Bandeiras tremulando em todos os cantos dos Aflitos, do Arruda e da Ilha do Retiro. Acredite, os estádios eram assim. Na época do Eládio com o ‘balança mas não cai’, do Mundão ganhando o anel superior, do Adelmar sem os tobogãs. Nos anos 90, no embalo do surgimento das torcidas organizadas, com características distintas das atuais, as bandeiras com hastes começaram a ficar concentradas nos núcleos das uniformizadas. Seguindo a história, com o aumento da violência, vieram as proibições. Rolos de papel, sinalizadores e até bandeiras. Ao menos aquelas com hastes, aquelas que realmente davam vida aos estádios. Os suportes dos pavilhões transformaram-se em armas nas mãos de marginais. Assim, São Paulo foi o primeiro centro de futebol a proibir, através do artigo 5º da Lei 9.470, de 27 de dezembro de 1996. Faz tempo.
Demoraria, mas Pernambuco seguiria a mesma linha, atendendo à PM.
E a festa ficou diferente… Sem previsão de volta.
Talvez faça parte da evolução do espetáculo, talvez. De toda forma, era incrível a atmosfera dos estádios do Recife. Visualmente falando, imbatível.
Em SP já foi liberado esse ano. Falta a PM e MP do estado serem mais parceiros do futebol.
“Uma reunião na sede do 2º Batalhão de Choque da Polícia Militar oficializou nesta terça-feira a volta de bandeiras e instrumentos musicais para os estádios de São Paulo. A novidade já entra em vigor nesta quarta-feira, na partida entre Santos e Flamengo, no Pacaembu. A reunião contou com a presença de membros do Ministério Público (MP), do Poder Judiciário, da Federação Paulista de Futebol e representantes das principais torcidas organizadas do Estado.
Os torcedores assinaram um termo que visa adotar medidas para impedir atos de violência e quaisquer atos que podem atrapalhar o andamento da partida, como uso de sinalizadores. O promotor de Justiça Paulo Castilho apresentou aos membros das organizadas todos os seus direitos e deveres para que as mudanças entre em vigor e eles aceitaram as alterações.”
Infelizmente nossas autoridades julgaram que o problema da violência estava ligado as bandeiras, sinalizadores e outros, não viram que a causa maior estava ligada a falta de punição aos infratores, que ainda hoje continuam impunes, sabem quem são os responsáveis e nada fazem, infelizmente tudo isso contribui pra falta de publico em nossos estádios, não só a violência, mas a falta de atitude em resolver esse tipo de problema pelas nossas autoridades e pelos clubes.
O futebol atual está sem graça, não sou a favor das organizadas que são gangues, mas o tratamento para solucionar a violência passa longe da proibição de camisas e bandeiras. A maioria dos estádios hoje parece mais uma sala de teatro. Ainda bem que tive oportunidade de vivenciar parte dos anos 80 e anos 90, ali sim dava gosto frequentar estádio.
As organizações criminosas “organizadas” são as grandes responsáveis pelas mazelas ligadas ao futebol. E ainda afastam a maior parte das pessoas do estádio, com conivência de suas diretorias (à exceção do Sport, o único time do estado a rejeitar essas misérias).
O Glorioso e a Barbie precisam abrir os olhos para seguir o mesmo caminho da cachorra de peruca e banir definitivamente as organizações criminosas nos estádios. É o mínimo a ser feito para que as pessoas sintam-se mais seguras e voltem a freqüentar os estádios.