A abertura da Série B já começou com confusão. O asterisco da rodada vai para a partida entre Joinville e Portuguesa, pois o time paulista deixou o campo após 17 minutos de bola rolando, devido a uma ação judicial que recolocaria a Lusa novamente na elite. Segue o imbróglio…
Os dois pernambucanos na disputa nesta temporada largaram com o empate. Em Bragança Paulista, o Alvirrubro foi buscar o empate, terminando em 2 x 2 com o Bragantino. No Arruda, o Tricolor cedeu a igualdade em 1 x 1 com o ABC.
A 2ª rodada dos representantes pernambucanos
26/04 – Náutico x Vila Nova (16h20)
26/04 – Portuguesa x Santa Cruz (16h20)
Um jogo da 1ª rodada, Joinville x Portuguesa foi cancelado. Segue sem data.
Dênis Marques foi bicampeão pernambucano pelo Santa Cruz em 2012 e 2013.
Artilheiro, DM9 marcou muitos gols no Arruda, levantando o povão. A conta, com a camisa tricolor, só parou por causa do extracampo. Nessas voltas do mundo do futebol, o atacante enfrentou o Tricolor pela primeira vez logo no retorno do clube à Segundona, numa campanha na qual ajudou.
Agora no ABC e treinado por Zé Teodoro, também bicampeão pela Cobra Coral, mas em 2011 e 2012, Dênis Marques foi decisivo neste sábado.
De cabeça, empatou o jogo (1 x 1), frustrando a torcida tricolor, ainda mais ressabiada com o técnico Vica após as eliminações no Nordestão e no Estadual.
Durante a semana, Léo Gamalho disse que o objetivo do Santa era não cair neste ano. A declaração irritou a torcida. Nesta tarde, talvez tenha ficado claro o que ele quis dizer. A equipe segue sem confiança, necessitando de reforços.
No Arruda, com apenas 10.024 pessoas, Betinho ainda abriu o placar, aos 20 minutos. O gol potiguar saiu aos 8 da etapa final. Havia bastante tempo para uma reação, mas o Tricolor não chegou nem perto de furar a defesa visitante.
Na Série B, com 38 longas rodadas, tropeços do tipo serão cruciais…
Atualização: Vica pediu demissão após 40 jogos no comando do Santa.
Apenas o goleiro Alessandro, da formação titular, foi escalado para a estreia timbu na Série B. O restante da equipe foi poupada visando a finalíssima do Estadual, na Arena.
No interior de São Paulo, na largada da Segundona, não faltou esforço. Não mesmo. Quem entrou quis aproveitar a chance. Faltou entrosamento e qualidade.
Para repetir 1988, 2006 e 2011, quando subiu, o Alvirrubro precisará ser reforçado, numa visão levando em conta até os titulares à disposição. Mesmo assim, o time suplente fez a sua parte. Com 60% de posse de bola, em Bragança Paulista, o Náutico conseguiu reagir, empatando em 2 x 2.
O primeiro gol paulista saiu num preciosismo do árbitro, deixando a bola rolar até os 48 minutos, apesar da plaquinha com dois minutos de acréscimo.
Aos 23 da etapa final, Léo Jaime ampliou, aproveitando os espaços na defesa alvirrubra. O lance praticamente decidia placar, mas o Náutico teve uma penalidade no minuto seguinte. Hugo bateu no cantinho e diminuiu. Era a reação.
A partir dai, chutes em direção à área paulista, sem sucesso. O empate só veio numa jogada individual, aos 45, com Leleu batendo de fora da área.
O time enviado a São Paulo conseguiu um pontinho importante e o grupo que permaneceu em Pernambuco ganhou mais gás para a finalíssima do Estadual…
Até 1999, o Campeonato Pernambucano jamais havia sido transmitido de forma regular na televisão. No máximo, alguns clássicos e decisões. Ainda assim, de forma intermitente. A última final exibida na tevê aberta, por exemplo, tinha sido em 1995.
Foi quando o narrador e apresentador Luciano do Valle decidiu apostar no mercado local. Ele já tinha tido uma experiência no Recife, quando exibiu para todo o país, na Band, a rodada de abertura do Estadual de 1996.
Portanto, Luciano tinha consciência do que estava fazendo ao comprar os direitos de transmissão de todo o campeonato por R$ 600 mil, com cotas de R$ 90 mil para Náutico, Santa Cruz e Sport. Ele mudou até a grade, com jogos ao vivo nas noites de segunda-feira, às 20h30, na TV Pernambuco, lançando inclusive Rembrandt Júnior. A emissora era de porte mínimo, mas com um novo produto, até então subestimado.
Os índices de audiência foram impressionantes, chegando aos 50 pontos, algo inacreditável para um canal que não saía do “traço”. Era o início de uma nova era.
O sucesso obrigou a Rede Globo Nordeste a se mexer, adquirindo o pacote completo em 2000, com as tevês aberta e por assinatura. Gastou R$ 1,92 milhão pelas quatro edições seguintes. Desde então, a emissora mantém a exclusividade na transmissão junto à FPF, já com contrato renovado até 2018.
Neste sábado, Luciano do Valle faleceu aos 66 anos, deixando um legado imenso na imprensa esportiva do país, com 43 anos de carreira na telinha.
Em Pernambuco, Luciano foi ainda mais importante para o futebol.
Foi o maior responsável por disponibilizar nas casas de todos os torcedores locais os jogos dos seus times. O que hoje é natural, começou por causa dele.
O Campeonato Brasileiro, com esta alcunha, surgiu em 1971.
No mesmo ano foi criada a segunda divisão nacional, intermitente. A terceirona teve a sua primeira edição disputada em 1981.
O quarto degrau do nosso futebol, já batizado de Série D, foi implantado em 2009. Por enquanto, o modelo profissional, via CBF, segue com quatro divisões.
Mas há quem imagine uma quinta divisão oficial. Sim, a Série E!
Somando todas as divisões, essa proposta totalizaria 664 times em ação. Já pensou?
De acordo com os dados do movimento Bom Senso FC, em apenas 22% dos jogos das Séries C e D os times se deslocam de ônibus. No restante das partidas, ou 78%, as viagens ocorrem de avião, elevando bastante o custo. Não por acaso, a despesa de cada jogo fica em R$ 100 mil, a partir do subsídio da Confederação Brasileira de Futebol.
O Bom Senso estipula um gasto bem menor para a CBF, de R$ 10 mil, desde que em 91% das partidas os clubes façam viagens de ônibus.
O investimento bruto da CBF seria o mesmo, de R$ 40 milhões, mas podendo incluir até mesmo uma quinta divisão. Nas últimas três séries (C, D e E), os campeonatos seriam “microrregionalizados”, algo como grupos com Pernambuco/Paraíba e Alagoas/Sergipe.
Somente na reta final haveria cruzamento com outras áreas, ainda assim, de forma regionalizada. Nada de clube atravessando o país para jogar. Só nas duas primeiras divisões, já estruturadas financeiramente (patrocínio e tevê).
Segundo o movimento dos jogadores, essa (enorme) mudança poderia evitar que 16 mil dos 20 mil atletas profissionais do país ficassem seis meses parados no ano. O mesmo ocorre com 583 dos 684 clubes do Brasil.
Confira as propostas do Bom Senso para as cinco divisões do Brasileirão.