Pernambucano passa de 100 mil pessoas nas arquibancadas após 68% dos jogos

Pernambucano 2016, 5ª rodada: Sport 2 x 0 Náutico. Crédito: Premiere/reprodução

O Campeonato Pernambucano precisou realizar 68% dos 92 jogos previstos em 2016 para ultrapassar a básica barreira de 100 mil torcedores contabilizados. Nas últimas rodadas, a média geral teve uma tímida evolução, com 1.392, 1.587 e 1.651. O salto deve ocorrer mesmo no mata-mata. Até lá, por mais que o hexagonal do título tente colaborar, o outro hexagonal, o da permanência, joga contra. Nesta atualização do levantamento de público e renda, feito pelo blog, foram somados seis jogos da fase que irá rebaixar dois clubes, com apenas 1.298 espectadores. O índice foi de 216 testemunhas! Inviável.

Sobre o ranking de público total, o Sport conseguiu alcançar a média de 10 mil. No entanto, o clube já disputou os seus dois clássicos na fase classificatória, ambos com 14 mil torcedores. O Náutico ainda jogará um, enquanto o Santa – atual “campeão das arquibancadas” – terá dois clássicos no Arruda. Já em relação à arrecadação, com R$ 1,6 milhão, a FPF já recolheu R$ 132.923, fazendo valer a taxa de 8% sobre todas as bilheterias.

Dados atualizados até 1º de março, com a 5ª rodada do hexagonal do título e a 8ª rodada do hexagonal da permanência.

1º) Sport (3 jogos como mandante, na Ilha do Retiro)
Público: 31.889 torcedores
Média de 10.633
Taxa de ocupação: 38.75%
Renda: R$ 679.217
Média: R$ 226.405
Presença contra intermediários (1 jogo): T: 2.786 / M: 2.786

2º) Náutico (2 jogos como mandante, na Arena)
Público: 12.189 torcedores
Média de 6.094
Taxa de ocupação: 13,29%
Renda: R$ 305.385
Média de R$ 152.692
Presença contra intermediários (1 jogo): T: 2.893 / M: 2.893

3º) Santa Cruz (2 jogos como mandante, no Arruda)
Público: 11.625 torcedores
Média de 5.812
Taxa de ocupação: 11,49%
Renda: R$ 116.800
Média de R$ 58.400
Presença contra intermediários (2 jogos): T: 11.625 / M: 5.812

4º) Salgueiro (2 jogos como mandante, no Cornélio de Barros)
Público: 7.295 torcedores
Média de 3.647
Taxa de ocupação: 30,21%
Renda: R$ 27.537
Média: R$ 13.768

5º) Central (6 jogos como mandante, no Lacerdão)
Público: 17.017 torcedores
Média de 2.836
Taxa de ocupação: 14,18%
Renda: R$ 333.675
Média de R$ 55.612

6º) América (5 jogos como mandante, sendo 3 no Ademir, 1 na Ilha e 1 no Arruda*)
Público: 4.581 torcedores
Média de 916

Taxa de ocupação: 3,96%
Renda: R$ 80.290
Média de R$ 16.058 
* Ainda houve mais um jogo de portões fechados

Geral – 62 jogos (1ª fase, hexagonais do título e da permanência e mata-mata)*
Público total: 102.363
Média: 1.651 pessoas
Arrecadação: R$ 1.661.549
Média: R$ 26.799
* Foram realizadas 63 partidas, mas 1 jogo ocorreu de portões fechados.

Fase principal – 15 jogos (hexagonal do título e mata-mata)
Público total: 77.115
Média: 5.141 pessoas
Arrecadação: R$ 1.444.414
Média: R$ 96.294

As médias das fases principais anteriores (hexagonal do título e mata-mata):
2015 – 10.122 pessoas (38 jogos)
2014 – 11.859 pessoas (38 jogos)

Pernambucano 2016, 5ª rodada: Central 0x1 Santa Cruz. Crédito: Rede Globo/reprodução

As referências pernambucanas no bar temático de futebol em São Paulo

Bar São Cristóvão, em São Paulo. Foto: Cassio Zirpoli/DP

Ao entrar em um bar temático de futebol, a reação do público é quase sempre a mesma. A procura de uma relação com a sua origem, pela representatividade. Seja com uniforme, foto, flâmula, ingresso, faixa de campeão, carteira de sócio etc. Numa passagem em São Paulo, fui ao bar São Cristóvão, homenageando o carismático (e frágil) clube carioca que revelou Ronaldo Fenômeno.

Fincado na Vila Madalena desde abril de 2000, o local conta com incontáveis peças, até no teto. Barça e Real? Estão lá, mas se ficasse nisso, francamente, não teria tanta graça. Vá além. Pense em Auto Esporte-PB, Alecrim-RN, Galícia-BA. Estão todos lá. Muitas levadas pelos próprios clientes. O motivo? A presença do rival na parede. O futebol pernambucano, claro, está representado. Logo na entrada, uma flâmula do Sport sobre o título da Copa do Brasil de 2008 – admito que esta me causou surpresa, pois caso o Timão tivesse ficado com o título, seria bem improvável encontrar o mesmo objeto num bar no Recife.

Dentro, uma faixa do Santa Cruz pelo título estadual de 2011 e uma flâmula antiga do Náutico. Na parede do espaço central, duas pequenas garrafas de cachaça de Central e Porto, juntas. Reconhecido nacionalmente (pela ruindade), o Íbis também se faz presente com um uniforme. No bar ainda é possível ver adesivos dos clubes na chopeira e até uma bandeira do Leão

Ao sair do bar, a reação é quase sempre a mesma… Tirar fotos.

Bar São Cristóvão, em São Paulo. Foto: Cassio Zirpoli/DP

Bar São Cristóvão, em São Paulo. Foto: Cassio Zirpoli/DP

Bar São Cristóvão, em São Paulo. Foto: Cassio Zirpoli/DP

Bar São Cristóvão, em São Paulo. Foto: Cassio Zirpoli/DP

O adeus a Leonardo, o ídolo da Ilha

Leonardo comemorando um gol pelo Sport em 2000. Foto: Sport/site oficial

Leonardo, o maior campeão pelo Sport.

7 títulos pernambucanos (1992, 1994, 1996, 1997, 1998, 1999 e 2000)
2 títulos nordestinos (1994 e 2000)

Integrante de uma das maiores safras reveladas na Ilha do Retiro, junto a Juninho Pernambucano, Chiquinho e Adriano. Todos com passagens na Seleção Brasileira. Qualidade técnica indiscutível, inesquecível. Craque.

Com a camisa rubro-negra foram 367 jogos e 136 gols, sendo o terceiro maior artilheiro da história do clube. Nem era o camisa 9. Com muita mobilidade, vestiu a camisa 7 e infernizou as defesas adversárias. Caindo pelas pontas, driblando, batendo cruzado. Entre outros feitos, foi artilheiro do Estadual em 1997 e 1999, marcou cinco gols no Mineirão num inesquecível 6 x 0 sobre o Atlético e liderou o Sport em suas grandes campanhas no Brasileirão na década de 1990.

134 gols, o maior artilheiro leonino em competições oficiais
33 gols, o maior goleador do clube na Série A

Sem dúvida, foi um dos maiores nomes do Leão, com a sua passagem toda documentada em vídeos e narrações desde a sua chegada de Picos, aos 18 anos. O Sport cresceu com o atacante e vice-versa. Em uma longa carreira, também atuou em outros clubes, inclusive no maior rival, mas a sua imagem se confunde mesmo com o Leão. Aos 41 anos, Leonardo faleceu vítima de uma neurocisticercose, após quase um mês internado.

Jovem demais, sem direito a um jogo de despedida, uma lacuna irreparável.

Certamente, foi o ídolo de muita gente, sendo o meu primeiro no Sport.

Obrigado, Leonardo…

Ademir Cunha ganha a cara do América, ainda longe do status estrutural de 1982

Estádio Ademir Cunha após nova pintura em fevereiro de 2016. Crédito: twitter.com/america_pe

O estádio Ademir Cunha foi inaugurado em 9 de maio de 1982, após dois anos de obras. Orçado em 300 milhões de cruzeiros, o palco, o mais moderno do Grande Recife até então, foi concebido para receber até 30 mil torcedores, em normas de segurança bem distintas das atuais. Num amistoso de portões abertos, com ocupação máxima, o Sport venceu o Paulistano por 2 x 0, com Betinho marcando de pênalti o primeiro gol da história e mexendo no placar eletrônico, inédito no estado, como frisou o Diario de Pernambuco. Foi a casa do Paulistano até 1993, caindo em desuso, com a evidente falta de cuidados da prefeitura. Em 2005, o extinto Manchete atuou por lá, mas a pá de cal veio no ano seguinte, com o tumulto no jogo Estudantes x Sport, superlotado.

Estádio Ademir Cunha após nova pintura em fevereiro de 2016. Crédito: www.blogdomequinha.com.b

Foram cinco anos de interdição até adoção do América, um andarilho do futebol local desde o América Parque. Se comprometeu junto ao Ministério Público com a manutenção e passou a jogar lá, mesmo com a situação ainda precária, com o público já limitado a 12.500. A classificação à fase principal do Estadual de 2016 chamou a atenção devido aos confrontos contra os grandes. Dito e feito, com o (justo) veto de 40 dias. Com a ajuda de colaboradores, o alviverde adquiriu 80 metros de tapete de grama para contornar os buracos do campo e reabrir a sua “casa”. Além de reformas (bancos, banheiros etc), a arquibancada recebeu uma mão de tinta. Do cimento aparente passando pelo branco, amarelo e agora o verde, como registra o Blog do Mequinha. Outra cara.

Estádio Ademir Cunha com a pintura antiga no início de fevereiro de 2016. Crédito: Júlio Jacobina/DP