Se preparando para os Jogos do Rio, o Brasil vence os EUA na Ilha do Retiro

Amistoso, 2015: Brasil (olímpico) x EUA. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Nos Jogos Olímpico do Rio de Janeiro, em 2016, a Seleção Brasileira deverá ser comandada por Dunga, tendo Neymar com a camisa 10. Ainda sem os dois, com Rogério Micale, do júnior, na função de técnico, o time verde e amarelo veio ao Recife para dar sequência à preparação em busca do ainda inédito ouro olímpico, como em 1972 e 1976. Na Ilha do Retiro, com folga na arquibancada, a Canarinha venceu os Estados Unidos por 2 x 1. Se o jogo não foi dos melhores, numa busca pelo entrosamento, ao menos terminou com aplausos da torcida.

Apenas 6.902 pessoas encararam a peleja, pouco divulgada pela organização – foram só doze dias desde o anúncio, com gente “descobrindo” o amistoso no dia. Por outro lado, os que foram mostraram um comportamento ordeiro, com as camisas e bandeiras de Sport, Santa e Náutico misturadas. Bons tempos.

Amistoso em 2015, Brasil (olímpico) 2x1 EUA. Foto: CBF/twitter

Sobre o jogo, muita pegada. Os americanos se armaram na defesa, mas o Brasil se impôs. Pouco antes do intervalo, Gabigol (Santos) marcou o primeiro, driblando o goleiro. Na retomada, Luan (Grêmio) mandou no ângulo e ampliou – no domingo, na mesma Ilha, parou em Danilo Fernandes. Destaque também ao camisa 5, Lucas Silva, do Olympique de Marselha, com duas assistências.

De pênalti, os gringos diminuíram. Ficaram com um a mais em campo, mas tecnicamente estavam bem abaixo, sem forças para o empate. No finzinho, ainda entrou o carismático Valdívia, do Internacional, para a alegria da torcida. Foi a 5ª vez que a Ilha recebeu o Brasil. Nas anteriores, duas vezes com a seleção principal, em 1956 e 1969, com vitórias sobre a seleção pernambucana, e duas com a própria seleção olímpica, ambas em 1976, vencendo o dono da casa, o Sport, e perdendo para o Santa.

Amistoso, 2015: Brasil (olímpico) x EUA. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

A customização da Ilha do Retiro através da CBF

A Ilha do Retiro também passou por um processo de customização temporária para receber a Seleção Olímpica do Brasil, como ocorreu no centro de treinamento do Sport em Paratibe, com uma sala de imprensa a la Granja Comary. Os banners no estádio rubro-negro, localizados na arquibancada, torres de iluminação, bancos de reservas e saída dos vestiários, foram trocados por emblemas azuis com o distintivo da CBF, feitos sob medida por uma empresa terceirizada e sem qualquer patrocínio, uma vez que o estádio fica com “mando da confederação” nos amistosos da Canarinha no país.

As mudanças visuais também ocorreram internamente, no corredor de acesso ao gramado e no vestiário, estilizado para os 20 jogadores convocados para a partida contra o Estados Unidos – tudo devido divulgado pelos canais oficiais da CBF,através do site oficial, twitter e canal de tevê. Por fim, uma sala de imprensa numa estrutura armada no estacionamento do estádio. Esse trabalho de marketing visa focar apenas a imagem da Seleção, dando uma cara exclusiva ao palco do amistoso. Já havia sido executado na Arena da Amazônia em 2015, neste início de preparação do time Sub 23, e também foi montado (em três dias é possível finalização a ação) no Mangueirão, encerrando a agenda desta temporada.

Arquibancada frontal

Ilha do Retiro com placas da CBF no amistoso da Seleção Olímpica. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Portão de entrada para a arquibancada

Ilha do Retiro com placas da CBF no amistoso da Seleção Olímpica. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Banco de reservas

O banco de reservas da Ilha do Retiro no amistoso da Seleção Olímpica. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Túnel de acesso

Saída do vestiário da Ilha do Retiro no amistoso da Seleção. Foto: Ricardo Fernandes/DP/DA. Press

Vestiário

Ilha do Retiro com placas da CBF no amistoso da Seleção Olímpica. Foto: CBF/Twitter

Sala de imprensa

Sala de imprensa montada na Ilha do Retiro. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

A Seleção Olímpica no Recife, com revés para o Santa e título do Pré-Olímpico

Amistoso em 1972, no Arruda. Brasil (olímpico) 0 x 1 Santa Cruz. Foto: Arquivo/DP

O amistoso entre Brasil e Estados Unidos, na Ilha do Retiro, é a nona apresentação da história da Seleção Olímpica no Recife. Em 1972 e 1976, o time verde e amarelo, chamado na época de “seleção de novos” também se preparou na capital pernambucana, com seis jogos no Arruda, ainda numa época sem o anel superior, e dois na própria Ilha. O primeiro jogo do time olímpico aconteceu em 7 de junho de 1972. Já classificado aos Jogos de Munique, o Brasil enfrentou justamente o dono da casa, o Santa Cruz, com os 22.426 espectadores divididos na torcida do Mundão, inaugurado apenas três dias antes.

Assim como em 1934, quando venceu a seleção principal por 3 x 2, no antigo Campo da Avenida Malaquias, o Tricolor também ganhou do escrete olímpico, com um solitário gol do atacante Betinho, após tabela com Luciano Veloso. No Diario de Pernambuco, o caderno esportivo destacou: Gol histórico de Betinho na vitória tricolor. Uma curiosidade no amistoso foi o fato de o Brasil ter atuado com um jogador do próprio Santa, Zé Carlos, conhecido posteriormente como “Zé Carlos Olímpico”, devido à participação na Olimpíada. Ah, o time nacional ainda contava com Paulo Roberto Falcão, do Inter, então com 19 anos – aquela equipe ficaria em 13º lugar no torneio olímpico.

Quatro anos depois, o Recife recebeu o Pré-Olímpico de futebol. Na preparação, disputou amistosos contra Sport (vitória) e Santa (derrota). Já o qualificatório contou com seis países, com o Brasil – novamente com um jogador coral convocado, Santos – conquistando o título, e a vaga para Montreal, de forma invicta. Só não ganhou na estreia, contra o Uruguai, diante 12.926 torcedores. Na final, numa rodada tríplice, vitória sobre a Argentina com show de Cláudio Adão, com 9.209 pessoas presentes. No dia 2 de fevereiro, o jornal estampou o resultado na manchete: Brasil é campeão do Torneio Pré-Olímpico. Na Alemanha o time acabaria em 4º.

O novo capítulo faz parte da história para os Jogos do Rio, em 2016…

Amistoso
07/06/1972 – Brasil 0 x 1 Santa Cruz
16/01/1976 – Brasil 4 x 2 Sport*
18/01/1976 – Brasil 0 x 1 Santa Cruz*

Pré-Olímpico
21/01/1976 – Brasil 1 x 1 Uruguai
25/01/1976 – Brasil 4 x 0 Colômbia
27/01/1976 – Brasil 2 x 1 Chile
29/01/1976 – Brasil 3 x 0 Peru
01/02/1976 – Brasil 2 x 0 Argentina

* Os jogos-treinos disputados na Ilha do Retiro

Pré-Olímpico de 1976, no Arruda, Brasil 2 x 0 Argentina. Foto: Arquivo/DP

Podcast 45 (186º) – Santa firme no G4, Náutico no limite e declaração de Trajano

O Santa Cruz se isolou na 4ª colocação a três rodadas do fim da Série B. A situação do campeão pernambucano foi o primeiro assunto no 45 minutos, abordando a atuação do time coral e as contas necessárias para conquistar o acesso. Na sequência, o empate do Náutico e as consequências, obrigando, na prática, o time a vencer os três jogos restantes para seguir com chances. E se somar sete pontos, há chance? Pequena, mas esmiuçamos. Por fim, a polêmica em torno do Sport, chamado pelo experiente comentarista José Trajano de “time pequeno” durante o programa Linha de Passe, da ESPN Brasil. O contexto se referia ao goleiro Danilo Fernandes, que só poderia ser convocado atuando em um clube maior. Rendeu um bom debate no podcast.

Confira um infográfico com as principais atrações do programa aqui.

Nesta 186ª edição, estive ao lado de Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!