Podcast – A análise da vitória do Náutico, do empate do Santa e da derrota do Sport

23ª rodada do Brasileiro (Séries A e B): Náutico 1 x 0 Brasil de Pelotas (Ricardo Fernandes/DP), ABC 0 x 0 Santa (Nuno Guimarães/Framephoto/Estadão conteúdo) e Sport 0 x 1 Avaí (Roberto Ramos/DP)

Na 23ª rodada do Brasileiro, apenas uma vitória no Trio de Ferro. O alvirrubro foi o primeiro a entrar em campo, na quarta, somando três pontos e reduzindo para a cinco a saída do Z4 da segundona. Embora esteja a apenas um ponto do 16º, o tricolor saiu frustrado no tropeço diante do lanterna. Pela elite, no domingo, outro revés leonino, há seis rodadas sem vitória. O 45 minutos  comentou os três jogos em gravações exclusivas, nas questões técnica e tática, além de análises individuais. Ao todo, 95 minutos de podcast. Ouça!

06/09 – Náutico 1 x 0 Brasil de Pelotas (32 min)

09/09 – ABC 0 x 0 Santa Cruz (21 min)

10/09 – Sport 0 x 1 Avaí (42 min)

Sport perde do Avaí na Ilha e chega a seis jogos em vencer. E a meta vai mudando…

Série A 2017, 23ª rodada: Sport 0 x 1 Avaí. Foto: Roberto Ramos/DP

O Sport entrou em parafuso no Brasileirão. Numa queda de rendimento acentuada, o time chegou a seis jogos sem vitória, quatro jogos sem marcar gol e três derrotas seguidas. De um primeiro turno na zona na Libertadores a uma aproximação perigosa da zona de rebaixamento, com adversários mais organizados, embora tecnicamente inferiores. Como foi o caso do Avaí, consciente de sua limitação, mas eficiente diante de um time bem ansioso.

Por sinal, se o time catarinense finalmente saiu do Z4, deve-se à melhor largada no returno e, a longo prazo, à baita colaboração dos pernambucanos, que perderam lá e lô por 1 x 0. Na Ilha, com quase dez mil espectadores, o visitante começou como se esperava, atrás da linha da bola, com duas linhas de quatro. Atacaria pouco, explorando a bola aérea, um calo da atual dupla de zaga do Sport, Ronaldo Alves e Henríquez. E assim saiu o gol de Júnior Dutra, embora a jogada tenha começado numa saída errada de André, que carregou demais a bola. Gerou o contragolpe para o lance decisivo.

Série A 2017, 23ª rodada: Sport 0 x 1 Avaí. Foto: Aníbal Monteiro/cortesia

O Sport abusaria do mesmo jogo aéreo, com 57 cruzamentos! Segundo o Footstats, 44 tentativas saíram erradas. Nas poucas certas, perdeu duas chaves incríveis, aumentando o jejum do sistema ofensivo, outrora bem positivo. Houve luta (desta vez), mas a falta de variação de jogadas irritou a torcida, cuja paciência seria ínfima. O desempenho em campo acabou afastando o apoio, numa panela de pressão até o fim, sobretudo em Diego Souza. Esta falta de organização também se estende a Luxemburgo, que durante a semana, apesar da bronca em Porto Alegre, manteve o time.

Durante o jogo Luxa também não foi eficaz na leitura, mantendo Wesley e acionando Bruno Xavier, que estreou numa fogueira. E assim o revés colocou em xeque o objetivo do Sport. Apesar de o técnico dizer que irá buscar “coisas boas”, a disputa, agora, parece ser a de quase sempre: a permanência.

O jejum de vitórias do rubro-negro na Série A
02/08 – Sport 2 x 2 Fluminense
05/08 – Corinthians 3 x 1 Sport
13/08 – Sport 0 x 0 Ponte Preta
20/08 – Cruzeiro 2 x 0 Sport
02/09 – Grêmio 5 x 0 Sport
10/09 – Sport 0 x 1 Avaí

Série A 2017, 23ª rodada: Sport 0 x 1 Avaí. Foto: Roberto Ramos/DP

Taça Mauro Shampoo acaba na decisão por pênaltis, sem cobranças. E Íbis vice

Taça Mauro Shampoo 2017: Íbis 0 x 0 Ipojuca. Foto: Nilsinho Filho/Íbis (@ibismania)

Na preparação para a Série A2 de 2017, o Íbis resolveu criar a sua própria copa amistosa, como os gigantes espanhóis e como os grandes clubes pernambucanos. Em todos os casos, o homenageado tinha uma ligação forte com o respectivo clube. Portanto, seria difícil imaginar outro nome que não fosse o de Mauro Shamppo, mito da campanha que levou o time ao Guinness Book, com o ainda insuperável jejum de 55 jogos entre 1980 e 1984.

O convidado para a primeira edição da “Taça Mauro Shampoo” foi o Ipojuca Atlético Clube, que disputou a segundona estadual em 2012 e 2015. Neste ano, não se inscreveu. O palco utilizado foi o inacabado Grito da República, em Olinda, apesar de o estádio selecionado pelo pássaro preto para a competição de acesso ter sido o Ademir Cunha. Mesmo chegando à marca de 500 sócios, a turma não chegou junto, com apenas 67 torcedores presentes.

Em campo, 0 x 0. Naturalmente, a disputa previa um desempate através das penalidades, mas o visitante negou-se a bater. Possivelmente, lembrou de um passado remoto, com a taça de cortesia ao convidado em caso de empate. Embora não tenha sido por este motivo – mas sim pela irritação sobre os três gols anulados por impedimento – , o Íbis entregou o troféu de campeão ao Ipojuca e ficou com o de vice. Se é para perder, que seja com elegância…

Troféu Joan Gamper – Barcelona (52 edições desde 1966)
Troféu Santiago Bernabéu – Real Madrid (38 edições desde 1979) 

Taça Ariano Suassuna – Sport (3 edições desde 2015)
Taça Chico Science – Santa Cruz (2 edições desde 2015) 

Taça Mauro Shampoo – Íbis (1 edição desde 2017)

Taça Mauro Shampoo 2017: Íbis 0 x 0 Ipojuca. Foto: Nilsinho Filho/Íbis (@ibismania)

As bandeiras tremulando nas torcidas do Recife, uma festa do passado. Sem volta?

Bandeiras tremulando em todos os cantos dos Aflitos, do Arruda e da Ilha do Retiro. Acredite, os estádios eram assim. Na época do Eládio com o ‘balança mas não cai’, do Mundão ganhando o anel superior, do Adelmar sem os tobogãs. Nos anos 90, no embalo do surgimento das torcidas organizadas, com características distintas das atuais, as bandeiras com hastes começaram a ficar concentradas nos núcleos das uniformizadas. Seguindo a história, com o aumento da violência, vieram as proibições. Rolos de papel, sinalizadores e até bandeiras. Ao menos aquelas com hastes, aquelas que realmente davam vida aos estádios. Os suportes dos pavilhões transformaram-se em armas nas mãos de marginais. Assim, São Paulo foi o primeiro centro de futebol a proibir, através do artigo 5º da Lei 9.470, de 27 de dezembro de 1996. Faz tempo.

Demoraria, mas Pernambuco seguiria a mesma linha, atendendo à PM.

E a festa ficou diferente… Sem previsão de volta.

Talvez faça parte da evolução do espetáculo, talvez. De toda forma, era incrível a atmosfera dos estádios do Recife. Visualmente falando, imbatível.

Torcida do Náutico no Arruda em 1984

Torcida do Santa Cruz no Arruda na década de 1980

Torcida do Sport na Ilha do Retiro em 1982