Após a divulgação da pesquisa nacional de torcidas, o instituto Paraná Pesquisas apresentou o balanço regionalizado. No Nordeste, o ranking aponta as 15 maiores torcidas, com sete clubes nordestinos, quatro cariocas e quatro paulistas. Sem surpresa, o Flamengo ostenta a liderança, com uma vantagem inalcançável, turbinada pelas cidades do interior e por estados de menor tradição no futebol, como Piauí, Maranhão, Alagoas e Paraíba.
Em 2016, destaque para a ascensão do Ceará, que ultrapassou o Sport, ainda que nacionalmente esteja abaixo – pois o rubro-negro registrou torcida no Norte e no Centro-Oeste. Comparando com o levantamento da Pluri Consultoria, de 2013, o último com viés nordestino, o Vozão passou do 11º para o 7º lugar, com o time pernambucano caindo da 5ª para a 8ª colocação. Ainda que sejam institutos e (possivelmente) metodologias diferentes (embora os dois tenham entrevistado pessoas acima de 16 anos), ambos abordaram o quadro geral.
O blog tabelou as duas pesquisas (quatro quadros neste post), até pelo fato de os 15 times divulgados terem sido os mesmos, facilitando a comparação. O Bahia tornou-se o nordestino mais popular, aumentando a sua massa em 80%, chegando a quase quatro milhões (marca alcançada no restante do território nacional). Por sinal, a variação, tanto em percentual quanto em dados absolutos, é considerável. No Recife, o Trio de Ferro apresentou uma grande redução, indicando uma clara variação na margem de erro entre os dois estudos.
Enquanto a população total da região cresceu (3 milhões), a torcida acumulada de alvirrubros, rubro-negros e tricolores pernambucanos perdeu 906 mil seguidores, considerando. Essa é a projeção feita pelo blog a partir das estimativas populacionais oficiais (via IBGE) no período. Cenário inverso ao visto no futebol cearense, com dois milhões de torcedores a mais. Os estados da Bahia e de São Paulo também apresentaram crescimentos acima de um milhão, com os times do Rio de Janeiro perdendo 738 mil adeptos no período.
Considerando o futebol nordestino de uma forma geral, a representatividade do “G7” na própria região passou de 19,5% para 24,1% – superando o Fla, ao contrário da primeira pesquisa. Tal torcida subiu de 10.511.889 para 13.716.738 torcedores. Eis um questionamento à própria análise do blog: Em vez da margem negativa em 2013, a variação poderia ter sido favorável a Pernambuco há três anos, em detrimento dos estados vizinhos? Poderia, mas a chance é menor, matematicamente, devido ao grau de confiabilidade das pesquisas.
Em 2013, a margem de erro era de 0,68%, enquanto agora é de 2,0%, com 2.832 entrevistas entre março e dezembro. De toda forma, os números moldam um cenário a médio/longo prazo para a aferição bruta das torcidas. Sempre válido.
Hahahahahahahah.. boa, Raimundo Soares! Conta agora aquela do papagaio!!
…uma das maiores torcida do nordeste é a do RIVER ATLÉTICO CLUBE, do Piauí
Maior Cota de TV,com 45 Milhões na serie B e chegando a 55 milhões agora na serie A.Não há dúvidas que o Bahia é o maior.
http://www.esporteclubebahia.com.br/wp-content/uploads/2016/11/Fluxo-Financeiro-Janeiro-a-Novembro-2016.pdf
Cássio,
Outros questionamentos sobre a variação dos números de pesquisa:
*O universo de 10 mil pessoas é suficiente, levando em consideração que há muitos times, e a localização e a quantidade de entrevistados tanto de uma cidade ou mesmo bairro da mesma cidade pode levar a alterações anormais na pesquisa?
*A pesquisa de times é totalmente diferente quando relacionada a pesquisa de intenção de votos, já que há menos variáveis envolvidas (em geral eleições são poucos candidatos, enquanto times são muitos e tem a questão regional)?
*Será que essa e outras pesquisas tiveram boas metodologias ou um cuidado para diminuir possíveis anomalias?
*Além disso, essa variação não é normal, já que quase não há pesquisas onde os números das torcidas fiquem parecidos (sempre há discrepâncias de mais de 400 mil torcedores se analisar um time em várias pesquisas, Náutico já teve 400 mil, agora 800 mil e já teve recente mais de 1 milhão, como exemplo.
No bom senso geral e analisando outras pesquisas, as torcidas do G7 seriam mais ou menos assim:
Bahia entre 3,7 a 4,2 milhões
Vitória entre 2,7 a 3 milhões
Sport entre 3,5 milhões a 4 milhões
Santa Cruz entre 2,2 milhões a 2,6 milhões
Ceará entre 1,6 a 2 milhões
Fortaleza entre 1,2 a 1,6 milhões
Náutico entre 800 mil e 1,1 milhão
Você acha razoável esses valores?
obs: Que Bom seria a gente ter uma noção do tamanho das torcidas do America – RN, ABC, Campinense, Treze, Botafogo -PB, CSA, CRB, Sergipe, Sampaio Correia, Maranhão, Moto Club, Confiança, America -PE, Central, ASA, Icasa, Alecrim, Ferroviário -CE.
Nota do blog
Tirando a média das duas pesquisas, com as margens de erro, os números ficariam próximos desses listados no seu comentário, Felipe. Achei razoável, sim.
Cassio,
O resultado dessa pesquisa é normal pelo fato de que toda vez há grande variação nos números. O Fortaleza já teve 1,5 milhão, em outras pesquisas 700mil , 900 mil, 1,2 milhão no curto espaço de tempo (Logo mataram muita gente, depois nesceu, posteriormente mataram de novo e novamente fizeram um bucado de menino. Os outros times idem, o Bahia uma hora tem 3 milhões, depois 4 milhões e depois menos de 3 milhões. Todos do G7 nordestinos tem grande variação nas torcidas quando há alguma pesquisa. A grande questão dessa vez foi que favoreceram os times do Ceará e papocou o Vitória e o Sport, na próxima talvez os beneficiados sejam Sport, Santa e Náutico. Já está na hora da Liga Nordeste encomendar uma pesquisa na região para saber o tamanho das torcidas do times que fazem parte.
Parabéns pelas análises, muito didáticas e baseadas em dados concretos e não em achismos. Infelizmente, grande parte dos torcedores brasileiros ainda não tem o grau de instrução suficiente para entender dados estatísticos e estudos como o que você faz. Em relação ao resultado das pesquisas, nenhuma novidade. As torcidas dos times do Ceará realmente são apaixonadas, apesar do péssimo desempenho dos clubes, Fortaleza e Ceará são manchetes nacionais com públicos acima da casa dos 60 mil torcedores no Castelão (públicos praticamente raros em outros estados no atual “futebol moderno” das arenas). Na Bahia, tendo em vista que é o mais populoso Estado da região e a discrepância entre Bahia e Vitória ser enorme, de novo, sem novidades o fato do Bahia ter disparado a maior torcida da região (lembrando que o Bahia na década de 80 possui médias de público superiores até mesmo as do Flamengo do Maracanã sem limite de público). Em Pernambuco, também nenhuma novidade, tendo em vista que o Estado tem população praticamente igual a do Ceará e menor que a Bahia, mas tem 3 times grandes para dividir torcida. Mas o que preocupa em Pernambuco é a queda tanto na média de público quanto no tamanho das torcidas (se não houve queda no tamanho, pelo menos não cresceram tanto quanto a média dos demais clubes da região). O que está acontecendo?
Diante de tantas oscilações de uma pesquisa para outra, eu pergunto: qual é o grau de confiança nessas pesquisas? Como pode existir uma diferença tão grande entre duas pesquisas realizadas em um curto espaço de tempo? Tem algo de errado nisso.
suas pesquisas são ridículas!
Nota do blog
Alessandro, até acho que seja claro, mas vou repetir (pois, acredite, existem outros como você): as pesquisas não são minhas, não trabalho em instituto algum e apenas reproduzo (e analiso) as pesquisas com viés de Pernambuco… tsc
Complemento do post
Resumo da pesquisa do Paraná Pesquisas sobre o Nordeste:
Paraná Pesquisas / Brasil 2016
Período: março a dezembro de 2016
Público: 2.832
Margem de erro: 2,0%
População estimada (IBGE/2015): 56.915.936
1º) Flamengo – 21,5% (12.236.926)
2º) Corinthians – 9,8% (5.577.761)
3º) Bahia – 7,0% (3.984.115)
4º) São Paulo – 5,2% (2.959.628)
4º) Vasco – 5,2% (2.959.628)
6º) Palmeiras – 4,3% (2.447.385)
7º) Ceará – 4,0% (2.276.637)
8º) Sport – 3,9% (2.219.721)
9º) Fortaleza – 2,8% (1.593.646)
9º) Vitória – 2,8% (1.593.646)
11º) Santa Cruz – 2,1% (1.195.234)
12º) Botafogo – 1,6% (910.654)
13º) Náutico – 1,5% (853.739)
14º) Santos – 1,1% (626.075)
15º) Fluminense – 0,9% (512.243)
Outros clubes – 4,8% (2.731.964)
Sem time – 21,5% (12.236.926)