma convocação em equipe é um passo à frente.
Por sinal, esse passo começa com algo simples no futebol, o passe.
Buenos Aires – Em relação ao cuidado com as seleções e com a imprensa, com muitos voluntários prestativos, de fato a Copa América começou em alto nível. Para o público, infelizmente a ação foi restrita apenas à acomodação e segurança. Faltou algo básico, o transporte. Apontada como a arena mais moderna do país, o Estádio Único, em La Plata, acabou sendo um disfarce para o deslocamento do público, completamente caótico.
No domingo, muitos brasileiros – aproveitando o frio de 7 graus – foram torcer pela Canarinha na estreia da Copa América. Para alguns, corridas de táxi de até 250 pesos, só a ida. Nem todo mundo topou pagar R$ 200 para ir voltar de um jogo de futebol. Por isso, para a imensa maioria, o trajeto foi de ônibus. Com apenas duas empresas fazendo o traslado direto, as filas foram enormes. O blog acompanhou essa viagem/odisseia.
Na saída, a concentração em Constitución, em um bairro central em Buenos Aires. Pelo menos a passagem era barata, por 10 pesos (R$ 3,80). O estádio onde o Brasil ficou no frustrante empate sem gols com a Venezuela fica em uma área isolada. Então, foi necessário caminhar um “pouco” até o portão de entrada. Daí, a facilidade para a polícia montar barricadas de até um quilômetro da roleta.
Não havia mais ingressos, mas alguns torcedores que compraram na web não conseguiram retirar o tíquete no local, gerando queixas na delegacia do estádio. O clima no domingo, no entanto, era de pura cordialidade, com uma presença maciça de venezuelanos, uniformizados, animados e “conscientes” de uma suposta derrota.
Mesmo após o 0 x 0, o ambiente pacífico permaneceu. O tropeço não tirou ninguém do sério, mas a falta de informação irritou. Na saída, o blog encontrou diversos brasileiros buscando orientação para retornar à capital, na luta para comprar a passage.
Aí, o clima da Copa América já havia perdido toda a sua graça. Na porta do estádio, taxistas de Buenos Aires (com seus carros preto e amarelo) e de La Plata (branco e verde) negavam qualquer corrida que fosse para um ponto dentro do próprio município. Assim, uma multidão encarou uma caminhada de 40 minutos até o terminal de ônibus da cidade. Lá, fila dando voltas tanto na bilheteria quanto no embarque no coletivo, com o luxo de um ônibus leito.
O jogo terminou por volta de 18h10. A viagem de volta para Buenos Aires, onde a maioria da torcida estava hospedada – inclusive o blogueiro -, só partiu às 19h40. Depois do combate ao frio seguindo um jogo insosso, veio, finalmente, a chegada na Avenida 9 de Julio, a principal da capital dos hermanos.
Nos últimos minutos do trajeto, a conversa em português dentro do ônibus foi inevitável, com direito a um comentário que arrancou risadas. “A gente vai dar o troco neles (argentinos) em 2014, porque, aguardem, na Copa do Mundo eles não vão nem conseguir entrar em um transporte público.”
Com obras de infraestrutura cada vez mais atrasadas nas 12 subsedes do próximo Mundial de futebol, o “fiel” torcedor até tem um pingo de razão, e, como sabemos, o brasileiro costuma rir de si mesmo.
Buenos Aires – Eis uma pergunta básica sobre o futebol portenho…
“Boca Juniors ou River Plate?”
Para a maioria dos turistas que puxam um papo sobre futebol, os dois gigantes argentinos são as únicas opções para despertar a paixão clubística.
Mas ainda existem outros times tradicionais no país, como Independiente, Racing, Vélez Sarsfield e Estudiantes, todos com troféus da Libertadores e do Mundial.
Sendo assim, o que faz algúem torcer por outra equipe em Buenos Aires? Existem mais de 15 clubes na cidade, todos com estádio particular.
Torcero “bairro” ainda é uma tradição forte, sobretudo nas classes mais pobres.
Um desses times, encravado no bairro de Floresta, é o chicoAll Boys. Ausente na elite argentina durante 30 anos, o clube voltou recentemente e fez até estrago, vencendo o River Plate – algo que, de certa forma, indluenciou no rebaixamento do Millonario.
Abaixo, conheça o taxista e hincha Cristian Rojas, de 29 anos, que há mais de 15 anos gasta parte do salário para ir ao estádio Isla Malvinas, casa do alvinegro.
Não por acaso, ele foi falando de futebol durante os 50 minutos até La Plata…
Buenos Aires – Logo ao desembarcar no Aeroparque, um dos dois aeroportos internacionais da cidade, fica nítido o tamanho da divulgação da Copa América.
Não é para menos, pois apenas em ações de marketing e publicidade foram investidos 140 milhões de dólares. Os cartazes estão por toda parte. Enormes.
De fato, é algo que ajuda a entrar no “clima” da competição, como neste domingo.
Mas a estrutura para receber turistas não mudou muito. Na alfândega, apenas quatro guichês funcionavam para autorizar a entrada dos brasileiros, quase a totalidade do voo. Esse problema está cada dia mais evidente também no Brasil, diga-se.
Minutinhos a mais à parte, a Copa América passou mesmo a ser tratada como prioridade para a Albiceleste, que não ganha um torneio na categoria principal desde 1993.
Tirando a casa de câmbio, com atendentes robóticas, o primeiro contato com os hermanos foi no táxi até o hotel. A frustração da estreia não diminuiu o ânimo.
Talvez isso já seja um reflexo da campanha maciça na TV sobre a competição. Ganhar a Copa América para a Argentina virou questão de honra. Pelo jejum e pelo fato de jogar em casa, claro. Há quem diga que pensamento foca 2030, no centenário do Mundial…
Seguindo em Buenos Aires, a exposição tenta dar conta do recado também no comércio.
Em um dos quiosques oficiais – acima, a lojinha em frente ao centro de imprensa na Recoleta -, o movimento era tímido. Segundo o vendedor, o domingo na capital vizinha esvazia qualquer lugar – fato confirmado na procura por um lugar para jantar.
O jantar, aliás, ocorreu na volta de La Plata, onde o Brasil jogaria. Até lá, o som da Radio Deportiva (AM 950), com o interminável debate sobre a qualidade de Messi – um ídolo sob eterna desconfiança.
Para esquentar a discussão, é claro que Maradona foi envolvido. “Messi é um fenômeno, mas Maradona é Deus”, disse um dos radialistas, com a aprovação irretocável.
Todas aquelas frases que sempre escutamos no Brasil sobre El Pibe, e que parecem brincadeira, são levadas bem a sério por aqui…
Menos mal que os cartazes oficiais estão tentando criar uma nova identidade na seleção local, sem Maradona. Para isso, acredita o povo local, só com a Copa… Onipresente.
Começa a saga da Seleção Brasileira em território “inimigo”.
Atual bicampeão (2004 e 2007), o Brasil tentará igualar um recorde da Argentina, único país a ter conquistado três edições seguidas da Copa América, em 1945, 1946 e 1947.
Tabela do Brasil na primeira fase da competição continental em 2011, no grupo B:
03/07 – Brasil x Venezuela – La Plata
09/07 – Brasil x Paraguai – Córdoba
13/07 – Brasil x Equador – Córdoba
No embalo da estreia verde e amarela, com os jovens craques Neymar, Pato e Ganso, participe da nova enquete do blog!
Qual será o desempenho do Brasil na Copa América de 2011?
Mano Menezes terá o seu primeiro teste com a seleção mais vencedora do mundo.
O técnico gaúcho assumiu o comando da Canarinha após uma histórica desistência de Muricy Ramalho, no ano passado.
Curiosamente, Muricy conquistou a Série A de 2010 com o Fluminense, em jejum desde 1984, e a Libertadores de 2011 com o Santos, em jejum desde 1963…
Enquanto isso, Mano acumulou derrotas contra times mais fortes, como Argentina e França. Com um bom relacionamento com a mídia, o treinador demonstra plena confiança em seguir o trabalho até 2014.
Antes da estreia na Copa América contra a Venezuela, o grupo canarinho recebeu a visita o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, no hotel em Campana.
A conversa mais demorada foi justamente com Mano…
Diante das câmeras, de forma oficial, nada de pressão verbal. Só a presencial…
Na sua opinião, Mano Menezes será o treinador do Brasil no Mundial de 2014?
Gol solidário em Buenos Aires… Com um “preço”, é claro.
Patrocinador da Copa América – e também da Taça Libertadores da América, onde “faz parte” da denominação oficial -, o banco espanhol Santander vai doar US$ 1 mil para cada gol marcado durante as 26 partidas da disputa continental na Argentina.
O dinheiro vai entrar no Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
No site oficial do torneio há um “contador de gols” para as doações…
Em 2007, na última Copa América, foram 86 gols marcados, com uma boa média de 3,3 gols por jogo. Será que é possível pelo menos repetir a marca?
Curiosamente, coube ao mesmo banco escolher o nome do mascote da Copa América, o Tangolero. A definição ocorreu após uma pesquisa com 6 mil pessoas na América…
O nome é uma referência direta à tradição cultural da Argentina (tango) e ao futebol (goleiro). Se tem alguém que vai faturar com isso tudo é a Conmebol, e não o Unicef…
Duas semanas no ar, 346 citações no Twitter, 96 no Facebook, participações de comunidades no Orkut e sites de torcidas virtuais, além de 272 comentários no blog.
O censo virtual de torcidas elaborado pelo blog chegou ao fim neste domingo. Em sua terceira versão, uma participação maciça das torcidas na web. Foram 7.601 votos!
Nesta edição, o Sport teve 3.815 (50,19%), seguido por Santa Cruz, com 2.644 (34,78%), e Náutico, com 1.056 (13,89%). Os tricolores se aproximaram dos rubro-negros em relação ao censo anterior, que foi 57,35% x 30,21%.
A redução foi um reflexo do título pernambucano de 2011?
Nas demais opções, clubes do interior ou de fora do estado e “nenhum time”,a soma foi de apenas 86 votos, ou 1,13%. Antes das discussões a seguir, vale lembrar que o censo – com apenas um voto por IP – tem, acima de tudo, o objetivo de medir o perfil dos torcedores no blog. O caráter “científico” vale como diversão.
Abaixo, estatísticas considerando apenas os votos os três grandes clubes do Recife, que também escolheram a faixa etária, tendo 7.515 votos como base dos cálculos.
Agora, o censo do blog volta só em junho de 2012! Veja o Censo 1 e o Censo 2.
Faixa etária geral
Até 20 anos – 2.188 – 29,11%
Entre 21 e 30 anos – 2.791 – 37,13%
Mais de 30 anos – 2.536 – 33,74%
Sport – 3.815 – 50,19%
Até 20 anos – 1.039 – 27,23%
Entre 21 e 30 anos – 1.500 – 39,31%
Mais de 30 anos – 1.276 – 33,44%
Santa Cruz – 2.644 – 34,78%
Até 20 anos – 804 – 30,41%
Entre 21 e 30 anos – 939 – 35,51%
Mais de 30 anos – 901 – 34,08%
Náutico – 1.056 – 13,89%
Até 20 anos – 345 – 32,67%
Entre 21 e 30 anos – 352 – 33,33%
Mais de 30 anos – 359 – 33,99%
Uma rodada sem derrotas para o futebol pernambucano – coisa rara -, com uma vitória em casa e dois empates longe do estado.
Ainda assim, nenhum time local se encontra no G4 da Segundona. Na perigosa 16ª colocação, o Salgueiro tem 39% de chance de cair, segundo o Chance de Fol.
De acordo com o mesmo site, Sport e Náutico têm, respectivamente, 33,4% e 2,5% de chance de alcançar o acesso à elite. Na tabela, só um ponto de diferença…
O blog vai seguir publicando as projeções até a última rodada do Brasileiro. Por enquanto, o Infobola não postou a sua, por causa do baixo número de rodadas.