Uma transferência internacional no futebol a cada 40 minutos, com participação recifense

Evolução das transferências internacionais no futebol. Crédito: Fifa/TMS/twitter

Por dia, 35 transferências internacionais são registradas no futebol. Isso corresponde a uma negociação firmada a cada 40 minutos. Ao todo, foram 13.090 contratos internacionais em 2014, número presente no balanço do Transfer Matching System. A sigla “TMS” é o sistema eletrônico criado há quatro anos pela Fifa para registrar oficialmente todas as negociações internacionais.

No último ano, as transferências entre clubes de países distintos envolveram US$ 4,1 bilhões (R$ 10,6 bilhões), com média de 313 mil dólares por jogador. O mercado que mais gastou foi o inglês, com US$ 1,2 billhão. Segundo o cadastro geral, 68% das negociações ocorreram com atletas em fim de contrato.

Evolução da soma dos acordos internacionais:
2011 – US$ 3,0 bilhões
2012 – US$ 2,5 bilhões
2013 – US$ 3,9 bilhões
2014 – US$ 4,1 bilhões

A nacionalidade mais presente foi a brasileira, com 1.493 atletas mudando de time (e de país), indo ou voltando. Isso equivale a 11,4% do total. O levantamento traz curiosidades como o fato de a Índia ter importado os jogadores mais velhos, com média 28 anos e 10 meses. A média global foi de 25 anos e 6 meses.

O TMS conta com cinco mil clubes, incluindo Sport, Santa e Náutico. Entre os principais exemplos locais, a contratação de Diego  Souza pelo Leão, vindo do Metalist, da Ucrânia, e as saídas do volante Derley, do Timbu para o Emirates, dos Emirados Árabes, e do atacante Keno, do Tricolor para o Atlas do México.

Confira os números da última janela de transferências aqui.

Em 2015, as duas janelas brasileiras serão de 23/01 a 16/04 e de 22/06 a 21/07.

Balanço de contratações na janela de janeiro nas cinco principais ligas nacionais. Crédito: Fifa/TMS/twitter

O torneio fantasma na Argentina, com o Sport

Site Tenfield, do Uruguai

“Los bohemios confirmaron en la tarde del miércoles, que aceptaron un ofrecimiento que llegó desde la vecina orilla, y estarán jugando la próxima semana un torneo Cuadrangular internacional  ante Rosario Central, que será su primer rival, Unión de Santa Fé y Sport Recife de Brasil.”

A notícia vem do Uruguai. A sucinta nota foi saiu no site tenfield.com.

O texto, de 28 de janeiro, vem sem mais detalhes, nem mesmo a cidade argentina que abrigaria a disputa. Rosário ou Santa Fé? Certeza, na notícia, é a presença de um time uruguaio (Montevideo Wanderers, o tal “boêmio”), dois argentinos e um brasileiro, o Sport. Achou a notícia estranha? O Sport também.

Após a publicação, o vice-presidente rubro-negro, Arnaldo Barros, foi direto.

“A gente não tem nem calendário para isso. Não sei nem de onde saiu isso.”

De fato, uma apuração simples mostra que o tal quadrangular não faz o menor sentido com a presença do Leão. Na próxima semana, durante o tal torneio, o time pernambucano enfrenta o Sampaio Corrêa fora de casa, pelo Nordestão, e o Náutico no Recife, pelo Estadual. Ambos com transmissão na tevê.

Vamos a uma tradução direta da publicação:

“Os Boêmios confirmaram na tarde desta quarta-feira que aceitaram uma oferta que veio do país vizinho e irá jogar jogar na próxima semana um torneio quadrangular internacional contra Rosario Central, o seu primeiro adversário, Unión de Santa Fé e Sport Recife do Brasil.”

Trata-se de uma notícia puramente aleatória… mas a ideia era até boa.

Voo Recife-Buenos Aires e o plano para um torneio na Arena Pernambuco

Voo Buenos Aires-Recife

Já em operação, uma vez por semana, um Airbus A320, com capacidade para 174 passageiros, cumpre a rota Recife-Buenos Aires, no novo voo internacional saindo de Pernambuco. Sem escalas, atravessando 3.813 quilômetros.

Anualmente, 70 mil argentinos visitam Pernambuco. E o aumento, estima-se em 21 mil turistas, pode ter uma relação direta com o futebol.

Para promover a rota da TAM, a secretaria de turismo do estado articula junto à iniciativa privada um quadrangular na pré-temporada de 2016, na Arena Pernambuco, com dois times pernambucanos e dois argentinos. Entre os locais, o campeão e o vice do Estadual de 2015. Entre os hermanos, estão cotados quatro dos cinco grandes clubes do país vizinho, Boca Juniors, River Plate, Racing e San Lorenzo. Faltou contato apenas com o Independiente.

A facilidade do voo direto é uma carta na manga. Com saída do Aeroporto dos Guararapes aos sábado, às 15h12, a duração é de cinco horas até o desembarque no Aeroporto de Ezeiza. A volta ocorre aos domingos, deixando a Argentina às 2h40, no horário local, chegando à capital pernambucana às 7h45.

O objetivo é que os turistas, lá e cá, permaneçam oito dias em cada cidade.

Aproveitando esse período de uma semana, já foi feito até o esboço do torneio amistoso, que seria entre os dias 13 e 17 de janeiro. Um entrave é o fato de que, tradicionalmente, os principais clubes argentinos disputam os torneios de verão, em Mar de Plata, Mendoza e La Plata. Há um ano para negociar.

De toda forma, por garantia, a presença de Náutico, Santa e Sport na final do Campeonato Pernambucano já está valendo um pouco mais…

A repercussão uruguaia sobre a passagem do Nacional no Recife

Jornais uruguaios em 25 de janeiro de 2015: Ovación e Tribuna

A passagem do Nacional no Recife teve destaque na imprensa uruguaia. A partida na Arena Pernambuco, a única do clube fora do país antes da estreia na Taça Libertadores, estampou a capa de dois periódicos da capital Montevidéu.

No esportivo Ovación, o destaque foi a queda de longa invencibilidade do campeão uruguaio. Eram 16 partidas. “E um dia perdeu”, frisou. O texto principal do jornal abre com a seguinte frase: “Em uma partida que de amistoso só teve o protocolo, o Nacional entrou no clima copeiro”.

Já o Tribuna, numa tradução direta, manchetou “Foi cortado”, também apontando a primeira derrota do Bolso no ano, para o “Sport Recife”. Nas caras abatidas das capas, o centroavante Ivan Alónso e o técnico Álvaro Gutiérrez.

Confira as capas em uma resolução maior: Ovación e Tribuna.

Essa foi a segunda vez que o Nacional veio ao estado. Em 1997, participou da Copa Renner, na Ilha, perdendo do Bahia e vencendo o Cerro Porteño.

O goleiro que colocou o Náutico no Guinness Book

Time do Náutico em 1974

O Náutico entrou no Guinnes Book em 1974. Naquele ano, quando sagrou-se campeão pernambucano, o goleiro Neneca estabeleceu o recorde mundial de invencibilidade no futebol. Para entrar no famoso livro dos recordes, o camisa 1 passou incríveis 1.636 minutos sem sofrer um gol sequer pelo Alvirrubro.

Foram 18 partidas oficiais, todas pelo campeonato estadual, que marcou o “luxo” do hexa, com o triunfo na final sobre o então pentacampeão Santa Cruz. O recorde começou em 22 de agosto, na vitória por 4 x 1 sobre o América, sendo encerrado somente em 2 de novembro, no empate em 1 x 1 com o Santa.

A marca só foi superada somente uma vez, em 1978. Iniciando a série ainda no ano anterior, Mazaropi, do Vasco, ficou 1.800 minutos sem ser vazado, considerando as partidas pelo Brasileirão e pelo Carioca.

Portanto, Neneca, que faleceu aos 67 anos, ainda mantém os recordes do Nordeste e de Pernambuco. Guinness à parte, a sua marca só não foi reconhecida pela Federação Internacional de História e Estatística (IFFHS) porque apenas os estaduais de Rio de Janeiro e São Paulo, além do Brasileirão, entravam na conta. Azar o da IFFHS.

Goleiros que passaram mais tempo sem levar gol:

1º) Mazaropi (Vasco), 1.800 minutos (1977/1978)
2º) Neneca (Náutico), 1.636 minutos (1974)
3º) Van der Sar (Manchester United, Inglaterra), 1.472 minutos (2008/2009)
4º) El-Batal (Cairo, Egito), 1.442 minutos (1975/1976)
5º) Danny Verlinden (Brugge, Bélgica), 1.390 minutos (1990)

O gostinho de um título internacional, ainda distante das conquistas oficiais

Taça Ariano Suassuna 2015, Sport 2x1 Nacional. Foto: sportrecife/facebook

Até hoje, nenhum clube do Nordeste conquistou um título internacional oficial.

Quem chegou mais perto foi o CSA, em 1999, finalista da extinta Copa Conmebol. A partir disso, apenas participações sem brilho na Libertadores e na Sul-Americana. No Recife, ao todo, são quatro campanhas do Sport, duas do Náutico e nenhuma do Santa Cruz. Coadjuvantes na essência neste contexto.

Em relação aos torneios amistosos, a lista melhora um pouco, e só. Nesta linha, em competições organizadas pelos próprios clubes contra equipes estrangeiras, o Rubro-negro tem dois troféus. Ambos não oficiais, claro.

O primeiro foi o Torneio Leopoldo Casado, em 1980, num triangular com a seleção da Romênia e o Náutico. Agora, conta também em sua galeria na Ilha do Retiro com a Taça Ariano Suassuna, disputada em 2015 contra o Nacional do Uruguai. Entre os rivais, o Santa também já ganhou um troféu internacional. Em 2003, o Tricolor conquistou Torneio Vinausteel, no Vietnã.

Quem sabe um dia algum clube da região alcance um voo realmente internacional, devidamente chancelado pela Conmebol…

Taça Ariano Suassuna 2015, Sport 2x1 Nacional. Foto: sportrecife/facebook

A primeira Taça Ariano Suassuna fica na Ilha

Taça Ariano Suassuna 2015, Sport 2x1 Nacional. Foto: Marlon Costa/FPF

A pioneira edição da Taça Ariano Suassuna foi conquistada pelo Sport. Num jogo duro, como não poderia deixar de ser, considerando o aguerrido adversário uruguaio, o Leão venceu por 2 x 1, em sua estreia em 2015. O Nacional, atual campeão nacional, vinha de quatro vitórias em sua pré-temporada, mas acabou superado na Arena Pernambuco, com 22.356 espectadores, um bom público.

No amistoso internacional, com inúmeras modificações, só se viu futebol no primeiro tempo. No 4-1-4-1, o Leão impôs um ritmo veloz, apesar da natural falta de ritmo. Substituindo Diego Souza, Régis mostrou valor. Só depende de sua condição física. Rápido e habilidoso, procurou tabelas e enfiadas de bola.

Antes de Régis se destacar, o Leão abriu o placar com o centroavante Samuel, concorrente de Joelinton. Aproveitando a ausência da revelação leonina – que só entrou no finzinho -, o estreante mandou para as redes. Depois, o lance mais bonito, numa tabela entre Régis e Elber, terminando com o gol de Danilo, atento.

O time ainda teve a mais chance, com Alex Silva, postulante à vaga deixada por Patric. A zaga uruguaia tirou em cima da linha. Do outro lado, Durval não teve a mesma sorte, cortando para as próprias redes, deixando o jogo “vivo”.

Tanto que na etapa final o árbitro Nielson Nogueira teve trabalho para controlar os ânimos, com muitas faltas. Além dos amarelos, houve um cartão vermelho, para o experiente centroavante dos visitantes, Iván Alonso, de 35 anos. No fim, foi preciso jogar na base do “copeirismo”. De fato, valia taça.

Taça Ariano Suassuna 2015, Sport 2x1 Nacional. Foto: Marlon Costa/FPF

Patch nas camisas da Copa, Champions, Libertadores e até Taça Ariano Suassuna

Camisas da Taça Ariano Suassuna 2015, Sport x Nacional. Imagem: sportrecife/twitter

Ao organizar a Taça Ariano Suassuna, o Sport tentou mudar a imagem de simples “amistoso internacional” para um torneio de pré-temporada do clube.

Primeiro, anunciou a regularidade da disputa, anual. Para valorizar a imagem de seu projeto, foi criado um logotipo oficial e até um troféu exclusivo, com elementos da obra do escritor, torcedor do clube. Mas não ficou só nisso.

O Leão também incorporou uma ação relativamente nova, que é a marca do torneio na própria camisa, numa espécie de selo chamado “patch”. Já se faz presente na Copa do Mundo, na Liga dos Campeões e na Libertadores, para citar as mais importantes. Para isso, contou com a colaboração do Nacional. A “Taça Ariano Suassuna” também está estampada no uniforme uruguaio.

Seja qual for o vencedor da edição de 2015, o Sport parece ter alcançado o seu objetivo, fomentando junto à sua torcida o desejo de assistir e conquistar o torneio amistoso. Quanto mais interesse, mais chance de continuidade.

Patch da Copa do Mundo, da Liga dos Campeões e da Libertadores

Os clubes mais ricos do mundo, numa evolução de 2004 a 2014

Os 20 clubes mais ricos do mundo em 2013/2014. Fonte: Deloitte

A Deloitte divulgou o seu balanço anual com os clubes mais ricos do mundo. O Real Madrid apareceu mais uma vez no topo do estudo, que considera a soma de bilheteria nas partidas, direitos de tevê e comércio.

Cruzado os dados da última década, o líder do ranking passou de 259 milhões de euros, com o Manchester United em 2003/2004, para 550 milhões, com os merengues em 2013/2014, num incrível crescimento de 112%.

E isso é uma tendência, com os ricos cada vez mais ricos. Para se ter uma ideia, a evolução do 20º colocado, no mesmo período, foi de 71%, passando de 84 para 144 milhões. Um número respeitável, mas já distante do topo.

No montante avaliado não entrou a receita oriunda da transferência de jogadores e impostos. Já a opção “comércio” contempla patrocínios, merchandising e outras pequenas receitas. Por sinal, aí está um interessante em relação aos primeiros colocados – Real, United, Bayern, Barça e PSG -, com  aumento do faturamento com produtos licenciados e patrocinadores. A cifra média já supera a venda de direitos de transmissão na televisão – algo que no Brasil é, disparada, a maior receita.

O relatório Football Money League 2015 enumera todos os balanços oficiais europeus da última temporada. Confira a íntegra, em inglês, clicando aqui.

A evolução das receitas dos clubes mais ricos do mundo em 2013/2014. Fonte: Deloitte

1º) Real Madrid (Espanha)
Renda dos jogos: 21% (113,8)
Comércio/marketing: 42% (231,5)
Direitos de transmissão: 37% (204,2)

2º) Manchester United (Inglaterra)
Renda dos jogos: 25% (129,3)
Comércio/marketing: 44% (226,4)
Direitos de transmissão: 31% (162,3)

3º) Bayern de Munique (Alemanha)
Renda dos jogos: 18% (88,0)
Comércio/marketing: 60% (291,8)
Direitos de transmissão: 22% (107,7)

4º) Barcelona (Espanha)
Renda dos jogos: 24% (116,8)
Comércio/marketing: 38% (185,7)
Direitos de transmissão: 38% (182,1)

5º) Paris Saint-Germain (França)
Renda dos jogos: 13% (63,1)
Comércio/marketing: 69% (327,7)
Direitos de transmissão: 18% (83,4)

A evolução das receitas dos clubes mais ricos do mundo em 2013/2014. Fonte: Deloitte

A passagem do Zalgiris Vilnius no Arruda em 135 fotos, segundo o próprio Zalgiris

Troféu Chico Science 2015: Santa Cruz x Zalgiris Vilnius. Foto: site oficial do Zalgiris Vilnius

A passagem do desconhecido Zalgiris Vilnius no estádio do Arruda, entre treino e jogo, gerou um álbum com 135 fotos no site oficial do clube lituano.

Além de imagens da disputa do Troféu Chico Science e de registros dos próprios jogadores, algumas fotografias chamam a atenção, no que seria a visão dos lituanos acerca do futebol pernambucano, tão diferente, tão peculiar.

De um catador de bolas ao escudo do Batalhão do Choque, passando pela ampla cobertura da imprensa, com os jornalistas locais presentes na beira do campo, o que não ocorre na Europa. A assessoria de imprensa do Zalgiris também registrou a entrega da troféu, já com o Mundão vazio, vindo das mãos dos presidentes do Santa Cruz, Alírio Moraes, e da FPF, Evandro Carvalho.

Em relação à cobertura do Zalgiris, ficou a lição para os clubes locais…

Troféu Chico Science 2015: Santa Cruz x Zalgiris Vilnius. Foto: site oficial do Zalgiris Vilnius