A prévia de Ceará x Náutico trazia ao menos duas formas de observar o nível técnico do confronto nordestino. Pela classificação da Série B, com os alvirrubros em 6º lugar, mirando sempre o G4, e os alvinegros em 18º, tentando sair do Z4. E num retrato mais curto da tabela, com as últimas dez rodadas, o Vozão subia para o 12º lugar e o Timbu caía para o 14º. Aí, era possível enxergar o momento de cada um. Numa curva descendente, o time de Lisca necessitava pontuar fora de casa, ainda mais com dois jogos seguidos longe da Arena.
A descrença no Castelão era real, mas melhorou com o primeiro tempo, num jogo franco, com boas oportunidades para cada lado. Hiltinho chegou a acertar a trave. Como três zagueiros, a saída de um para a entrada de um meia poderia gerar mais articulação, mas a escolha de Rogerinho (mudança de praxe de Lisca) não surtiu efeito. Aliás, surtiu, com mais espaço para um rival mordido. O atual campeão regional jogou como se fosse uma final, chegando à vitória com um gol de Rafael Costa, que desperdiçara várias chances, 1 x 0.
Na área técnica, o treinador alvirrubro chutava copinhos d’água, irritado com o desempenho. Talvez consciente de sua parcela de culpa ou pela falta de reação fora do estado. Com o revés (e o empate do CRB fora), o rendimento como visitante agora é o pior da Segundona: 1 vitória, 3 empates, 8 derrotas e saldo -12. Aproveitamento de 16%, quase incompatível com o acesso. Nas duas classificações nos pontos corridos, 24% em 2006 e 33% em 2011.
Mais nada o que falar desse papelão.
Os cearenses perderam uma chance de ouro de melhorar seu saldo de gols. Só 1 a 0 é imoral em um time comandado por Belisca.