Ao campeão nordestino, a dúvida no ano seguinte

Copa do Nordeste. Crédito: Copa do Nordeste/Esporte Interativo

Há uma lacuna no Nordestão de 2013 que mais cedo ou mais tarde será descoberta…

O formato da Copa do Nordeste contempla sete estados da região. Cinco deles com duas vagas e dois, os melhores no ranking da CBF, com direito a três equipes.

Na soma geral, 16 times. Considerando a estrutura imutável, há a dúvida sobre a presença do campeão do Nordestão no próximo ano, pois a classificação é via Estadual.

Vale, contudo, relembrar o passado do torneio. A partir de 1998 a CBF passou a garantir vaga ao campeão e ao vice, tirando a terceira vaga de baianos e pernambucanos.

Em 1999 a final foi um Ba-Vi, o que deixou a Bahia com quatro times em 2000.

Nem todas as competições no formato “copa” garantem o campeão na edição seguinte, é verdade. Na esfera mundial, a Copa do Mundo e a Olimpíada, por exemplo.

Entre clubes, o Mundial da Fifa também não assegura um lugar ao detentor da taça, como nenhum outro torneio da Fifa atualmente. Porém, nos demais há a garantia, como Liga dos Campeões da Uefa, Taça Libertadores da América e Copa Sul-americana.

Por causa do calendário, a Copa do Brasil passou anos sem a presença do campeão, que cedia o seu lugar para poder disputar a Libertadores, paralela. A partir deste ano, o campeão do mata-mata nacional volta à disputa, já nas oitavas de final.

Ao Nordestão, segue a dúvida sobre o futuro campeão de 2013… Estará em 2014?

E se a resposta for positiva, qual seria a solução para manter o torneio com 16 times?

Você acha que o campeão nordestino deveria garantir vaga na edição seguinte do regional?

  • Sport - Sim (51%, 426 Votes)
  • Santa Cruz - Sim (24%, 202 Votes)
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  • Santa Cruz - Não (2%, 19 Votes)

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O primeiro gol do Nordestão, o primeiro gol africano

América do Sul e África

Um gol emblemático no estádio Cornélio de Barros.

Em um jogo truncado, na tarde deste sábado, o tento da vitória do Carcará saiu aos 32 minutos do segundo tempo.

Peri cruzou da esquerda e Yerien mandou de canhota para dentro da meta do ASA.

Era o primeiro gol do Salgueiro na história da Copa do Nordeste.

Era, na verdade, o primeiro gol da renascida competição regional, iniciada no mesmo dia da Copa Africana de Nações, do outro lado do Oceano Atlântico.

Para mostrar que não estamos tão distantes assim, e a nossa miscigenação comprova isso há cinco séculos, Yerien é nigeriano.

Por sinal, foi o único gol africano do dia, pois as duas partidas na disputa continental, África do Sul x Cabo Verde e Angola x Marrocos, terminaram em empates sem gols.

Aposta no Sertão, o atacante só entrou na etapa complementar. Vestindo a camisa 16,  deu a primeira vitória a Pernambuco no regional desta temproada, 1 x 0.

Yerien Richmind Esukuriede, natural de Delta State, passou fome até começar a encarar uma carreira profissional no futebol brasileiro.

Aqui no Nordeste ainda perambulou de forma ilegal. Agora, aos 20 anos, arranha a língua portuguesa e enxerga um futuro melhor com a bola nos pés, na rede.

No Sertão, o africano é antes de tudo, um forte.

Trocando as bolas, Maxim e S11

Bolas oficiais de 2013, na Copa do Nordeste (Nike) e Pernambucano (Penalty). Crédito: Nike e Penalty/divulgação

Início de ano com torneios distintos para os times pernambucanos. Três deles na Copa do Nordeste e nove no campeonato estadual. No gramado, bolas diferentes em 2013.

Parceira da CBF, a Nike fornece a pelota oficial da Série A há vários anos. Como a Copa do Nordeste retorna com a chancela da confederação, a empresa lança no país o seu novo modelo justamente no regional. A bola Maxim Hi-Vis substitui a T90 Strike.

A nova bola já vinha sendo utilizada nas principais ligas nacionais do mundo, como a inglesa, a espanhola e a italiana. Neste ano também estreia na Taça Libertadores.

“O desenho geométrico intenso da bola Maxim gera potência visual extremamente forte, além das extremidades destacadas que deixam tudo igualmente visível tanto para quem está no gramado quanto para as arquibancadas. Conta com a tecnologia Geo II para oferecer mais equilíbrio nos chutes.”

Enquanto isso, no Estadual, a Penalty chega a seis anos seguidos produzindo a bola do torneio. O modelo é o mesmo da temporada passada, a S11 Pro. Outros nove Estaduais terão a mesma bola. A exceção será o campeonato baiano, com a nova Brasil 70 Pro.

“A S11 é construída em oito gomos, pesa entre 420 e 445 gramas e mede de 68,5 a 69,5 centímetros. A bola possui o sistema Termotec, que a torna impermeável, mais rápida, macia e com maior durabilidade e precisão, além de ter menor deformação”. 

Em Pernambuco, Náutico, Salgueiro, Santa e Sport jogarão com as duas bolas este ano.

Há 30 anos, o álcool afogou um gênio

Imagens da carreira de Garrincha

Por Lucas Fitipaldi*

Os últimos suspiros foram um espelho do pós-auge. Findado o período de glórias, deu-se início à decadência. Um dos maiores ídolos da história deste país fraquejou, tirou a própria vida sem cometer suicídio. Parou no único adversário capaz de contê-lo. Manuel Francisco dos Santos cumpriu os últimos anos de vida invisível. Pobre. Quase esquecido. Agonizou na cachaça. Mergulhado numa condição de vida precária.

Os últimos dias de vida foram regados a álcool, perambulando de bar em bar pela vizinhança, em Bangu, onde morava numa casa alugada pela Confederação Brasileira de Futebol. Bebeu do domingo, 16, até o dia 19 de janeiro de 1983: uma quarta-feira mais cinza que qualquer outra. O corpo sucumbiu aos excessos. Ficou a história. Eterna. Não há vício. Desleixo que consiga apagar.

Manuel definhou sem chamar atenção. Manuel. Garrincha jamais será esquecido. Um triste fim para quem era chamado de “a alegria do povo”. O mundo ficou mais sisudo. Sem a irreverência, o sorriso puro de Mané. Àquela altura, os dribles desconcertantes eram só boas lembranças. E quantos foram. Mané tinha o dom de fazer a bola sorrir.

Começou a jogar profissionalmente aos 19 anos. Aos 29, experimentou o auge. Pendurou as chuteiras dez anos mais tarde, aos 39. Morreu aos 49, de coma alcoólico. Como estaria neste sábado, exatos 30 anos depois? Muito provavelmente, levando a mesma vida simples e desregrada em algum subúrbio do Rio de Janeiro.

Garrincha também ficou marcado por uma certa ingenuidade, um certo desapego. Gostava mesmo era de tomar cachaça e jogar bola. Não importa se na Suécia ou em Pau Grande, seu cantinho predileto no Rio. Dos tantos feitos com as camisas da Seleção Brasileira e do Botafogo, um destoa.

Quem mais seria capaz de minimizar a perda de Pelé, no auge da forma, em plena Copa do Mundo? O uso do verbo minimizar, no caso, é apenas um gesto em respeito ao rei. Em 1962, no Chile, Garrincha fez o brasileiro ter um ataque de amnésia. Jogou pelos dois. A verdade é que ninguém sentiu falta do camisa 10. Nenhum outro jogador conseguiu jogar tanto numa mesma Copa do Mundo. Pelé teria feito o mesmo? A mais breve reflexão pontua a dimensão do gênio.

* Lucas Fitipaldi, repórter da editoria de esportes do Diario de Pernambucano

Com aumento irrisório, o subsídio recorde no Pernambucano

Cartão do Todos com a Nota

Subsídio estatal. Desde 1998, quando Miguel Arraes criou o Vale Lazer, o futebol pernambucano convive com esta realidade, recebendo um investimento do governo do estado para fomentar a arrecadação com ingressos no Estadual.

Ao todo, o governo vai bancar R$ 7,5 milhões em 2013, através do Todos com a Nota. Dependendo da decisão, em duas ou três partidas, o total será de 138 ou 139 jogos.

Será o maior valor já pago pelo poder público para o Estadual, mas com um aumento em relação a 2012 de apenas 0,9%. No ano passado, o incremento havia sido de 21%.

Desta vez serão 1.287.000 ingressos promocionais, 67 mil a menos que a edição passada. Na média, 9.258 bilhetes por jogo, com o governo do estado pagando em média R$ 5,82 por cada entrada. No ano passado o índice foi de R$ 5,48. A vantagem atual seria justamente no valor pago pelos bilhetes.

Para este ano, Náutico e Sport terão 8 mil ingressos em todos os seus jogos – alvirrubros terão 10 mil no primeiro turno. Já o Santa Cruz terá uma cota de 15 mil bilhetes contra os clubes intermediários e dez mil nos clássicos.

Confira o ranking de cartões digitais do TCN solicitados pelos torcedores aqui.

Considerando os últimos 16 Estaduais, 15 contaram com subsídio, totalizando um investimento público, entre Todos com a Nota e Futebol Solidário, de R$ 51.238.000.

Abaixo, os números do subsídio no futebol pernambucano, num levantamento produzido pelo blog, com destaque para as cotas de Sport, Santa Cruz e Náutico. Em 1999, o valor foi pago apenas no segundo e terceiro turnos.

Orçamento do subsídio estatal no futebol Pernambucano, com Todos Com a Nota e Futebol Solidário

Todas as voltas olímpicas do Nordestão, oficiais ou não

Nordeste

Historicamente, a Copa do Nordeste sempre foi um torneio intermitente no calendário do futebol brasileiro. Porém, o revigorado torneio regional inicia nesta temporada uma sequência de pelo menos dez competições consecutivas, até 2022.

O Nordestão de 2013 está sendo tratado no material de divulgação da competição como a 10ª edição, contando a partir de 1994. Até hoje, apenas quatro clubes ergueram a taça de campeão. No entanto, outras torcidas da região contestam os dados e apontam mais competições de âmbito regional, ou até mesmo interregional.

De fato, a gama de campeonatos deste porte seria bem mais ampla, algumas delas até com a chancela da CBD, precursora da Confederação Brasileira de Futebol. O blog listou os principais torneios que em algum momento foram apontados como “Copa Nordeste”. Seriam trinta! Entre parênteses, o número de participantes de cada um. Confira.

No Nordeste:

Copa Cidade de Natal – 1946
O torneio foi realizado para celebrar a instalação do sistema de iluminação do estádio Juvenal Lamartine, em Natal, que abrigou todas as partidas.

1946 Fortaleza (4)

Torneio dos Campeões do Nordeste – 1948
Foi o primeiro torneio com representantes de cinco estados. Todos os jogos ocorreram no Recife. O Santa Cruz , campeão pernambucano no ano anterior, estreou na semifinal.

1948 Bahia (6)

Torneio José Américo de Almeida Filho – 1975/1976
A competição foi organizada em homenagem ao estádio homônimo, o Almeidão, em João Pessoa, inaugurado no mesmo ano. Na temporada seguinte, o torneio foi ampliado, com direito à curiosa participação do Volta Redonda, do Rio de Janeiro.

1975 CRB (6)
1976 Vitória (12)

Copa do Nordeste – 1994/2010
Em 1994, a FPF firmou uma parceria com o governo de Alagoas para organizar a “1ª Copa do Nordeste”, como a competição foi lançada. Com o sucesso, acabou ganhando a chancela da CBF, que passou tomar conta do regional em seu período mais duradouro.

1994 Sport (16)
1997 Vitória (16)
1998 América-RN (16)
1999 Vitória (16)
2000 Sport (16)
2001 Bahia (16)
2002 Bahia (16)
2003 Vitória (12)
2010 Vitória (15)

Nas regiões Norte e Nordeste:

Torneio dos Campeões do Norte-Nordeste – 1952
A premissa do torneio era uma ampliação da competição realizada na capital pernambucana em 1948. Quatro anos depois, o Norte foi incorporado. Campeão estadual em 1951, o Timbu entrou na semifinal do torneio, novamente realizado apenas no Recife.

1952 Náutico (8)

Copa dos Campeões do Norte – 1966
Apesar do nome, a copa reuniu os vencedores da fase Norte-Nordeste da Taça Brasil. Até 1966, apenas clubes nordestinos haviam vencido. Todos os participantes se enfrentaram em jogos ida e volta na Fonte Nova, PV, Aflitos e Ilha do Retiro.

1966 Náutico (5)

Torneio Hexagonal Norte-Nordeste – 1967
Apesar das duas regiões envolvidas, foram incluídos apenas três estados, com dois pernambucanos, dois cearenses e dois paraenses em jogos de ida e volta.

1967 Santa Cruz (6)

Taça Almir de Albuquerque – 1973
A competição foi, na verdade, a primeira fase do Brasileirão. Na ocasião, foi criado um troféu ao melhor time em homenagem ao atacante Almir Pernambuquinho, revelado pelo Sport em 1956 e que faleceu justamente em 1973. A taça foi instituída a pedido da FPF.

1973 América-RN (16)

Copa Norte – A fase Norte-Nordeste da Taça Brasil – 1959/1968

Agora unificada ao Brasileirão, a pioneira Taça Brasil surgiu em 1959 como a competição que indicaria o representante do país à Taça Libertadores do ano seguinte. Com a precária estrutura de deslocamento de um país continental, o torneio de mata-mata foi regionalizado. Na fase Norte, que compreendia o Norte-Nordeste, o campeão tinha direito a vaga na semi ou na final nacional – sem definição prévia. Os vencedores do zonal celebravam as conquistas regionais, ainda que não fossem um torneio à parte.

1959 Bahia (8)
1960 Fortaleza (9)
1961 Bahia (9)
1962 Sport (11)
1963 Bahia (10)
1964 Ceará (11)
1965 Náutico (11)
1966 Náutico (11)
1967 Náutico (10)
1968 Fortaleza (11)

Torneio Norte-Nordeste – 1968/1970
Paralelamente ao Torneio Roberto Gomes Pedrosa, agora unificado ao Brasileirão, a CBD organizou o interregional para movimentar os clubes, uma vez que não havia sistema de divisão, ou mesmo de classificação, pois a participação no Robertão era via convite.

1968 Sport (23)
1969 Ceará (26)
1970 Fortaleza (36)

Considerando os títulos regionais e interregionais oficiais: Vitória (4), Sport (3), Bahia (2), Ceará (1), Fortaleza (1) e América-RN (1).

Somando todos os campeões do Nordestão e do Norte-Nordeste, oficiais ou não (até o momento): Bahia (6), Náutico (5), Vitória (5), Fortaleza (4), Sport (4), Ceará (2), América-RN (2), Santa Cruz (1) e CRB (1). Boa discussão…

Náutico B, Santa Cruz B e Sport B na Segunda Divisão

Barcelona B. Crédito: Barcelona/divulgação

Em 1970, o Barcelona estreou na terceira divisão espanhola. Terminou a campanha na terceira colocação, ficando a um triz do acesso.

Sim, o Barcelona oficial, blaugrana. Mas o Barcelona B.

Na Espanha, os times reservas, ou aspirantes, não jogam um torneio paralelo, mas o próprio sistema profissional da liga nacional. O objetivo é fortalecer a base e utilizar profissionais sem muito espaço nas equipes principais.

Messi, Xavi, Iniesta, Puyol e Valdés estão entre os nomes formados recentemente na equipe menor do clube. Contudo, há uma regra básica para este formato.

O time B sempre terá que jogar no mínimo uma divisão abaixo do time A. Não por acaso, mesmo flertando com o acesso inúmeras vezes o Barcelona B jamais pôde subir.

Essa ideia já foi estendida a outros times do país. No Brasil, o Palmeiras abriu a sua filial nas divisões inferiores do Paulistão. Agora, o plano deve aportar em Pernambuco.

A FPF propôs aos três grandes clubes do estado a utilização de equipes com idade Sub 23 para a disputa da segunda divisão do Estadual, a partir desta temporada.

A resposta do trio foi positiva. Na prática, isso vinha ocorrendo nas últimas edições da Copa Pernambuco, curta. Agora, um torneio extenso, com avaliação mais apurada.

Há a possibilidade de alguns jogos com mando de campo de alvirrubros, tricolores e rubro-negros serem realizados no interior, em acordos com prefeituras para movimentar o público fora da capital. Até mesmo para capitalizar a presença na Série A2.

Isso é quase de praxe. O próprio Barça B não joga no Camp Nou. É verdade que atua no vizinho Mini Estádio, construído em 1982 e com capacidade para 15.276 pessoas. Ao todo, esteve 20 anos na segundona, 19 na terceira, 4 na quarta e 1 na regional.

Qual é a sua opinião sobre a versão B de Náutico, Santa e Sport? Há estrutura?

Barcelona B. Crédito: Barcelona/divulgação

Aplicativo oficial do Nordestão para smartphones

Aplicativo oficial da Copa do Nordeste 2013 para smartphones. Crédito: iPhone/reprodução

Impossível analisar o lançamento do novo aplicativo do Nordestão como coincidência no mercado da bola. O aplicativo entrou no ar um dia após a estreia do modelo oficial para o Campeonato Pernambucano de 2013 (veja aqui).

O apelo é o mesmo, com informações, classificação e tabelas atualizadas, sem custo algum para os usuários dos smartphones. O diferencial no aplicativo desenvolvido pela Ideastek, para Android e iPhone, será a interatividade junto ao torcedor.

Atrelado ao canal Esporte Interativo, detentor dos direitos de transmissão do regional até 2022, o produto irá disponibilizar uma câmera exclusiva do jogo selecionado pelo usuário, até porque uma partida utiliza cerca de 15 câmeras ao mesmo tempo.

Além disso, há o Torcidômetro, com opiniões do torcedor em tempo real, interligadas à transmissão. Grandes campeonatos da Europa já contam com aplicativos com conteúdo em grande escala. No Brasil, a novidade começa a se espalhar.

Em 2013, o futebol pernambucano terá o teste em dois torneios, no estadual e regional.

Os clubes deverão seguir no mesmo caminho. Desde já, considerando a tecnologia à disposição, quais funções deveriam ser incorporadas aos futuros aplicativos dos times?

Tecnologia, futebol e informação. Uma mistura vital na atualidade.

Uma cadeira histórica para o futebol pernambucano

As primeiras cadeiras da Arena Pernambuco, instaladas em 17 de janeiro de 2013. Foto: Maria Eduarda Bione/Esp.DP/D.A Press

Vamos além da imagem…

O futebol em Pernambuco tem mais de 100 anos de história. Os primeiros registros vêm do amistoso entre Sport e English Eleven na campina do Derby, em 1905.

O avanço estrutural nesse tempo todo passou por campos abertos, campos murados, as primeiras arquibancadas em 1919, ainda de madeira, na Avenida Malaquias, e os primeiros degraus de concreto, na década de 1930, na embrionária Ilha do Retiro.

E o que dizer do gigantismo a partir de 1972, com o Arruda? Com as multidões nos anos 80, na ampliação do Colosso, passando a abrigar até 90 mil torcedores.

Épocas nas quais a quantidade de gente presente era o objetivo. A qualidade da estrutura não era algo pensado no contexto local. Até que vieram as primeiras normas internacionais de segurança, no fim do século XX, sob imposição da Fifa.

O tamanho dos assentos, de 30 centímetros de largura, evoluiu para 50 centímetros. Cadeiras obrigatórias. Torcedores em pé, esmagados, não teriam mais lugar.

Ao menos no papel. Pois, na prática, essa transformação demorou para chegar em Pernambuco, onde setores de cadeiras sempre foram redutos dos mais abastados, ocupando uma parcela menor da capacidade dos maiores estádios da capital.

Por isso, por mais que sejam apenas algumas cadeiras, as fotografias da instalação dos primeiros assentos na arena em São Lourenço da Mata é algo emblemático.

Pela primeira vez um estádio de futebol de grande porte no estado será totalmente tomado por cadeiras numeradas. Serão 46.214, espalhadas nos aneis inferior e superior.

Nenhum setor terá torcedores em pé ou mesmo sentados no cimento.

O que um dia foi um sonho está bem perto de virar realidade…

As primeiras cadeiras da Arena Pernambuco, instaladas em 17 de janeiro de 2013. Foto: Maria Eduarda Bione/Esp.DP/D.A Press

Nordestão retorna como o 8º torneio mais valioso do país

Valor de mercado da Copa do Nordeste em 2013. Fonte: Pluri Consultoria

Em sua décima edição, a Copa do Nordeste volta de vez ao calendário nacional.

O regional desta temporada será a 8ª competição mais valorizada do país considerando os direitos econômicos dos jogadores inscritos, ou a 10ª se forem levados em conta os torneios internacionais com a presença de clubes brasileiros.

Os elencos dos 16 clubes participantes foram avaliados pela Pluri Consultoria, em recente estudo, em 138 milhões de euros, ou R$ 371 milhões.

O plantel do Náutico, único grande time nordestino de fora, vale R$ 43,7 milhões. Supondo que o Timbu não tivesse ficado atrás do Salgueiro no campeonato estadual do ano passado, o Nordestão de 2013 poderia ter chegado a R$ 401 milhões.

Mesmo com essa projeção, não teria subido no ranking, o que mostra que o nível técnico da competição precisará avançar bastante nos próximos anos…

É vital a presença das principais forças, como Bahia, Sport, Santa e Vitória. Contudo, é necessária uma qualificação geral. Vale destacar que a expectativa de faturamento do Nordestão é de R$ 40 milhões, entre direitos de transmissão, patrocinadores e bilheteria.

Confira a avaliação dos elencos dos campeonatos estaduais aqui.

Valor dos 16 clubes participantes da Copa do Nordeste 2013. Fonte: Pluri Consultoria