Os 40 anos da primeira grande campanha do Nordeste na Série A, do Santa Cruz

Série A 1975, semifinal: Santa Cruz 2x3 Cruzeiro. Foto: Diario de Pernambuco/arquivo

A volta do Santa Cruz à Série A, em uma histórica epopeia, ocorreu justamente no 40º aniversário da maior campanha do clube na competição, na primeira vez em que um nordestino alcançou a semifinal. Em 1975, após a criação do Campeonato Brasileiro, no embalo da Taça Brasil e do Robertão, o futebol da região seguia longe de qualquer disputa real. Até o esquadrão tricolor, vivendo o seu auge, desconstruir favoritos (Palmeiras 2 x 3 Santa e Flamengo 1 x 3 Santa), esbanjar categoria e ficar a um triz da glória máxima. Em 7 de dezembro, numa tarde de domingo, diante de 38.118 torcedores no Arruda, o time de Givanildo Oliveira, Ramón e Fumanchu deixou a alma em campo.

Série A 1975, semifinal: Santa Cruz 2x3 Cruzeiro. Foto: Diario de Pernambuco/arquivo

Em um jogo disputadíssimo contra um Cruzeiro de craques como Nelinho, Palhinha e Piazza, os corais só foram derrotados com um tento aos 45 do segundo tempo. A grande queixa naquele dia, num misto de orgulho e frustração, foi no primeiro gol celeste, pouco antes do intervalo. Zé Carlos estaria impedido, com o bandeira Bráulio Zanoto fazendo vista grossa e o árbitro Romualdo Arppi Filho validando o lance – saíram do estádio escoltados pela polícia. Àquela altura, o dono da casa vencia a semifinal, em jogo único, após a penalidade convertida por Fumanchu. Com outro gol de pênalti do atacante coral, o Santa quase forçou a prorrogação, mas num vacilo da defesa, Palhinha, que já havia feito o segundo, levou vantagem e tocou na saída de Jair, 2 x 3.

Série A 1975, semifinal: Santa Cruz 2x3 Cruzeiro. Foto: Diario de Pernambuco/arquivo

Enquanto os mineiros partiram para final do Brasileirão já com a vaga à Taça Libertadores, onde acabariam campeões continentais no ano seguinte, o Tricolor encerrou a sua brilhante campanha em 4º lugar, com 13 vitórias, 10 empates e 6 derrotas. Naquela década, Givanildo, Carlos Alberto Barbosa e Nunes, destaque posterior, chegaram a ser convocados para a Seleção Brasileira diretamente em Pernambuco. Vestindo a camisa de três cores. Sem dúvida alguma, a campanha em 1975 quebrou uma grande barreira interpretativa na época. Pois técnica havia nessas bandas, no Terror do Nordeste.

Veja a capa do Diario de Pernambuco no dia seguinte à semifinal aqui.

9 Replies to “Os 40 anos da primeira grande campanha do Nordeste na Série A, do Santa Cruz”

  1. Hoje a taça Brasil equivale a série A do Brasileirão, então isso significa que o Bahia foi o primeiro time nordestino a fazer a maior campanha, em 1959 foi campeão da taça Brasil. O Náutico em 1967 foi vice-campeão da taça Brasil e o próprio santa cruz foi terceiro colocado em 1960.

  2. Naquele ano, o Sport foi campeão pernambucano após 13 anos sem título, mas levou uma das maiores goleadas do Santa, 5 x 0;

    Na semifinal do brasileiro, 1975, o Santa ficou sem o seu principal articulador no ataque, o Ébano do Arruda, Mazinho. E fez muita falta. Era como comparar Zico no Flamengo e Pelé no Santos.

  3. O Santa cruz fez a melhor década de um time nordestino. A década de 70 nos deu sete estaduais, sendo penta na ilha, artilheiro do brasileiro, maior invicto do Brasil em 1978 além do honroso quinto lugar, ainda brilham os em 1977 e um gol nos tirou da semi-Final novamente. 1975 nos roubaram no primeiro gol deles.

  4. Eitaaaaa,olha a torcidinha do “se”! kkkkk Só tenho uma coisa a dizer pra vcs: “Se” tu tivestes nascido SPORT serias campeão do Brasil! PST..

  5. Nossa história é contada assim, como vimos, de maneira simples, sem rodeios, segredos ou tribunais. Nosso orgulho é de termos artilheiros consagrados no mundo todo. Orgulho também de desbravar o Brasil “passeando” por todas as suas divisões e voltando de maneira gloriosa ao seu lugar de origem. O torcedor coral acima de tudo, é vacinado. Isto mesmo, estamos imunes às mazelas que atingem a mentalidades megalomaniacas dos que em breve estaram nesse blog rasgando o verbo e estrapolando os limites da rivalidade clubistica. Sem mais delongas, SAUDAÇÕES CORAIS E UM ABRAÇO “EL MEGA BISONHOTE BABALORORIXATO DE GALOXXX”…

  6. Se eu pudesse mudar alguma coisa no passado, seria o resultado dessa partida. Tenho convicção de que o Santa teria sido campeão, uma vez que a final seria em jogo único no Arruda, lugar onde já tínhamos vencido o Internacional durante o campeonato. Mas isso infelizmente não aconteceu e a final foi no Beira Rio, vencida pelo Inter por 1×0, gol de Don Elías Figueroa.

    Como lembrado no post, o Cruzeiro foi pra Libertadores e acabou sendo campeão do torneio no ano seguinte, numa vaga conquistada aos 46 minutos do segundo tempo (numa época em que os acréscimos ainda não existiam oficialmente). Se tivéssemos ganhado (ou nos tivessem deixado ganhar), teríamos reescrito a história.

    Uma curiosidade pessoal sobre essa partida é que meu pai e um dos meus tios foram ver este histórico jogo “in loco”. Era a primeira vez do meu tio Ezequiel no Arruda. Foi a primeira e a única vez. Nunca mais quis saber de futebol depois da decepção desse dia, e hoje só acompanha (e raramente) a Seleção Brasileira, para torcer CONTRA.

  7. A ficha técnica da semifinal do Brasileirão de 1975:

    Santa Cruz 2 x 3 Cruzeiro (07/12/1975)

    Local: Arruda. Árbitro: Romualdo Arppi Filho (SP). Gols: Fumanchu (pênalti) aos 32 e Zé Carlos aos 43 do 1º; Palhinha aos 2, Fumanchu (pênalti) aos 28 e Palhinha aos 45 minutos do 2º tempo. Cartões Amarelos: Pedrinho e Carlos Alberto Rodrigues, Vanderlei e Palhinha. Público: 38.118 torcedores

    Santa Cruz: Jair; Carlos Alberto Barbosa, Lula, Levir Culpi e Pedrinho; Givanildo, Carlos Alberto e Alfredo (Volnei); Fumanchu, Ramón e Pio. Técnico: Paulo Emílio

    Cruzeiro: Raul; Nelinho, Morais, Darci Menezes e Vanderlei; Piazza, Zé Carlos e Eduardo Amorim (Isidoro); Roberto Batata, Palhinha e Joãozinho. Técnico: Zezé Moreira

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