Conselho do Náutico antecipa eleição em julho, mas presidente só assume em 2018

Reunião do Conselho Deliberativo do Náutico. Foto: Conselho Deliberativo do Náutico/twitter (@CD_Nautico)

Bienal, a eleição para a presidência executiva do Náutico tradicionalmente ocorre no mês de dezembro. Em reunião extraordinária nos Aflitos, com apenas uma pauta na mesa, o conselho deliberativo do clube decidiu antecipar o pleito visando a gestão 2018/2019 para o dia 16 de julho.

Eis as justificativas do CD para a decisão:
“A continuidade do atual modelo de gestão, com descontrole de gastos, falta de planejamento e o sistemático desrespeito e descumprimento do estatuto e da legislação, poderá comprometer ainda mais o futuro do clube.”

Essa decisão é mais um capítulo na confusa política alvirrubra, com executivo e conselho em confrontos recorrentes. Um dia antes, o atual presidente, Ivan Brondi, havia deixado claro que só concordaria com a antecipação em caso de chapa de consenso. Alegou que um adiantamento, embora previsto no artigo 62 do estatuto, só poderia ocorrer em “casos excepcionais e devidamente justificados” e/ou “visando preservar os interesses do clube”.

“Não vislumbro, na citada antecipação, qualquer interesse do Náutico a ser preservado, nem qualquer caso excepcional e devidamente justificado a motivar a mudança do calendário eleitoral, sendo certo que a grande dificuldade do Náutico é de natureza financeira, que não foi criada pela atual gestão, como é sabido por todos os torcedores do clube”.

Já na visão do conselho, as duas possibilidades estatutárias cabem.

Por outro lado, o novo presidente não assume de forma imediata. Brondi mantém o seu mandato até o fim do ano. Entretanto, o futuro mandatário terá seis meses para iniciar o trabalho de transição através da “manutenção, renovação e prospecção de atletas e parceiros comerciais”.

A eleição terá na comissão eleitoral os seguintes nomes: Alexandre Carneiro, Ivan Rocha, Bruno Becker, Carlos Roma e Roberto Andrade.

Classificação da Série A 2017 – 2ª rodada

A classificação da 2ª rodada da Série A de 2017. Crédito: Superesportes

Pela segunda rodada seguida o leão aparece na zona de rebaixamento do Brasileirão. Na Ilha, o Sport empatou com o Cruzeiro, insuficiente para ganhar mais colocações devido ao saldo da estreia (-4). Subiu apenas um degrau, ficando em 18º. Na próxima rodada, outra vez em casa, o time pernambucano terá justamente o líder, o Grêmio, único que ainda não sofreu gols. O time gaúcho não terá o goleiro Grohe, expulso na vitória na Arena da Baixada.

O outro time ainda 100% é o Fluminense, que também venceu fora de casa. Bate outro Atlético, no caso o de Belo Horizonte, um dos favoritos. Por sinal, se na abertura os mandantes dominaram (7 vitórias e 3 empates), desta vez os times visitantes deram mais trabalho (4 vitórias, 1 empate e 5 derrotas)

Resultados da 2ª rodada
Santos 1 x 0 Coritiba
Atlético-GO 0 x 3 Flamengo
Chapecoense 1 x 0 Palmeiras
Vasco 2 x 1 Bahia
Atlético-PR 0 x 2 Grêmio
Vitória 0 x 1 Corinthians
Atlético-MG 1 x 2 Fluminense
Botafogo 2 x 0 Ponte Preta
Sport 1 x 1 Cruzeiro
São Paulo 2 x 0 Avaí

Balanço da 2ª rodada
5V dos mandantes (10 GP), 1E e 4V dos visitantes (10 GP)

Agenda da 3ª rodada
27/05 (16h00) – Vasco x Fluminense (São Januário)
27/05 (19h00) – São Paulo x Palmeiras (Morumbi)
27/05 (21h00) – Vitória x Coritiba (Fonte Nova)
28/05 (11h00) – Atlético-MG x Ponte Preta (Independência)
28/05 (16h00) – Santos x Cruzeiro (Vila Belmiro)
28/05 (16h00) – Atlético-GO x Corinthians (Serra Dourada)
28/05 (16h00) – Atlético-PR x Flamengo (Arena da Baixada)
28/05 (18h00) – Sport x Grêmio (Ilha do Retiro)
28/05 (19h00) – Botafogo x Bahia (Nilton Santos)
29/05 (20h00) – Chapecoense x Avaí (Arena Condá)

Histórico de Sport x Grêmio no Recife, pela elite:
8 vitórias leoninas, 6 empates e 3 vitórias gaúchas

O patrimônio dos clubes pernambucanos através dos balanços financeiros de 2016

Aflitos, Ilha do Retiro e Arruda. Crédito: Google Maps/reprodução

O patrimônio do Trio de Ferro consiste em 209 mil metros quadrados de área no Recife. Dado referente às sedes sociais, à parte dos centros de treinamento no subúrbio. Mensurar o valor dos terrenos e das (enormes) estruturas não é tão simples, devido aos números apresentados por Náutico, Santa e Sport em seus balanços. Considerando os demonstrativos financeiros de 2016, divulgados em abril, a soma patrimonial seria de R$ 331.233.365 – hoje, inferior ao passivo acumulado, de 343 milhões de reais. No mercado, seria uma pechincha. Para explicar, vamos às ressalvas. Tanto o alvirrubro quanto o tricolor congelaram (dentro da lei) os valores, ignorando a especulação imobiliária, sobretudo nos Aflitos. Idem com o Sport, que, por outro lado, calculou a depreciação dos bens construídos, com queda de 19,6% num ano, ou R$ 32,4 milhões a menos. Como consequência, o patrimônio leonino tornou-se menor que o alvirrubro (133 mi x 134 mi). 

Um ponto interessante sobre a depreciação é o caráter meramente contábil, não relacionado, necessariamente, ao valor real de mercado. Como exemplo, o Arruda. A comissão patrimonial do Santa encomendou uma avaliação independente do estádio, sem contar os terrenos do CT Waldomiro Silva, em Beberibe, e CT Ninho das Cobras, na Guabiraba (ambos sem estrutura). Nesta análise, o Mundão valeria R$ 274 milhões, num aumento de 330% em relação ao balanço oficial, com a cifra pregada há anos. Pela falta de atualização, o patrimônio coral ficou abaixo do Central. Localizado num bairro nobre de Caruaru, Maurício de Nassau, o estádio alvinegro é sondado por construtoras de forma recorrente. Valeria R$ 88 milhões.

A lista abaixo apresenta os clubes locais acima de R$ 1 milhão, considerando imóveis, como sede, estádio, ginásios, parque aquático, centros de treinamento, terrenos etc. Vale destacar que Náutico e Sport não consideram os CTs nos ajustes patrimoniais, ainda atrelados como bens paralelos. E olhe que alguns clubes informam até maquinário, equipamentos eletrônicos e veículos. O Sport, por exemplo, soma R$ 5 milhões neste quesito, desconsiderado aqui. Em tempo: nada está à venda.

Patrimônio social
1º) Náutico, R$ 134.489.197 (Aflitos e clube)
2º) Sport, R$ 133.005.168 (Ilha do Retiro e clube)
3º) Central, R$ 96.400.000 (Lacerdão e terreno)
4º) Santa Cruz, R$ 63.739.000 (Arruda e clube)
5º) Sete de Setembro, R$ 18.000.000 (Gigante do Agreste e terreno)
6º) América, R$ 1.700.319 (imóvel)*
7º) Porto, R$ 1.610.293 (CT e imóveis)
* Dados de 2015, os últimos presentes no site da FPF

Observações:
1) A lista milionária poderia ser maior caso Centro Limoeirense e Ypiranga detalhassem seus respectivos estádios, o José Vareda e Limeirão.

2) O casarão na Estrada do Arraial é alvo de disputa pelo América, que perdeu o imóvel em 2012 num leilão para abater uma dívida. O clube tenta anular o processo. De toda forma, em 2015, passou a ser classificado como Imóvel Especial de Preservação (IEP) e não pode mais ser demolido.

Área dos clubes no Recife
1º) Ilha do Retiro, 110 mil m²
2º) Arruda, 58 mil m²
3º) Aflitos, 41 mil m²

Área dos principais centros de treinamento
1º) Wilson Campos (Náutico), 49 hectares
2º) Ninho do Gavião (Porto), 20 hectares
3º) Ninho das Cobras (Santa), 10,5 hectares (em construção)

4º) José de Andrade Médicis (Sport), 8,4 hectares