Ceará e Vasco foram derrotados de forma surpreendente na 17ª rodada do Brasileiro, aumentando a briga pela liderança, com Avaí e América-MG próximos (somaram três pontos). Em relação aos pernambucanos, quatro pontos.
O Timbu fez 3 x 2 no Oeste, de virada, e se distanciou do Z4, dando fôlego para voltar a pensar em algo mais na Série B. Já o Santa, apesar da expectativa sobre o time, mantém um rendimento bem irregular. Somou um ponto fora de casa (0 x 0 com o Sampaio), sendo ultrapassado pelo rival alvirrubro.
No G4, um cearense, um carioca, um catarinense e um mineiro.
A 18ª rodada dos representantes pernambucanos
23/08 – Náutico x América-RN (16h10)
23/08 – Avaí x Santa Cruz (16h10)
A tabela segue incompleta. Na 16ª rodada, devido à morte do ex-governador de Pernambuco, Santa x Bragantino foi adiado – e ainda sem data.
O empate sem gols no Castelão foi mesmo digno do jogo disputado entre Sampaio Corrêa e Santa Cruz, nesta terça.
O técnico Sérgio Guedes havia passado os últimos dias dando entrevistas com sinais de que armaria um time mais ofensivo, compacto. Ficou no discurso.
Keno e Pingo cansaram de correr mais do que a bola, de errar passes curtos. Léo Gamalho, mais técnico, ainda teve algumas oportunidades, mas esteve a maior parte da noite isolado lá na frente.
Nas laterais, destaque negativo para Renatinho, numa queda de produção assustadora. Não rende no ataque e boa parte dos principais lances adversários são nas suas costas. A volta de Tiago Costa é necessária.
O empate em 0 x 0 ainda teve quatro bolas na trave, é verdade, sendo duas da Bolívia Querida no primeiro tempo e duas da Cobra Coral no segundo. Mas nem isso tornou a partida mais interessante. Havia resquício da final da Série C.
Com um jogo a menos na Série B, o Tricolor acabou ficando mais atrás na luta pelo G4. Na verdade, foi até ultrapassado pelo rival Náutico (24 x 23 pontos).
O baque do Santa Rita ainda não foi digerido. A falta de uma atuação convincente só deixa o processo lento. E nem o discurso está mais ajudando…
A chegada de Dado Cavalcanti realmente mudou a cara do Timbu.
Em duas partidas, com pouco treino e muita conversa, duas vitórias. Após o bom resultado em Cuiabá, o time encaixou o segundo triunfo seguido.
Na Arena Pernambuco, o jogo foi de muita luta e pouca paciência.
O Oeste, adversário na briga contra o Z4, ficou em vantagem duas vezes nesta terça, em duas falhas grotescas da defesa. Uma na falta de combate num contragolpe e outra numa desatenção na área após uma bola alçada.
No primeiro tempo, os dois gols alvirrubros saíram no sufoco, com Mario Risso (cabeça) e Crislan (voleio). Antes, a torcida pedia a entrada de Marinho – que de certa forma surpreendeu ao não constar entre os titulares.
Como Crislan machucou o ombro ao marcar o seu tento, Marinho acabou mesmo sendo acionado no ataque. Com personalidade, puxando as jogadas, ele melhorou o time. Num elenco limitado, o atacante sobra.
Outra boa peça, o argentino Cañete enfim pôde jogar. Expulso na estreia, desta vez se controlou em campo e ajudou. Demais até…
Foi dele o gol da vitória por 3 x 2, numa bola chorada, mas muito comemorada.
As duas vitórias seguidas pressionam agora a diretoria a também fazer a sua parte, quitando os salários, dando tranquilidade ao elenco (é preciso).
No sábado, a chance de engatar a sequência, com outra atuação na Arena, às 16h10 contra o América de Natal. Ou vai ou racha.
“Eu quero que alguém me diga como se faz um campeonato de futebol com apenas 12 datas. Me diga você”.
Durante uma conversa por telefone, o presidente da FPF, Evandro Carvalho, não fez a menor questão de esconder a insatisfação com o calendário da CBF para 2015. O dirigente tem na confederação uma aliada a toda prova, ou quase isso, pois desta vez criticou a entidade, algo raríssimo em sua gestão.
Na ligação, tive que responder à indagação. Considerando que o Pernambucano tem doze clubes, poderia ser disputado com um turno completo, de onze rodadas, e uma decisão em jogo único entre os dois primeiros colocados.
A resposta foi imediata, quase esperando o formato…
“A gente também pensou esse regulamento aqui, mas onze jogos num turno e final de um jogo dexaria campeonato ridículo. É um absurdo! Os grandes (do Recife) vão jogar só uma vez? Cadê os clássicos, a renda? Essa situação (doze datas) vai dar muito trabalho para a gente conseguir um caminho legal. A CBF cedeu ao Ministério Público, ao Clube dos 13, ao Bom Senso FC, a todo mundo, mas acabou prejudicando os clubes pequenos.”
Questionado pelo blog se lutaria para ganhar mais algumas datas, ao menos para uma fase preliminar envolvendo os times intermediários, o mandatário não só confirmou o pleito como disse o que o aguarda…
“O ano do futebol profissional não pode começar só em 1º de fevereiro. Isso só funciona para os maiores times do país, que já estão até negociando amistosos internacionais. Enquanto isso, os pequenos não têm como ficar um mês sem atividade (a pré-temporada oficial será de 7 a 31 de janeiro). O menor contrato possível com um atleta é de três meses de duração. Os clubes não vão aceitar fazer isso para jogar só onze vezes. Não tem como! Vou lutar para ter jogos em dezembro e janeiro (como em 2013/2014, com a Taça Miguel Arraes). Vou ter uma guerra em cima de mim. Já sei disso…”
A preocupação do mandatário deve-se à própria imagem, com a possível repercussão negativa de jogos no meio da pré-temporada país afora.
Apesar da norma exposta no novo calendário, o raciocínio de Evandro até faz sentido, sobretudo para os clubes menores. Impor o período de férias em dezembro é uma restrição às Séries A e B e aos melhores das Séries C e D. Isso contempla cerca de 50 times, num universo de 684 agremiações brasileiras em atividade. Atualmente, 16 mil dos 20 mil jogadores federados ficam seis meses parados, num estudo do próprio movimento Bom Senso (veja aqui).
Em seguida, Evandro, claro, valorizou o seu peixe…
“No Brasil, só dois campeonatos estaduais são rentáveis. São Paulo e Pernambuco (por causa do Todos com a Nota). Sem campeonato, não tem como manter os times do interior. Os times do Clube dos 13 (grupo que nem existe mais, mas numa afirmação válida para os grandes do Brasil) só pensam na sobrevivência deles.”
Vale destacar que o estado só terá doze datas por causa do Nordestão, que será realizado paralelamente. Na maior parte do país serão 19. Porém, apenas três pernambucanos disputarão as duas competições (Sport, Náutico e Salgueiro). Ou seja, o Santa só terá doze jogos até o Brasileiro…
Seguindo o prazo dado do Estatuto do Torcedor, a FPF tem até o fim de outubro para apresentar uma solução para a 101ª edição do Estadual. O presidente da federação encerrou a entrevista com uma sentença.
“O mínimo para um campeonato é ter 15 datas. Menos que isso não se faz”.
Ou seja, o mínimo seria justamente o regulamento adotado em 2014, com turno único e semifinal e final, ambos em ida e volta.
A última vez que um campeão pernambucano jogou no máximo doze partidas foi em 1943, quando o Leão foi campeão com apenas oito jogos, mas num torneio confuso, com oito jogos não realizados e no qual o Timbu pediu a desfiliação.
Você concorda com Evandro? Como você faria um torneio com 12 jogos?