Goleada no retorno e revés para o lanterna. Em uma semana, a velha pressão nos corais

Série B 2014, 12ª rodada: Vila Nova 3x2 Santa Cruz. Foto: ANDRÉ COSTA/COSTAPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

A campanha do Vila Nova era incrivelmente ruim. Nenhuma vitória em onze jogos e apenas dois dos 33 pontos disputados. A Série B não havia chegando a 1/3 e já era (é) factível apontar o alvirrubro como um dos futuros rebaixados.

Crise técnica, financeira, de confiança etc. Nesta volta à segundona após a paralisação do Mundial, qualquer treinador exigiria, como mandante ou visitante, uma vitória diante de um adversário assim. Uma pressão a mais…

Dito e feito com o Santa Cruz, derrotado por 3 x 2 no Serra Dourada, neste sábado. A goleada sofrida para o Vasco havia sido analisada como acidental, uma vez que os corais tiveram um bom volume de jogo. Cobrou-se mais atenção da defesa. Infelizmente, o cenário se repetiu.

Nesta tarde, o Tricolor só fez correr atrás do placar. Tomou três gols de um time que só havia balançado as redes duas vezes! O único bom momento foi após o empate de quatro gols – ainda no primeiro tempo -, com chances desperdiçadas por Pingo, Léo Gamalho e Betinho, no lugar de Gamalho, ainda em branco.

Sérgio Guedes teve bastante tempo para treinar. Foi para o intervalo da Copa com três vitórias seguidas e dez jogos invicto. Em uma semana, a pressão está de volta. E é justa. Foram sete gols sofridos em apenas duas partidas.

Série B 2014, 12ª rodada: Vila Nova 3x2 Santa Cruz. Foto: Jamil Gomes/Santa Cruz/Assessoria

As 113 partidas de Philipp Lahm na Alemanha, com a história encerrada

Todos os 13 jogos de Philip Lahm na seleção da Alemanha. Crédito: twitter.com/GeniusFootball

De 2004 a 2014, o alemão Philipp Lahm disputou 113 partidas com a camisa da sua seleção, com cinco gols marcados.

Presente em três Mundiais, foi o capitão do tetra, no Brasil.

O jogador deixa a tradicional camisa branca com apenas 30 anos de idade, um tanto surpreendente. Eleito pela Fifa para a seleção da Copa de 2014, Lahm atuou pela Alemanha nas duas laterais e no meio campo. Polivalente, campeão.

O perfil Genius Football reuniu imagens dos 113 jogos do craque pelo time germânico. Será que muda de ideia até a Rússia, em 2018…?

De toda forma, a sua última imagem é com a Taça Fifa erguida no Maracanã. Nada mal.

O peso do 7 x 1 nos direitos econômicos

A goleada de 7 x 1 ainda vai aterrorizar a Seleção Brasileira por muito tempo.  A torcida, envergonhada com a pior derrota da história da Canarinha, e também os jogadores que fizeram parte do time verde e amarelo…

A Pluri Consultoria avaliou o peso da derrota entre os convocados. Dos 23 jogadores, apenas um (Neymar, que não esteve em camp) saiu valorizado…

Confira os dados, reunidos por Ed Wanderley, do Diario.

Classificação da Série A 2014 – 10ª rodada

Classificação da Série A 2014, na 10ª rodada. Crédito: Fifa

Dos onze primeiros colocados na Série A, apenas um apresenta um saldo negativo de gols. Trata-se do Sport. Porém, o critério não vem fazendo diferença alguma na campanha do Leão, presente no G4 após dez rodadas disputadas.

O salto na classificação aconteceu com as três vitórias consecutivas, todas por 1 x 0. Já são quatro partidas sem levar gol. Na volta do Brasileirão após o Mundial, os rubro-negros viram um gol espetacular de Neto Baiano, a 46 metros de distância.

Na opinião do blog, o objetivo do Rubro-negro ainda é a briga contra o rebaixamento. No entanto, acumulando pontos assim o time  pernambucano poderá mudar de vez esse status… tudo para fazer um campeonato tranquilo.

A 11ª rodada do representante pernambucano
20/07 – Goiás x Sport (18h30)

Jogos em Goiânia pela elite: 2 vitórias leoninas, 3 empates e 6 derrotas.

Um jogo foi adiado na Série A. Por causa da disputa na Recopa, o jogo do Atlético-MG contra a Chapecoense foi remarcado para 6 de agosto.

Neto Baiano e a obra-prima da Ilha

Série A 2014, 10ª rodada: Sport 1x0 Botafogo. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Em 2009, Sandro Goiano arriscou do meio de campo. A distância era superior a 55 metros. Com visão de jogo, tentou encobrir Bruno. O goleiro flamenguista (aquele) correu bastante e conseguiu evitar o quinto gol do Sport na ocasião. O duelo rubro-negro terminou 4 x 2, mas com a sensação que de faltou o golaço.

Cinco anos depois, enfim, o gol de placa. A distância foi um pouco menor, de 46 metros. O adversário no Brasileirão mais uma vez era um time carioca, mas o Botafogo. Não foi uma partida movimentada no placar. Na verdade, apenas uma bola foi parar nas redes. Na mesma trave que Sandro tentou, no lado da sede.

Coube a Neto Baiano terminar a obra-prima. No gol, o jovem Andrey, estreando como profissional. Mais adiantado do que devia, viu o centroavante do Sport mandar de canhota, levando à loucura os 19 mil torcedores na Ilha do Retiro.

Marcando muito, sem sofrer sustos – mas ainda precisando melhorar na transição ofensiva -, o Leão venceu a terceira seguida por 1 x 0. Chegou ao G4 após dez rodadas. Excelente largada. O torcedor só se dará conta disso depois. Por enquanto, está curtindo um raríssimo gol de placa…

Série A 2014, 10ª rodada: Sport 1x0 Botafogo. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

A 11ª classificação da Segundona 2014

Classificação da Série B 2014, na 11ª rodada. Crédito: Superesportes

A volta da Série B teve de cara um duelo pela liderança, em Fortaleza. E o Joinville tomou o primeiro lugar do Ceará fazendo 3 x 1. Abriu seis pontos do quinto colocado. Enquanto isso, os rivais das emoções aparecem em um pelotão intermediário.

Na Arena Pernambuco, o Náutico estreou o novo padrão e venceu o Sampaio Corrêa por 1 x 0. Contudo, tem um jogo a menos e potencial para ficar a dois pontos do G4. Já o Santa Cruz, que perdeu o status de único invicto das duas primeiras divisões (Vasco 4 x 1, em Cuiabá), precisa turbinar a sua pontuação para permanecer na briga.

A 12ª rodada dos representantes pernambucanos
19/07 – Vila Nova x Santa Cruz (16h20)
19/07 – Náutico x Boa Esporte (21h00)

Dois jogos foram adiados na Segundona. Na 5ª rodada, devido à greve da PM, Náutico x Vasco foi reagendado para 12 de agosto. Da 10ª rodada, por causa do amistoso da Seleção em Goiânia, Atlético-GO x Oeste foi remarcado para 22 de julho.

Do golaço ao frustrante rendimento defensivo, a primeira derrota do Santa

Série B 2014, 11ª rodada: Vasco 4x1 Santa Crz. Foto: Chico Ferreira/Futura Press/Estadão conteúdo

O golaço de Danilo Pires aos 18 minutos de jogo empolgou o povão, numa saudade danada do time coral, e que ficara maior após o fiasco da Seleção.

Marcando bem e jogando de igual para igual com o Vasco, em Cuiabá, o Santa Cruz até teve um início promissor. A partir de outro golaço, assinado por Fabrício, o Vasco iniciou uma virada sucedida por uma goleada, 4 x 1.

O bom aproveitamento carioca e as chances perdidas pelos pernambucanos – com destaque para a bola de Léo Gamalho no travessão – inviabilizaram uma reação. Mas não foi só isso que terminou na primeira derrota na Série B.

Na defesa, os corais tentaram tirar muitas bolas de forma afobada. O discurso de Sérgio Guedes foi apaziguador, mas considerando que o grupo passou mais de um mês treinando, é óbvio que o técnico não ficou satisfeito.

De toda forma, um revés para o Vasco como visitante, mesmo na Arena Pantanal, entra na “conta”. Não o contexto de tantas bolas nos pés alheios…

Série B 2014, 11ª rodada: Vasco 4x1 Santa Crz. Foto: Chico Ferreira/Futura Press/Estadão conteúdo

Sem espetáculo, sem craques mundiais, sem cerveja, mas com vitória timbu

Série B 2014, 11ª rodada: Náutico 1x0 Sampaio Corrêa. Foto: Fernando da Hora/Leia Já/Estadão conteúdo

A Arena Pernambuco não estava mais paramentada com as cores do Mundial. Em vez de cartazes e banners alusivos ao torneio da Fifa, o velho cimento sem vida. Nas cadeiras, nada de lotação esgotada, mas sim os assentos vermelhos aparentes. Com a mistura do branco, uma aglomeração de seis mil alvirrubros.

A torcida presente sabia que o clima era diferente. Em vez de entretenimento, a velha paixão clubística, dolorosa, com muito mais altos e baixos que a Seleção. De uniforme novo – com elogios à Umbro -, o Náutico tinha o papel de apresentar duas coisas ao seu público no retorno da Série B…

Bom condicionamento físico e uma melhora na parte tática. No primeiro cenário, após 40 dias de preparação, o rendimento foi insatisfatório. No segundo, não faltou empenho. A equação disso, no limite, foi suficiente para voltar a vencer.

O 1 x 0 sobre o Sampaio manteve o time 100% na arena após três jogos. Sem espetáculo, sem cerveja, sem craques internacionais. Ao alvirrubro, bastou.

Série B 2014, 11ª rodada: Náutico 1x0 Sampaio Corrêa. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

O Diario acompanhou a história in loco nas duas finais mundiais no Maracanã

Reportagens do Diario de Pernambuco nas finais da Copa do Mundo de 1950 e 2014. Crédito: Cedoc/DP/D.A Press

Rio de Janeiro – O jornalista Hélio Pinto foi um dos 173.850 espectadores no Maracanã em 16 de julho de 1950. Como tantos outros brasileiros naquela tarde, ficou em silêncio no fim da partida ao ver o seu scratch vencido pelos uruguaios. Um silêncio tomado pelos pensamentos de como contar a história que não queria, que não esperava. Não teve jeito, recorreu à máquina datilográfica e escreveu sobre a maior tragédia do futebol nacional até então.

Foram duas páginas com textos carregados, numa diagramação bem diferente dos tempos atuais. Com a manchete Campeões do mundo os uruguaios, a reportagem foi feita exclusivamente para o Diario de Pernambuco. Enviado especial do periódico, o repórter cobriu in loco à final da primeira Copa do Mundo no Brasil. O DP já havia publicado várias páginas para torneio, como a participação recifense no jogo Chile 5 x 2 Estados Unidos, na Ilha do Retiro.

A longa espera durou 64 anos até que o Mundial retornasse com outra final no Maracanã, em 13 de julho de 2014. Desta vez sem a Seleção, mas novamente com o Diario na tribuna, o que fez do jornal o único do estado nas duas decisões. Histórico. Lá, participei da cobertura ao lado de João de Andrade Neto, resultando no texto O título em boas mãos, além de outras matérias e conteúdo online, com imagens de Ricardo Fernandes, fotógrafo da equipe.

Num cenário modernizado, o Maraca recebeu 74.738 pessoas. Viram outro gol agônico, agora da Alemanha sobre da Argentina. Foi o derradeiro episódio da ampla cobertura do Superesportes na Copa. A linha diferenciada foi marcada pela distribuição de sedes, com jornalistas enviando matérias exclusivas de cinco cidades. Fortaleza (Celso Ishigami), Salvador (Brenno Costa), São Paulo (João de Andrade Neto) e Rio (eu). No Recife, Alexandre Barbosa e Daniel Leal cuidaram do trabalho na Arena. Todos credenciados pela Fifa.

Foram 28 jogos do Mundial com o Diario presente. Uma experiência para a ficar na memória de todos. E foi um enorme prazer escrever tanto de tão perto…

Uma Alemanha como nunca se viu, plenamente consagrada no Maracanã

Final da Copa do Mundo de 2014: Alemanha 1 x 0 Argentina. Foto: Mike Hewitt/Fifa/Getty Images

Rio de Janeiro – Nunca antes na história desse país um time de futebol curtiu tanto um campeonato, da fase preparatória ao troféu erguido diante dos olhares de todo o mundo. Historicamente vista com a seriedade de seu povo, essa brilhante Alemanha tetracampeã mudou completamente esse conceito, esbanjando carisma numa campanha quase perfeita. Goleada na estreia sobre o time do melhor do mundo, Cristiano Ronaldo, uma apresentação antológica no Mineirão, com o 7 x 1 sobre o Brasil em plena semifinal, e a vitória da técnica sobre a Argentina na finalíssima no Maracanã, num jogo de muita paciência, estendendo a emoção da Copa das Copas até a prorrogação.

Tudo isso intercalado pelas praias no sul da Bahia, pelas visitas em escolas públicas, brincadeiras na web e se arriscando no português com declarações de amor ao Brasil. Mesmo algoz da Seleção, não despertou tal sentimento na imensa torcida verde e amarela. O apoio brazuca na decisão deixou claro isso – tudo bem, ajudado pela rivalidade com os hermanos do outro lado.

A decisão terminou com apenas um gol, o 171º do Mundial, igualando um recorde de 1998. Saiu dos pés de Mario Götze. E saiu com muita força, dominando e batendo rápido frente a Romero. Golaço, definindo a terceira final da história entre os dois países. A tarde já havia virado noite e o tempo parecia se estender mesmo aos pênaltis. Eram sete minutos do segundo tempo da prorrogação, num jogo tenso, brigado do começo ao fim. A Argentina fez tudo o que Brasil quis ser em BH. Forte no meio e consciente de seu potencial, de suas armas. Mas numa Copa reconhecida pela tática, ficou mesmo pelo caminho.

Final da Copa do Mundo de 2014: Alemanha 1 x 0 Argentina. Foto: Martin Rose/Fifa/Getty Images

A partida ficará na cabeça de alguns jogadores para sempre. Tentarão esquecer Higuaín e Palacio, que ficaram cara a cara com o goleiro Neuer. Chutaram para fora, totalmente desmarcados. Para desespero de Messi, marcado de forma implacável e que esteve muito perto da consagração como gênio. Saiu com a Bola de Ouro. A Taça Fifa, viu só de longe. Ficou para uma próxima.

Enquanto isso, lembrarão sempre do triunfo no gigante estádio carioca Schweinsteiger, ícone de uma geração que vinha batendo na trave há tempos, e Klose, o maior artilheiro da história da Copa, com 16 gols. Foi o jogador mais aplaudido no Maraca durante toda competição, ao deixar o campo no finzinho do tempo normal. Entrou Götze. Esse aí, nem precisa falar. Tem apenas 22 anos e contará para muita gente, com orgulho, o que fez no já saudoso 13 de julho.

Primeira seleção europeia a conquistar o mundo na América do Sul, a Alemanha de certa forma repete o que fez a Canarinha em 1958, na Suécia, sendo o primeiro sul-americano campeão no Velho Mundo. A verdade é que o timaço germânico deixará o Brasil com a sensação de ter feito uma viagem inesquecível. Vieram, curtiram, jogaram muito e venceram. Fizeram história.

Final da Copa do Mundo de 2014: Alemanha 1 x 0 Argentina. Foto: Matthias Hangst/Fifa/Getty Images