A Arena Pernambuco receberá oito seleções distintas para a disputa da fase de grupos da Copa do Mundo de 2014.
Estados Unidos, Costa do Marfim, Itália, Alemanha, Croácia, Costa Rica, México e Japão. Equipes envolvidas nos quatro jogos agendados em junho.
Logo após o sorteio, o Sport publicou em seu site oficial e em suas contas nas redes sociais imagens de boas-vindas para esses países, nas línguas dos visitantes. No mínimo, uma ação gentil do rubro-negro.
E vale lembrar que o centro de treinamento do Leão, assim como o CT do Náutico, receberá seleções para os treinamentos na véspera das partidas.
Definido como Campo Oficial de Treinamento (COT), o local ainda carece de uma pavimentação do acesso, já articulada para janeiro. Que a obra seja finalizada até o Mundial. As delegações agradecerão ainda mais ao Sport…
Nas semanas que antecederam ao sorteio do Mundial, uma séria sondagem de segurança foi realizada nos bastidores das doze subsedes do torneio.
Agentes ligados ao FBI entraram em contato com os consulados dos Estados Unidos no Brasil responsáveis pelas cidades envolvidas, além dos diretores das arenas da Copa.
Sim, o Federal Bureau of Investigation, o equivalente à polícia federal dos Estados Unidos.
O assunto, claro, era a segurança da seleção norte-americana, sempre alvo – na visão do FBI – de possíveis atentados terroristas, sobretudo quando uma importante delegação esportiva do país atua fora de sua jurisdição.
Se as exigências da Fifa em relação à segurança já são enormes – como a ausência de estacionamentos no entorno do estádios para evitar qualquer artefato explosivo, por exemplo -, nota-se que o FBI deve extrapolar esse rigor, como um tempo menor de deslocamento, mais espaço para funcionários dos EUA, autorização para revistas fora do padrão etc.
Na Arena Pernambuco havia até quem torcesse para que a bolinha dos EUA não direcionasse o time para uma partida em São Lourenço da Mata.
Pois a bolinha G4 caiu, proporcionando o jogaço contra a Alemanha em 26 de junho.
Os contatos do FBI certamente voltarão, bem mais efetivos.
As 32 seleções classificadas ao Mundial de 2014 foram distribuídas.
Bem distribuídas, diga-se.
Grupo da morte? É melhor enxergar a alcunha no plural.
Obviamente, serão seis meses de projeções e mesas redondas até a bola rolar, na segunda Copa do Mundo da história organizada no país.
Falando nisso, vamos aos pitacos preliminares do blog…
Grupo A – Brasil, Croácia, México e Camarões A Seleção Brasileira, em evolução técnica sob o comando de Felipão, caiu em uma chave moderada, no máximo. Representante europeia no quarteto, a Croácia enfrentou problemas para alcançar a sua vaga. O México até vem dando trabalho ao Brasil, mas nas categorias de base, como nas Olimpíadas e no Mundial Sub 17. No time principal, em Copas, é freguês – e não atravessa boa fase. Já Camarões cumpre a cota histórica de times africanos no caminho verde e amarelo. O foco o entendimento para contar com Eto’o.
Vagas: Brasil e México
Grupo B – Espanha, Holanda, Chile e Austrália
Um dos grupos mais difíceis do torneio, sem dúvida alguma. Nada menos que a atual campeã mundial e a atual vice-campeã. Protagonistas da batalha no Soccer City, na África do Sul, Fúria e Laranja Mecânica seguem em boa fase, novamente apontadas como favoritas. O Chile, por sua vez, registrou uma campanha sólida na eliminatória sul-americana, acabando em 3º lugar. Tem um forte conjunto e deve contar com apoio maciço da torcida. Sem surpresas, a Austrália é a zebra.
Vagas: Espanha e Holanda
Grupo C – Colômbia, Grécia, Costa do Marfim e Japão
Uma chave bastante equilibrada, mas, ao menos na tradição dos Mundiais, nivelada por baixo. Cabeça de chave através do ranking da Fifa, a Colômbia tem mais uma chance de realizar uma boa campanha e superar o trauma de 1994, quando chegou como favorita e decepcionou ainda na primeira fase. Quem não quer mudar é a Grécia, sempre com o seu truncado jogo e que às vezes se mostra eficiente. A Costa o Marfim tem em Drogba o principal jogador da chave. Por último, o Japão visa repetir a boa imagem deixada na Copa das Confederações, com um futebol rápido e ofensivo.
Vagas: Colômbia e Costa do Marfim
Grupo D – Uruguai, Costa Rica, Inglaterra e Itália
Eis um poderoso grupo a morte, com três campeões do mundo. A Costa Rica deve deixar o Brasil rapidamente. Difícil mesmo será apontar o campeão que também deixará o Mundial ainda na primeira fase. A Itália, do técnico Prandelli, conta com um grupo qualificado e tem tradição demais para ser relegada. Cenário semelhante ao da Inglaterra, sempre times de estrelas, no papel. No entanto, 1966 à parte – quando foi campeã como anfitrião -, o English Team costuma ficar pelo caminho. E o que dizer da aguerrida Celeste? Vem com Suárez, em grande fase, Forlán e Cavani disposta a manter a aura de 1950.
Vagas: Itália e Uruguai
Grupo E – Suíça, Equador, França e Honduras
A Suíça foi a cabeça-de-chave oficial, mas com o sorteio levando a França para a chave E, acabou havendo uma inversão de valores. As bolinhas camaradas no sorteio fizeram os Bleus de Franck Ribéry “ressurgir” na Copa, já com status de favoritos no grupo. A França tem boas chances de manter a sina de uma Copa boa e outra ruim. No caso, estea seria a “boa” (foi campeã em 1998, eliminada na 1ª fase em 2002, vice em 2006 e eliminada novamente na fase e grupos em 2010). Equador e Honduras não devem passar de meros figurantes.
Vagas: França e Suíça
Grupo F – Argentina, Bósnia, Irã e Nigéria
Historicamente, os hermanos são sorteados para grupos dificílimos. É algo cultural na torcida vizinha. Desta vez, entretanto, o sorriso foi largo em Buenos Aires. O time de Lionel Messi deve conquistar três vitórias (goleadas?) na primeira fase. Bósnia, Irã e Nigéria proporcionarão uma briga tremenda pela outra vaga nas oitavas. Leve vantagem para os nigerianos, com um lastro futebolístico – incluindo um título olímpico de 1996, sobre os próprios argentinos.
Vagas: Argentina e Nigéria
Grupo G – Alemanha, Portugal, Gana e Estados Unidos
Outra chave equilibrada e de nível técnico elevado. A Alemanha esteve presente nas duas últimas semifinais, com equipes jovens de muita qualidade. Os lusos também tem uma boa memória recente, com a 4ª colocação em 2006. E ainda contam com o provável melhor jogador até a Copa, Cristiano Ronaldo – favorito ao prêmio da Fifa em 2013. Os EUA podem até endurecer algum confronto, mas não a ponto de mudar o destino dos classificados. Gana, que por pouco não alcançou a semifinal no Mundial passado, chegou na Copa ao atropelar o Egito na repescagem africana. O que não é suficiente para impor outro contexto.
Vagas: Alemanha e Portugal
Grupo H – Bélgica, Argélia, Rússia e Coreia do Sul
No derradeiro grupo da Copa, os sul-coreanos fomentam a principal chance de evitar a classificação de dois europeus às oitavas. Arrumada, a Bélgica vive uma grande fase após quase três décadas de inércia na competição – foi semifinalista em 1986 – curiosamente, no calor mexicano. Sede da Copa do Mundo seguinte ao Brasil, a Rússia quebra um hiato de presenças que durava desde 2002. Nas Eliminatórias, deixou Portugal de CR7 em segundo lugar. No mínimo, merece respeito.
O sorteio da Copa do Mundo de 2014 colocou o estado a rota de italianos e alemães. Serão as duas principais forças presentes na Arena Pernambuco na fase de grupos. A tetra Itália e a tri Alemanha jogarão aqui pela segunda vez.
Em 2013, a Azzurra disputou um dos jogos mais emocionantes da Copa das Confederações, num confronto repleto de viradas no placar contra o Japão – também de volta a São Lourenço. Terminou 4 x 3 para o país da bota.
Já a Alemanha pisou aqui há muito tempo, na noite do dia 10 de junho de 1965. Na Ilha do Retiro, a seleção pernambucana formada por jogadores de Náutico, Santa e Sport surpreendeu ao vencer os germânicos por 1 x 0, gol do rubro-negro Gojoba, aos 39 minutos da etapa final. O Diario de Pernambuco do dia seguinte retratou a partida como de bom nível técnico (veja aqui).
A menchete do caderno de esportes foi “Seleção de Pernambuco justificou renome dos bi-campeões do mundo, derrotando a Alemanha”. Nada mal para uma equipe formada às pressas e que só realizou três coletivos.
Seleção Pernambucana em 1965: Dudinha (Sport); Gena (Náutico), Alemão (Sport), Baixa (Sport) e Jório (Santa Cruz); Gojoba (Sport) e Ivan (Náutico); Nado (Náutico), Bita (Náutico), Pelezinho (Sport) e Lala (Náutico).
Apesar das duas seleções de peso na terrinha, o estado não receberá um grande jogo na fase de grupos. Na sua opinião, qual será a melhor partida?
14/06 – Costa do Marfim x Japão
20/06 – Costa Rica x Itália
23/06 – Croácia x México
26/06 – Alemanha x Estados Unidos
Falta ainda um duelo nas oitavas de final, entre o 1º do grupo D x 2º do grupo C.
Vale lembrar que os EUA já estiveram em Pernambuco em uma Copa do Mundo. Em 1950, na Ilha, os americanos perderam do Chile por 5 x 2 (veja aqui).