Não durou um dia o discurso de que o plano de mobilidade para a Copa das Confederações seria mantido no Recife.
A agenda negativa de domingo para segunda, com o esquema asfixiado no jogo entre espanhóis e uruguaios, e de segunda para terça, com a manutenção do projeto, acabou resultando numa operação a 200 km/h para um novo esquema.
No entanto, é curioso que esta ideia não tenha sido apresentada já na segunda, quando uma coletiva com diversos órgãos foi organizada no Centro de Convenções.
Na ocasião, o nome do governador do estado não foi nem citado.
A nota da funcionalidade do plano havia sido um “8”, surreal para enfrentou o metrô – e foram mais de 30 mil entre os 41 mil torcedores presentes.
Somente no dia seguinte Eduardo Campos se pronunciou, já anunciando um novo plano, após contato com o Comitê Organizador Local (COL) e com a Fifa.
Conforme sugerido inúmeras vezes – inclusive pelo blog, na própria coletiva – , haverá uma maior utilização da BR-408, que após a duplicação só havia ficado à disposição das comitivas oficiais da Fifa e do estacionamento Parqtel, com 2.100 vagas.
Agora, um “novo” estacionamento, na UFPE, agregando até 6 mil torcedores com 120 ônibus expressos ao estádio, por R$ 10. E o caminho citado por muitos…
Salvador da pátria agora? Talvez seja a imagem articulada nos meandros para o seu próprio campeonato, em 2014.
O texto é um relato através do principal caminho estipulado pelo governo.
O jogo era especial, com dois campeões do mundo em campo, duas camisas pesadas. Uma partida desse nível bem aqui no estado e na novíssima arena, que acompanhei desde a primeira pá na terra beirando a virgindade. Visito o terreno desde a época em que se criava cabras no antigo Jardim Penedo.
Por tudo isso, quis uma folga justamente no primeiro jogo da Copa das Confederações no Recife. Fui atendido e comprei o meu ingresso. Sim, estou entre os repórteres credenciados para o torneio a serviço do Diario de Pernambuco, mas assim como você também gosto um bocado de ver futebol de vez em quando sem nenhuma pauta, por pura diversão.
Ou quase isso, porque será difícil esquecer tudo o que aconteceu neste domingo. Sem exagero, foi a pior experiência que já tive em um estádio de futebol. Infelizmente, logo na arena.
Já estive em partidas com públicos bem maiores, e indo de ônibus, sem problemas. Só para citar as duas maiores massas, Santa Cruz x Sport com quase 80 mil pessoas no Arruda em 1999 e o jogo da Seleção Brasileira em 1993, no mesmo Mundão, com 96.990 torcedores.
Além disso, também já estive em jogos superlotados na Ilha e nos Aflitos. E estou falando de jogos na arquibancada, no cimentão, jornalismo à parte. Aperto, sempre teve. Mas as pessoas chegavam. Como gado? Algumas vezes.
Em um jogo comum às 16h, basta sair de casa às 14h e a acomodação deverá ser tranquila. No milionário estádio em São Lourenço eu esperava muito mais do que isso. Era o tão propalado Padrão Fifa, na infraestrutura, nos serviços e na mobilidade, focando o transporte de massa.
Mas se a entrega do estádio foi antecipada em oito meses, aumentando o custo total em R$ 118 milhões, não houve esse mesmo gás na infraestrutura, na organização. Ou seja, obras viárias inacabadas e soluções emergenciais.
Apenas boa vontade e simpatia de funcionários e voluntários e passagens integradas não deu jeito. Mas como poderia dar tão errado em uma só noite?
Vão me chamar de pessimista, disso, daquilo, que chegou e saiu rapidamente. Contudo, a minha visão, definitivamente, não é só minha. Onde circulei para chegar até lá o movimento foi intenso, com passos curtos, muita paciência, sujeira e falta de informação. Vamos lá. Moro em Boa Viagem e saí do apartamento às 15h40. A partida, relembrando, começaria às 19h.
Iria no esquema implantado pelo governo do estado. Estacionamento no Shoppping Recife (16h), expresso torcedor até a estação de metrô da Linha Sul mais próxima (16h30), o primeiro trem (16h40), conexão na Linha Camaragibe (16h57) e mais um ônibus a partir da Estação Cosme e Damião (17h48).
Esse último ponto, aliás, é algo surreal. Projetado possivelmente para ser mais um na rede do Metrorec. A escadaria, porém, não foi pensada para uma aglomeração daquelas típicas de um, vejam só, jogo de futebol…
Antes, paradas de até dez minutos nas estações, justamente porque a Cosme e Damião estava superlotada. O jeito era fazer os demais trens pararem na rota, sem aviso algum, até o oxigênio voltar ao ponto de descida para a arena. Eu tenho 31 anos e certa saúde, mas neste mesmo contexto havia crianças e idosos ansiosos com o jogo.
Passando disso, o novo busão expresso deixaria a 700 metros da arena, com o tempo fechado – ou pelo menos esta é a distância tida como oficial, pois parecia um trecho maior. Na minha caminhada não choveu, mas a lama já tomava conta, misturada ao novo gramado do complexo da Arena, imponente, sem dúvida. Mas com lixo no chão, como no dia a dia.
Às 18h30, após uma fila para o detector de metais, que faria vergonha a uma varredura no aeroporto, o modelo supostamente a ser copiado, enfim o portão F. Iria para o nível 4, no setor 409. Pois é, eu havia saído de casa há quase três horas. Ali, fui orientado e finalmente sentei no meu lugar marcado, confortável. A esta altura, a fome era grande. A sede também.
A fila do bar, meu amigo, era maior do que qualquer uma já vista num “salsichão é 50” da vida. E olhe que a oferta de produtos não estava plena, pois os produtos acabaram rapidamente, nos 30 primeiros minutos de bola rolando. Até água mineral. A reposição viria pelo menos meia hora depois. Obviamente, desisti, pois não perderia a partida por causa de uma fila para comprar uma cerveja por R$ 9.
Vale citar, de leve, que funcionários calculavam os pedidos em celulares! Tem como ser mais “Padrão Fifa”? Uma passadinha no banheiro e nada muito diferente do que sempre vi nos campos da capital. Não havia lixeira, nem no masculino nem no feminino. No fim, uma miniatura do Lixão da Muribeca.
No gramado, um grande espetáculo, com a Espanha confirmando o discurso de Xavi, que na véspera havia dito na coletiva que o time controlaria a bola e seria o protagonista da noite. Foi exatamente isso. Tocou a bola com maestria, deixando o adversário nervoso, abrindo a caixa de ferramentas. A Fúria deu aula de futebol e venceu sem desgaste por 2 x 1, superando um aguerrido time uruguaio, mas profissional na arte de errar passes.
O jogo acabou exatamente às 20h56. Começaria aí uma missão ainda mais complicada. Se na ida cada um fez o seu horário, na volta os torcedores tomariam o mesmo rumo ao mesmo tempo. Faltando quinze minutos já havia muita gente saindo, temendo o pior. No instante em que o juiz asiático encerrou o jogo eu já estava descendo a rampa.
Vista de longe, a lenta procissão assustava. Um gradil indicava o caminho. A imensa maioria o seguiu, inúmeros mal educados não. E a polícia apenas observou a desordem. O ato, claro, refletiria mais à frente, na fila de ônibus, com o brasileiríssimo “se vira nos 30” – quando saí, a massa humana chegava até perto do estádio. Foi cada um por si num processo que deveria ser top, nos colocar em um novo patamar de mobilidade. Em seguida, de novo Cosme e Damião, ainda pior.
O esquema, fracassado há horas, teve muito, mas muito tempo para ser traçado. No único jogo teste realizado, com Náutico x Sporting, o fluxo de pessoas via metrô alcançou 57% dos 27 mil torcedores, ou 15,2 mil. Desta vez seria ainda maior por algo bem simples. O estacionamento privado Parqtel, o único à disposição, continuaria com as 2 mil vagas, enquanto o borderô da partida subiria para 41.705 pessoas, das quais 30 mil nos trilhos.
Lotação na ida, na volta, relatos de alguns trens sem ar condicionado e conversas quase monotemáticas sobre o caos no domingo.
A Estação Centro surgiria no horizonte às 22h29. Eu ainda teria que fazer uma nova conexão, para retornar para a Linha Sul. Entre metrô, expresso, carro e porta de casa, o relógio encerrou a maratona futebolística às 23h15. Ao todo, 5h09min.
Escrevi esse post no calor da partida, frustrado com com um esquema tão contestado esse tempo todo e que se mostrou falho no grande dia.
Um estádio a 19 quilômetros do Marco Zero e 30 mil pessoas se deslocando apenas via metrô? Sem um plano B? Hoje foi um domingo, com a cidade teoricamente tranquila. Quarta-feira, no próximo compromisso, o ponto facultativo será para os servidores públicos. O comércio se mantém, o que indica que Itália x Japão será uma aventura daquelas.
A minha foi deplorável, a ponto de deixar o jogo em segundo plano. Justamente a partida que tanto me esforcei para ver sentado na arquibancada, com os amigos, sem nenhuma pauta…
Mas a pauta estava onipresente. Não adianta o silêncio governista. As redes sociais estão aí com histórias e imagens que dificilmente serão superadas pelo discurso padrão.
A realização de um torneio de futebol de grande porte em uma cidade mexe direta e indiretamente com eventos relacionados ao esportes.
Nesta semana, dois exemplos distintos no Recife, atrelados à chegada da Copa das Confederações, que tem a capital pernambucana como subsede.
O primeiro deles é uma exposição. O estado recebe a primeira edição do Torcida CBF, com alguns dos principais troféus da Seleção Brasileira, entre os quais a famosa Taça Jules Rimet, numa rara saída do Rio de Janeiro.
Trata-se do troféu conquistado pelo Brasil nos Mundiais de 1958, 1962 e 1970. Veio a réplica, pois a peça original de ouro foi derretida há trinta anos.
As visitações no Círculo Militar, no bairro de Santo Amaro, vão acontecer entre os dias 11 e 28 de junho, das 14h e 18h, com direito à transmissão dos jogos da Seleção em um telão. A ideia da confederação brasileira é estender o projeto às demais subsedes em 2014. Confira mais fotos da exposição aqui e aqui.
Também com uma boa dose de história, mas outra ainda maior de ficção, o Cinefoot será organizado de forma pioneira no Recife. Neste ano, o festival temático e gratuito vai circular nas seis subsedes do Festival de Campeões.
Aqui, o evento acontecerá no cine São Luiz, entre os dias 17 e 20 de junho.
A agenda está formada com 17 filmes, sendo treze curtas e quatro longas. Entre eles, Um time, 11 judeus, produzido por Brenno Costa e Lucas Fitipaldi, da equipe do Superesportes. Confira a programação completa aqui.
A versão pernambucana do festival de cinema Cinefoot teve a colaboração das secretarias da copa e da cultura do estado, o que já indica outras atividades para o ano que vem, na Copa do Mundo, com uma demanda ainda maior.
Além dos dois exemplos, congressos de marketing esportivo em hotéis, com a presença de executivos, debates e palestras ocorreram na cidade recentemente, todos com o mesmo foco natural nos grandes torneios da Fifa.
Uma ótima oportunidade para torcedores e também para negócios…
Um troféu definitivo para o Campeonato Pernambucano. Como na Copa do Mundo, na Copa América, na Eurocopa, na Liga dos Campeões da Uefa, na Taça Libertadores da América, no Campeonato Brasileiro, na Copa do Brasil…
O blog havia antecipado essa mudança da Federação Pernambucana de Futebol para o campeonato estadual desta temporada ainda em 2011 (veja aqui).
Até o ano passado, os capitães erguiam um modelo diferente a cada ano. Peças únicas, mas sem um apelo histórico junto ao torcedor.
Nesta quinta-feira foi revelada a taça oficial, agora confeccionada pelo escultor Wandenkolk Tinoco, no lugar de Hans Donner, Sérgio Vasconcelos e Sávio Araújo, os artistas plásticos responsáveis pelos troféus desde 2006.
A ideia é que o novo troféu, simbolizando o sol sertanejo e a orla do estado, passe de mão em mão nos próximos anos. Ao campeão, a posse provisória por uma temporada. Após o fim do ciclo, o clube receberá uma réplica definitiva.
Torcedor, o que você achou da ideia implantada pela FPF?
A última atualização processo de número 0701045412 na Prefeitura do Recife data de 27 de abril de 2012. É essa a inscrição do projeto rubro-negro para a criação de uma arena num novo complexo na Ilha do Retiro. Desde então, foram feitas exigências sobre mobilidade urbana no local. Na fase atual, os leoninos buscam soluções para o projeto de R$ 750 milhões (saiba mais aqui).
Nesta quinta-feira, uma comitiva do clube liderada pelo presidente da comissão da arena, Yuri Romão, e pelo arquiteto responsável, Carlos Fernando Pontual, escutou do prefeito Geraldo Júlio a decisão pela criação de agenda periódica de encontros para acelerar a análise do projeto.
O complexo projetado pelo Sport encontra-se no Conselho de Desenvolvimento Urbano do Recife (CDU), que avalia projetos de grande relevância na capital tendo como ponto de partida terrenos de pelo menos 10 mil metros quadrados. A Ilha do Retiro tem uma área de 110 mil m².
Confira o andamento burocrático das obras de grande impacto no Recife aqui.
O Santa Cruz fez um bom primeiro tempo contra o poderoso Internacional. Sufocou, finalizou e levantou a sua torcida na noite desta quarta. Com Forlán e Damião em campo, os gaúchos chegaram com perigo de forma esporádica. Porém, o bicampeão pernambucano retomou as rédeas, com ótima participação do meia Raul, um achado nas contratações desta temporada.
O empate sem gols nos primeiros 45 minutos, com muito combate, foi bastante aplaudido pela torcida presente no Mundão, aos gritos de “time de guerreiros”. Jogar de igual para igual contra um adversário deste porte numa semana na qual o cérebro raciociona sobre a final estadual o tempo todo foi satisfatório.
Na etapa complementar, o panorama mudou. Os tricolores cansaram e o Colorado se achou no jogo, dando trabalho ao goleiro Tiago Cardoso, sobretudo Fabrício, que chegou a acertar o poste. Talvez para poupar a equipe para a decisão de domingo, Martelotte substituiu Raul na metade do segundo tempo.
A saída do meia ofuscou a força ofensiva do mandante, apoiado por 15.072 pessoas. Àquela altura, a chuva já castigava o campo tricolor. Sobrou, então, valentia para os corais, pois a superioridade passou a ser colorada. Mas o placar não mudou, com o 0 x 0. Não foi um resultado ruim…
A torcida reconheceu e aplaudiu o time. Agora é foco total no Pernambucano, rumo ao tri. Copa do Brasil? Apenas em 15 de maio, em Caxias do Sul.
Uma resolução da presidência da FPF, de nº 03/2013, deu “publicidade a relação nominal dos torcedores afastados dos estádios”. O documento de três páginas cita os motivos que vetaram a partir a agora a presença de 41 torcedores. Supostamente envolvidos em atos de violência, tumulto e perturbação.
É mais do que necessário impor uma punição aos desordeiros. A simples proibição das torcidas uniformizadas, em vigor, não é suficiente, pois até sem a “beca” muitos deles continuam frequentando os jogos e promovendo arruaça.
Evitar mais de um jogo no Recife no mesmo dia, restrição de horário na saída das torcidas, mandante e visitante, etc. Ainda se busca um modelo ideal. Porém, vetar quem não quer saber muito de futebol é um passo importante.
A menos de um mês do prazo de entrega, a Arena Pernambuco enfim tem o seu tapete verde, dando a cara definitiva do palco.
Após a preparação do sistema de drenagem do estádio, a grama do tipo Bermuda Celebration foi transportada do centro de treinamento do Náutico, na Guabiraba, para a arena, em São Lourenço da Mata.
Neste sábado os engenheiros e operários iniciaram a colocação do campo, através de rolos. O gramado vinha sendo cultivado desde o dia 15 de novembro de 2012, numa área de 19.200 metros quadrados, o suficiente para a produção de dois campos oficiais. Saiba mais detalhes sobre o gramado da arena aqui.
A última medição da obra apontou 94%. A abertura será em 14 de abril.
Antes da abertura do verdadeiro Campeonato Pernambucano de futebol desta temporada, a empresa que empresta o nome ao torneio, cujo contrato de naming rights se estenderá até o ano que vem, promoveu a distribuição de duas mil bolas “dente de leite”, no sábado, no Derby.
O lema foi o seguinte: Dente de leite, hoje. Profissional amanhã.
É preciso destacar a formação futebolística desses jovens torcedores (jogadores, quem sabe) ainda na infância.
A parceria da FPF com a sua patrocinadora deve ganhar novos capítulos no contrato vigente. De fato, as ações sociais estão cada vez mais ligadas ao futebol profissional. Neste caso, a Coca-Cola atrelou o projeto ao grupo de mobilização social Novo Jeito. Tendência pra lá de positiva.
Na quarta rodada do primeiro turno do #PE2013, por pouco o Náutico não assumiu a liderança. Acabou ultrapassado no finzinho da rodada, na noite desta quarta-feira, pelo Serra Talhada. Folgou o Chã Petrolina.
Foram 8 gols em 4 jogos nesta rodada, com média de 2. No geral da competição são 36 gols em 16 partidas, com índice de 2,25.
Jonatha Fumaça, da Patativa, agora divide a artilharia da competição com o alvirrubro João Paulo, ambos com três gols.
Náutico 3 x 1 Pesqueira – Na despedida de Gallo, os garotos alvirrubros resolveram jogar no bola no segundo tempo, sufocando o Pesqueira, apenas razoável.
Belo Jardim 1 x 1 Central – Após as duas vitórias nas primeiras rodadas, a Patativa travou. Fora de casa, quase acumulou outra derrota, mas Jonathan Goiano, que não é o artilheiro empatou.
Ypiranga 1 x 0 Porto – A primeira vitória da Máquina de Costura veio através de um pênalti cobrado por Diogo logo aos 14 do 1º tempo.
Chã Grande 0 x 1 Serra Talhada – Bebeto marcou o gol do Cangaceiro a dez minutos do fim no Carneirão. Tento que levou o clube à liderança do Estadual.