Outro empate entre Náutico e Salgueiro, mas com uma dose de emoção maior

Copa do Nordeste 2015, 1ª rodada: Náutico x Salgueiro. Foto: Marlon Costa/FPF

Novo confronto entre Náutico e Salgueiro na Arena Pernambuco. Mais uma vez, empate. Estreando na Copa do Nordeste, pelo grupo C, os pernambucanos ficaram no 2 x 2. Com o novo formato do regional, avançando de forma direta somente o primeiro lugar de cada chave, o resultado obriga a uma recuperação rápida. Ao Carcará, o ponto fora de casa naturalmente foi mais proveitoso.

Com o estádio vazio – novamente atrapalhado pela paralisação do metrô -, o Náutico fez um péssimo primeiro tempo. Viu o Salgueiro perder um pênalti, cometido infantilmente por João Ananias e desperdiçado de forma constrangedora por Lúcio, chegar outras vezes com muito perigo e, finalmente, abrir o placar com Berger, após falha de Júlio César.

As vaias dos 1.882 espectadores eram justas. Cobrando mais empenho dos laterais alvirrubro, Moacir Júnior precisava de eficência no setor para a bola chegar no miolo de zaga. Quase não chegava, ou então só mascada.

E em duas bolas cruzadas, da direita e da esquerda, o Náutico conseguiu virar o placar, com Josimar, desencantando em sua 5ª apresentação, e Gastón, um tanto nervoso até então, mais preocupado em bater boca.

Mesmo em desvantagem, o Carcará continuava agredindo, usando a velocidade diante de uma zaga timbu pregada. Num lançamento bem desviado pelo ataque, a bola sobrou para Anderson Lessa. O ex-alvirrubro já tinha ido bem no domingo. Nesta quinta, finalmente deixou o seu. Por cobertura.

E com o apito final, tanto no Estadual quanto no Nordestão, a presão para Timbu e Carcará ficou para a segunda rodada…

Copa do Nordeste 2015, 1ª rodada: Náutico x Salgueiro. Foto: Marlon Costa/FPF

Paralisação dos metroviários aumenta a pressão sobre as torcidas organizadas

Estação de metô fechada. Foto: Guilherme Verissimo/DP/D.A Press

Os metroviários compraram a briga contra a violência no futebol pernambucano.

Sobretudo porque os funcionários vêm sofrendo, há tempos, com as ações dos vândalos nas estações de metrô que cortam a região metropolitana do Recife.

O estopim foi a chuva de pedras numa estação no sábado, 31 de janeiro de 2015, horas antes do Clássico das Multidões entre Santa e Sport, no Arruda.

O trem ficou parado, refém da violência entre supostos integrantes das torcidas organizadas, com vidros quebrados, agressão e ameaça de invasão. As cenas de terror, no Barro, foram registradas pelo próprio maquinista.

No dia seguinte, domingo, a categoria parou as ações na hora do confronto entre Náutico e Salgueiro, na Arena Pernambuco, pelo Estadual. Justamente num estádio construído para ter a rede de metrô como principal acesso.

A princípio, a ação parecia oportunista. Não foi… É, na verdade, um alerta.

Por mais que a paralisação atrapalhe a vida de 200 mil passageiros, por baixo, o ato visa chamar a atenção para algo sério, numa falha de segurança pública.

Veio o jogo seguinte, novamente entre Náutico e Salgueiro, desta vez pelo Nordestão, e nova paralisação dos metroviários. E o anúncio de outra parada já foi feito para o domingo, 8 de fevereiro, no Clássico dos Clássicos.

O estado pode até ignorar o caos, mas tem quem perca a paciência, com razão.

Carnaval estimula campanha de doação de sangue no Sport e no Santa Cruz

Doação de sangue de Sport e Santa no Hemope. Foto: DP/D.A Press

No carnaval pernambucano, uma das grandes preocupações em relação à saúde é o banco de sangue do Hemope, sempre baixo nesse período. Em 2015, o estoque começou com apenas 10% da capacidade. Usando a força de suas torcidas, Sport e Santa Cruz lançaram nos últimos dias campanhas de doação.

Seja por uma promoção de camisas (rubro-negro) ou pelo aniversário do clube (tricolor), os dois times mais populares do estado acabam gerando uma mídia positiva, através da solidariedade. As campanhas foram espalhadas no facebook para mais de um milhão de torcedores, considerando as duas páginas oficiais.

Confira as publicações no facebook: Sport e Santa Cruz.

O doador precisa ter entre 18 e 69 anos e pesar mais de 50 quilos. Cada doação pode ajudar até três pessoas, independentemente da bandeira.

O futebol pode até parar no carnaval, a paixão clubística não.

Campanha de sangue do Sport e do Santa cruz em 2015. Crédito: facebook/Sport e Santa

Título brasileiro de 1987 sob análise para entrar no Supremo Tribunal Federal

Sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília

O caso referente ao título de campeão brasileiro de 1987 irá passar por um juízo de admissibilidade de prequestionamento e repercussão geral.

Simplificando o juridiquês: é preciso preencher esses requisitos para que o maior imbróglio da história do futebol nacional chegue ao Supremo Tribunal Federal. A mais alta instância do poder judiciário do país julga apenas matérias constitucionais. Daí a necessidade de avaliar o “peso” do polêmico caso, que se arrasta na justiça comum desde 14 de janeiro de 1988.

Em 16 de abril de 2001 expirou o prazo para recurso do Flamengo sobre a sentença da Justiça Federal, de 2 de maio de 1994, o que transformou o caso em transitado em julgado, a favor da conquista exclusiva do Sport.

Num ato administrativo à parte de qualquer respeito à coisa julgada, em 21 de fevereiro de 2011 a CBF proclamou os dois rubro-negros campeões, de torneios paralelos. Logo, o Sport entrou com uma ação de respeito à sentença original, reiniciando a confusão, que foi parar no Superior Tribunal de Justiça (STJ), responsável pelas divergências fundamentadas na lei federal.

Em 8 de abril de 2014, a terceira turma do STJ julgou por 4 votos a 1 novamente a favor do Leão. No mesmo dia, o departamento jurídico do Flamengo anunciou a intenção de estender a disputa até o STF. Dito e feito. O Mengo protocolou um recurso extraordinário, possível somente na última competência (veja aqui).

O caso está batendo à porta. Cabe à última instância do Brasil decidir pela continuidade… Do STF não passa.

Sampaio Corrêa quebra tabu contra o Sport em noite de desleixo do visitante

Copa do Nordeste 2015, 1ª rodada: Sampaio Corrêa 3x2 Sport. Foto: HONÓRIO MOREIRA/FUTURA PRESS

O Sport perdeu do Sampaio Corrêa pela primeira vez. No 8º jogo oficial entre as equipes, a Bolívia Querida virou o placar em dois minutos, ampliou no finzinho e expôs o ritmo do Leão, cadenciado demais durante as partidas.

Com empate entre Coruripe e Socorrense, o atual campeão nordestino largou na lanterna do grupo B. Sem dúvida, foi punido pela falta de ímpeto ofensivo para matar o jogo no primeiro tempo, quando controlou as ações, e pelo desleixo na etapa final, cedendo espaço demais ao mandante, estreante no Nordestão.

O Leão começou dominando as ações no Castelão, mais aceso que no Clássico das Multidões. Aos 14, abriu o placar com Rithely, escorando de cabeça o escanteio cobrado por Danilo. Diego Souza, que chegara de última hora, após a regularização, entrou jogando fácil. Chegou a deixar Joelinton livre para marcar. Oscilante, o jovem centroavante perdeu a “bola” da noite.

Se o time de Eduardo Batista voltou do intervalo num ritmo disperso, a equipe de Oliveira Canindé foi para o abafa. Mostrou vontade e foi tecnicamente bem. Aos 14 e aos 15, virou com Edivânio e Válber. Às pressas, o rubro-negro promoveu todas as mudanças, incluindo Régis, que deu mais velocidade. Exposto, o time pernambucano sofreu outro gol aos 43, com Robert, 3 x 2.

Aos 50 minutos, Régis descontou. Não adiantou. Que fique a lição.

O favoritismo é do Sport, mas precisa fazer o óbvio, mostrar superioridade…

Copa do Nordeste 2015, 1ª rodada: Sampaio Corrêa 3x2 Sport. Foto: HONÓRIO MOREIRA/FUTURA PRESS

Casarão da Estrada do Arraial, símbolo do futebol pernambucano, leiloado pela justiça

Sede do América, na Estrada do Arraial. Foto: Juliana Leitão/DP/D.A Press

Uma dívida de R$ 109.919,20 custou a sede do América Futebol Clube. O tradicionalíssimo casarão verde na Estrada do Arraial, inaugurado em 16 de dezembro de 1951, pode se transformar numa loja de eletroeletrônicos.

Tudo por causa de um leilão para abater uma dívida de fundo de garantia do tempo de serviço (FGTS), segundo determinação da justiça (veja aqui).

O curioso é que, de acordo com a Prefeitura do Recife, o imóvel – o único patrimônio do Mequinha – estava avaliado em R$ 5,3 milhões, a partir do cálculo do imposto de transmissão de bens imóveis (ITBI).

Ou seja, a dívida abatida representa apenas 2% do valor de mercado da sede. É no mínimo estranha essa decisão, sem qualquer outra alternativa, até porque bens de Náutico, Santa Cruz e Sport também já foram ameaçados de leilão pela justiça, mas jamais foram executados. Pobre, Mequinha.

Francamente, o casarão já deveria ter entrado em processo de tombamento pela Fundarpe e pelo Iphan há tempos, como a sede de Rosa e Silva, por exemplo. Agora, deve ser demolido. Lá, uma placa relembra a inauguração.

“Construído e incorporado ao patrimônio do América Futebol Clube”

Era, também, um patrimônio do futebol pernambucano. O despejo fere a todos.

Sede do América, na Estrada do Arraial. Foto: Juliana Leitão/DP/D.A Press

Com uma rodada, hexagonal do título eleva a média de público do Estadual

Jogos da 1ª rodada do hexagonal do Pernambucano 2015: Santa Cruz 0x3 Sport, Central 1x0 Serra Talhada, Náutico x Salgueiro. João de Andrade Neto/DP/D.A Press e TV Criativa/reprodução

Bastou uma rodada com a presença dos grandes clubes para subir a média do Pernambucano de 2015. Passou de 2.451 pessoas, num dado com 56 partidas, para 2.846, nos 62 jogos disputados. Um reflexo direto dos 24.143 torcedores presentes no Clássico das Multidões, no Arruda, que abriu o hexagonal do título. Com esse borderô, o Santa Cruz, claro, assumiu a liderança no ranking de público – que será atualizada pelo blog até o fim da competição. Contando apenas a fase principal, o índice foi de 12 mil espectadores.

Com o fim da rodada de abertura dos dos dois hexagonais, do título e do rebaixamento, eis os dados sobre público e renda do Estadual, segundo o borderô oficial da FPF. Confira todas as médias de 1990 a 2014 clicando aqui.

1º) Santa Cruz (1 jogo como mandante, no Arruda)
Total: 24.143
Média: 24.143
Taxa de ocupação: 40,20%
Renda: R$ 475.175
Média: R$ 475.175
Presença contra intermediários: nenhum jogo

2º) Náutico (1 jogo como mandante, na Arena)
Total: 5.429
Média: 5.429
Taxa de ocupação: 11,74%
Renda: R$ 86.980
Média: R$ 86.980
Presença contra intermediários (1): T: 5.429 / M: 5.429

3º) Central (8 jogos mandante, no Lacerdão)
Total: 32.877 pessoas
Média: 4.109
Taxa de ocupação: 21,09%
Renda: R$ 266.825
Média: R$ 33.353

4º) Serra Talhada (7 jogos como mandante, no Nildo Pereira)
Total: 23.995 pessoas
Média: 3.427
Taxa de ocupação: 68,54%
Renda: R$ 179.001
Média: R$ 25.571

* Sport e Salgueiro ainda vão estrear como mandantes, no hexagonal.

As capacidades (oficiais) dos estádios usadas para calcular a taxa de ocupação: Arruda (60.044), Arena Pernambuco (46.214), Ilha do Retiro (32.983), Lacerdão (19.478), Cornélio de Barros (9.916) e Nildo Pereira (5.000).

Geral – 62 jogos (1ª fase, hexagonal do título e hexagonal da permanência)
Público total: 176.484
Média: 2.846 pessoas
TCN: 145.711 (82.56% da torcida)
Média: 2.350 bilhetes
Arrecadação: R$ 1.696.607
Média: R$ 27.364

Fase principal – 3 jogos (hexagonal do título e mata-mata)
Público total: 36.215
Média: 12.071 pessoas
TCN: 15.880 (43,84% da torcida)
Média: 5.293 bilhetes
Arrecadação total: R$ 613.615
Média: R$ 204.538

Os recordes de audiência global na TV, do Super Bowl à imbatível Copa do Mundo

Audiência esportiva no mundo, em milhões de telespectadores

O Super Bowl de 2015, no Arizona, chamou como nunca a atenção dos brasileiros. A vitória do New England Patriots sobre o Seattle Seahawks foi vista em bares e até cinemas no Recife. Sem dúvida alguma, é um megaevento anual, com o máximo em organização no esporte. Uma aula do que o futebol também poderia ser, associando audiência e entretenimento.

A partida foi assistida no canal NBC por 114,4 milhões de norte-americanos, registrando a maior audiência da história dos EUA (quadro abaixo). Na escala global, segundo o Sporting Intelligence, o dado sobe para 163 milhões. Apesar do bom momento, com exibição em dois canais pagos no Brasil, com pelo menos cinco jogos a cada semana, a NFL ainda está muito atrás do futebol.

Com uma influência muito maior no planeta, o soccer ocupa os três primeiros lugares no ranking global de audiência na tevê. A final da Liga dos Campeões da Uefa chega a quase 200 milhões de telespectadores, enquanto a decisão da Eurocopa alcançou aproximadamente 300 milhões. Pesa, claro, o interesse do Velho Mundo. Já a final da Copa do Mundo… Esse evento parece imbatível.

O jogão entre Argentina e Alemanha, decidindo o título em 2014, no Maracanã, foi visto por mais de 700 milhões de pessoas, ou 1/10 da população da Terra.

Recordes de audiência na TV dos Estados Unidos. Crédito: Nielsen Media Research/Wall Street Journal

O Nordestão de maior faturamento da história

Revista Placar em 2001. Crédito: Gabriel Accetti/twitter/reprodução

A Copa do Nordeste foi remodelada em 2001, quando ganhou mais datas e despertou um grande interesse do mercado. Em abril daquele ano, a revista Placar estampou em uma capa a manchete “o melhor campeonato do Brasil”. O auge como ‘produto’ viria em 2002, com o regional sendo realizado num período de 113 dias, com 126 partidas e faturamento de R$ 15 milhões, com crescimento de 36% sobre a edição anterior. Claro, foi transmitido na televisão, tanto em sinal aberto quanto pago. Contudo, numa decisão inexplicável da CBF, para não dizer outra coisa, o torneio foi retirado do calendário oficial logo depois.

A copa ainda seria realizada duas vezes às margens da confederação brasileira, em 2003 e 2010. Ficou no limbo até o milionário acordo judicial que ratificou a sua volta chancelada, em 2013. Desde então, vem crescendo nos âmbitos esportivo (quatro arenas), técnico (20 clubes) e financeiro (novos contratos).

Agora, em 2015, a Copa do Nordeste deverá ter a maior receita de sua história.

2001 – R$ 11 milhões (94 dias)
2002 – R$ 15 milhões (113 dias)
2013 – R$ 20 milhões (45 dias)
2014 – R$ 23 milhões (70 dias)
2015 – R$ 29 milhões (85 dias)

A expectativa para esta temporada, de acordo com os organizadores, é a soma de bilheteria dos jogos, cotas de tevê e patrocinadores. Apenas em premiações, as cotas de participação chegam a R$ 11,14 milhões. O tempo de disputa também subiu, em duas semanas, agora presente nos nove estados. Evolução prevista no contrato do torneio, cujo acordo prevê a realização até 2022.

Em relação ao futebol pernambucano, o ganho é considerável. Nos últimos dois anos, agregando cotas e rendas dos times locais, o montante foi de R$ 8,96 milhões (abaixo, os dados de cada um). Consolidado no calendário futebolístico e servindo de exemplo para outros regionais, o Nordestão pode não ser, hoje, o melhor campeonato do Brasil, mas é, certamente, o melhor da região.

2013
Santa Cruz – R$ 1,43 milhão
Sport – R$ 1,09 milhão
Salgueiro – R$ 549 mil

2014
Sport – R$ 3,17 milhões
Santa Cruz – R$ 1,63 milhão
Náutico – R$ 1,10 milhão

Em 2015 o estado será representado por Sport, Náutico e Salgueiro.

Santa Cruz completa 101 anos com o dever de aproveitar o seu potencial

Aniversário de 101 anos do Santa Cruz. Imagem: Santa Cruz/twitter/scfc_oficial

Jamais esmorecer, um lema não escrito do Santa Cruz.

O centenário já é história. Cercado de expectativa, o ano não contagiou nem no gramado nem fora dele. Felizmente, o tempo passou rápido O Tricolor já chegou ao 101º ano, com ideias renovadas. Em campo, uma nova comissão técnica e um elenco remontado terão bastante trabalho para atingir os objetivos do clube, mais escassos devidos aos insucessos do ano anterior. Paciência.

Mas em 2014 o respaldo administrativo também fez falta. Agora será decisivo. Sem dúvida alguma, o grande projeto coral é alavancar a campanha de sócios.

15 mil até dezembro de 2015.
20 mil em 2016.
45 mil em 2017…

A meta não é nada modesta. Contudo, preenchendo essa lacuna, o clube terá lastro financeiro neste contínuo processo de mudanças no futebol brasileiro. Em vez de sobreviver com um orçamento anual de R$ 17 milhões, muito abaixo dos dois rivais, teria a chance de viver com o dobro disso, ao menos.

É, aqui entre nós, essa ideia é fundamentada numa paixão incalculável, que já atravessou todas as provações possíveis nos gramados. E que se mantém firme entre os mais de 2 milhões de fiéis.

São 101 anos junto ao povo, para o povo. Parabéns, Santa Cruz.

E que o enorme potencial do clube enfim seja qualificado e aproveitado…