O gigante acordou

Copa das Confederações 2013, final: Brasil x Espanh. Foto: Laurence Griffiths/Fifa

A melhor atuação brasileira em muito tempo.

Marcando a saída de bola do adversário, apertando ainda no campo de defesa.

Tocando bem a pelota, envolvendo, variando o jogo.

No ataque, agrediu pelos lados, no alto, com enfiadas de bola… Dominou.

Bastou um minuto para o centroavante Fred comprovar pela enésima vez o faro de gol. Até deitado consegue mandar para as redes.

A Espanha, campeoníssima há três temporadas e líder do ranking mundial, via a sua estrutura desmoronar nos primeiros instantes.

O seu controle de bola, sem pressa, não teria mais espaço.

Em seus títulos na Euro de 2008 e 2012 e no Mundial de 2010 a Fúria não havia sofrido um mísero gol nos mata-matas.

Começar uma decisão já em desvantagem, contra a Seleção Brasileiro e no mítico Maracanã? Difícil.

A Canarinha, com uma base jovem e em busca de organização, lutava para dar esperança a um bom desempenho na verdadeira Copa, em 2014.

Em 22º lugar no ranking da Fifa, a sua pior colocação até hoje, o time dirigido por Felipão foi ganhando corpo no evento teste desde a estreia. Surpreendeu.

Venceu Japão, México, Itália e Uruguai. Foi ganhando confiança…

Copa das Confederações 2013, final: Brasil 3x0 Espanha. Foto: Ronald Martinez/Fifa

Para o tetracampeonato da Copa das Confederações precisaria vencer o melhor time da atualidade.

Precisaria jogar bem. E jogou muito!

Anulou a Espanha, deu olé, levantou a torcida, se impôs. Orgulhou…

Goleou.

Estabeleceu um categórico 3 x 0, com um golaço de Neymar e outro chute certeiro de Fred, além de mais dois gritos de “gol”, com a bola tirada por David Luiz em cima da linha e o pênalti desperdiçado por Sergio Ramos.

Campeão 100%.

Num Maraca repleto neste domingo, uma partida para embaralhar todas as discussões sobre futebol mundo afora.

A Espanha, claro, não, virou um time contestável por causa da derrota acachapante.

E nem o Brasil se tornou o favorito absoluto ao troféu de 2014.

Mas a festa, merecida, marcou o fim do sono de um gigante do esporte.

Ufanismo? Talvez… Mas tem que respeitar esse time verde e amarelo. Sempre.

Copa das Confederações 2013, final: Brasil x Espanh. Foto: Jasper Juinen/Fifa

Bolas de Ouro, Prata e Bronze das Confederações entre os semifinalistas

Bola de Ouro da Copa das Confederações 2013. Foto: Fifa/divulgação

Seis nomes disputam a bola de ouro da Copa das Confederações 2013.

Apesar desta ser a nona edição da competição, o prêmio foi instituído apenas em 1997, no terceiro torneio, quando a Fifa tomou as rédeas de toda a organização.

Das seis bolas de ouro entregues até hoje, quatro foram parar nas mãos de jogadores brasileiros. Desta vez, dois representantes do país estão na disputa pelo prêmio bancado pela Adidas, a mesma do Mundial. O favorito Neymar e o polivalente Paulinho.

Além deles, os espanhóis Iniesta e Sergio Ramos, o italiano Pirlo e o uruguaio Luis Suárez. Saiba mais sobre cada um aqui.

A eleição está computando votos dos jornalistas credenciados no evento no Brasil. É preciso escolher três nomes para as bolas de ouro, prata e bronze.

Votos do blog no prêmio oficial: Ouro/Neymar; Prata/Iniesta e Bronze/Paulinho.

Na sua opinião, quem serão os três melhores jogadores do torneio?

Bola de Ouro na Copa das Confederações
1997 – Denilson (Brasil)
1999 – Ronaldinho (Brasil)
2001 – Robert Pires (França)
2003 – Thierry Henry (França)
2005 – Adriano (Brasil)
2009 – Kaká (Brasil)

Atualização: O blog acertou a ordem dos três melhores da Bola de Ouro…

O dia em que um clássico carioca foi atração no Recife

Amistoso 1947: Fluminense 1x1 Flamengo. Fotos: Revista Campeão/Recife

Fla-Flu.

Durante muito tempo, o maior jogo do país, com ícones disseminados pelas ondas do rádio na imaginação de torcedores de norte a sul.

Da Rádio Nacional, com alcance até o Recife.

O ano era 1947…

Nos campos pernambucanos o Sport gastava todas as suas energias para acalentar o sonho de receber a Copa do Mundo.

O Náutico, de forma paulatina, erguia o seu estádio em Rosa e Silva.

O andarilho Santa Cruz apenas desejava ter uma casa.

O nível técnico nos gramados era uma evolução de apenas dez anos de profissionalismo. A disparidade ficou clara naquele histórico 13 de julho.

Pela primeira vez o Nordeste receberia o grande clássico do Rio de Janeiro

O Fluminense, campeão carioca, tinha no seu plantel ninguém menos que o atacante Ademir Menezes. No Flamengo estava Jair Rosa Pinto.

Nomes consagrados na Seleção Brasileira. Oportunidade rara.

O convite aos dois clubes era proporcionar um verdadeiro espetáculo no Recife.

A Ilha, segundo o relato do Diario de Pernambuco, ficou abarrotada (veja aqui).

Numa estrututra muito menor que a atual, o público foi de 25 mil pessoas.

O retorno financeiro foi evidente, com a maior bilheteria da época no futebol da região, com Cr$ 4.252.600.

O empate em 1 x 1 foi repercutido durante dias.

Há 66 anos, o clássico carioca realmente foi uma atração.

Os tempos mudaram…

Amistoso 1947: Fluminense 1x1 Flamengo. Foto: Diario de Pernambuco

Seleção de base no raio de influência do laboratório do clube-empresa

Desportivo Brasil, Red Bull Brasil e Audax São Paulo

A convocação da seleção brasileira juvenil em 2013 apresenta um contexto cada vez mais presente nas composições da base nacional.

Três jogadores atuam em clubes poucos conhecidos no país, sediados em São Paulo e com algo em comum: a gestão via clube-empresa.

O goleiro Carlos, o lateral Victor Hugo e o atacante Bruno Gomes atuam no Red Bull Brasil, Audax São Paulo e Desportivo Brasil, respectivamente.

Estão entre os vinte nomes chamados pela CBF para o time Sub 17, ao lado de atletas revelados por São Paulo, Corinthians, Flamengo, Internacional…

Nada de torcida ou tradição. E não faz falta. Essas agremiações com menos de uma década de história contam com novos centros de treinamento e trabalhos maciços na formação de novos jogadores. A administração é toda voltada para isso, para obter o retorno financeiro através da venda de direitos econômicos de atletas, formados em laboratório. Aqueles que se mandam para a Europa sem ao menos vestir a camisa de um time renomado no país.

O perfil dessa convocação seria uma possível tendência, como consequência direta da estruturação dos clubes de empresários?

No estado, os casos mais famosos foram Unibol e Intercontinental (veja aqui).

Desportivo Brasil Participações Ltda.
Cidade: Porto Feliz. Administradora: Traffic, desde 19/11/2005

Red Bull Futebol e Entretenimento Ltda.
Cidade: Campinas. Administradora: Red Bull, desde 19/11/2007

Audax São Paulo Esporte Clube
Cidade: São Paulo. Administradora: Pão de Açúcar, desde 17/05/2004

Perdendo a compostura em castellano por causa de futebol

Twitter de torcedores espanhóis aos brasileiros após Espanha x Brasil

As redes sociais ainda formam um campo livre para todo tipo de preconceito.

No Brasil, episódios do tipo já terminaram até em processo na justiça.

No futebol, através da Copa das Confederações, o twitter acabou se transformando num canal para xingamentos entre espanhóis e brasileiros.

As vaias recebidas pela Fúria na entrada do time no Castelão, uma vez que boa parte do público estava a favor da seleção da Itália, fizeram com que alguns torcedores espanhóis perdessem a compostura via racismo.

Entre os diversos xingamentos, vários usuários usaram a palavra “mono”.

A tradução da palavra do espanhol para o português?

Macaco.

Falta de educação, do terceiro ao primeiro mundo… Repugnante.

O aguardado duelo entre os dois ícones do futebol mundial

Brasil x Espanha

A disputa entre brasileiros e espanhóis não é das mais tradicionais no futebol.

Até hoje foram apenas oito partidas. A última delas em 1999!

Nesse intervalo, a Fúria evoluiu o seu jogo, criou uma nova maneira de controlar a bola e se impôs no mundo.

A própria Seleção viu a necessidade de se adaptar a este novo tempo.

Mas um duelo entre ambos foi inviabilizado por inúmeras circunstâncias, como eliminação deles lá e eliminação nossa acolá.

Mas chegou a hora de um confronto de grande porte. Um verdadeiro teste.

Entre o maior campeão mundial, conhecido pela escola tradicionalíssima, mas em busca de um recomeço, e o atual campeão do mundo, a nova inspiração.

Domingo, Maracanã. Brasil x Espanha, pela taça da Copa das Confederações.

Ao Brasil, com uma jovem equipe em formação, vale o tetra e a volta da soberania. À Espanha, pronta há três temporadas, um troféu inédito.

Habilidade, posse de bola, tradição, confiança etc. Futebol em alto nível.

Para o time verde e amarelo, independentemente do resultado, ficará a lição para a Copa do Mundo do ano que vem.

Seja lá qual for o resultado, o jogo será bem estudado para um possível jogo ainda mais importante em 2014. Por Felipão e Del Bosque…

Festa em Iracema e Fúria na finalíssima

Copa das Confederações 2013, semifinal: Espanha (7) 0x0 (6) Itália. Foto: Robert Cianflone/Fifa

O jogo mais longo da Copa das Confederações.

120 minutos, fora o desconto dado pelo ábitro, que insistia em deixar a bola rolar.

No Castelão, um jogo quente, com muita entrega e desgaste.

E nenhum golzinho… Nem no tempo regulamento nem no tempo extra.

Ao contrário das apresentações anteriores, quando teve amplo domínio da posse de bola, desta vez os espanhóis tiveram “apenas” 54% de posse.

Até porque os italianos também se arriscaram no ataque, mesmo sem Balotelli.

O saldo do confronto europeu foi de uma bola na trave para cada lado. Portanto, haveria de ter um golzinho nos tiros livres para definir o vencedor…

Como na Eurocopa de 2008, no mesmo placar.

Na ocasião, a Fúria avançou nos pênaltis por 4 x 2.

Nesta quinta, todos os dez jogadores converteram a primeira série, cravando um 5 x 5 sem chance alguma para os goleiros Casillas e Buffon.

Na disputa alternada, mais gols…

Até que o italiano Bonucci chutou por cima.

Jesús Navas não vacilou, 7 x 6. Festa em Iracema e Fúria na decisão.

No domingo, no Maracanã, o jogo mais esperado da competição no país. Brasil x Espanha será um choque de duas escolas distintas.

O jogo que a torcida queria, mas que não foi tão fácil quanto se imaginava.

Copa das Confederações 2013: Espanha x Itália. Foto: Claudio Villa/Fifa

A costura de Fluminense x Botafogo no lugar de Náutico x Ponte na Arena

Fluminense x Botafogo

Náutico x Ponte Preta.

Data: 7 de julho.

Local: Arena Pernambuco.

Até segunda ordem, pois a imprensa carioca informou uma costura para transferir o clássico entre Botafogo e Fluminense, também pela Série A, para o Nordeste, devido à falta de estádios no Rio de Janeiro.

Botafogo x Fluminense

Data: 7 de julho.

Local: Arena Pernambuco…?

A articulação com o mandante Botafogo foi confirmada pelo consórcio. Assim, o Alvirrubro teria que jogar em outra data. Ou adotaria até um plano C. Não por acaso, a tabela oficial da CBF mantém a partida em Rosa e Silva.

Que tipo de contrato assinado pelo Timbu é esse, então?

Difícil levar a sério um negócio de trinta anos no qual o clube fica a mercê do consórcio até este ponto. Antes mesmo do torcedor se acostumar na arena.

Jogo desmarcado por um show? É estranho, mas ok…

Mas ter o primeiro jogo oficial desmarcado para que o palco abrigue outra partida do mesmo campeonato, com dois times de fora?

Não creio que a o Clássico Vovô será disputado aqui em 7 de julho.

Se isso acontecer, estaremos diante de uma situação bizarra no futebol local.

Depois disso será difícil convencer os outros times do estado sobre a viabilidade de um acordo sem lastro sequer para o mando de campo.

Atualização: O clássico será no dia 7. Náutico x Ponte, em segundo plano, será no dia 6. Timbu foi consultado, mas não houve compensação financeira.

Neymar Jr, a evolução publicitária de Neymar

Camisas de Neymar na Seleção Brasileira e no Barcelona em 2013

Neymar é craque, midiático e milionário.

E tem apenas 21 anos.

Mas joga futebol profissionalmente desde 2009.

No Santos e na Seleção Brasileira são mais de 270 jogos e 165 gols.

Agora, irá vestir a camisa do Barcelona, ao lado de Lionel Messi.

Neymar.

Nome já popular na torcida, de norte a sul do país e cada vez mais no exterior.

Mas…

O marketing não enxerga desta forma.

Aos poucos, uma mudança pontual. A nomenclatura do atleta ganhou o “Jr”, já estampada nas camisas da Canarinha e do Barça em 2013.

O objetivo não é relembrar a todos pela enésima vez que o seu pai, Neymar, cuida de sua carreira.

Na verdade, foi a visão de alguém que imaginou nas suas iniciais, “NJR”, o possível caminho para consolidar uma marca internacional (veja aqui).

Como R9, de Ronaldo, e CR7, de Cristiano Ronaldo.

Ideia da Agência Loducca, já compartilhada pelos doze patrocinadores do jogador e pelos diversos produtos licenciados.

Aguém irá chamá-lo de Neymar Jr.?

Conforme dito, ele tem apenas 21 anos. Tem no mínimo nove temporadas em alto nível nos gramados. Tempo suficiente para impor essa marca.

Um pequeno detalhe que, vejam só, pode valer mais alguns milhões na conta…

Na raça, na técnica, num clássico. E a Seleção vai pelo tetra das Confederações

Copa das Confederações, semifinal: Brasil 2x1 Uruguai. Foto: Michael Regan/Fifa

Clássico. Não adianta apontar na véspera uma ampla superioridade técnica, o fator casa, a confiança adquirida. Nada.

Um duelo entre brasileiros e uruguaios valendo nada já é muita coisa no futebol. Valendo uma vaga na decisão de uma Copa… Aí vira guerra.

No Mineirão, com 58 mil pessoas, tivemos a atuação mais tensa da Seleção.

Não houve aquela pressão imposta ao adversário nos primeiros instantes. Desta vez, haveria uma marcação duríssima. E lances emocionantes.

Júlio César espalmando pênalti de Forlán, Fred mostrando oportunismo no finzinho do primeiro tempo, Cavani devolvendo o placar na retomada da partida, catimba, provocação, discussão e várias bolas raspando a trave.

Figa, reza e todo tipo de mandinga da torcida àquela altura…

Copa das Confederações, semifinal: Brasil 2x1 Uruguai. Foto: Alex Livesey/Fifa

Aos 41 minutos, num escanteio pela esquerda, novamente com participação direta de Neymar, Paulinho cabeceou para botar a Seleção Brasileira na final de sua própria Copa das Confederações.

Venceu o valente Uruguai por 2 x 1, levando susto até os descontos.

Foi um jogo para ser estudado, com a raça fazendo grande diferença no desenvolvimento de campanhas em torneios de grande porte.

Ao Brasil, a composição com raça, técnica e torcida a favor pode a verdadeira espinha dorsal. Algo esperado para 2014.

Antes, uma passagem no Maracanã. Na prévia  do sonho.

Em busca do tetracampeonato das Confederações. Da aura vencedora…

Copa das Confederações, semifinal: Brasil x Uruguai. Foto: Alex Livesey/Fifa