O Náutico se manteve no G4 da Segundona após a 3ª rodada. O time alvirrubro caiu da vice-liderança para a quarta colocação. Teria encerrado o fim de semana na liderança caso não tivesse cedido o empate em 2 x 2 com o Ceará, no Castelão.
Já o Santa Cruz, que empatou pela terceira vez consecutiva em 1 x 1 mantém uma invencibilidade perigosa na tabela. Os corais caíram do 14º para o 15º lugar, apenas um pontinho acima do Z4.
A 4ª rodada dos representantes pernambucanos
10/05 – Santa Cruz x Luverdense (16h20)
10/05 – Joinville x Náutico (16h20)
Um jogo da 1ª rodada, Joinville x Portuguesa, foi cancelado por ordem judicial. Segue sem uma nova data. Há a possibilidade de o Joinville ganhar os pontos por WO.
O resultado foi frustrante no Castelão, mas durante mais da metade da partida o sentimento foi bem distinto…
O Náutico fez um excelente primeiro tempo. Marcou bem a saída de jogo do adversário, sobretudo Dê, fechando os espaços e buscando as suas chances.
De bola parada, o Alvirrubro abriu o placar com Rai, aos 25. Bela cobrança de falta. Desceu para o intervalo em vantagem e logo no comecinho da etapa final a situação ficou “perfeita”.
Aos 6 minutos, Careca foi derrubado na área. Pênalti para os pernambucanos e cartão vermelho para o Ceará. A tranquila conversão de Elicarlos encaminhou a vitória como visitante, que deixaria o Timbu na ponta da tabela.
Jogava bem, dois gols de vantagem, marcação ajustada, um jogador a mais. Tudo isso. Até que o time simplesmente abriu mão de jogar futebol.
Lisca continuava gritando na beira do campo, mas dentro das quatro linhas os alvirrubros passaram a rifar a bola, devolvendo-a de qualquer maneira ao Vozão. A preparação física já era a mesma para conter o rival.
De falta, Ricardinho diminuiu o placar, numa falha de Alessandro, que se atrapalhou com o efeito da pelota, sem tempo de reação.
O empate em 2 x 2 neste sábado foi decidido aos 40, em jogada individual de Gil. Antes, o time de Fortaleza já havia desperdiçado duas oportunidades.
O Náutico segue invicto na Série B, somando o segundo ponto longe do Recife. Desta vez, o cenário foi o oposto ao da estreia, quando foi buscar o 2 x 2.
Em Bragança Paulista, trouxe um ponto. Em Fortaleza, deixou de ganhar dois…
No dia seguinte ao lamentável episódio na saída do Arruda, a Secretaria de Defesa Social (SDS) divulgou o vídeo com o momento exato do crime. Imagens captadas pelas câmeras do órgão, na Rua das Moças.
Mesmo vendo, segue difícil de acreditar que o futebol chegou a isso.
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva deverá oferecer denúncia contra o Santa Cruz sobre a morte do torcedor após o jogo contra o Paraná.
Entretanto, de forma preventiva, a CBF já puniu o Tricolor…
O Arruda está interditado, através de decisão administrativa publica pela entidade.
Os corais deverão atuar na Arena Pernambuco, cujo acordo para uma partida, contra a Luverdense, já estava assinado.
Resta saber agora o tamanho da possível (provável) punição ao clube.
Em caso de jogos com portões fechados, como preza a nova diretriz do STJD – aplicada inclusive no Sport na Copa do Nordeste -, nem a Arena seria a solução…
A partida entre Santa Cruz e Paraná teve um público baixíssimo, apesar dos 8.029 torcedores anunciados. Provavelmente contabilizando a troca do Todos com a Nota, mesmo com muitas pessoas desistindo de ir ao jogo por causa da forte chuva na cidade.
Mesmo assim, mesmo vazio, o estádio foi palco de cenas de violência, com brigas de supostos membros de torcidas organizadas.
Acredite, não foi a primeira vez que lançaram uma privada do anel superior do Arruda. Na Ilha do Retiro já fizeram algo parecido.
Desta vez, infelizmente, a tragédia anunciada há tempos aconteceu.
Uma vítima fatal, mais uma no futebol pernambucano, com uma indecente política pública de segurança. O primeiro homicídio com uma relação direta ao futebol local aconteceu em 18 de março de 2001, num confronto entre Jovem e Fanáutico. Desta vez, Inferno Coral versus a uniformizada visitante, com apoio de membros da Jovem, numa ramificação que se estende a quase todas facções do país.
Esse tema, com o uso do futebol como proliferação da violência por parte das organizadas, é recorrente. A segurança nos jogos, sobretudo na capital, precisam da mão firme do governo do estado, há tempos ignorando o cenário caótico.
O planejamento é baseado no aumento do efetivo, no choque. Investigação? É algo quase nulo. Prisão? Inexistente.
Assim, Paulo Ricardo Gomes da Silva, 26 anos, morador do Pina e torcedor do Sport, entra na estatística como mais uma vítima da violência no futebol.
Uma morte difícil de aceitar, mas cujos indícios eram evidentes…